terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 4

Capítulo Quatro
True virou, bravo por ter sido completamente enganado por Jeanie Shiver no
passado. Era uma desculpa pobre que ele tenha sido um prisioneiro no momento, o ponto
mais baixo de sua vida. A conexão que sentiu em direção a ela era uma mentira, um
passatempo por parte dela.
Era uma fria consolação que os conspiradores seriam mantidos muito perto ainda
assim tão distante. Polanitis tinha sido mal e Shiver era tão culpada quanto o macho.
Pareceu apropriado que ela sofreria o mesmo destino. True apenas queria sair do porão,
longe dela e do passado.
Ele deu três passos quando ela gritou e seus gritos começaram. Ele girou, a viu
sendo jogada da cadeira. Chris fez isto, suas mãos indo para seu nariz sangrento à
medida que xingava. Trey e Jordan reagiram tentando agarra-la, mas ela rolou,
engatinhando seu caminho para seus pés. Ela cambaleou em seus pés instáveis em
direção a Jericho. Ele ficou tenso quando o macho tentou segurá-la prendendo seus
quadris.
Ela gritou novamente e suas mãos fecharam, freneticamente batendo no peito do
macho. True chegou mais perto, sabendo que o macho podia contê-la. Seu joelho ergueu
e o primata rosnou, pego desprevenido. True estremeceu, entendendo que ela deu um
golpe direto quando o macho a largou e caiu de costas para agarrar a frente de suas
calças. Ele podia tê-la atingido enquanto caia, mas sabia que o macho resistiu bater em
uma fêmea de propósito. Ela era pequena o suficiente para derrubar com um soco.
Chris se recuperou primeiro, sangue por toda parte do seu rosto e mãos enquanto
se apressava para trás dela, sua intenção clara, enfrentar Shiver. Ira trançava o rosto do
humano e True rosnou certo que o macho causaria grande dano a ela.
— Não faça isso! — Apressou-se adiante, movendo-se mais rápido que o humano.
Ele enganchou um braço ao redor das costelas dela e mal a tirou do caminho quando o
membro da força tarefa ignorou sua ordem. O outro macho esfregou contra seu lado perto
de quase colidir, a caminho de bater no chão enquanto True a levava para além de seu
alcance.
True ergueu Jeanie em seus braços enquanto gritava novamente. Suas pernas
chutavam de modo selvagem e seus punhos bateram o ar. Ele olhou ao redor, procurando
por algum lugar para leva-la que ela não pudesse ser machucada se a colocasse no chão.
Não havia nenhum lugar. Ela resistia em seus braços e era difícil continuar segurando-a.
Ele apenas caiu no chão, seu traseiro em seu colo onde se sentou. Um grunhido
passou pelos seus lábios enquanto ajustava seu aperto nela e conseguiu prender seus
braços sobre os seios dela, a abraçando contra seu peito, uma mão a pressionando para
baixo, acima de suas costelas para mantê-la contida entre seus corpos. Sua outra mão
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agarrou seu cabelo molhado próximo a base de seu pescoço enquanto ele se debruçava
para frente, olhando para ela quando conseguiu impedi-la de sacudir sua cabeça.
— Já chega! — Rugiu. — Pare. — Estremeceu quando um dos seus pés bateu no
concreto, mas protegeu sua cabeça do mesmo destino.
Ela se acalmou em seus braços enquanto suas lutas cessavam. O modo que ela
olhou para ele com terror puro era algo que esperou nunca ver. Ele inalou, quase
sufocando no cheiro do seu medo. Tinha de ser uma emoção muito forte para ele sentir o
cheiro, o que o assegurou da sinceridade de sua resposta. Um humano não podia
falsificar esses tipos de reações físicas extremas que podiam ser captadas pelos sentidos
dos Espécies. A subida e descida do seu tórax o lembraram do perigo de ela ter um
ataque cardíaco. A droga que lhe foi dada causou algum tipo de dano? Ela arquejava,
aparentemente incapaz de recuperar sua respiração.
Ele limpou sua garganta, suavizado seu tom. — Calma. Inspire e expire. Diminua o
ritmo.
Ela olhou fixamente em seus olhos como se ele fosse um salva-vidas, mas
respondeu lambendo seus lábios, obviamente tentando fazer como ele instruiu.
— Consiga um maldito médico! — Trey gritou. — Agora!
— Eu ficarei bem, — Jericho rosnou baixo, sentando, mas manteve uma mão na
frente de sua virilha em um gesto protetor. — Dói muito, mas me dê um minuto.
— Não é para você. A fêmea está aflita. — Flame manteve sua distância. — Eu
posso sentir o cheiro dela.
