terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 9

Capítulo Nove
As mãos de Jeanie não estavam muito firmse enquanto terminava de colocar a
gaze ao redor do braço de True. Ele usava uma calça de moletom cinza e nada mais. Seu
tórax e braços expostos eram uma grande distração. Cada gota de água de seu cabelo
úmido chamava sua atenção. O desejo de usar as pontas dos seus dedos para traçar
cada uma que deslizava em sua pele bronzeada era quase impossível de resistir. Pare
com isto. Ele está machucado. Pare de pensar em sexo. Foque no que você está
fazendo.
Os arranhões profundos estavam limpos e com curativos. Ele não reclamou ou fez
um som quando suavemente limpou os ferimentos. Não a surpreendeu. A sensação de
ardência do antisséptico pareceria fraca em comparação à dor extrema que eles sofreram
nas mãos dos funcionários de Drackwood e das Indústrias Mercile antes disso. Colocou a
fita dentro do kit e o enfrentou, seu olhar achou o dele.
— Tudo terminado. Você tem certeza que não quer que eu chame alguém para
conseguir um medicamento para dor? Você vai ter alguns hematomas. — Olhou para as
marcas vermelhas que ele sofreu durante a briga. — Eu sei que você é durão, mas não
há necessidade de ficar desconfortável quando uma pílula ajudará.
— Eu estou bem.
Lembrou-se de outro tempo quando conversou com ele sobre medicamento para
dor. Ele foi acorrentado em sua cela no momento depois de sofrer uma surra brutal. Ficou
abalada quando ouviu que ele foi machucado. Seu primeiro instinto foi checá-lo, mas isso
teria levantado suspeita se exigisse uma escolta para seu quarto. Ao invés disso teve de ir
para casa e se preocupar a noite toda que ele pudesse morrer. Na manhã seguinte
contrabandeou pílulas de dor de seu dentista e as levou para ele. Ver o que fizeram com
ele de primeira mão foi apavorante, mas puro ódio das pessoas que fizeram isso a
manteve calma o suficiente para evitar desabar em frente a câmera no canto.
— Sobre o que você está pensando? — Ele inclinou sua cabeça lentamente,
olhando para ela com curiosidade. — Você está mais pálida que o habitual.
Não estava prestes a compartilhar a memória. — Eu posso perguntar por que você
lutou com 712? Quero dizer, Flirt. Você dois não se dão bem?
— Ele quer você e isso não vai acontecer.
— Você quer dizer que ele se sente protetor. Eu só não entendo por que ele
pensou que você me machucou. Eu sei que você não iria, por que ele não sabe? Vocês
dois nunca conversaram?
True pegou seu olhar e seus olhos estreitaram. — Ele quer montar você. Ele não
gostaria de nada mais do que levar você para casa dele e para sua cama.
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Isso a surpreendeu. — Eu não acho.
— Ele quer.
— Eu passei muito tempo com ele em Drackwood. Ele nunca indicou que estava
atraído por mim desse jeito. Nós éramos amigos, se qualquer coisa.
— Espécies não eram amigos dos funcionários.
Podia entender por que ele protestou aquele conceito. — Eu não era exatamente
como os outros empregados. Eu conversei muito com ele e o mantive distraído quando
ele estava se curando dos ferimentos. Quando eu não estava pegando amostras, passava
o tempo no centro de tratamento. Eles estavam sempre com falta de pessoal e
apreciavam a ajuda.
— Ele quer você.
Decidiu não discutir com True. Ele podia estar certo, mas duvidava. Flirt poderia
parecer protetor dela depois das vezes que a viu desafiar os médicos e tratar
corretamente seus ferimentos. — Odeio que vocês dois lutaram.
—Eu não quis te causar aflição. — Endireitou sua cabeça.
— Você podia ter se machucado. — Estudou os curativos e as contusões formando
em seu tronco. — Ou pior.
True esticou a mão e apertou a dela. — Nós precisamos conversar. Se sente.
Gostava de sentir seus dedos mornos envolvidos sobre os dela. Sentou-se a sua
esquerda imediatamente. Quando ela se sentou muito perto, seu peso afundando o
colchão e a deixou sem nenhuma escolha a não ser juntar seus pés para impedir de
escorregar contra seu quadril.
— A equipe da força tarefa e Darkness precisam de respostas. Eu acredito que
existe um humano lá fora que te usou, mas eles querem provas.
— Eu nunca apaguei as mensagens de textos no telefone celular. Eu estava muito
ocupada lendo as mensagens e digitando as respostas para me preocupar sobre qualquer
coisa a não ser ter certeza que ninguém se aproximaria de mim para ver o que eu estava
fazendo. Eu o coloquei de volta dentro da bolsa e o enterrei tão rápido quanto podia.
— Onde ele está?
Descreveu a área perto do seu apartamento onde o enterrou na areia solta atrás de
