terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 3

Capítulo Três
Jeanie abriu seus olhos, olhando confusa para as grades da cama que subia em
ambos os lados do colchão onde deitava. Veio como um choque estar viva. As visões
familiares de um quarto de hospital a asseguraram que não morreu. A dor enfadonha em
seu lado quando se mexeu também era prova.
Ela tentou tocar em seu rosto, mas seu braço foi impedido quando algo apertou seu
pulso. Olhou fixamente para as algemas a prendendo nas grades da cama. Confusão
imediatamente apareceu.
— Olá? — Sua voz saiu seca e áspera. Engoliu, desejando água.
Um homem de cabelo branco usando óculos apareceu e olhou fixamente para ela,
franzindo a testa. — Oi. Eu sou Dr. Harris. Você está em Homeland, na ONE, Califórnia
do Sul, Sra. Shiver.
— Água, — resmungou.
Ele desapareceu por alguns segundos depois reapareceu com um copo e um
canudo. Ele o abaixou para sua boca e ela bebeu o líquido da temperatura do quarto. Isso
molhou sua língua e garganta, acalmando a dor.
Ele o afastou. — Não muito de uma vez. Você pode ter um pouco mais.
— Obrigada.
— Como você se sente, Sra. Shiver?
Ela engoliu. — É Shi-ver. É como você pronuncia.
Ele piscou. — Tudo bem. Você viverá. Você talvez deseje que não ao final do dia,
mas fiz meu trabalho. Estou enviando uma enfermeira para ajudar você a tomar banho e
se vestir. A ONE quer respostas. Você será escoltada para o andar mais baixo onde seu
interrogatório começará.
Jeanie engoliu, surpresa pelas suas palavras e atitude fria. — Por que estou
algemada?
Ele hesitou, mas em vez de responder, ofereceu-lhe alguns goles a mais da água.
Ela aceitou.
— Você sabe o que ONE significa?
— Sim. Organização dos Novas Espécies. — Mexeu-se na cama um pouco para
ficar confortável. — Eu entendo onde eu estou. — Olhou para baixo. — Eu estou bem? A
bala não fez nenhum dano severo?
36
Ele pareceu perder as palavras por um momento. — Você curará bem, mas espere
uma cicatriz. Nós tivemos que operar para remover a bala e você sofreu hemorragia
interna. Você precisou de uma transfusão de sangue, mas não atingiu nada vital. —
Pausou. — Espere sensibilidade no local ferido durante algum tempo.
— Obrigada. — Ela estava surpresa que o dano não era pior.
Ela viu um chamejar de emoção em seus olhos e finalmente compreendeu o que
era. Por alguma razão o sujeito sentia pena dela. Queria perguntar o que estava errado,
mas ele girou abruptamente e foi embora.
— A enfermeira está aqui, — disse enquanto saia do quarto.
Uma alta mulher Nova Espécie entrou. Ela franziu a testa quando seus olhares se
encontraram, mas se aproximou da cama, agarrou a grade lateral e a abaixou. — Sentese.
Você precisa tomar banho e colocar roupa limpa. — Seu tom era gelado. — Você fede
a remédio. — Seu olhar azul permaneceu estreitado, sua conduta não amigável. — Seu
cabelo precisa ser lavado também. — Ela tirou uma chave do seu bolso e destrancou as
algemas.
— Oi. — Jeanie sorriu, feliz em encontrar um Nova Espécie livre apesar de não
parecer mútuo. A dor em seu lado diminuiu sua alegria, entretanto, quando forçou seu
corpo a levantar. — Oh. Isso dói. — Ela carinhosamente tocou o vestido por cima de seu
ferimento, sentindo um curativo espesso debaixo do material fino.
— Ser baleada causa dor. — A enfermeira andou para trás. — Você precisa de
ajuda para descer?
Jeanie empurrou suas pernas pela extremidade da cama só para notar a que
distância seus pés oscilavam do chão. — Estas camas são bem altas.
