Capítulo Um
Darkness
olhou para o espelho. Vapor preenchia o pequeno banheiro pela água correndo,
mas ele permanecia parado lá, ao invés de estar sob o jato d’água. Um pouco de
sangue seco marcava uma bochecha e sua testa.
Ele
olhou para baixo, para as mãos, onde ele agarrou a borda da pia. Uma junta
estava inchada com a força do soco. Jerry Boris estava vivo, mas precisava de
atendimento médico. Parte dele se arrependia por não ter matado o bastardo,
outra parte estava surpresa que ele fora capaz de parar. A porta se abriu atrás
dele e virou a cabeça para olhar para a fêmea.
—
Eu queria ver como você estava. – Ela sussurrou.
—
Estou bem, Bluebird. – Ele não viu horror no olhar dela, apenas tristeza e
preocupação.
Ela
hesitou antes de caminhar no banheiro e fechar a porta atrás dela.
—
Eles o enviaram para o Centro Médico. Você fez o que tinha que fazer. A força
tarefa vai montar um time e colocar o local sob vigilância. Eles querem mais
fatos antes de recuperar a Presente. A pessoa que tem ela pode ter mais homens
e eles querem localizá-los e entrar com tudo, no caso dela ter sido movida, se
ela estiver viva.
—
Obrigado. Vou tomar um banho e então vou retornar ao meu posto. – Ele se
afastou da pia, alcançando a camisa ensanguentada para removê-la.
—
Você quer ajuda? – Ela não saiu.
—
Eu posso me banhar sozinho. – A oferta o atordoou e ele deslizou o olhar de
volta na direção dela.
—
Você quer companhia? Eu sei que foi duro para você, mas ele se recusou a
quebrar. Algumas vezes a violência é a única solução.
—
Como é que você sabe? – Ele lamentou as palavras tão logo elas saíram dos seus
lábios. Não era culpa dela que o interrogatório acabara daquele jeito. O humano
havia se recusado a entregar a localização da Presente até que foi forçado a se
decidir por sua vida. – Me desculpe isso foi desnecessário.
—
Você é gentil, Darkness. Você tenta esconder isso, mas eu sei que você não
gostou de machucar aquele humano. Você não pode sair da sala rápido o
suficiente uma vez
que ele disse o que precisávamos saber.
Tive que me controlar para não força-lo a falar. Você provavelmente salvou uma
vida. A Presente talvez seja recuperada por causa de suas ações.
—
Espero que sim.
—
Eu poderia fazer você esquecer o que aconteceu. – Ela olhou para o corpo dele.
—
Você poderia me distrair por pouco tempo, mas eu nunca vou esquecer.
—
É muito duro consigo mesmo. – Ela olhou dentro dos olhos dele.
Darkness
se manteve quieto, não querendo dizer a ela que merecia.
—
Você é. – Ela insistiu. – Não sei muito sobre seus antecedentes porque você não
fala sobre isso, mas eu percebi que foi mais difícil do que a maior parte de
nós enfrentou. Quer conversar? Não vou repetir nada do que você disser. Você
deveria ter alguém para colocar pra fora. Esta é uma parte importante do
processo de cura.
—
Algumas feridas são muito profundas. – Ele murmurou.
—
Isso não ajuda quando você não vai nem mesmo tentar. – Ela se aproximou. –
Deixe-me acalmá-lo. Estou oferecendo amizade e conforto.
—
Eu agradeço, mas sexo não é o caminho.
—
Tudo bem. – O queixo dela se ergueu. – Não precisamos compartilhar sexo, mas
você poderia conversar comigo.
—
O que você quer saber? – A raiva surgiu, mas ele a sufocou. As intenções de
Bluebird eram boas, ele aceitava e confiava nisso. – Fui treinado para matar e
a violência que você enfrentou foi apenas o começo do que enfrentei. Isso me
fez congelar por dentro. Me recuso a permitir que alguém se aproxime.
—
Então você sabe qual é o problema. Mudança. Somos livres agora para fazer
qualquer coisa possível, se quisermos isso.
—
Não quero depender dos outros ou me preocupar demasiadamente sobre nada. Gosto
de estar entorpecido.
—
Você se preocupa com os Espécies.
—
Eu o faço, mas há uma linha que não vou cruzar. – Ele apontou uma linha no chão
entre eles. – Aqui está uma. Preciso me banhar e voltar ao meu posto. Agradeço
sua oferta, mas eu declino. Não leve isso de modo pessoal. Não é.
— Não sou do seu tipo? Todo mundo tem
uma preferência. As Presentes te apetecem? Ou talvez uma das primatas? Estamos
cercados de humanos, também. Elas são pequenas e mais suaves que as fêmeas
Espécies. Posso falar com algumas delas para descobrir se alguma delas está
interessada em compartilhar sexo.
