terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 1

Capítulo Um
Dakota do Sul, o ano seguinte.
Instalação de Pesquisa de Cornas
Jeanie recebeu ordens de dizer que estava doente e faltar ao trabalho, mas não fez
isto. Correu para outra porta, espiou o monitor de vídeo pequeno para ver o que estava no
outro lado do metal espesso e usou uma arma de choque na fechadura eletrônica. O som
que fez foi mais alto do que gostaria quando os volts de eletricidade bateram no
dispositivo de leitura. O cheiro de arames queimados foi fraco e quase momentâneo.
Desligou a arma de choque e esperou alguns segundos para ter certeza de que as luzes
na fechadura permaneceriam desligadas. A energia não voltou.
Olhou em seu relógio, vendo que só faltavam cinco minutos. O tempo estava
passando. Ela se apressou pelo corredor abaixo e queimou outro sensor de leitura.
Estava apavorada em ser pega, mas não deu a mínima, pelo que fizeram com ela. Tinha
que proteger os homens e mulheres presos dentro daquelas salas.
A arma de choque causou curtos circuitos nos leitores para prevenir que a
Segurança entrasse nas celas. Já havia incapacitado o computador principal do edifício.
Outro empregado poderia digitar os códigos para enviar gás nas celas, mas o comando
não chegaria ao computador principal. Estava desligado para sempre, graças a um pote
de café quente que despejou dentro da torre. As faíscas dispararam, houve um estouro
alto, e temeu que pudesse pegar fogo. Fechou e se recusou ligar novamente quando
tentou só para ter certeza que não seria uma pane temporária. A coisa estava torrada.
Um alarme soou dos alto-falantes localizados próximos ao elevador. As luzes de
emergência vermelha relampejaram enquanto o grito dele subia de tom. Droga. Olhou em
seu relógio. O ataque começou dois minutos antes e ainda tinha mais um andar para ir.
Eletrocutou outro sensor de leitura, girou e correu de volta para o elevador para chegar ao
próximo andar. Sua mão tremia enquanto bateu seu crachá de funcionário para ganhar
acesso e empurrou a arma de choque bem no fundo do bolso do seu casaco de
laboratório.
Dois guardas de segurança já estavam dentro do elevador quando abriu. Eles
pareciam irritados e pior, desesperados. Entrou no espaço limitado com eles.
— Nós estamos descendo, — um deles declarou. — O que você está fazendo?
Você conhece o protocolo. Você deveria abrir as saídas de emergência, em direção aos
túneis.
Ela agitou sua cabeça. — Eu tenho que destruir as amostras de sangue em uma
sala de armazenamento primeiro. Dr. Meckler foi extremamente claro em ter certeza que
era meu dever fazer isso se aqueles alarmes soassem. O que está acontecendo?
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— Estamos sendo invadidos, — o segundo grunhiu. — Odeio policiais. Acabe com
isso rápido enquanto nós matamos as cobaias. O sistema substituto falhou então temos
que atirar neles um por um. Vá pelas escadas escondidas depois. Não seja pego. Você
sabe que é uma sentença de morte.
Ela assentiu, mas interiormente xingou. O elevador abriu no andar de baixo. Um
dos guardas apertou o botão para mantê-los abertos, uma característica que usavam
frequentemente para mover cobaias drogadas em macas. Ele olhou o outro homem.
— Irá nos avisar se alguém chamar a maldita coisa para outro andar. Eu planejo
usar a escada escondida e ter fugido antes dos policiais nos acharem.
O segundo homem olhou para a parede falsa no fim do corredor. Todos os
empregados sabiam onde as saídas de emergência estavam. As escadarias levariam a
um sistema de esgoto velho, não usado, que despejava em algum lugar longe do edifício.
Ela girou. — Deixe-me ajudar. Dê-me uma arma. Os que estão aqui embaixo são
os mais perigosos e eles viram a maioria dos rostos dos empregados. Eles podiam
identificar todos nós.
Um dos guardas hesitou.