— Elas foram projetadas para os Espécies. — A enfermeira avançou, seu toque
gentil quando envolveu o seu braço ao redor da cintura de Jeanie, cuidadosamente
ajudando-a na transição para uma posição em pé.
Metade de Jeanie esperou que tontura a atingisse, mas se sentia
surpreendentemente bem. A enfermeira a largou depois de alguns segundos,
aparentemente confiante que ela não cairia.
— Siga-me.
— Qual é o seu nome?
A mulher rosnou. — Eu não quero fazer cortesias com você.
Isso doeu, mas Jeanie tentou não permitir que isso a machucasse. Afinal, ela
trabalhou em dois lugares que abusaram de Novas Espécies. Não importa a razão para
que ela esteja lá, um pouco de hostilidade poderia permanecer. Isso ou a mulher apenas
não gostava de humanos em geral. Não pressionou por respostas para descobrir a causa
exata.
37
O banheiro no canto do quarto era equipado com uma pia, um chuveiro e uma
privada. Corou enquanto usava o último, sabendo que era provavelmente protocolo que
uma enfermeira permanecesse presente no caso de desmaiar ou precisar de ajuda. A
enfermeira ligou a água do chuveiro, curvou e recuperou um conjunto de vestidos limpos
de um armário debaixo da pia.
— Coloque uma com a abertura atrás e uma com a abertura na frente quando você
tiver acabado, vai manter você completamente coberta em ambos os lados. — A mulher
pausou. — Ninguém aprecia seu traseiro sendo exposto nessas coisas uma vez que
estão fora da cama.
— Obrigada. — Queria dizer mais, mas o duro olhar no rosto da Nova Espécie a
fez fechar sua boca enquanto removia o vestido fino depois de desamarra-lo atrás.
— Eu ficarei no caso de você precisar de ajuda. — A mulher apertou suas mãos
juntas em sua cintura e debruçou contra a porta.
Jeanie entrou no box aberto. O curativo cobria uma seção de dez centímetros
abaixo de sua cintura. Um filme de plástico cobria a coisa inteira assim não hesitou em
andar para debaixo da água. Fechou seus olhos, suspirando em alívio enquanto o calor a
encharcava da cabeça abaixo. Só por estar viva e capaz de tomar banho pareceu um
presente.
710 cruzou em sua mente enquanto estava parada lá. Sonhou em vê-lo
novamente, tentando imaginar o que ela diria, ou o que ele diria, depois que descobrisse
o trabalho que ela fez para ajudar libertar ele e sua gente. Era demais pedir-lhe para ser
totalmente amigável depois do que sofreu. Ela sempre seria uma lembrança daqueles
tempos infernais quando ele era espancado e acorrentado.
Esperava que ele estivesse lá e que quisesse conversar com ela novamente, mas
a empurrou para trás. Ela poderia estar em Homeland, mas isso não significava que ele
vivia lá ou que de propósito a procuraria. Ele podia viver na Reserva. Ele deu um choque
enorme em sua vida, mas só seria outro funcionário para ele. Andou para trás, agarrando
o xampu na estante construída na parede do chuveiro.
— Esfregue bem, — a enfermeira encorajou.
Jeanie olhou para ela. — Eu planejo.
— Você realmente está fedida.
Ela estremeceu, desviando o olhar. A percepção de cheiro da outra mulher era
aguçada e os Novas Espécies eram conhecidos por serem diretos. Esperou que ela não
tivesse com um cheiro realmente ruim para 710, mas estar coberta por sangue não teria
passado despercebida. Jeanie esfregou seu cabelo depois lavou o resto do seu corpo
com sabão. Eles abasteceram o banheiro com produtos de qualidade, prova que eles não
eram um hospital normal.
38
A água morna fez falta quando a desligou e aceitou toalhas da mulher que chegou
mais perto. — Eu preciso de um novo curativo?
— Não. Parece que o plástico o manteve seco. Só bata suavemente nele com a
toalha.
— Obrigada. Você sabe quem estará nesta reunião que estou indo?