—
Não importa o tamanho ou força, Bluebird. É qualquer mulher.
—
Você prefere machos? – Os olhos dela se arregalaram, ela respirou fortemente. –
Não sei de nenhum que é sexualmente atraído por outros de nós. Podemos ver se
um dos empregados são, no entanto.
—
Mas que droga. - Darkness correu os dedos pelos cabelos, esquecendo que estavam
ensanguentados. Ele precisava cortá-los, quase estavam tocando seus ombros,
mais longos do que ele gostava, e eram quase outra lembrança do passado do qual
ele queria distância. – Não é isso tampouco. Você é a segunda pessoal que me
pergunta isso, sou atraído por fêmeas. É só que...
—
O quê? Termine o que ia dizer. Eu não vou julgar.
—
Eu não quero sentir tanto novamente e fêmeas são uma fraqueza. – Ele deixou as
mãos cair ao lado do corpo e suspirou. – Eu confiei uma vez e a pessoa com quem
eu me importava pagou o preço. Algo dentro de mim morreu e não estou sofrendo
sua perda. Gosto de ser solitário e no controle. Sou livre e essa é minha
escolha.
—
Você nunca se sente solitário, no entanto? – Bluebird aceitou com um aceno. –
Deseja abraçar alguém ou ser tocado?
—
Não. Isso é apenas uma lembrança do passado. O único momento em que sou
completamente livre é quando estou sozinho.
—
Lamento pelo que foi feito com você, Darkness. – Ela olhou para ele. – Apenas
saiba que nos preocupamos com você e se você algum dia mudar de ideia, tudo o
que tem que fazer é se aproximar. Nós estaremos lá.
—
Obrigado. Isso significa muito.
Bluebird
se virou, mas pausou na porta para olhar por sobre o ombro.
—
Ninguém vai te culpar se você terminar com essa merda e for para casa. Isso foi
intenso para todos.
—
Eu sou diferente. – Ele relembrou a ela. – Dê-me quinze minutos e vou estar de
volta no uniforme.
—
Você é teimoso. – Ela sorriu apesar disso. – Você tem meu respeito.
Darkness a assistiu ir embora e se
despiu do resto das roupas. A última coisa que queria era ir para casa e ouvir
o silêncio. Ele odiara cada momento dentro da sala de interrogatório. Boris
fora um verdadeiro filho da puta que mereceu cada coisa que havia feito, mas o
fato de que ele tinha gostado de infligir dor no pedaço de merda não caiu bem
nele.
Ele
esfregou a pele e lavou os cabelos, levou apenas dez minutos para se vestir e
voltar para a Segurança. Darkness olhou ao redor, mas ninguém parecia surpreso
ou desconfortável por sua chegada. Bluebird foi a única que sorriu do seu
assento na frente das telas dos monitores que providenciavam imagens ao redor
de Homeland.
—
O que está acontecendo?
—
Nada demais. – Flame respondeu. – Apenas permitimos que dois caminhões
entrassem para entregar os suprimentos de comida. Justice terminou um encontro
com uma repórter, dando uma história nossa e ele tem outra vindo até ele em
quinze minutos.
—
Pobre bastardo. – Darkness murmurou.
—
Estou feliz que não sou o cara que vai responder a todas as questões. – Flame
acenou em simpatia. – A força-tarefa saiu para se reunir na sede. Quer saber o
que temos? – Ele apontou para os dois machos do outro lado da sala, com a
atenção fixada nos computadores. – Eles estão rastreando toda informação que
podem consegui sobre o nome que Boris nos deu.
Darkness
não queria estar envolvido. Ele tinha obtido a localização da Presente, não era
seu trabalho ir atrás dela. Gostava de ficar nas terras da ONE.
—
O que mais está acontecendo?
—
Nada mais. – Flame segurou um aparelho eletrônico portátil, rolando-o enquanto
lia. – Ah, o novo instrutor está a caminho e vai chegar logo.
—
Que instrutor? – Ele pestanejou.
—
Um forense. – Excitação enlaçou a voz de Flame. – Tiger pediu alguém para vir
nos ensinar sobre os procedimentos policiais para pegar evidências. Isso vai
ser divertido.
—
Divertido? – Darkness arqueou uma sobrancelha.
—
Você não assistiu aqueles seriados na televisão? Vamos resolver crimes antes
que você saiba disso. Estou olhando para o futuro para aprender como pegar
impressões digitais.
— Que crimes? Isto é Homeland. É com o
mundo lá fora que precisamos nos preocupar e a força-tarefa lida com isso.