uma porção de flores próxima a alguns pedregulhos. — Eu sou a única que sabia onde
escondi isto. Eu nem disse ao Agente Brice. Ele nunca perguntou, entretanto.
— Nós enviaremos alguém para recuperá-lo.
— Bom. — Deu a ela esperança que sua história seria substanciada.
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— Nós precisaremos de uma descrição detalhada deste macho.
— Eu posso dar a você. Eu também preciso fazer aquela lista de empregados em
Cornas. Você está certo que ninguém mais foi preso?
Ele correu a ponta do seu polegar em cima do lado de sua mão. — Só você. Os
dois machos com você estavam mortos.
Seu intestino remexeu com a memória de ter que matá-los, mas recusou se
desmoronar. Ao invés disso focou no fato que todo mundo usou as saídas de emergência
para escapar. — Merda. Eles todos caíram fora?
— Sim.
— Mas eles não levaram nenhum Nova Espécie com eles, certo? Todos eles foram
contados? Eles sobreviveram? — Deu a ele o número de Novas Espécies em Cornas.
Ele assentiu. — Nossas equipes tiveram que explodir as portas com explosivos de
baixo nível. As evidências que foram deixadas foi que a Segurança tentou alcançá-los,
mas falharam. Havia marcas nas portas dos ricochetes das balas e pareceu como se
usaram um dos machados de emergência para tentar soltar as dobradiças em uma porta.
Eles falharam.
Alívio foi imenso. — Ainda bem.
— Você incapacitou as fechaduras de um andar inteiro com arma de choque. O
que fez você pensar em fazer isto?
— Eu vi a fechadura de uma porta elétrica não funcionar no laboratório de
hematologia.
— Laboratório de hematologia?
— É onde eles processavam todos os testes de sangue. Eu levei uma amostra lá
uma vez e achei dois caras da assistência técnica trabalhando na porta. Um dos oficiais
de segurança estava fazendo rondas e pegou seu cartão de identificação para bater e
acidentalmente atingiu o botão da sua arma de choque em seu cinto. Sua outra mão
estava tocando o teclado. O sobrecarga foi suficiente para alcançar o teclado e fritar os
circuitos do lado de dentro. Levou meia hora para eles substituírem a fechadura e
conseguir abrir a porta. — Pausou. — Eu percebi que podia usar a arma de choque para
desativar as portas se a necessidade um dia surgisse, e surgiu.
True continuou a acariciá-la. — Você precisa ser completamente sincera comigo,
Jeanie. Eu não odiarei você ou ficarei bravo se estivesse ciente de mais do que disse. Eu
conheço dinheiro, para humanos é muito importante, e você pode ter razões para precisar
assegurar a localização de Espécies para conseguir que a ONE te pague. Não posso te
ajudar se você não me disser a verdade absoluta. A força tarefa humana descobrirá tudo,
eles sempre descobrem, e esta é a hora para ser sincera.
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Ele deslizou para fora da cama para ficar de joelhos, deixando-os no nível de olho.
— Não importa o quão ruim você pensa que é, mesmo que acredite que ficarei enfurecido
pelos detalhes, te protegerei. Você entende? — Ergueu a mão segurando a dela e a
trouxe para seus lábios. O beijo que deu contra o lado de seu dedo polegar foi suave. —
Eu te perdoarei. Só confesse qualquer coisa ruim que você fez agora. Eu te dou minha
palavra que não permitirei que ninguém leve você para a prisão.
— Eu não estou mentindo para você, True, — disse cada palavra com cuidado.
Doeu ser questionada novamente depois de ficar íntima, mas entendeu por que ele teria
dúvidas. Foi até tocante que ele fez a oferta se ela tivesse até o pescoço nas coisas
horrorosas feitas com ele e outros Novas Espécies. — Tudo que fiz desde descobrir o que
Drackwood estava realmente fazendo naqueles subníveis foi para livrar os Novas
Espécies. Nunca foi sobre dinheiro.
— Certo.
— Eu realmente pensei que estava trabalhando para alguém que representava a
ONE. Eu não tive nenhuma pista de que ele não era quem dizia ser. Eu confiei nele
porque ele tinha um distintivo e tudo o que disse a mim parecia sensato no momento.
Ele colocou sua mão na cama, largando-a. — Eu vou conseguir um papel para
você e quero que escreva todos os nomes dos humanos que conseguir lembrar de
Cornas. Também preciso de uma descrição do suposto agente. Nós vamos achá-lo e
saberemos se ele sabe o local de outros Espécies. Ele te disse sobre outro trabalho que
tinha para você? Um novo lugar? Ele já mencionou outras instalações médicas onde
Espécies estavam sendo presos?
Balançou a cabeça. — Apenas Cornas depois que Drackwood foi derrubada.
— Eu volto daqui a pouco. — Ficou em pé e saiu do quarto.
Jeanie sentiu falta do calor do seu toque. Não levou mais que um minuto para ele