— Eu não tenho nenhuma ideia. — A enfermeira recuou da porta. — Dois machos
esperam no corredor. Você não os quer ficando impacientes em conseguir as respostas
que buscam.
Jeanie assentiu, apressando-se. Claro que eles querem conversar comigo. Alguns
dos empregados tiveram de ter escapado usando as saídas de emergência. É urgente
rastreá-los antes de eles fugirem do país. Estava da mesma maneira tão ávida para ver
alguns deles encarcerados. Jim Booth de Cornas não foi tão horrível quanto Dean
Polanitis em Drackwood, mas chegou perto. Ambas as instalações de pesquisas eram
companheiras das Indústrias Mercile e tinham de ter ganhado acesso aos Novas
Espécies através deles antes de fecharem.
Os roupões finos não ajudaram muito em mantê-la aquecida, mas estava coberta
até o meio da perna. — Suponho que possa vestir um capote cirúrgico? — Olhou para a
enfermeira com esperança. — Pelo menos nas partes inferiores? Eu me sinto um pouco
indecente.
— Terá que servir. — A mulher acenou para baixo seu corpo. — A maior parte
deles é do meu tamanho ou maior. Eles não ajustariam. Siga-me.
— Que tal um par de meias ou até aqueles sapatos de papel? Meus pés estão
frios.
Jeanie traduziu o grunhido baixo como um não. Suspirou, deixando o banheiro.
Dois grandes Novas Espécies vestindo uniformes pretos a cumprimentaram dentro do
quarto pela porta. Lembrou-lhe de 710 enquanto olhava para as letras brancas em suas
camisas. Estes aqui não vestiam coletes. Estudou seus rostos, desapontada que ele não
era um deles. O primata era um cara bonito com olhos marrons únicos, o tom vermelho
neles fascinante. O leve formato de seu nariz alargado e o volume de seu corpo superior
deu-lhe uma indicação que ele poderia ter sido misturado com DNA de gorila. Ouviu que
eles existiam, mas eram raros. Ele foi o primeiro do seu tipo que ela já viu.
Ela olhou para o outro. Ele era felino com bonitos olhos de gato e cabelo vermelho
listrado. Nenhum dos dois sorriram para ela, suas expressões horrendas. Jeanie estava
desapontada que eles não foram mais amigáveis. O com os olhos avermelhados ofereceu
seu braço.
— Eu sou Jericho. Você pode segurar em mim. Diga-me se você sentir qualquer
tontura.
39
— Nós não queremos que você caia no chão. Meu nome é Flame e não sou um
médico então não quero que você se machuque no meu turno. — Olhou para a
enfermeira. — Você vem conosco, Midnight?
— Não.
Isso fez o felino franzir a testa. — E se ela começar a sangrar ou algo assim?
— Traga-a de volta aqui. — A fêmea partiu do quarto.
Jeanie hesitou antes de enrolar seus dedos em torno do antebraço musculoso
oferecido. Jericho era realmente quente, causando-lhe arrepios.
— Eu não machucarei você. — Sua voz era rouca, um pouco assustadora e
profunda.
— Não é isto. Eu acabei de tomar banho e está frio. Eu apenas não tinha percebido
o quão frio estava até que toquei em você.
O Nova Espécie olhou para o outro. — Consiga para ela um cobertor.
Flame cruzou o quarto e abriu um armário. Ele balançou um cobertor fresco e se
aproximou por detrás dela, mas pausou. — O que eu faço com isto? Enrolo ao redor dela
e um de nós a carrega? Você devia fazer isto. Ela parece delicada.
— Por que eu? — Jericho rosnou baixo. — Você é mais fraco que eu e menos
propenso a acidentalmente esmaga-la.
— Eu não sou.
Jeanie largou seu braço e girou. — Eu posso caminhar. Eu posso pegar isto?
Flame deu o cobertor. Ela o enrolou ao redor dela como um xale e pegou o braço
de Jericho novamente. Ela agarrou o material em seu peito para manter o cobertor
fechado na frente para não sair dos seus ombros. Ajudou um pouco, mas ainda desejava
roupas de verdade. Seus pés nus no chão frio não estavam ajudando a aquecê-la muito.