— A cadela é louca, — Chris murmurou, empurrando-se do chão para uma posição
sentada. Ele atirou um olhar para True. — Eu acho que ela quebrou meu nariz quando ela
se jogou para trás em meu rosto e eu provavelmente arrebentei meu lábio quando eu
beijei o chão. Eu a teria pego se True não interferisse.
— Você bateu no chão com força, — Flame assinalou. — Isso pareceu doloroso.
— Foda-se. — O humano ficou no chão e verificou suas palmas. — Ótimo. Elas
estão sangrando também.
— Como você pode saber? Elas já estavam cobertas de sangue.
— Foda-se, Flame.
— Vocês dois calem a boca, — Trey exigiu, olhando fixamente para True. — Ela
está bem? Tanto tempo pensando que ela não devia estar algemada ou que ela evitaria
uma briga física conosco. — Ele girou para olhar para Jordan. — Eu disse para você
recuar, droga. Ela não é ex-soldado ou algum assassino. As mulheres entram em pânico
sob pressão demais. Espero que você tenha orgulho de si mesmo.
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True abaixou sua cabeça, olhando fixamente nos olhos de Shiver. Ela ainda olhava
para ele, seus olhos dilatados. Ele aliviou seu aperto. Sua respiração pareceu ter
diminuído para uma frequência mais normal.
— Por favor, — Shiver sussurrou, agora mole em seus braços. — Não deixe que
ele chegue perto de mim.
Ele franziu a testa, atirando um olhar para Chris. O macho podia tê-la machucado
se tivesse sucesso em pegá-la. Ela não era uma combinação para seu corpo mais pesado
e esmaga-la no chão de concreto podia ter causado muito dano.
— Ele não tocará em você.
— Eu não posso suportar isso.
Ele franziu a testa, perguntando-se se ela estiva tendo flashbacks de quando foi
presa. Ele caladamente jurou que Chris seria tirado de quaisquer deveres que envolviam
fêmeas até que fosse treinado melhor. Ela nunca devia ter sido tratada com tal descuido.
A experiência de quase morte a deixou traumatizada.
— Você não será machucada. Só mantenha a respiração lenta e constante.
O elevador abriu e Midnight se apressou para frente. Ela assistia a cena com uma
expressão horrenda e se aproximou depressa com uma seringa. Ele ajustou seus braços
para erguer Shiver um pouco mais em direção a ele para dar acesso livre à enfermeira da
parte de trás da fêmea. Midnight abaixou.
— Isto a deixará realmente mole, — Midnight prometeu, usando um pedaço de
algodão com álcool para esfregar um lugar na coxa de Shiver e suavemente inseriu a
agulha. — A atuação é rápida. Não a derrubará, mas ela não causará mais dificuldades.
Você quer leva-la ou eu devo fazer Paul trazer uma cadeira de rodas? Ela não poderá
andar em alguns segundos. Vai deixa-la um pouco sonolenta e muito doidona. Os planos
de fuga não estarão mais se formando em seu cérebro.
— Eu a levarei. — True não ia entrega-la para nenhum dos outros machos.
A fêmea assentiu e arrastou os roupões que cobriam Shiver, dobrando um pouco
do tecido entre seu antebraço e suas coxas. Midnight debruçou. — Você não quer deixala
exposta. Ela está nua debaixo do roupão.
Ele rangeu seus dentes de raiva. Ninguém mencionou isto. A escuridão da sala
onde ele agora se sentava era o motivo pelo qual os humanos não verm seu corpo
exposto muito claramente, mas os machos Espécies eram outro assunto. Jericho pareceu
inconsciente enquanto se recuperava de ter seus ovos esmagados, mas Flame não tinha
nenhuma desculpa. Ele olhou para o macho.
Flame levantou seus braços. — Eu não vi nada. Minha audição é ótima, mas meus
olhos estão totalmente cegos pelo fato que ela quase arrancou tudo.
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— Parabéns. — Midnight murmurou, girando para o macho ruivo. — Você soa tão
humano.
— Obrigado.
— Isso não foi um elogio. — Ela olhou de volta para True. — Siga-me. Nós a
colocaremos de volta na cama. — Ela se endireitou.
— Ela está sendo transferida para Fuller. — Trey chegou mais perto. — Dr. Harris
deu a luz verde que ela seria liberada para eles depois que acabarmos aqui. Seu novo
médico manterá um olho nela pelas próximas semanas. Levará uma hora para eles
enviarem um furgão. Converse com ela e veja se você pode conseguir respostas reais.
Ela não conseguia nem lidar com Jordan sendo um imbecil. Eu não quero pensar sobre
ela indo para lá.
Movimento em seus braços fez True olhar para baixo. Shiver mexeu uma de suas
mãos livres entre seus corpos e agarrou em sua camisa. Ficou tenso, esperando que ela
o arranhasse, começando outra briga. Ela não fez isso. Seus olhos alargaram enquanto
ela olhava fixamente para ele.