retornar com um caderno e uma caneta. Ele os entregou. Ela murmurou, — obrigada, — e
abriu a capa para começar a escrever.
— Eu vou fazer alguns telefonemas. Estarei no na sala ao lado. Alguns arranjos
precisam ser feitos.
Ela assentiu, sem deixar de olhar para a lista que escreveu cuidadosamente para
ter certeza que estava legível para qualquer um que ele a entregasse. Sua mente vagava
enquanto escrevia, pensando em uma ação que tomou que causou culpa. Não estava
certa se True teria um problema com o que fez para ajudar os Novas Espécies em
Cornas. Quanto mais pensava sobre isto, mais decidia dizer a ele. Ele queria que ela
fosse totalmente sincera sobre qualquer coisa ruim que fez. Era inevitável.
O som de sua voz podia ser ouvido da sala de estar, mas não conseguia distinguir
as palavras. A lista estava acabada e uma descrição escrita do Agente Brice quando ele
retornou ao quarto. Fechou o caderno e estendeu a caneta.
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— Aqui está.
Ele aceitou. — Irei entregar isto para Flame. Ele está parado lá na minha porta.
— Para ter certeza que eu não fuja por ela?
Hesitou. — A porta não fecha toda. Ninguém entrará em minha casa.
Jeanie imaginou que o Nova Espécie no corredor estava fazendo plantão duplo e
True apenas não queria admitir que acreditavam que ela tentaria escapar. — Você sabe
que disse para te contar sobre qualquer coisa que fiz e que pudesse ter sido errada?
Ele se virou e deu alguns passos antes de ela falar. Ele parou, seus ombros
endureceram, e lentamente girou. A expressão em seu rosto não era alegre. — O que
você fez?
— Eu realmente não estou orgulhosa disso, mas não tive nenhuma escolha.
Ele se aproximou. Sua frequência cardíaca acelerou quando ele se abaixou,
soltando o caderno e a caneta no chão para colocar suas mãos em cada lado da cama
próximo ao quadril dela. — Diga-me.
— Eu não tinha acesso ao quarto com o computador principal. Era acima de minha
autorização da segurança. Eu também sabia que tinha que conseguir uma arma de
choque. Só os seguranças as carregavam. — Continuou examinando seus olhos, odiando
ver a raiva e a suspeita lá. Não desviou o olhar, entretanto, porque queria que ele
soubesse que não estava mentindo. — Eu mal dormi a noite antes da invasão. Eu soube
que ia ser invadida depois que já havia saído do trabalho porque me mantiveram lá
aquele dia por mais tempo que o normal. Cheguei em casa por volta das oito e meia,
mudei minhas roupas para ir correr, e recebi a mensagem de texto pelas nove.
— Continue.
Mordeu seu lábio e suspirou. — Os guardas assistem os monitores então me
localizariam nas câmeras em uma seção que não tinha permissão para estar. O protocolo
teria os mandado correr para me questionar por estar lá, impedindo-me de fazer o que
tinha que fazer. Naquela manhã quando cheguei disse a eles que vi um furgão branco
suspeito passando devagar e que pensei que o tinha visto antes. Eu sabia que eles iriam
querer revisar todas as filmagens da segurança para verificar isto. Eles não poderiam
checar os corredores e olhar velhas filmagens ao mesmo tempo. Havia só quatro
monitores.
Suas feições relaxaram um pouco. — A mentira foi necessária. Eu entendo.
— Não é isto. Estou chegando à parte que você talvez não goste.
Sua boca inclinou para baixo, mas não disse nada.
— Eles tinham um garoto trabalhando na Segurança. Ele mal tinha saído do ensino
médio e nós realmente não tínhamos vidas trabalhando lá. Quero dizer, não era como se
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podíamos reclamar se nos mantivessem por quatorze horas em vez de um turno padrão
de oito horas. Todos nós vivíamos com medo de irritar alguém dizendo não. Quis dizer
que nossa vida social sofreu e as únicas pessoas com quem passávamos tempo eram
outros empregados. Eu disse à Segurança que estava um pouco assustada e este garoto
gostava de mim já que ele certamente não tinha tempo para conhecer meninas de sua
própria idade. Ele tinha o que eu precisava. — Odiou as lágrimas que encheram seus
olhos e as piscou de volta.
— Você o matou para conseguir a arma de choque?
— Não! — Ele a chocou por pensar que ela seria capaz de cometer assassinato
premeditado. Depressa se aborreceu, entretanto, quando a realidade apareceu. Ela
matou dois seguranças. Uma parte da sua mente continuava tentando protegê-la de
permitir de acreditar. — Eu apenas o enganei em pensar que gostava dele para chegar
perto o suficiente para pegar sua arma de choque e o derrubei para roubá-la e seu cartão.
— Isso é tudo?
— Sim.
— Bom. Eu voltarei logo. Nós precisamos nos mudar corredor abaixo para outra