— Obrigada. Estou pronta para ir.
Flame os seguiu. Jericho caminhou devagar a seu lado e apreciou isto. Ele se
ergueu por cima dela com suas pernas muito mais longas. O corredor era claro. Entraram
em uma área grande com mesas, um balcão longo, e viu prédios pelas janelas no
decorrer de uma parede longa. Curiosidade sobre Homeland a fez esticar seu pescoço
para ver mais, mas eles alcançaram o elevador muito cedo para localizar qualquer coisa
de interesse.
As portas deslizaram abrindo e um sujeito alto estava do lado de dentro, vestindo o
mesmo uniforme dos Novas Espécies que a escoltaram, exceto que ele era
completamente humano. Estudou suas características de perto para estar certa. Ele
franziu a testa e a examinou também.
40
— Oi, Sra. Shiver. Eu sou Trey Roberts. Sou um dos líderes da equipe da força
tarefa aqui em Homeland. — Ele olhou para Flame. — Eu estava descendo para ver por
que estava demorando tanto.
Ele pronunciou seu nome incorreto, mas não o corrigiu. Tinha sido uma ocorrência
comum toda sua vida. Ela viu alguns dos membros da força tarefa na televisão em
resumo de notícias, mas eles normalmente escondiam seus rostos com bonés puxados
para baixo em suas testas e usavam óculos espelhados para esconder seus olhos. Ele
era um sujeito atraente no fim de seus vinte anos, talvez no início dos trinta, mas o modo
que ele olhou para ela, daquela maneira não amigável a fez perguntar-se porquê.
— Ela tomou banho. — Flame cruzou seus braços em cima de seu peito.
— Entendo. Seu cabelo está molhado. — Trey olhou para seu cobertor, arqueando
uma sobrancelha em questão.
— Ela estava fria, — Jericho anunciou.
— Bem, nós não podemos fazer isto. — Trey suspirou. — Não esqueça que ela
não é uma convidada aqui. — Dirigiu um olhar para sua mão, curvada ao redor do
antebraço de Jericho. — Onde estão as algemas?
O primata rosnou. — Elas não eram necessárias.
— Ainda é meu trabalho ressaltar o protocolo.
— Nós não estamos usando quaisquer armas que ela pudesse roubar e ela não
teve nenhum acesso a qualquer coisa afiada. Você acredita que ela seja fisicamente
capaz de nos arriscar? — Pareceu ofendido.
— Não. Esqueça que eu disse qualquer coisa. — Trey pareceu exasperado quando
deu-lhe sua total atenção. — Vamos acabar logo com isso. Você tem muitas perguntas
para responder.
— Eu tenho uma para perguntar. Por que eu estava algemada em primeiro lugar?
Você sabe quem sou já que sabe meu nome.
Sua boca firmou em uma linha apertada, horrenda antes de ele empurrar sua
cabeça em direção ao elevador aberto. — Você não é a pessoa que estará fazendo
perguntas. Vamos.
Jericho a guiou para o lado de dentro. Ela se sentiu minúscula comparada aos três
homens grandes compartilhando o elevador. Trey Roberts olhou fixamente para ela de um
modo que a fez soltar seu olhar para o chão, uma sensação de apreensão amarrava seu
estômago. Algo estava errado, mas não sabia o quê. O medo subiu sua espinha, mas não
deveria existir uma razão para isto. Ainda permaneceu. Ela ficou até um pouco nervosa
em estar ao redor de Novas Espécies livres.
Tinha sido um sonho tira-los daquelas celas e levá-los para a ONE, mas lidou com
o perigo. Eles matavam humanos quando lhes dada a oportunidade, entretanto era
41
totalmente justificado. A diferença entre imaginar estar próximo a eles uma vez que
estavam livres e realmente estar pareceu uma razão lógica para parecer um pouco
paranoica. Ela destacou isto como a causa de sua intranquilidade.