— Há quinze deles aqui embaixo. Os teclados das portas estão todos lentos para
abrir, — Jeanie mentiu. — Vamos. Quanto tempo levará para os policiais ultrapassarem
as fechaduras do elevador? Não podemos deixar estas cobaias viverem. Você quer seu
rosto estampado nos noticiários da noite até que toda sua família e amigos saibam que
você trabalhou aqui? Nós estaremos ferrados para sempre com todas as agências de
polícia nos caçando também. Não há razão para escapar se vamos ser pegos no final das
contas.
O guarda a seu lado esquerdo passou uma de suas armas. — Atire na cabeça.
— Eu sei o que fazer. — Seu estômago ainda girava, lembrando o discurso da
pessoa que a treinou do jeito mais efetivo para assassinar um ser humano inocente, como
se eles fossem traças ou outras criaturas que eram meros aborrecimentos. — Dê dois
tiros para ter certeza de que morram.
— Nós não temos tempo para essa merda ou clipes suficientes sobrando. Só não
erre o que você apontar.
Os guardas se moveram na frente dela. Um deles puxou seu cartão e o passou
pelo leitor do sensor. A porta buzinou e o homem agarrou a maçaneta. Com intenção de
matar todas as cobaias. Ele ergueu sua arma para atirar na mulher impotente acorrentada
contra a parede distante.
A bili subiu pela garganta de Jeanie enquanto levantava sua arma. Não disparar
não era uma opção. Ele iria assassinar alguém que ela considerava um amigo. Ele nem
sequer olhou de volta para ela. Ela agarrou o metal com ambas as mãos para firmar a
pontaria e puxou o gatilho. Gritou de horror enquanto o sangue espirrava no batente da
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porta. Matar alguém era dez vezes pior do que qualquer coisa que ela já imaginou. Aflição
quase a paralisou, mas um movimento no canto de sua vista chamou sua atenção. O
segundo guarda girou ao redor, seu olhar virando para seu colega caído.
Ele empalideceu, seus olhos arregalaram enquanto empurrava seu queixo para
cima. Ira pura trançava suas características enquanto olhavam fixamente um para o outro.
Ele articulou uma palavra que não conseguiu entender em seu estado emocionalmente
sobrecarregado. Ele levantou seu braço. Iria atirar.
Ela apontou a arma, mas suas mãos tremiam pior que antes e errou sua cabeça
quando disparou, mas a bala atingiu seu ombro. Ele caiu para trás com um grito de dor e
sobre seu traseiro. A parede em que bateu o manteve sentando, entretanto. O olhar em
seu rosto prometia morte enquanto erguia seu braço sangrando para disparar contra ela
novamente. Ela disparou duas vezes. Uma bala entrou severamente em sua garganta e a
outra pareceu atingir seu coração.
Os sons ensurdecedores cessaram, mas as orelhas de Jeanie zuniam. Os alarmes
estavam ainda tocando. Sangue derramava do homem, seus olhos permaneceram
abertos, mas ele não piscava. Seu foco não estava mais nela apesar do olhar fixo. Sabia,
sem precisar checar por uma pulsação, que ele já não tinha uma.
Ela balançou em seus pés, sem estar certa se iria vomitar ou desmaiar. Ambas
pareciam opções enquanto a realidade do que fez bateu. Dormência povoou em sua
mente. Provavelmente choque, racionalizou. Abaixou seus braços, mas conseguiu manter
o aperto na arma, apesar do desejo joga-la para longe.
Tiro de agonia pura passou pela sua barriga com o movimento. Olhou para baixo.
Seu casaco branco virou vermelho apenas acima de seu quadril e espalhava mais para
baixo à medida que olhava. Levou alguns segundos para perceber que foi baleada. O
guarda conseguiu atingi-la no lado antes de ela o matar. Ela largou a arma com uma mão
e aplainou sua palma em cima do ferimento. A dor cresceu mais, mas precisava aplicar
pressão.
Pontos dançavam diante de seus olhos e se debruçou de lado. Seu ombro bateu a
parede, mantendo-a na vertical. Ela piscou algumas vezes, mas não mudou a visão de
seu sangue que gotejava no chão de azulejo próximo aos seus pés. As sirenes berrando
dos alto-falantes a lembraram que mais guardas podiam chegar a qualquer hora. A
companhia empregou dúzias deles no turno do dia.