— Por favor, não deixe ele me matar. — Suas palavras um pouco arrastadas.
— Ele não irá. — True definitivamente iria ter uma conversa com Tim Oberto sobre
Chris.
— Ninguém aqui irá, — Trey jurou também. — Nós apenas planejamos te assustar
para tirar algumas respostas de você, mas Jordan levou isto muito longe. Eu juro que nós
interferíamos se ele tentasse bater em você.
Lágrimas encheram seus olhos e True odiou vê-las. Ela parecia tão frágil e fraca
naquele momento. Resistiu ao desejo de ajustar seu abraço para enxugá-las enquanto as
gotas molhadas deslizavam dos cantos dos seus olhos. Uma caiu sobre seu braço
superior nu onde ele ainda continuava segurando sua cabeça, agora a impedindo de bater
em lugar como também de esbarrar por aí.
— Eu fiz isto por você. Eu salvei você. — As palavras de Shiver ainda estavam
arrastadas. — Eu… senti dor por você.
— Eu posso ter dado demais, — Midnight avaliou. — Dr. Harris saiu para falar com
Justice assim eu apenas peguei um dos sedativos do armário. Eu só a injetei com
metade, mas pode ter sido muito forte.
— Ela está em perigo de ter uma overdose? — Preocupação imediata pela sua
segurança importunou True.
— Não. Mas ela pode desmaiar ou ficar extremamente drogada.
Bruscamente assentiu. — Certo.
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— Não vou. — Shiver soltou sua camisa e ergueu sua mão mais para o alto, seus
dedos esfregaram sua mandíbula. — Nunca ficarei bem novamente.
— Nós a colocaremos na cama até o furgão chegar. Eles podem leva-la, com a
maca e tudo. — Midnight girou, andando a passos largos em direção ao elevador.
True ergueu seu queixo saindo do toque de Shiver. As pontas dos seus dedos
acariciando-o fez coisas estranhas com seu corpo e ele se recusou permitir atingi-lo.
Flame se aproximou e se abaixou, segurando seu braço superior. Jericho se recuperou o
suficiente para se mover para seu outro lado, imitando a ação. Ambos os machos o
ajudaram a ficar em pé assim ele não tinha que largar a fêmea. Deu um aceno com a
cabeça rápido de agradecimento antes de seguir Midnight.
— Eu acordo gritando.
True parou bruscamente, olhando para ela. Suas lágrimas deslizavam pelo seu
rosto quando piscou para ele. Uma tensão comprimiu seu tórax. Odiou vê-la tão desolada.
— Ele me machucou tanto, mas era por você. Assim foi como eu sobrevivi.
— Você está bem agora. — Queria reassegura-la.
— Eu não estou. Estúpidos ataques de pânico. — Sua mão ergueu e ela a colocou
em seu pescoço. — Pensei que os tinha superado. Não tinha um em meses.
Ela sofre ataques de pânico? Ele franziu a testa, olhando seu rosto.
— Por favor, não deixe que ele chegue perto de mim.
— Chris não terá permissão para se aproximar de você.
— Polanitis, — ela murmurou, fechando seus olhos. — Ele me matará se tiver a
chance.
Todo músculo em seu corpo endureceu. — O que?
Seus olhos abriram, brilhando com novas lágrimas. — Ele estará tão bravo. Não o
deixe chegar perto de mim. Eu estou morta.
Raiva subiu e queimou. — Seu amigo íntimo terá muito prazer em ver você.
Ela alargou os olhos e seus lábios separaram. — O que?
— Seu amigo terá muito prazer em ver você, — repetiu.
Ela se mexeu em seus braços e girou sua cabeça, enterrando seu rosto contra seu
tórax. — Você cheira bem.
Seu pênis mexeu e rangeu seus dentes, caminhando novamente em direção ao
elevador. Midnight esperava, mantendo as portas abertas. Ela enrugou seu nariz quando
empurrou o botão para o andar acima deles, esmurrando o código para ativar o elevador.
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— Ela precisa de outro banho. Presumo que você a tenha assustado. Você
conseguiu as informações que precisava? O fedor de seu medo é forte.
— Ela não cheira mal.
Midnight encolheu os ombros. — Cheira mal para mim. É um doce enjoado.
Ele inalou, odiando o modo que sua metade mais baixa estava ainda
comprometida. A semiereção não era bem-vinda, nem o desejo de correr seu nariz ao
longo da garganta de Shiver. Queria cobri-la com seu corpo até que ela se sentisse
protegida e o cheiro enfraquecesse de sua pele. O desejo de lambê-la para obter um
sabor o irritou. Eram os instintos animais, reconheceu, mas não se entendeu bem com a
parte racional dele.