—
Tiger perguntou o que íamos gostar de aprender e votamos em um instrutor de
ciência forense. – Um pouco da alegria desapareceu das feições de Flame.
Arrependimento
pulou dentro de Darkness. Ele não queria acabar com as coisas boas para os
outros machos.
—
Eu não assisto muito televisão, mas tenho certeza que é muito interessante se
isso ganhou por maioria de votos. Vou ter certeza de parar para checar isso.
Talvez eu possa aprender algo novo e tenho certeza que vou encontrar as
matérias úteis.
—
Isto é fascinante. – Flame sorriu.
—
Vou aceitar sua palavra sobre isso. Onde o instrutor vai ficar? As acomodações
humanas estão prontas? Os antecedentes foram checados?
—
Foi de último minuto, mas tenho certeza que estamos com isso.
—
Cheque duas vezes.
—
Okay. – Flame se apressou.
A
porta se abriu e Breeze entrou, ela sorria enquanto se aproximava dele.
—
Bom trabalho, fodão. Eu ouvi que você quebrou aquele filho da puta e o fez
guinchar como o porco que ele é. – Ela parou, erguendo a mão acima da cabeça.
Ele
olhou para ela, pestanejando.
—
High Five. Bata aqui.
Darkness
se recusou a bater a palma na dela.
—
Estraga prazeres. – Ela murmurou, abaixando o braço. – Me apresentando para o
trabalho. Sei que estou uma hora adiantada, mas estou entediada. Algo está
acontecendo?
—
Coisas típicas. Entregas, repórteres e um novo instrutor.
—
Maravilha. – Ela sorriu. – O forense? Mal posso esperar. Fiz uma lista de
questões que quero perguntar, começando com o porquê demora tanto para pegar os
resultados toxicológicos depois de uma autopsia. Sabia que pode demorar
semanas?
—
Não.
— Ele já está aqui? Assim que poderia
pegar o cérebro dele.
—
Ele está a caminho a qualquer momento.
—
Ótimo. Eu vou servir e trabalhar no portão. – Breeze caminhou poucos passos
antes de se virar, um sorriso no rosto. – Odeio vestir o colete, mas não quero
que os humanos se apaixonem por mim. Eles não podem lidar com tudo isso. – Ela
piscou antes de desaparecer dentro de uma das salas.
Os
cantos de sua boca se ergueram, mas Darkness se recusou a rir. Breeze sempre
surpreendia, dizendo coisas escandalosas. Ela deixava todos à vontade – um
presente raro. O seu foi incutir medo nos outros. Aquela observação apurada
escureceu sua disposição enquanto cruzava a sala, vendo os monitores.
—
É um dia calmo para os protestantes. – Bluebird anunciou.
—
Bom.
A
porta se abriu novamente e Trey Roberts entrou. O humano líder do time da
força-tarefa olhou ao redor, finalmente encontrando sua figura e se aproximou.
Darkness se tencionou.
—
Estava procurando por você.
—
O humano morreu pelos ferimentos?
—
Idiotas como ele não morrem facilmente. – Trey sacudiu a cabeça. – Estou aqui
para trabalhar com os caras para procurar por mais pistas sobre nosso alvo. Tim
quer que alguém transmita as informações enquanto ele está planejando um plano
de ataque com o resto do time.
—
Eles estão trabalhando logo ali, sinta-se em casa. Sabe onde a geladeira e a
máquina de café estão localizadas.
—
Vocês Novas Espécies me viciaram em cafeína.
—
Isso é uma reclamação?
—
Inferno, não. Apenas uma observação. Vou me fazer útil e sair do seu caminho.
Bom trabalho lá. Tim talvez não tenha dito, mas eu vou.
Darkness
assistiu o humano se juntar aos dois machos nos computadores antes de se virar
e ir para a sala onde eles mantinham os equipamentos. Ele colocou uma roupa a
prova de balas, pegou um colete e foi lá para fora.
Ele subiu a escada para a passarela
perto do topo da parede e olhou para cima enquanto erguia a arma, suas
intenções de parecer intimidador. Um olhar mostrou a ele dois carros e uma Van
na linha, esperando para serem revistadas antes de entrar no primeiro portão.
Ele suspirou. Era chato andar na parede, mas era melhor que olhar para o teto a
partir de sua cama.
*
* * * *
Katrina
estava excitada enquanto dirigia através do primeiro conjunto de portões de
Homeland e bateu no botão que baixava os vidros da sua janela. Ela já colocara
a identificação para fora, já tendo mostrado para o primeiro guarda. Isso
passou por uma inspeção, sendo uma licença oficial. Ela também tinha
antecedentes completos disfarçados. Um segundo guarda se aproximou do lado da
janela do motorista.