As portas do elevador fecharam atrás dela. Ela girou. Isso significava que alguém o
chamou de outro andar. Podia ser ajuda, mas provavelmente seriam mais guardas vindos
para matar as cobaias. Daria tempo à polícia para cortar os sistemas de segurança desde
que tinha sido incapaz de roubar outro crachá de funcionário para deslizar e contatá-la. O
roubo seria imediatamente notado e os códigos mudados, deixando isto inútil.
Esforçou-se para se mover apesar da dor torturante. Ela alcançou o primeiro corpo.
O guarda morto manteve a porta da sala aberta. Estendeu a mão para baixo e o agarrou.
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Ele não era um homem grande, mas seu corpo morto era difícil de arrastar. Conseguiu
puxa-lo para longe o suficiente e não mais bloqueava a entrada.
Seu olhar focou na mulher acorrentada na parede. Ela parecia chocada seus olhos
escuros bloquearam em Jeanie.
— Está tudo bem, 433. — Jeanie gemeu, agarrando seu lado.
—Você os matou, — sussurrou.
Jeanie assentiu. — A ajuda está vindo. Eu tenho que fechar sua porta novamente e
desativar o sensor para ter certeza que o pessoal da nossa segurança não poder matar
você antes da polícia poder descer aqui. Não tenha medo dos estranhos quando
chegarem. Eles vão libertar você.
Fechou a porta que apitou quando a fechadura ligou novamente. Jeanie arrancou a
arma de choque do seu bolso e eletrocutou o sensor de leitura que podia destrancar
novamente. O cheiro de fios queimando e as luzes dele saindo a assegurou que estava
torrado. Ela teve que andar por cima do corpo do guarda para alcançar a próxima cela. A
sala girou enquanto a vertigem batia. Ela virou sua cabeça, olhando fixamente para o
visor do elevador, vendo que o elevador estava a caminho de volta para baixo.
Ela se moveu mais rápido, se sentindo mal, como se fosse desmaiar. Percebeu
que nunca teria sucesso em desativar todos os leitores antes do elevador abrir
novamente. Podia ser a polícia, mas não estava disposta a arriscar as vidas dos homens
e mulheres presos dentro daquelas salas se não fosse. Olhou para baixo para todo o
sangue manchando seu casaco e calças. Seria um milagre se não desmoronasse antes
de alcançar a próxima cela.
— Merda. — O desespero a levou a pensar em uma solução. Moveu seu olhar do
visor do elevador até as caixas elétricas de metal na parede próxima a ele. Ambas tinham
fechaduras para prevenir que alguém mexesse com os disjuntores lá dentro, mas a tampa
não era à prova de balas. Pelo menos esperava que não.
Suas pernas desabaram e deslizou para o chão próximo ao corpo do segundo
guarda que ela matou. Outra arma ainda descansava dentro de um dos dois coldres de
ombro que ele ostentava. Os guardas sempre levavam algumas armas. Largou a que
usava, sem ter certeza até se tinha qualquer bala sobrando. A arma de choque deslizou
de seus dedos para seu bolso e ela puxou sua arma. Deslizou do coldre e forçou suas
pernas a se moverem, ficando de joelhos.
Sua vista borrou e vertigem a atingiu. Engoliu com força, usou ambas as mãos para
erguer o peso da arma para apontar. O som foi alto enquanto continuava disparando, mas
as balas rasgaram pelo metal e as luzes chamejaram. Pausou, segurando sua respiração,
até que a escuridão total a cercou. As luzes de emergência ligaram, fracamente
iluminando o corredor, mas um olhar para a cela mais próxima com um leitor não
danificado mostrou que estava inativo.
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— Agradeças a Deus, — respirou, percebendo que as portas permaneceriam
bloqueadas durante uma falha de energia. Não estava certa se as proteções nas portas
eram uma parte da reserva do sistema de emergência ou não até então.
Abaixou até que se sentou em seus calcanhares, mantendo-se na vertical. Abaixou
a arma para seu colo enquanto olhava fixamente para o elevador que não estava afetado
pela perda de energia localizada. Abriria a qualquer segundo e ela enfrentaria quem
estivesse a caminho para o andar de baixo. Os guardas a matariam uma vez que
percebessem o que ela fez. Os policiais a prenderiam até que descobrissem quem ela
era. Rezou para ser o último.