Shiver girou sua cabeça, olhando fixamente para ele novamente.
— Você não respondeu minha pergunta. Você conseguiu tirar as informações da
fêmea? — Midnight saiu do elevador quando as portas abriram, levando-os de volta para
os quartos de pacientes.
— Não. Ela está sendo enviada para Fuller. Eles tentarão ganhar informações que
nós não conseguimos.
— Aquele lugar me dá arrepios. — Midnight apontou para a cama. — Apenas a
coloque naquilo e eu pelo menos darei um banho de esponja nela. Fique aí até eu
retornar. Eu posso também mudar sua roupa. Eles acabaram de enviar suéteres que
deverão servir nela.
— Os humanos não notarão o cheiro dela.
— Eu sim e fui deixada para tomar conta dela até o furgão chegar. Ela não devia
ser deixada sozinha. Eu voltarei logo.
True suavemente abaixou Shiver na cama e tentou soltá-la, mas ela agarrou sua
camisa com ambas as mãos. Ela puxou, fazendo-o chegar mais perto até que sua boca
estava muito perto da dela. Respirou por ela em vez de pelo seu nariz, achando que o
cheiro dela seria até mais tentador de tão perto. Ele olhou em seus olhos, surpreendido
por ver medo lá novamente.
— Por favor, me proteja. Eu fiz isso por você.
Ele esticou a mão e agarrou sua bochecha. Sua pele era suave, até demais. Queria
acaricia-la. — Você está fortemente drogada, mas segura.
— Eu a ouvi. Não me mande onde Polanitis está. — Choramingou. — Eu estou
morta se você fizer isso.
— Você não será morta. Nós não fazemos isso com fêmeas.
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Ela lutou para se sentar e ele recuou um pouco, assistindo-a enquanto ela parecia
também lutar com a droga em seu sistema. Seu olhar arregalou um pouco enquanto
freneticamente olhava em volta. — Esconda-me.
— Jeanie. — Usar seu primeiro nome pareceu apropriado naquele momento e
estranho ao mesmo tempo. — Deite-se de volta.
Ela agarrou sua mão com ambas as dela, agarrando para isto. — Eu salvei você.
— Você disse isto.
— Você não acredita em mim. — As lágrimas deslizaram por suas bochechas. —
Como você pode fazer isto comigo depois do que eu fiz?
—Você...
— Eles iriam matar você. Levar você para o inferno. — Ela abaixou a voz para um
sussurro. — Eu fui pega chorando por causa de você. Não podia aguentar ver os guardas
batendo em você. Ele teria nos matado então fiz o acordo. Eu mantive isto por você ou
teria apenas fugido. Eu não podia fugir, entretanto, porque não podia deixar você lá. —
Olhou ao redor, um olhar desesperado em seus olhos, antes de olhar fixamente para ele
novamente.
— Você precisa se acalmar. — A droga estava deixando-a instável e irracional. Ela
murmurava tolices.
— Acalmar? — Sua voz se elevou. — Você sabe o que ele fez comigo? O que
sofri? Como chorei e… — Sua voz diminuiu e ela franziu a testa, soltando sua atenção
para suas mãos entrelaçadas. — Eu não deveria dizer isso a você. Você nunca pode
saber.
Ele se debruçou para mais perto, em alerta. — O que eu não posso nunca saber?
Jeanie? Diga-me. — Ela poderia dizer algo importante que podia ajuda-los a achar outros.
Ela franziu a testa, absorvida com sua mão. Seus dedos exploraram a curva de
suas juntas. — O que?
— Diga-me o que eu não posso nunca saber.
Seus movimentos paralisaram, mas tentou agarra-lo novamente. — Eu permiti que
ele fizesse coisas comigo.
True levantou-se, endireitando-se de sua posição curvada. Levou muito controle
para não arrancar sua mão do seu aperto. Seus lábios separaram enquanto mordia de
volta um grunhido. Não queria ouvir todos os detalhes de como ela ferrou com os
Espécies, incluindo ele. Criou um lugar dolorido em seu orgulho. Ele também temeu que
ela confessasse que Polanitis era mais para ela que um colega de trabalho. A ideia o
enjoou e o enfureceu ao mesmo tempo.
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— Não fique bravo comigo. Eles me machucaram tanto, 710, — sussurrou. — Mas
isso nos manteve vivos. Assim foi como eu sobrevivi. — Ergueu seu queixo, seu olhar
desfocado, nublado das drogas. Ela sorriu para ele depois. — Você está livre. Isto é tudo
o que importa. Eu suportei por uma razão. Olhe para você.
Ele abaixou, estudando-a. Viu alguns humanos da força tarefa bêbados. Foi isso
que ela o lembrou com aquele olhar vago e como ela afundava um pouco onde se
sentava. Ela estava vulnerável naquele momento. Os humanos abaixam suas guardas
depois de consumir muito bebidas alcoólicas e conversam muito livremente. Suas
palavras faziam pouco sentido, mas estava muito indisposta para mentir.