Á
fascinava que todos os oficiais da ONE estavam completamente cobertos, desde as
botas de combate até as mãos enluvadas e viseiras coloridas. Ela estudou a
pessoa intensamente, mas não pôde ver um pedaço da pele dele. Os ombros amplos,
o corpo alto e os braços musculosos implicavam que ele era um macho, mas ela
não tinha ideia se ele era humano ou Nova Espécie. Era uma tática brilhante
para prevenir que os protestantes ou potenciais ameaças distinguirem a
identidade exata de cada guarda.
—
Olá. Sou Katryn Decker, mas pode me chamar de Kat. Sou do laboratório de crimes
em Bakersfield. Sou a consultora.
Ele
aceitou a licença dela e tocou no aparelho de comunicação colocado em sua
orelha, ele falou suavemente o suficiente para que ela não pudesse ouvir suas
palavras. Isso era um processo para verificar a identificação dela, uma vez que
era esperada em Homeland. Kat olhou para os portões que se fechavam atrás dela
e olhou para o segundo a cem metros na frente dela. Havia um espaçoso caminho
separando os lados do seu carro alugado da guarita e mais paredes.
—
Então, vocês têm muitas pessoas no primeiro portão, passando um veículo por
vez, e checam novamente eles nesta área? – Ele deslizou a luva acima do lado do
comunicador, mas não disse nada. – Desculpe, estou apenas curiosa. Sou de um
laboratório de crimes, lembra?
O
guarda soltou o fone de ouvido e estendeu a licença de volta.
—
Você precisa sair e deixar o motor ligado. Nosso pessoal vai levar seu carro e
então precisamos te revistar, uma fêmea irá fazer isso. Apenas se afaste do seu
carro e ela vai
se encontrar com você. – Ele apontou
para as marcas que haviam sido pintadas no asfalto.
Kat
aceitou a licença e foi para frente. Ele colocou em ponto morto no centro do
espaço, isso fazia sentido. Eles tinham uma sala para colocar o veículo e era
uma boa área vazia se alguém dirigisse com explosivos dentro. Ela colocou o
carro no estacionamento e deixou o veículo.
Um
segundo guarda caminhou para fora da proteção e se aproximou. Kat observou a
pessoa da cabeça aos pés – a roupa exatamente igual, sem marcas únicas,
identidade genérica. A figura era alta e magra, mas podia-se notar menos ombros
e massa nos braços, os seios da mulher estavam escondidos sob a roupa. Ela não
poderia adivinhar o sexo dela se não tivessem dito a ela para esperar uma
mulher.
O
coração de Kat bateu mais forte com a excitação de ter uma interação com uma
das mulheres Nova Espécie. Elas eram guardadas e não se sabia muito sobre elas,
nenhuma fotografia foi tirada e ninguém sabia como elas se pareciam. Ela
sorriu.
—
Por que você está tão feliz? – A figura pausou a poucos passos dela, a voz era
um pouco rude, mas definitivamente era de uma mulher.
—
Estou apenas feliz de estar aqui. Estou ansiosa para conhecer os Nova Espécie.
Sou Kat Decker, do laboratório em Bakersfield.
—
Fui avisada sobre quem você é. Estamos ansiosos por suas aulas. – O tom dela se
suavizou. – Eu amo as séries de crimes.
—
Não é exatamente do jeito que você vê na TV. Aqueles shows tem um monte de
equipamentos de alta tecnologia que nós realmente não usamos.
—
Oh.
—
As aulas serão divertidas, apesar disso. Gastei dois dias olhando coisas para
ensinar. – Kat não queria desapontar a ONE. Ela poderia estar lá sob falsas
pretensões, mas ela havia decidido fazer disso mais. Robert Mason poderia
beijar sua bunda, ao invés disso, se ela ia seguir as ordens exatas dele. Ela
via isso como uma espécie de férias, uma onde ela teria interação com Novas
Espécies e compartilharia alguns dos seus conhecimentos em como combater as
últimas tendências do crime.
—
Nós não assustamos você?
—
Apenas se você planeja chutar minha bunda, porque todos vocês parecem estar em
ótima forma.
— Sou Rusty. – A Nova Especie alta riu.
—
Seria ruim te oferecer um aperto de mão?
—
Não. – Rusty ofereceu a mão enluvada.
—
ONE é a sigla para Organização Novas Espécies, certo? – Kat sacudiu a mão.
—
Quando no uniforme, também significa Oficial Nova Espécie. – Rusty acenou. –
Faça sua escolha, somos bons em nos adaptar.
—
Muito legal.