As portas do elevador abriram e luzes brilhantes a cegaram.
— Solte a arma, — um homem gritou.
Ela não podia ver seus rostos, mas não tinha forças para lutar de qualquer
maneira. A arma deslizou de seus dedos. As luzes vieram para mais perto e dor explodiu
no lado de seu rosto. A força a mandou voando para trás. Bateu no chão com força e um
gemido rasgou de seus lábios.
Alguém a agarrou com força pelo seu braço e a rolou de barriga para baixo. Sua
bochecha estava dolorosamente apertada contra o chão enquanto alguém agarrou um
punhado de seu cabelo e seus braços foram empurrados para trás de suas costas por
outra pessoa. A agonia do ferimento da bala a fez gritar. Uma bota firmou com força em
seu traseiro, apertando seu quadril contra o chão.
— Prenda aquela cadela, — um estranho exigiu.
Dor espalhou por ela. Quem tinha seu cabelo agarrado em sua mão estava
esmagando seu rosto contra o azulejo. A bota em seu traseiro a segurava para baixo
muito vigorosamente que se perguntou se seu quadril quebraria pela pressão. As algemas
sendo colocadas em seus pulsos estavam apertadas a um ponto excruciante. Lágrimas
quentes rolaram por suas bochechas. Ela teria gritado novamente, mas a dor se tornou
muito intensa. Tinha dificuldade até para respirar.
— Alguém disparou na caixa elétrica deste andar, — um homem declarou.
— A cadela burra provavelmente pensou que acabaria com a energia do elevador.
Vamos abrir estas portas. Eu tenho um pressentimento que temos uns vivos, gente.
Vamos resgatá-los. Nós precisamos nos mover rapidamente. Não queremos que este
lugar acabe como o que aconteceu naquela instalação de teste em Michigan no ano
passado. Podia estar conectado para explodir.
Jeanie focou em uma palavra. Resgatar. Eles não eram guardas que trabalhavam
na instalação. Os homens que a prenderam eram policiais. O fato de não atirarem nela já
era prova de sua identidade. Conseguiu sugar mais ar, respirando um suspiro de alívio.
Eles não me matarão.
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Altos estalos soaram. Um pouco de fumaça encheu a área, mas não foi sufocante,
mais como um gosto leve em sua boca e um cheiro picante. Apenas se deitava lá,
esperando pelo repouso. Seus olhos fecharam, mantê-los abertos parecia impossível. A
bota em seu traseiro moveu um pouco, mas não aliviou o peso que a segurava.
— Nós estamos aqui para salvar você, — um macho com uma voz calma declarou.
— Nós trabalhamos para as pessoas que, como vocês, foram libertadas destas
instalações de teste. Nós vamos tirar você daqui para seu próprio povo.
— Oi, — uma voz mais profunda disse. Seu tom era mais calmo, mas carregado.
— Eu sou como você. Vê? Nós viemos salvar você. Você está livre agora. Estes humanos
conosco são os bons que trabalham com nosso tipo. Nós levaremos você para um lugar
seguro. Precisamos tirar você daqui. Ninguém nunca mais vai acorrentar você
novamente.
Ela escutou, ouvindo as mesmas falas múltiplas vezes enquanto passavam nas
celas das cobaias corredor abaixo. Todas as quinze naquele andar sobreviveram.
Esperou que o andar acima tivesse sido igualmente tão sortudo e que ninguém conseguiu
atravessar as portas das celas. Os policiais estavam usando um tipo pequeno de
dispositivos de explosivos, algo que os guardas da instalação não tinham acesso.
— Espere, — uma voz suave, feminina protestou. — Saia de cima dela. Técnica
Shiver?
Uma mão gentil tirou o cabelo para longe da bochecha de Jeanie. forçou seus
olhos a abrirem. Era difícil até de focar, a dor e frieza que torturavam seu corpo piorava.
Um par de olhos escuros familiares olhou fixamente de volta para ela e tentou sorrir para
433. A outra mulher caiu de mãos e joelhos ao lado de Jeanie, depois tão perto do chão
que seus rostos estavam centímetros afastados.