— Polanitis machucou você?
Lágrimas frescas brilharam em seus bonitos olhos. — Eu fiz o acordo. Eles
mudaram suas drogas. Sem mais surras.
Ele segurou sua respiração, suas palavras ativaram a memória.
— Ele ordenou que você fosse morto. — Sua voz abaixou para um sussurro. —
Novas drogas projetadas para virar Novas Espécies contra Novas Espécies. Eu disse isso
ao Agente Brice para advertir a ONE sobre elas. — Cavou suas unhas em sua mão
quando tentou agarra-lo mais apertado. — Eu fiz o acordo e ele teve que retornar você a
sua cela. — Ela assentiu, suas lágrimas parando, e o foco em sua mão novamente. Seu
aperto aliviou enquanto acariciava seu dedo polegar, localizando o calo na superfície. —
Eu não culpo você por ser a alavanca, 710. Era minha escolha. Eu não lamento o inferno
que sofri porque conseguiu deixar você vivo. Não era sua culpa. Nós estávamos ambos
presos.
Alavanca. Essa única palavra o fez voltar ao passado para sua cela quando
Polanitis ameaçou ter uma fêmea estuprada se ele não concordasse com suas
demandas. Ele usou aquele termo depois, dizendo-lhe que era isso que ele era.
— Alavanca? — Sussurrou, esperando que ela dissesse mais.
Ela assentiu e caiu para seu lado, mas recusou largar a mão dele enquanto
enrolava em uma bola. Seus olhos fecharam enquanto bocejava.
— Jeanie? — Rosnou seu nome. — Alavanca? Diga-me sobre isto. É importante.
Ela puxou sua mão contra seu peito, apertando-o próximo a seus seios flexíveis,
coberto apenas pelo material fino. Suas juntas sentiram o calor dela. — Eu não iria deixar
você morrer. Eu os deixei fazer qualquer coisa comigo desde que mantivessem você vivo.
— O que eles fizeram com você?
Ela enrolou em uma bola mais apertada.
— Diga-me, — exigiu grosseiramente, seu tom mais severo do que ele pretendia.
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Seus olhos abriram enquanto estremecia, aparentemente assustada. Seu olhar
desfocado procurou e achou seu rosto.
— O que Polanitis fez com você que me manteve vivo?
A dor gravada em suas características delicadas o rasgou. — Qualquer coisa. Eu
disse ao Agente Brice, esperando que ele conseguisse o mandato mais rápido para nos
ajudar. — Um pequeno gemido passou por seus lábios. — Polanitis me machucou 710.
Eu queria morrer às vezes, mas sabia que não podia desistir até que você estivesse livre.
— Deu um respiração irregular, quase um soluço. — Você me deu coragem para ir para
aquele novo lugar que o Agente Brice me enviou. Eu tinha que salvar os outros.
Sua mão livre fechou, ira crescente pelo que ele suspeitava. — Ele montou você
contra sua vontade?
Ela fechou seus olhos, seu rosto virando na cama.
— Jeanie, olhe para mim!
Ela olhou e quase desejou que não tivesse olhado. Enquanto ela olhava fixamente
para ele com angústia identificou os sinais de sofrimento puro. A suspeita que o encheu
sobre o que aquele monstro era capaz, do tipo de ameaças que ele fez a True sobre os
Espécies, o levou a aplicar isto em Jeanie. O macho estupraria, ou mandaria os guardas
estuprarem, um humano?
— Jeanie! — Rosnou. — Ele montou você a força?
Ela não olhou para ele. — Tanta dor.
Ele suavemente esticou a mão e segurou sua mandíbula, girando sua cabeça. A
leve vermelhidão do toque grosseiro de Jordan o enraivou. Levou muito controle para ficar
atrás quando o interrogador da força tarefa usou aquelas táticas, mas sabia que nenhum
mal real iria ser feito para ela. Arrependeu-se disto, já que o macho deixou marcas fracas.
Ela não lutou quando ele se debruçou para olhar atentamente em seus olhos frágeis.
— O que Polanitis fez com você?
— Testes, — sussurrou. — Injeções. Eu gritava. Minha pele estava queimando e…
tanta dor. — Sua voz quebrou e torceu seu rosto para longe.
Permitiu isto ser absorvido, se recuperando das suas revelações. Existia só uma
droga dada para os Espécies com esse resultado. Ele fechou seus joelhos para manter-se
na vertical quando eles ameaçaram ceder. Sua mente correu para pensar em razões do
porquê eles dariam aquela droga a Jeanie, todas elas horríveis. Embora ela morreria com
essa droga. Não era possível. Pareceu mais possível que ela estivesse só confusa,
falando sobre a reação de um macho à droga de procriação.