—
Preciso te revistar. Você se incomoda em se virar e assumir a posição?
Kat
se virou e separou as pernas, ela alcançou os bolsos da frente e removeu os
cigarros e o isqueiro. Ela os deixou no teto do carro para clara verificação.
Isso era uma lembrança de por que ela havia vindo para Homeland e quão dividida
ela se sentia sobre isso. Fumar era um péssimo hábito que ela voltava quando
estava muito estressada na vida. Ela separou os braços abertos e colocou em
cima do carro. A revista foi realizada e Rusty até mesmo checou seu maço de
cigarros e o isqueiro, os devolvendo quando ela terminou.
—
Preciso checar sua bolsa agora.
Kat
entrou no carro para pegá-la. Rusty colocou a bolsa de mão sob o capô do carro
e cuidadosamente procurou dentro enquanto Kat assistia.
—
Aqui vamos nós. – Rusty disse enquanto tentava devolver a ela.
—
Posso fazer uma sugestão? – Kat se recusou a pegá-la, perguntando ao invés
disso.
—
Claro. – Rusty acenou.
Kat
aceitou a bolsa e a colocou de volta ao capô, ela chamou Rusty para mais perto.
—
Você não quer apenas examinar o conteúdo. Você precisa procurar na bolsa como
um todo. Estou aqui para ensinar seus oficiais os últimos truques de
criminalística e esse é um deles. Coloquei algumas coisas dentro da bolsa para
ver se vocês as encontrariam. Você perdeu isso. Veja.
Kat
colocou as coisas para fora e então entregou a bolsa de volta para Rusty.
—
Sacuda a bolsa, sinta cada parte.
Rusty
fez isso e se tencionou, Kat se afastou.
— Os dois lados de dentro possuem facas
falsas, são de plástico. Elas não são afiadas, mas poderiam ser. Correr um
detector de metais na bolsa não iria funcionar para encontra-las. Também
coloquei um tubo de água ao longo do fundo da bolsa que provavelmente foi
confundido com o acabamento. Isso poderia conter um veneno, uma arma biológica
ou um gel explosivo que poderia ser ativado com o isqueiro que você devolveu
para mim. Você tem que sentir cada parte ou algo que você está procurando e
investigar cada parte inconsistente. Nunca permita que nenhuma substância passe
pela segurança, mesmo que você acredite que é apenas água. Sua melhor opção é
colocar bolsa e malas em um local separado quando vocês tiverem visitantes.
Levem as coisas deles para longe deles quando entrarem e retornem com elas
quando eles saírem.
Rusty
descobriu as linhas escondidas e removeu os objetos. Ela acenou.
—
Eu vejo. – Kat acenou. – Eu poderia ter matado alguém se eu fosse um cara mal.
Gritos
subitamente irromperam da direção do portão da frente. Kat se virou a tempo de
pegar uma Van com janelas pintadas partir ao redor da linha próxima aos carros
esperando para entrar em Homeland. Isto quase bateu em alguns protestantes
antes de bater contra aqueles veículos, a grade havia sido modificada em um
aríete. Ela pegou um olhar do que parecia ser dois pacotes nela. Aqueles
pacotes explodiram com o impacto com os portões. As dobradiças se soltaram e
isso caiu no pavimento.
Choque
a imobilizou por preciosos segundos enquanto a Van tentava dirigir sobre a
barreira de metal caída. Os guardas ao longo do topo das paredes abriram fogo,
as balas deles ricochetearam nos lados do veículo. Rusty pegou Kat e ambas
caíram na grama próximas ao carro dela.
Kat
ergueu a cabeça e tomou o desdobramento infernal. Duas das vans ficaram
enfiadas nos portões danificados, mas não demorou para que estivessem livres.
Elas se afastarem e então dirigiram mudando as barras e avançaram novamente.
Uma parte do portão aguentou, mas estava quase limpo ali.
A
vista muito perto para ser confortável, que ela tinha não revelou nenhum sinal
de mais explosivos colocados na frente. O motorista estava provavelmente
querendo usar o poder do motor e forçando uma brecha no segundo portão, mas o
carro alugado dela estava no caminho. Ele tinha que dirigir ao redor dele e
isso o atrasaria muito.
Kat
se virou para olhar para a mulher Nova Espécie que a havia levado ao chão, um
olhar revelou que Rusty estava bem e os soldados Novas Espécies estavam
avançando quando a van bateu no carro dela. O motor continuava funcionando. Ela
ficou de joelhos e engatinhou até a porta aberta do carro, puxando o freio de
mão e o acionando. Isso não iria parar a van, mas iria fazer o empurrar do seu
carro um pouco mais difícil.