As portas do elevador abriram em uma grande sala sem janela com algumas vigas
espessas para sustentar o espaço enorme. Jericho se moveu e suavemente a trouxe
adiante até que ela conseguiu uma visão do outro lado da sala. Três quartos com barras
forrando uma parede, cada um equipado como semelhantes celas de prisão, mas com
mobília de quarto melhor. Seu olhar demorou neles, feliz de ver que estavam vazios.
Uma cadeira tinha sido colocada no centro da sala grande com uma luz mais
brilhante ligada acima. Foi levada lá e Jericho assentiu. — Sente-se.
Ela se sentou, olhando fixamente para todos os três enquanto a cercavam. O
humor era horrendo, suas características eram também, e aquele sentimento intranquilo
cresceu dez vezes mais dentro de Jeanie. Esperou ser levada para um escritório ou pelo
menos uma sala de verdade com cadeiras, talvez uma escrivaninha e uma janela. Ao
invés disso estava em um ambiente escuro, úmido que a deixou perguntando-se se
alguma coisa se escondia nos cantos não vistos. Abraçou sua cintura e se encolhia na
cadeira enquanto seu olhar movia para aquela escuridão.
— O que está acontecendo? O que é este lugar? Por que estou aqui?
Ouviu um baque suave e girou sua cabeça. Dois grandes homens saíram das
sombras à sua esquerda e chegaram mais perto. O movimento à sua direita a fez girar
sua cabeça. O cabelo loiro de 710 quase brilhava enquanto ele andava no círculo de luz.
Não podia ver seu rosto, mas sabia que era ele. Um humano estava ao lado dele. O olhar
de Jeane demorou em 710 até um homem de uniforme ficar entre eles, bloqueando sua
visão. Ele era humano também.
— Novas Espécies ficam chateados quando ouvem mulheres gritando. Este lugar
tem paredes forçadas e o som é silenciado.
— Calma Chris. — Trey Roberts o atirou um olhar feio.
A ameaça lentamente foi absorvida e engoliu, medo crescendo aos trancos e
barrancos. — O que? — Esperou não ter ouvido direito.
O sujeito humano no uniforme que estava ao lado de 710 se aproximou e se
abaixou, invadindo seu espaço quando suas mãos agarraram os lados da cadeira. Ele
franziu a testa.
— Eu sou Jordan. — O homem estava no meio dos seus trinta anos e tinha olhos
cinza gelados. — Você tem sorte de estar viva, Jeanie.
Ela assentiu. — Eu sei.
Ela arremessou o olhar para 710. Ele permaneceu a mais ou menos dois metros
atrás do homem abaixado na frente dela. Seus braços estavam cruzados em cima de seu
42
peito e seu queixo abaixado mantinha suas características escondidas nas sombras.
Jordan moveu sua cabeça de um modo que completamente protegeu 710 de sua visão.
— Olhos aqui, Jeanie. Olhe para mim.
Ela fez como ele pediu, olhando fixamente nas íris cinza frias.
— O que estava nos computadores centrais das Pesquisas Cornas?
Ela hesitou. — Todos os arquivos das experiências que eles estavam conduzindo.
— Você despejou café no computador.
Ela assentiu. — Sim.
— Por quê?
Ela lambeu os lábios secos, desejando mais água. — Eles instalaram
dispensadores de gás venenoso dentro de cada quarto que prendia Novas Espécies. Eu
sabia que eles os matariam se não quebrasse o computador. Todo mundo da Segurança
podia ter acesso ao programa e ativar de seus pontos na escrivaninha.
Jordan franziu a testa. — Nós não achamos quaisquer dispensadores de veneno.
Sua segurança era fraca, se qualquer coisa.