Jeanie tinha sido sujeita a um macho louco drogado que teria sido enviado em
delírio para fazer sexo com uma fêmea? Ele recusou compartilhar sexo com ela, mas
outros concordaram? Teria sido violento já que ela era humana, um alvo para suas iras.
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As imagens do que ela teria suportado estavam o enjoando. Como ela sequer teria
sobrevivido?
— Você concordou em ajuda-los com as experiências de droga de procriação para
me salvar no dia que eles me mandaram para fora daquele edifício, o qual ninguém do
meu tipo nunca retornou. Não é?
— Sim.
Ele fechou os olhos, fervendo. Aquele dia nunca fez sentido para ele, mas o que
ela disse encaixou. Ela sempre foi amável, mas permitiria que um monstro a prejudicasse
para salvar a vida dele? Ele abriu seus olhos, mas os dela estavam fechados.
— Jeanie? Diga-me mais sobre aquele dia.
Ela não falou.
— Jeanie?
— Ela está fora de combate, — Midnight declarou por detrás dele. — Eu dei a ela
sedativo demais. Ela não vai despertar por horas.
Ele torceu sua cabeça, surpreso que ela estava logo atrás dele.
— Você estava muito atento a ela e isto foi deixado do lado de fora da porta por um
carro. Ouvi a maior parte. — Midnight ajustou a pilha de roupas em seus braços e esticou
a mão para descansar uma de suas mãos na curva de seu braço, dando a ele um
confortante aperto. — Ela seria incapaz de mentir enquanto estivesse tão drogada. Eu
acho que o mistério está resolvido. Você tem sua resposta agora do porquê eles
devolveram você para sua cela e mudaram sua droga de teste para outra. Ela fez um
acordo com um humano para salvar sua vida. — Ela segurou seu olhar. — Eu me lembro
de quanto você disse que isso te incomodava quando nós conversamos depois que foi
libertado.
— Por que ela faria isto?
Midnight encolheu os ombros. — Eu não estou certa. Nós cedíamos em algumas
das exigências de Mercile quando eles ameaçavam outro Espécie. — Ela pausou. — Ela
é humana. Ela se importaria o suficiente com um de nós para fazer o mesmo?
Ele girou sua cabeça, assistindo Shiver dormir.
— De qualquer modo, ela não parece ser um humano sem compaixão, True. Eu vi
suas expressões. Ela suportou o que fizeram, mas ela está danificada.
Ele soltou a mão de Shiver e se levantou. Midnight o largou quando ele saiu do
alcance dela. — Danificada?
— Você nunca se recuperou completamente de ser forçado, — ela suavemente
declarou. — Você não está pensando o que estou? Só algumas fêmeas foram
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recuperadas de Drackwood. Dez de uma proporção macho-fêmea. Nem mesmo a Mercile
seria estúpida o suficiente para enviar uma de nós para todos aqueles machos com
drogas de procriação. Nós não teríamos vivido por muito tempo. — Midnight esticou a
mão e tirou uma mecha de cabelo da bochecha de Jeanie. — Pobre humana. Ela não
parece forte ou robusta o suficiente para sobreviver, não é?
Teve que andar para longe da cama. — Eles não colocariam um humano à mercê
de um de nossos machos drogados.
Midnight suspirou. — Ela não teria lutado com o macho para proteger seu corpo se
estivesse também drogada. Pode ter sido assim que ela sobreviveu. Nem todo macho
conversa com outros sobre o que aconteceu com eles durante o cativeiro. — Afastou-se
da cama também, segurando seu olhar. — Especialmente se um humano foi trazido para
eles. Eles não poderiam reter a memória de quem ou o que ela era. Ninguém aprecia
discutir essas coisas já que não são as memórias mais agradáveis de compartilhar. Os
machos estavam loucos de dor e era pavoroso para nós fêmeas. Nós nunca sabíamos se
sobreviveríamos. — Ela fez uma cara feia. — Ela descreveu exatamente o tipo de reação
que os tinham usando a droga de procriação. Merda. Eles realmente a deram para ela.
Flashbacks encheram sua mente da única vez em sua vida que ele foi dosado. —
Eles não iriam fazer isso. Nenhum humano poderia sobreviver a um macho drogado. Eu
sei disso porque fui drogado. Ela não poderia ter resistido à dor se em vez disso eles a
drogassem. Seu corpo é muito delicado. Seu coração pararia.