Kat saiu do carro, deslizando na bunda,
um instante antes que ele fosse empurrado. Sua atenção se fixou na van. Balas
continuavam batendo nela, não fazendo nenhum dano, exceto pelo que parecia
algumas poucas marcas.
—
Corra! – Rusty gritou. – Siga-me.
Kat
virou a cabeça enquanto a Nova Espécie ficava de pé. Ela ergueu a arma, mas não
atirou na van. Kat reagiu, seus anos de treinamento assumindo antes que ela
pudesse pensar. Ela tomou a arma da mão de Rusty, ergueu e puxou a trava.
—
Atire nos pneus. – Kat gritou.
Ela
atirou no para-brisas onde viu os dois homens sentados. Os dois usavam roupas
de assalto com as faces completamente cobertas. A janela do veiculo permaneceu,
o que significava que ela não poderia causar nenhum dano, mas eles também não.
Movimento na traseira da van a assegurou que lá haviam mais bastardos. Ela
avançou, ignorando as balas, esperando que os guardas nas paredes não a
marcassem como alvo.
O
motorista virou a cabeça quando ela parou próxima a porta dele. Ela puxou com
uma mão, mas estava travada. Ela pegou a arma com as duas mãos. Ele pressionou
sobre o pedal, pneus guinchando, e o cheiro da borracha queimada a assaltou
enquanto ele empurrava o carro alugado poucos metros. Kat se moveu com isso e
escaneou a porta por uma brecha. A trava estava exposta, então ela atirou nela.
O tiro pareceu surpreender o motorista e ela talvez o tenha atingido, mas a
bala não faria muito dano com a roupa que ele usava. Ela abriu a porta e
procurou por dois pedaços de pele reveladas na garganta dele quando ele olhou
para o lado dela e cometeu o erro de olhar para a parede, erguendo a cabeça.
Ela atirou.
O
passageiro se virou para pegar o rifle de assalto militar para atirar nela, mas
se travou no centro da divisão, entre os assentos. Ela atirou nele, mas a bala
não acertou o rosto dele. Ele não se afastou. O motorista se sacudiu, sangue
escorrendo das roupas dele. Ele não estava usando um cinto. Kat agarrou uma das
alças do colete dele e abriu com força, ela se virou enquanto ele caia,
colocando o lado dela contra a van, fora da linha do passageiro. O motorista
caiu no chão enquanto ela o soltava.
Balas
caíram na porta aberta ao lado dela e ela sabia que se ela procurasse atirar no
passageiro novamente, ele iria acertá-la. Ela se focou no homem morto aos seus
pés, ela se curvou, tomando cuidado para se manter fora da porta aberta da van
ainda funcionando, mas ela não estava mais se movendo para frente. O carro dela
impedia isso. Kat ergueu a arma livre do aperto e pegou dois objetos que
pareciam granadas.
Ai, caralho. Eles não estavam de
brincadeira. Ela
deixou as armas na grama e pegou os dois explosivos. Eles eram caseiros, pelo
que ela achava, mas pareciam mortais. Kat não tinha tempo para ponderar o tempo
exato para o que eles planejaram ou o que iriam fazer. Ela sentia que os outros
assaltantes iriam sair em qualquer segundo e atacar, viu os relógios e usou os
polegares para ativá-los, rezando para que eles não detonassem
instantaneamente. Ela se arriscou a se expor quando os jogou para dentro e se
projetou para deixar a porta. Ela bateu isso fechada, girando e correndo para
longe.
—
Corram! Bomba! – Ela gritou para os dois oficiais avançando.
Um
deles seguiu as ordens se escondendo sob um tipo de barreira que eles
construíram próxima à guarita, mas o segundo se manteve avançando.
—
Isso vai explodir. – Ela gritou. Pelo menos, esperou que fosse. Isso seria
muito ruim se ela apenas pegasse duas armas químicas, pensando que eles eram
aparelhos explosivos. Ela tivera pouquíssimos segundos para examiná-los.
O
guarda que continuava vindo até ela tinha que ter pelo menos dois metros de
altura. Ele não estava apontando a arma para ela, o que era um benção. Ela
tapou os ouvidos quando os braços dele se abriram como se quisessem agarrá-la,
mas ela agarrou os quadris dele. Isso levou o ar de seus pulmões quando bateu
contra os músculos sólidos. Lembrando ela de bater contra uma parede em alta
velocidade. Os dois foram para o chão.
BOOM!