— Verifique os alarmes de incêndio em cada um dos quartos onde os Novas
Espécies estavam mantidos. Eu falei com o cara que os instalou. Ele pensou que era
realmente esperto e que ninguém olharia lá. — Engoliu. — Eu acho que ele estava certo
se você não os achou. A única coisa que pude pensar em pouco tempo era despejar café
no computador principal e fritá-lo. Eu não podia arriscar apenas desconecta-lo no caso de
alguém notar. Tinha que ser algo que eles não podiam consertar a tempo. Pensei em
esmagá-lo, mas teria feito barulho demais. Eu provavelmente poderia ter aberto a tampa e
removido partes se tivesse tido mais avisos, mas não foi informada de que o ataque ia
acontecer até a noite anterior. Eu não podia voltar para o trabalho naquela noite ou
aparecer cedo para meu turno. Teria levantado suspeitas. Eu só tive mais ou menos dois
minutos para desativar o computador e chegar aos andares mais baixos para lidar com as
fechaduras do leitor de crachá. Ainda não foi tempo suficiente já que não conseguir
desativar todos eles.
Jordan não pareceu convencido. — Como você soube que nós estávamos indo?
Sua pergunta a deixou perplexa por alguns segundos. Perguntou-se se o agente
com quem trabalhou curvou as regras para adverti-la em primeiro lugar. Não importava no
fim, entretanto. Ela não iria mentir para a ONE.
— Eu li a mensagem por volta das nove da noite do dia anterior, me dizendo para
faltar no dia seguinte. Ele não disse completamente porque, mas estava implícito que
Cornas finalmente seria invadido logo após o turno da manhã.
Jordan piscou. — Quem advertiu você?
43
Ela franziu a testa, preocupada já que ele devia saber dessas informações. —
Agente Terry Brice.
— Sério?
Ela assentiu. — Você pode ligar e verificar isso com ele.
— Entendo. — Jordan se debruçou mais perto, olhando fixamente em seus olhos.
— Quem é Agente Terry Brice?
Jeanie ficou boquiaberta para ele. — Você não conhece o agente liderando este
caso? Eu tenho trabalhado com ele desde o ano passado. Ele foi atribuído para me ajudar
a fechar Drackwood em Novo México e agora Cornas. — Moveu-se em sua cadeira,
olhando ao redor de Jordan para conseguir olhar para 710. — Diga a ele. Você estava lá,
710.
Jordan ficou em pé e uma de suas mãos agarrou seu queixo, agressivamente
empurrando sua cabeça para cima até que seus olhares bloquearam. — Nunca fale
diretamente com ele. Você me entendeu? Sou eu quem estou lidando com você.
— Jordan. — Trey Roberts avançou. — Volte um pouco.
— Fique fora disto, — o cara cuspiu. — Eu consegui este trabalho porque você é
muito suave.
— Foda-se. — Trey deu outro passo mais perto. — Eu só não acho que uma
abordagem pesada é necessária. Duvido que Tim também acharia isso se estivesse aqui.
— Eu fui atribuído para lidar com o interrogatório e estou no comando. Pare de
interferir. — Ele se debruçou muito mais perto, olhando para Jeanie. — Eu quero
respostas, Sra. Shiver.
A mão de Jordan machucava onde apertou sua mandíbula. — Eu entendo. Por
favor, me solte. — Ela esticou a mão até agarrar seus pulsos com ambas as mãos em
uma tentativa de livrar seu rosto. O cobertor que ela manteve ao redor dos seus ombros
caiu para derramar em cima da parte de trás da cadeira e cobriu seu colo.
O que ameaçou fazê-la gritar agarrou seus pulsos, empurrando suas costas em
sua cadeira até que sua coluna apertou contra a cadeira de metal. Ela não viu ou o ouviu
surgir atrás dela da escuridão. A dor apunhalou pelo seu lado ferido com os movimentos
afiados quando seus braços estavam presos atrás dela. Eles não a algemaram
novamente, mas não era necessário com seu aperto. Torceu sua cabeça e olhou
fixamente para ele. O uniforme com ONE gravado nele obviamente significava que ele era
outro membro da força tarefa.
— Olhos em mim, — Jordan severamente exigiu. — Não estou com nenhum humor
para jogos, Sra. Shiver. Eu não os jogarei.
Ela olhou para ele, confusa. — Eu...