— Soa como se eles fizeram, — Midnight protestou. — Faz sentido que eles a
drogariam também. Ela estaria doida com a necessidade de fazer sexo, excitada, e um
macho não a mataria se ela não tentasse lutar com ele. Ele estaria mais interessado em
monta-la se ela estivesse preparada para ele. — Esticou a mão para cima e acariciou a
cabeça de Jeanie. — A dor da droga teria sido insuportável então qualquer tratamento
grosseiro do macho não podia ter sido muito pior.
O temperamento de True explodiu. Ele não concordou com avaliação de Midnight.
A lógica dizia que se ela fosse drogada, os machos provavelmente não tinham sido.
Nunca ouviu falar de ambas as partes sendo drogadas ao mesmo tempo. Significaria que
o macho estava totalmente em controle de suas ações, ainda assim concordou com a
experiência. Também explicava porque ela não foi morta. O macho poderia ter sido
cuidadoso em não infligir dano na fêmea impotente, drogada. Polanitis deve ter feito um
acordo com outros machos e eles concordaram. Sua ira cresceu até que suor apareceu e
não pôde nem falar.
— Quem é este Agente Brice? — Midnight olhou fixamente para ele, parecendo
notar o quão perto ele estava de bater em algo quando ela esfregou seu braço. Era um
gesto para tranquiliza-lo. — Ela o mencionou algumas vezes. Ela o advertiu sobre uma
droga que viraria Espécie contra Espécie. Foi isso que ouvi, não foi? Você acha que esta
é a droga que foi usada em Moon? Ele atacou todo mundo. Ela também disse que Brice
deveria ajudar. O que é um mandato?
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Ele sentiu gratidão que ela levou a conversa para um tópico mais seguro, sabia que
era de propósito. — Ela disse que ele era um agente que trabalhou para a ONE e ele
exigira provas que Espécies existiam quando ela os localizou. Um mandato é uma palavra
humana para sua lei que permite revistas e prisões.
Midnight girou, esvaziando as roupas em um balcão, e sentou-se na cadeira. —
Você não acreditou nela?
— Não.
— Ela está tão drogada que acredito nela. Esta pessoa existe.
— Você tem certeza que ela não podia estar nos manipulando?
— Eu trabalho no Centro Médico. Você devia ouvir o que vocês machos dizem
quando são injetados com essa coisa. — Ela rolou seus olhos e então sorriu. — Book fica
excitado com a Dra. Trisha toda vez que ele a vê e confessou que às vezes se machuca
de propósito quando ela está aqui só para sentir o seu toque. Slade o mataria se
soubesse. Você acha que ele um dia admitiria isso se tivesse uma escolha?
Ele agitou sua cabeça.
— Flame chorou como um bebê dois meses atrás quando foi dopado depois de se
machucar quando seu ombro foi deslocado durante um treino, divagando sobre uma
humana. Ele tem uma queda por ela, mas é muito teimoso para ir atrás do que quer. Ele
descobriu que ela foi quase morta por algum humano em quem confiava e ele não quer
que ela lide com a besteira que nós conseguimos de nossos inimigos. Ele se importa
demais para arriscar lhe causar qualquer dificuldade emocional por sua causa.
— Amanda. — True ouviu a história, mas era difícil de acreditar que Flame
derramaria lágrimas.
— Sim. Este é o nome. — Midnight debruçou para adiante, sua voz abaixando. —
Fury? Ele mantém um par de roupas íntimas de Ellie no bolso de seu uniforme. Usadas.
Ele gosta de cheira-las quando sente a falta dela, jurando que isto o afasta de correr para
casa e de irritar todo mundo porque ele abandonou seus deveres para ir enterrar seu
nariz em seu colo. O cheiro o acalma e ele se sente mais perto dela. Foi isso que ele
confessou quando endoidou na sala de parto quando Salvation nasceu. O doutor sedou
seu traseiro para impedi-lo de nos despedaçar toda vez que sua companheira gritava de
dor. Ele queria que todo mundo sofresse do jeito que ela sofreu.
Midnight sorriu. — Eu acho que os humanos chamariam isso de escravo da vagina
ao extremo, mas você nunca repetirá isto. Ele bateria em quem dissesse isto. Eles estão
acasalados por mais tempo. Eu acho que o cheiro da fêmea é um vício que só fica pior
como o passar do tempo. Isso me deixa parcialmente alarmada, mas às vezes curiosa
para ver como seria ter um macho viciado me cheirando.
True olhou para Jeanie, depois de volta para Midnight. — Você é acasalada com o
Dr. Harris mais jovem. — Eles têm dois Drs. Harris, um mais jovem e um mais velho.
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— Ele chama disto, mas não é um acasalamento real. Ele não é Espécie. Eu digo
isto, também, porque não quero machucar seus sentimentos.
— Ellie e a Dra. Trisha não são Espécies, mas elas são acasaladas.