Jeanie abriu a boca para assegura-la que tudo iria ficar bem, querendo que 433
soubesse que ela podia confiar em seus resgatadores, mas nada saiu. Não conseguia
falar. Sua garganta estava muito seca e esgotamento tomou conta. 433 esfregou seu
dedo polegar junto a sua maçã do rosto, rosnou, antes de empurrar sua cabeça. O som
afundou em um tom ameaçador.
— Ela nos ajudou. Saia de cima dela!
— Ela não é sua preocupação. — O homem falou suavemente, mas seu tom era
firme. — Por favor, se afaste da prisioneira.
O dedo polegar deixou o rosto de Jeanie e 433 ficou em pé, rosnando. — Saia de
cima dela! Ela os matou para me salvar. Eu sinto o cheiro do seu sangue e ela está
machucada. Ela precisa de um médico.
— Esqueça isto. Deixe a cadela morrer, — o mesmo homem declarou.
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433 chegou mais perto e Jeanie não conseguia mover sua cabeça o suficiente para
ver o que estava acontecendo, mas o peso em seu traseiro de repente saiu. Um homem
grunhiu.
Outro grunhido soou, mas mais longe. — O que está acontecendo? — A voz brava
pertencia ao homem que falava repetidas vezes para os homens e mulheres que eles
estavam salvos, dizendo ser um deles.
— Ela salvou a minha vida. Aquele guarda no chão entrou para me matar, mas ela
atirou nele primeiro. Ela disse que a ajuda estava vindo e que tinha que desativar as
fechaduras nas portas para nos proteger. Ela estava machucada, mas seus machos a
machucaram mais. Ela é sempre amável com nossas pessoas. Ela impediu um guarda de
me montar mês passado. — 433 soava irritada e frenética. — Faça-os a ajudarem, por
favor. Ela está machucada. Cheire seu sangue.
— Faça como ela diz, — a voz profunda comandou. — Consiga ajuda para a fêmea
humana. Nós resolveremos isto mais tarde.
— Ela é uma funcionária daqui. — Alguém arrancou seu casaco. — Aqui é seu
crachá com seu retrato. Ela é uma deles, — um homem declarou. — Técnica Jeanie
Shiver.
Um grunhido profundo soou e os apertos grosseiros prendendo suas mãos e
cabelos saíram. Outra pessoa agarrou seus braços e ela gemeu quando foi suavemente
rolada de lado. A dor gritava. Fechou seus olhos e sentiu a escuridão a levando. Estou
morrendo.
— Olhe para mim, — uma voz profunda rosnou.
Jeanie forçou seus olhos a abrirem novamente. Mais pontos de luz foram
adicionados até o corredor ficar agora cheio delas. 710 olhou para ela. Seu olhar escuro
girava com fúria, mas ela viu reconhecimento lá. Ele se lembrou dela.
Ela o estudou. Ele estava mais bronzeado do que já esteve e seu cabelo loiro
estava mais longo. Ele vestia uma roupa toda preta e seu colete tinha as iniciais ONE em
branco, que representava Organização dos Novas Espécies. Ela foi dada como prova que
710 sobreviveu a invasão de salvamento que ela ajudou a organizar na instalação de
teste, mas nunca pensou que chegaria a vê-lo pessoalmente novamente.
— Shiver, — falou, sua voz soando severa, mas gentil ao mesmo tempo.
Ela piscou para ele, segurando seu olhar, correndo sua língua pelos seus lábios
secos. Tentou falar, mas nada saiu. Seu nariz alargou enquanto inalava e um grunhido
assustador rasgou de seus lábios separados enquanto olhava para alguém atrás dela.
— Seus homens atiraram nela?
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— Ela estava desse jeito quando nós a achamos. Havia dois oficiais de segurança
mortos também baleados. — O homem que falou suspirou. — Parece como se eles
tivessem virado um contra o outro.
— Consiga ajuda para ela agora, — 710 rosnou. — Ela está morrendo.
— Certo. Médico, venha para o subsolo, o andar mais baixo. Nós temos um
extremamente ferido.