44
— Isso não foi uma pergunta. Isso foi eu estabelecendo a lei. Talvez você não
entenda a sua situação então me permita te atualizar. — Ele se curvou, olhando para ela.
— Seu traseiro pertence ao ONE agora. Você não pode ter um advogado, ou um júri, ou
qualquer direito legal. Você vai responder minhas perguntas honestamente ou vou obrigála
a fazer isto. Uma maneira vai ser indolor, mas a alternativa não será se eu decidir que
você está mentindo. — Ele abaixou, agarrou sua cadeira nos lados novamente para
equilibrar seu peso, e ficou perto do seu rosto até que eles estavam no nível do olho. —
Eu não dou à mínima se você tiver peitos. Você não é melhor do que um terrorista para
mim.
Jeanie sabia que sua boca caiu aberta. Um terrorista? Que diabo está
acontecendo? Estava muito atordoada para formar palavras, provavelmente uma boa
coisa já que o homem fazendo ameaças olhava como se quisesse bater nela.
— Eu gosto dos Novas Espécies. Eu chamo alguns deles de melhores amigos. —
Ele se debruçou muito mais perto até que podia identificar o cheiro de hortelã em sua
respiração. — Todo dia estou disposta a morrer no comprimento do dever para protegêlos.
— Ele olhou para baixo em seu peito com um olhar de zombaria antes de segurar o
olhar dela. — Eu não gostaria de nada mais que estripar todos os imbecis que os
atormentaram e os trataram como merda. Isso me irrita e me faz ver vermelho. Isso
significa que não hesitarei em tirar um pouco de sangue se você não parar de brincar
comigo. Que diabos estava no computador principal que você estava protegendo? — Ele
deu uma respiração. — Responda-me.
— Eu estava protegendo os Novas Espécies. Realmente existem dispensadores de
gás escondidos dentro dos alarmes de fogo em todas as celas. — As lágrimas encheram
seus olhos, mas as piscou de volta. — Faça alguém checar. Eles os acharão. Eu não sei
que tipo de veneno eles usaram, mas digo que sejam cuidadosos.
Uma de suas mãos ergueu e ele suavemente agarrou o seu lado. Seu dedo
polegar apertando contra seu curativo, roçando-o pelo roupão. — Você sabe o quanto
machucará se eu aplicar pressão? Rasgará o ferimento abrindo-o. Eu verifiquei seu
quadro e eles removeram os grampos. Você quer precisar deles novamente?
— Porra Jordan, — Trey Roberts murmurou. — Recue, droga.
— Eu disse para permanecer fora disto, Trey. Você não tem este trabalho porqu
tem linhas que não cruzará. As informações são tudo o que importa e nós não temos
tempo para seu charme de bom menino para tira-las dela. Feche a porra da boca ou eu
terei você escoltado para fora. Você não é meu líder da equipe hoje e não tem nenhuma
autoridade para me dizer como lidar com esta situação. — Ele olhou para Jeanie. —
Ninguém vai salvar você.
— Oh meu deus. — Estava apavorada quando entendeu que de alguma maneira
ele não sabia o que ela fez para a ONE. Ele a tratava como se ela fosse uma criminosa
em vez de uma informante. Ele falou sério sobre a ameaça. — Você precisa achar o
Agente Terry Brice. Eu contatei a ONE no ano passado quando fui atribuída para os
45
andares mais baixos em Drackwood e vi que eles tinham Novas Espécies lá. Eu deixei
uma mensagem e um número de telefone no espaço que vi no site da ONE sobre
quaisquer informações que alguém tivesse sobre Novas Espécies desaparecidos ou as
pessoas que estavam sendo procuradas pelos crimes contra eles. No dia seguinte recebi
uma ligação de volta daquele agente.
Ela estava falando rápido, mas medo a motivou a balbuciar. Eles precisavam
acreditar nela. — Ele voou naquela noite e eu o encontrei. Eu compartilhei informações e
contrabandeei evidência para ajuda-lo a conseguir um mandato para que o edifício
pudesse ser revistado.