Ela mordeu seu lábio, hesitou, e suspirou. — Nossos machos fazem o
acasalamento, True. Eles são quem tem os instintos mais fortes para cimentar o laço. As
fêmeas humanas são submissas o suficiente para permitir que isso aconteça. Os machos
humanos não são dominantes o suficiente para uma fêmea Espécie. Eu tenho
sentimentos muito fortes pelo meu humano e ele normalmente me faz feliz, mas há uma
distância entre nós. Você entende? Ele não está em sintonia com as minhas
necessidades do jeito que um companheiro estaria. Estou bem com isso no momento,
mas isso não significa que não tenho momentos de inveja por companheiros reais. Eu
posso garantir que ele nunca carregará meu cheiro por aí com ele ou precisará correr
para casa para me montar só porque passou algumas horas.
— Por quê?
— Ele não tem nosso forte desejo sexual. — Levantou-se. — Os humanos podem
aquentar o toque de outros depois que reivindicam um companheiro. Espécies não podem
porque outras fêmeas cheiram mal depois que formam um elo.
— Seu companheiro busca outras fêmeas? — Horrorizou-se True.
— Você o vê com o corpo engessado? O medo é uma motivação forte para ele ser
leal já que me certifiquei que ele saiba que eu a cheiraria nele se ele fosse um dia infiel,
ainda que posteriormente tome banho. — Ela compassou. — Isto é o suficiente sobre
minha vida. Eu não quero discutir isto. Diga-me tudo que sua humana disse sobre este
Agente Brice. Eu tenho lido romances de mistério. Sou boa em descobrir pistas.
True rosnou. — A força tarefa ligou para Fuller para transferi-la para lá.
— Vai ser difícil fazer mais perguntas quando ela acordar se não estiver mais aqui.
Nós precisamos daquelas respostas para descobrir.
Ele chegou mais perto da cama. Polanitis vivia em Fuller e era claro que ele foi o
responsável pelo que aconteceu a Jeanie. — Eu não permitirei que eles a levem para
perto daquele monstro, Polanitis.
— Não será sua decisão. Você precisa compartilhar o que nós descobrimos com
Justice.
True rosnou, seu temperamento crescendo para uma sensação incandescente
dentro de seu tórax. Não gostou da ideia de que sua vida e futuro estavam nas mãos de
outro macho. — Harris deixou de cuidar dela assim eles podiam transferi-la para Fuller,
correto?
— Sim. Ela precisará de exames regulares, mas qualquer doutor fará. Nós não
mantemos prisioneiros humanos aqui depois que eles estão fora de perigo.
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— Você está certa de que ela não sofrerá uma overdose com sedativo que deu a
ela?
— Ela acordará bem em algumas horas. Nós saberíamos até agora se ela tivesse
uma reação adversa.
Ele carregou Jeanie em seus braços, segurando-a suavemente contra seu peito e
girou. — Diga a eles que ela está comigo. Ela vai ficar em Homeland.
As sobrancelhas de Midnight levantaram. — Eu não acho que isso funcionará.
Ele rosnou. — Eu lutarei com qualquer um que tentar tirá-la de mim. Ela é minha
para proteger.
—Você precisa esclarecer isso com Justice.
— Não preciso. Eu assumo total responsabilidade por ela. Dê-me cinco minutos
antes de você fazer o telefonema para informa-los que a levei para casa. Ela estará
segura comigo.
— No dormitório dos homens?
— Sim.
— True, seja razoável. — Midnight se levantou. — Apenas deixe-os saber o que
está acontecendo e nós não a mandaremos para Fuller. Estou certa de que Justice, Fury
e Slade terão muito prazer em vir aqui para discutir isto com você se estiver preocupado
em deixa-la sozinha. Eu não permitirei que ninguém a leve até que você retorne se
desejar ir pela burocracia. Eu sou sua amiga e você pode confiar em mim para protegê-la.
— Ela já passou pelo suficiente. Eu só quero que ela acorde em algum lugar
seguro.
A Espécie balançou sua cabeça. — Eu acho que ela se sentirá mais segura se
você a retornasse para aquela cama e eu fosse o primeiro rosto que ela veria. Eu não fui
a mais amável com ela, mas foi porque acreditei que ela era nossa inimiga. Aprendi o
contrário.
— Diga-lhes que ela está comigo. — Ele caminhou adiante, o desejo para leva-la
para sua casa muito dominante para resistir. — Ela ficará dentro da minha casa até que
enão esteja mais em qualquer perigo de ser enviada para Fuller.
— Eu quero ajudar você a entender isso.
Ele pausou na porta. — Passe o que nós descobrimos para nosso pessoal. Eu
conversarei com ela quando não estiver drogada e conseguirei mais detalhes. Obrigado
pela sua ajuda.
— Espere! — Midnight agarrou um cobertor e cobriu Jeanie com isto. — Ela fica
com frio facilmente.
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