O
som quase a ensurdeceu e algo bateu em suas costas. Kat não tinha certeza se
fora acertada por um objeto voando ou se foi apenas o choque da explosão. Seus
ouvidos zumbiam, ela se sentia entorpecida e tinha uma ligeira impressão de que
estava machucada. O corpo grande abaixo dela se moveu, ela ficou esparramada em
cima dele. Ele rolou e ela subitamente sentiu o desconfortável asfalto nas
costas, o peso dele á prendeu enquanto ela lutava para abrir os olhos, nem
mesmo notando que eles estavam fechados até agora.
Sua
audição melhorou um pouco com o trauma diminuído. O guarda era pesado, á
prendendo entre ele e o chão, ele virou a cabeça para olhar atrás dele. Kat
olhou para a garganta forte dele, revelada apesar da face coberta, e até mesmo
notou o queixo quadrado dele. As narinas se alargaram e um som de assobio
preencheu o ar.
—
Filho da puta. – A voz dele alcançou os ouvidos dela. Havia uma rudeza nisso que
ela não estava certa de ser humana. Muito profunda, quase um rosnar.
Ele se ergueu e Kat sugou o ar, os
pulmões se afogando por oxigênio. Ela pegou o primeiro olhar para a van, o que
sobrara dela, quando ele rolou nos joelhos para ficar de pé.
Kat
se sentou o suficiente para olhar a destruição. As janelas haviam voado para
fora da van e as portas traseiras estavam abertas, chamas saiam de ambos os
lados e uma fumaça negra subia. Um corpo caia perto da porta do motorista – o
homem que ela havia atingido na garganta. Ele não estava se movendo e ela não
esperava que ele fizesse isso. A bala que atirou nele tinha sido sua morte.
Sua
atenção retornou para a van e o objeto negro caído atrás, no chão. Ela foi
capaz de focar o suficiente para saber o que era aquilo. A bílis se ergueu
enquanto ela identificava pedaços de cabeça e braços. Ele não estava se
movendo. Kat lidou com a urgência de vomitar. Caiu sobre ela o fato de que
tinha matado pelo menos três pessoas, sem contar o passageiro que havia saído
pelo outro lado antes da explosão. O guarda da ONE se moveu, mas ela não
conseguia desviar o olhar da van incendiada.
Ordens
foram enviadas nas suas costas, mas ela as ignorou. Eu fiz isso. Eu os matei.
Isso a atingiu e Kat não conseguiu forçar seus membros a se mover. Kat não
piscou quando o guarda se virou e a ergueu pelos braços, ele facilmente a
colocou sobre os pés instáveis. Ela balançou um pouco, mas travou os joelhos.
Seu treinamento demandava que ela lidasse com isso e seguisse com o programa, mas
tudo o que podia fazer era ver a van incendiada. Ela podia sentir o cheiro de
carne queimada sobre tudo aquilo e o que mais estivesse no fogo.
—
Você está presa. – A voz profunda rosnou próxima a ela.
A
sensação das algemas sendo presas nos pulsos finalmente a tiraram do choque.
Ela virou a cabeça e olhou para o guarda, ele era muito mais alto que ela e
musculoso. Ele prendera as algemas nos pulsos dela na frente ao invés de atrás
das costas e agora colocava a chave entre eles.
—
Eu posso explicar. – Ela engoliu, tentando achar a voz.
—
Você explodiu a van. – Ele murmurou. – Você roubou a arma de um dos meus
oficiais. Quem é você?
Kat
virou a cabeça. Oficias de preto corriam adiante com extintores, tentando
acabar com a fumaça. Ela queria ordenar que eles se afastassem no caso do
tanque de gasolina não ter explodido ainda, mas eles mantinham uma distância
segura. O Nova Espécie ao seu lado esperava uma resposta. Ela lembrou disso e
olhou pra ele.
—
Eu sou Kat Decker. Sou a consultora do laboratório de crimes.
— Merda nenhuma.
Kat
piscou interiormente com o tom rude dele. Sua mente começou a funcionar
novamente e ela percebeu que tinha fodido tudo. Ela teria rido se fosse outra
pessoa que tivesse feito o que ela tinha feito e então clamado que era apenas
uma piada dos forenses. Ela não lamentava suas ações, no entanto.
Ele
a virou e uma mão firmemente se fixou no seu antebraço, antes que ele a
empurrasse gentilmente.
—
Mova-se.
Foi
como um choque que ela viu a destruição feita à guarita. Parte do teto caíra,
um lado inteiro na van que havia feito tanto estrago.
—
Todos estão bem?
—
Eu não sei. – Ele realmente rosnou. – Estamos checando.
—
Eu sinto muito, Darkness. – Rusty correu para frente. Kat identificou-a por sua
forma e pelo coldre vazio.
—
Deixa disso. – Ele estalou. – Leve-a para uma cela. Tenho que checar nosso
pessoal. Deixe-a de roupas intimas e tenha a maldita certeza de que ela não
está escondendo nada.