casa até que esta aqui seja consertada. — Ele olhou para seu corpo. — Você também
precisa de roupas. Eu não me importo de você vestir minhas camisas, mas não gostei de
outros machos verem suas pernas nuas. Nós temos uma loja de abastecimento e eles
mantêm roupas para as Presentes lá. Não são muitas já que elas gostam de fazem
compras on-line, mas devem ter calças que poderiam caber em você.
Viu-o deixar o quarto e caiu um pouco na cama. Seus olhos fecharam e o som da
sua voz suave levantou. O alívio que ele não estava bravo por ela ter paquerado com um
garoto para usá-lo ainda não aliviou sua culpa.
* * *
True desconectou o telefonema e assentiu para Flame enquanto entregava o
caderno. O macho o aceitou, mas olhou em seus braços com os curativos, franzindo a
testa.
— Você devia ir para o Centro Médico.
— Jeanie cuidou disto.
Ele suspirou. — Ela trabalhou para Mercile com o pessoal médico?
— Não... Drackwood.
— Eu não entendo como você pode protegê-la. Ela parece boa o suficiente, mas
não tenho certeza que poderia confiar em uma fêmea que trabalhou em tal lugar. Você
não se preocupa que ela pudesse machucar você se for dormir? Você estaria vulnerável
compartilhando uma cama depois que ajustasse seus sentidos para ignorar todo
movimento dela assim não despertaria.
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Raiva surgiu, mas forçou diminuir. O macho não era mau, só curioso e cauteloso.
— Ela não sabia que Espécies eram mantidos lá até depois que foi trabalhar lá. Acredito
que ela fez seu melhor para nos libertar.
— Eu ouvi o que ela disse sobre o agente. Você acha que ele existe?
— A equipe está enviando alguém para achar a telefone celular que ela costumava
se comunicar com ele. Provará sua inocência.
O macho inclinou sua cabeça, estudando-o. — E se ele não puder ser achado?
True sabia que Tim sugeriria que ela mentiu. O humano realmente queria Jeanie de
volta a sua custódia. — Espero que ele seja encontrado.
— Espero que eles o achem também. Ela parece como uma humana legal. —
Flame hesitou. — Está tenso no andar de baixo. Alguns dos machos estão nervosos por
tê-la no dormitório. Eu quis advertir você.
— Ela não é nenhuma ameaça para eles.
— Jericho apontou isso, mas eles estão cientes do que ela fez com ele. Ele teve
que se sentar com um saco de gelo contra suas bolas na sala comunitária no andar de
baixo. Ela o atingiu forte o suficiente para causar dor duradoura.
— Ela não pretendia isso. Ela teve medo. Você a viu. Os instintos tomaram
controle.
— Humanos têm isso?
— Estou certo que eles têm.
Flame pareceu pensativo. — Eles são tão estranhos para mim.
— Humanos?
— As fêmeas. Elas não são tão duronas quanto as nossas fêmeas e não dizem o
que pensam. Nós temos tudo em comum com nossas fêmeas e nada com as humanas.
True não podia negar que Jeanie era diferente das fêmeas Espécies. — Diferenças
podem ser boas também.
Flame suspirou. — Eu levarei isto para o elevador. Darkness está subindo. Tim não
está muito feliz que você levou a fêmea do Centro Médico.
— Eu não me importo.
— Ele é com quem você tem que lidar quando retornar ao trabalho uma vez que
não estiver cuidando da humana. Quanto tempo ela vai ficar com você? Eu fui atribuído a
fazer plantão para ajudar e Jericho mudará turnos comigo quando estiver se sentindo
melhor. — Abaixou sua voz, olhando para o corredor abaixo e então sorriu. — Eu não
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posso acreditar que a pequena humana o derrubou. Ele nunca teria permitido que um dos
machos que tivesse o atingido. Todo mundo está o provocando sobre isto.
Essas notícias não divertiram True. — Ele está bravo com ela?
— Não. — Flame balançou a cabeça. — O oposto.
Ciúme relampejou por True tão quente quanto um fogo acesso. — Ele está atraído
por ela?
— Não. — Flame deu um passo para trás. — Esse olhar é assustador, cara.
Acalme-se. Se olhares pudessem matar, eu estaria exalando minha última respiração no
chão. Ele se sente mal por ela, foi o que eu quis dizer. Ele está se referindo a ela como
aquela "pobre fêmea apavorada". Ele admira que ela lutou em vez de desmaiar do jeito
que esperava que uma delas fizesse. Isto é tudo. Admiração e pena, mas não atração.
Duvido que ele um dia olhe para ela sem estremecer depois do que ela fez em suas
bolas. Esse não é o tipo de reação que um macho quer naquela região.
O elevador abriu e Darkness saiu. Ele andou a passos largos em direção a eles.
True ficou tenso, esperando que o macho não o repreendesse pela briga. Darkness parou
e esticou sua mão.
— Essas são suas anotações?
Flame entregou a ele. — Sim.