Outro homem bufou. — Deixe a cadela morrer. Eles obviamente atiraram um no
outro para evitar serem pegos para interrogatório. Poupará-nos de ter que matá-la mais
tarde.
710 obviamente discordou. — Tire aquelas algemas.
Jeanie gemeu quando alguém a tocou e dor cresceu rapidamente em seu ombro e
abaixo no seu lado ferido enquanto o metal era removido de seus pulsos. Doía se mover,
mas queria tocar 710 só mais uma vez. Sabia que não iria sobreviver, apesar da
intervenção médica. Um olhar na poça de sangue que ela estava deitada era o suficiente
para convencê-la desse fato horrendo.
Alcançou e cobriu sua mão com a dele onde descansava no chão enquanto ele se
abaixava por cima dela. Seu rosto estava ha centímetros do dela. Ela enrolou seus dedos
em torno da parte de trás de seu punho. Ele parecia realmente morno, onde ela estava
tão fria. Agarrou nele tão firmemente quanto possível.
Ele olhou para baixo no contato, mas não se afastou do toque dela. Tinha medo
que ele pudesse. Sua mão estava encharcada de sangue, manchando a dele também.
Metade dela esperava que ele ficasse irritado. Apenas ansiava toca-lo. Estava assustada
de morrer sozinha.
Ele ergueu seu olhar para o dela. Girou sua mão debaixo de sua palma e
firmemente apertou seus dedos. Gratidão a encheu que ele se importasse o suficiente
para tentar dar-lhe algum conforto. Ela lambeu seus lábios novamente desesperada para
falar algumas palavras.
— Eu tentei salvá-los todos. Eles conseguiram? Eles todos sobreviveram?
Ele piscou. — Eles conseguiram. Nenhum Espécie morreu.
Lágrimas a cegaram, mas as piscou de volta, desesperada para mantê-lo em foco.
Ela teve sucesso em salvar todos os homens e mulheres presos dentro do edifício. Veio
com um preço alto, mas sabia dos riscos quando dirigiu para trabalhar naquela manhã.
Tantas delas, todas aquelas vidas eram mais importantes que a dela. Fechou seus olhos
e uma sensação de paz veio, bloqueando um pouco da dor.
— Shiver? — Rosnou seu nome. — Abra seus olhos.
O pedido era um que ela não podia resistir enquanto olhava novamente para ele.
Ele estava centímetros mais perto até que sua respiração morna abanava seus lábios.
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Respirar levou esforço enquanto lutava para fazer seus pulmões continuarem a funcionar.
A perda de sangue e seu corpo entrando em choque estavam tendo seus efeitos. Esperou
sorriu quando tentou, querendo transmitir para ele que estava bem.
— Não morra, — ele retrucou. — Aguente firme. — Olhou para longe. — Mais
rápido! — Seu tom aprofundado. — Cheguem aqui.
— Saiam da frente! — Um homem gritou e algo pesado moveu para o chão atrás
dela. O casaco que vestia foi arrancado com força, o tecido rasgou e não pôde prevenir
choramingar quando as mãos enluvadas exploraram seu lado agora exposto.
— Você ficará bem, — 710 disse, chamando sua atenção. — Apenas fique comigo.
— Ele quase esmagou sua mão pequena com a dele, como se pudesse forçar o assunto
agarrando-a mais apertado.
— Merda, — o médico xingou.
— Cure-a, — 710 rosnou.
— Está feio, — o médico respondeu. — Jed, traga seu traseiro até aqui. Abra o kit
e comece uma IV.
Sua boca abriu. Não tinha energia para dizer a 710 nenhuma das coisas que
sempre quis dizer se um dia estivessem a sós sem o risco de serem escutados por Dean
Polanitis ou as pessoas que trabalhavam para ele. Era importante que 710 entendesse
como ele mudou sua vida e a fez perceber que seu propósito era salvar seu tipo. Ele era a
motivação que lhe deu a coragem para vencer seus medos. Nem um dia se passou desde
que ela colocou os olhos nele que ele não encheu seus pensamentos ou assombrou seus
sonhos.
— Shiver, — ele disse um pouco mais alto, — fique comigo.
Negridão a reivindicou.
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