—
Claro. – Rusty soava estressada enquanto sua voz se quebrava.
—
Calma, respire profundamente. – Ele a empurrou para Rusty.
Kat
admitiu que ela seguiu o conselho dele também, apesar de que ela sabia que não
era dirigido a ela.
—
Acha que um dos nossos morreu? – Rusty soava próxima às lágrimas.
—
Eu acho que não. Preciso checar. Mova-se. Leve-a agora e vigie-a de perto.
Ninguém vai ficar próximo dela até eu chegar lá. Eu vou interroga-la.
Rusty
pegou as algemas dela e acenou. Kat seguiu-a ao redor da construção danificada,
pegando todos os detalhes. Oficiais haviam corrido para a cena e ela pegou os
movimentos a partir de uma janela intacta quando eles rodearam aquele lado. Um
homem estava erguendo a sessão do teto do chão.
Kat
não tinha palavras enquanto era escoltada para o fundo do longo prédio. Era
menor do que a aparência de frente sugeria, mais oficiais saiam de dentro em
trajes completos.
Eles não tiveram tempo de parar ou
questionar quem ela era enquanto Rusty apenas a puxava contra a parede para
sair do caminho deles.
—
Vamos lá. – Rusty sussurrou.
Kat
não discutiu. Ela precisava pensar em uma boa mentira para explicar o que havia
feito.
—
Lamento por ter pegado sua arma.
—
Silêncio. – Ela rosnou. – Você ouviu Darkness. Nenhuma conversa até que ele
venha. Ele estará aqui para te interrogar.
Isso
não parecia soar muito bem, de jeito nenhum. Ela foi levada para um corredor
até um canto do prédio e a porta foi aberta. Kat olhou ao redor da sala –
talvez quinze por dez metros – não havia espelhos de dois lados. Uma cadeira
fora colocada no chão próximo a um dreno. Havia um gancho na parte superior da
parede atrás de um lado e uma longa mesa com duas cadeiras no outro. As paredes
e a cela eram lacradas com um duro e cinzento piso de concreto.
O
primeiro sinal de medo bateu na espinha de Kat. Não era como nenhuma sala de
interrogatório que ela visitou alguma vez em uma estação de policia. Isso a
lembrou de mais de uma que havia visto em um filme. Os guardas tinham quase
surrado o prisioneiro até a morte, sangue havia espirrado nas paredes e no chão
daquela sala, o dreno no chão fazendo a limpeza mais fácil. Ela realmente
esperava que a ONE não fosse similar ao filme e tomou notas.
—
Remova tudo, menos sutiã a calcinha. – Rusty puxou uma chave e retirou as
algemas.
Kat
piscou ao pensamento de uma busca em sua cavidade, mas ela não resistiu. A sala
estava fria enquanto ela ficava nua, colocando as roupas em um canto da mesa,
os sapatos próximos a ela. Kat olhou para Rusty, imaginando se era uma regra
manter o protetor facial e a capa.
—
As mãos para frente novamente. – Kat mansamente ofereceu os pulsos, aceitando o
clique dos metais sem uma palavra. – Você não parece machucada, precisa de um
médico?
Ela
estava longe de estar bem, mas nada físico estava machucado, exceto um pequeno
latejar em suas costas. Isso não parecia importante, no entanto, ou sério. Suas
emoções estavam uma bagunça, mas um médico não poderia ajudar com isso.
—
Estou bem.
— Sente-se. – Ela se sentou, Rusty pegou
suas roupas e sapatos. — Não se levante, fique aqui. Darkness vai estar aqui
logo.
—
Posso ter um pouco de água, por favor?
—
Vou levar seu pedido a Darkness.
Rusty
se foi no próximo instante, o clique do metal era uma certeza de que ela fechou
a porta. Kat olhou ao redor da sala sombriamente. Pelo menos, não há procura
nas cavidades. Essa foi á única boa noticia para Kat.
Mds Quii confusão com Kat... logo no primeiro diiaa kkklkk... coitada
ResponderExcluirMentiras tem perna curta
ResponderExcluirComo disse uma colega, o livro já começou bom! rsrsrs
ResponderExcluirGenten o livro mal começou e eu ja to com o coração na mão.
ResponderExcluirNé eu tbm kkkkkkk
ExcluirA mina chegou já matando umas 3 pessoas, sendo pêga na mentira e ficando quase numa numa sala fria cm um cara de 2 metros
ResponderExcluirQue dia movimentado esse o dela
Que gente mal agradecida pqp
ResponderExcluirEu já tinha gritado poucas e boas para esses ingratos! Kkkkk
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