— Me desculpe, — True falou, sem querer dizer mais sobre o assunto.
Darkness sorriu. — Por dar uma surra em Flirt? Sem problemas. Eu demorei um
tempo chegando, esperando que você fizesse um pouco mais de dano nele. — Dobrou o
caderno sob um braço. — Ele faz valer seu nome e as contusões ao redor daquele nariz
quebrado o deixaram menos bonito. Ele está sempre enchendo meu saco sobre como
preciso sorrir mais ou nunca vou transar.
True ficou surpreso. — Eu teria muito prazer em bater nele novamente se ele vier
atrás de Jeanie.
— Ele não irá. — Darkness ficou sério. — Eu o proibi de chegar perto dessa fêmea
e ele sabe que falei sério. Seu orgulho levou uma surra pior que seus punhos deram a ele
quando ela escolheu você.
Flame limpou sua garganta. — Ele está certo, entretanto. Você poderia conseguir
mais ofertas em compartilhar sexo de nossas fêmeas se você sorrisse mais.
Darkness girou sua cabeça, olhando silenciosamente para o macho. Flame baixou
seu olhar. — Só estou dizendo. Não machucaria. Eu não consigo me lembrar de ver uma
fêmea te visitando ou você indo para o dormitório das mulheres.
— Cuide da sua própria vida.
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Flame assentiu, depressa se afastando. True quase sentiu pena de Flame já que
Darkness intimidava a maioria dos Espécies. Seu passado tinha sido mais difícil que o da
maioria então eles ficavam inquietos sobre como ele responderia por suas provocações.
Flame não tinha acabado, entretanto, e True sufocou um gemido, decidindo que o macho
era ou muito ingênuo ou estava só procurando por uma briga.
— Alguns machos humanos são atraídos para outros machos. É isto? Nenhum dos
nossos se sentiu desse jeito ainda, mas há muito poucos de nós. Está destinado a
acontecer em um certo ponto. Ninguém vai te provocar se é por isso que você não sorri
para nossas fêmeas. Darkness roncou, seus olhos escuros ficando quase pretos.
Flame recuou o suficiente para bater na parede. — Desculpe.
— Eu sou atraído por fêmeas. É isso que todo mundo pensa? Que gosto de
machos ao invés?
Flame manteve seus lábios firmemente fechados, mas mal assentiu.
— Porra. — Darkness atirou a True um olhar furioso. — É isso que você pensa
também?
— Eu não penso de jeito nenhum sobre você e sexo.
Isso pareceu satisfazer Darkness porque ele olhou de volta para Flame e entrou no
espaço do macho, ficando nariz com nariz com ele. — Você não devia falar comigo sobre
o porquê não fico com uma fêmea quando você não consegue calar a boca sobre a que
quer, mas não tem coragem de ir atrás dela, — rosnou. — Mas para satisfazer sua
curiosidade compartilharei um secreto com você que é melhor não dizer. — Pausou, o
ronco de seu tórax parando. — Eu não sou muito ávido a permitir que ninguém chegue
perto de mim, considerando que a última fêmea com quem transei foi a que tive que
matar.
Ele girou depois se afastando, deixando os dois em silêncio atordoados. A porta do
elevador abriu, ele entrou e fechou. Instantes passaram antes de Flame ficar boquiaberto
para True com uma expressão horrorizada.
— Ele estava brincando comigo, certo?
True ponderou a expressão que viu no rosto de Darkness. — Eu não acredito que
ele brincou.
— Merda. Eu ultrapassei o limite, não foi? Eu não quis chatea-lo.
— Você tem que se lembrar de que ele não é como a maioria de nós, Flame.
Todos nós fizemos o que tivemos que fazer para sobreviver enquanto presos em
cativeiro, mas esperaram muito pior dele. — Pensamentos sobre Jeanie encheram a
mente de True. E se Polanitis me injetasse com a droga de procriação e a jogasse em
minha cela, soltando as correntes o suficiente para eu alcançá-la sem importar para onde
ela tentasse fugir? A resposta era fácil. Teria o danificado muito por dentro se a matasse
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quando estivesse louco e teria tido que viver o resto de sua vida com esse conhecimento.
— Eu estou nos mudando para o novo apartamento e a levarei para conseguir roupa.
— Ambas as unidades de canto estão abertas, no fim do corredor. Escolha. Odeio
comprar roupas então, você se importa se eu ficar aqui enquanto a leva? Fui informado
para guardar a porta, não escoltar vocês dois para todos os lugares. Eu podia transferir a
roupa dela e os artigos pessoais para a nova unidade enquanto você fosse.
— Isso seria apreciado. Eu quero o apartamento no mesmo lado que estou agora.
Gosto da vista.
— Feito. Eu também quero evitar o andar de baixo.
True não culpou o macho por querer evitar Darkness durante algum tempo. — Eu
direi a ela que nós estamos saindo agora.
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15 comentários:

  1. Esse Flame não tem filtro, gente? rsrsrsrs

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    1. E nem preocupação com a própria integridade física 👀😂😂😂😂

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  2. Tudo que eu queria era livro do Flame com a Amanda, pqp

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    1. Eu esqueci, qual é a do Flame com essa Amanda?

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    2. É uma boyzinha do livro Wrath, amg da principal, ela era toda atirada e divertida e o Flame gostou e chamou ela pra sair, mas só tiveram um jantar e uma dança pq ele teve uma missão pra ir e ela teve que voltar pra casa, se separaram e agr ele tem receio de ir atrás dela

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Ela é extremamente atirada! Só faltou estar escrito na própria testa FODA-ME AGORA. Respeito quem gosta dela, mas deu a entender que essa personagem é muito fácil. Eu vejo a história dela e do Flame de certa forma ''boazinha'', até com um pouco de ação, mas é só isso. Com a atitude dela na história do Wrath ficou claro que não vai ser grande coisa. A menos que alguém se identifique com a personalidade dela.

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    5. Só pq uma mulher sabe o que ela quer, e não tem medo de demonstrar isso ela é fácil? Eu não vi ela dando em cima de mais ninguém sem ser o Flame, esses livros falam de atração ao extremo, um macho pode chegar em uma das mulheres e se atirar nelas e de boas, a Amanda faz isso é ela é fácil? Reveja isso mulher.

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  3. Eu li uma parte da história do flames com a Amanda e me irritou um pouco

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Onde? Não entendi achei que não havia sido criado foi e eu não sabia!?

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  4. Mds meu sonho é a autora fazer um livro do Jericho

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  5. Eu achei Amanda muito engraçada, mais parecia que vivia no cio a mulher 🤣🤣🤣🤣 só que gosto mais de mulheres com muita atitude, como a Jessie, amei o livro dela com Justice, ela é babadeira

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  6. A mulher de Darkness espero que seja babadeira tbm, terá q ser toda fodástica pra segurar a onda do olhar negro dele

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