Jordan inclinou sua cabeça. — Sério? Diga-me mais.
Ele não estava machucando-a. Isso tinha de ser um sinal de que conseguiu atingili.
— O agente Brice me disse que era assim que eu podia ajuda-lo mais. Ele disse que
eles sabiam que eu estava dizendo a verdade e podiam conseguir um mandato para a
instalação do Novo México se eu juntasse evidência. Eu finalmente consegui provas
suficientes e ele foi capaz de liberta-los. Eu fiz isso nas Pesquisas Cornas também. Ele
me mandou para lá.
— Como ele soube sobre Cornas?
— Ele já tinha uma informante colocada lá dentro, mas ela estava com muito medo
de contrabandear qualquer coisa. Eu não sei seu nome. Ele disse que não podia me dizer
isso porque ela estaria em perigo. Ele se preocupou que eu pudesse acidentalmente
estragar com seu disfarce.
— Que tipo de informações e evidências você deu a este agente?
— Ele queria fotos, mas isso era impossível. Eles tomam nossas bolsas e fazem
uma revista quando entramos e saímos do edifício. Eles têm uma política de sem telefone
celular ou qualquer coisa que pudesse tirar fotos ou gravar imagens fossem mantidas na
mesa dianteira onde nós não tínhamos nenhum acesso a ela durante nossos turnos. Eu
às vezes manchava minhas roupas com o sangue dos Novas Espécies que tirava assim
podia dar a ele como prova. — Relaxou um pouco. — Às vezes eram amostras de saliva
de um dos Novas Espécies ou amostras de cabelo. Eu também roubei algumas pílulas de
teste, que contrabandeei escondendo-as dentro do meu sutiã.
— Cabelo?
— Sim. Eu cortava uma mecha de cabelo de algum lugar que não seria notado. Era
difícil de fazer, mas ocasionalmente eles tinham um ferido drogado inconsciente assim eu
podia conseguir chegar perto o suficiente deles quando éramos deixados a sós. Eu usava
muito meu cabelo em um rabo-de-cavalo. Era fácil meter um pouco do cabelo deles no
meu se a cor se assemelhasse a minha. Os guardas nunca verificaram isto. Eles só
corriam um scanner acima da minha cabeça.
46
— Então você chegou escondida em alguns bastardos inconscientes e contaminou
seu corpo?
Jeanie não estava certa de como responder a isto. Soou terrível quando ele
colocou daquele modo. — O agente Brice disse que eles podiam fazer teste de DNA com
sangue e saliva. As amostras de cabelo podem ser usadas para testar drogas e
substâncias químicas. Ele precisava disso para provar que Novas Espécies estavam lá.
Eu nunca machuquei nenhum deles. Nunca. Eu não faria isto.
— Porra, — Chris xingou por detrás ela, suas mãos apertando em seus pulsos. —
Nós até queremos perguntar de onde ela tirou isso? Sua cadela doente. Você os estava
molestando também quando eles não podiam lutar de volta?
Jeanie moveu sua cabeça, encarando-o, espantada. — Não! Eu tirei de suas
cabeças próximas a base de seus crânios. Qual é o seu problema? Eu disse que colocava
com o meu próprio cabelo. Ecaaaa! Eu não peguei cabelo púbico. Novas Espécies nem
sequer tem.
Jordan agarrou sua mandíbula novamente e dolorosamente empurrou sua cabeça
para encara-lo. Seus dedos cavaram em sua pele o suficiente para fazê-la gritar. — Cale
a boca, Chris. Como você sabe disto, Sra. Shiver?
Ela olhou para ele, além do medo. — Você está me machucando.
— Que pena. Responda a pergunta. Como você sabe que eles não têm pelos
pubianos se você não estava molestando Novas Espécies?
— Todo mundo sabe disso. Eles também têm dentes tipo presa e alguns calos em
suas palmas e pontas dos dedos.
— Você pode ver isso com eles vestidos.
— Eu entrava e saía do centro de tratamento onde eles mantinham alguns dos
Novas Espécies feridos. Eu cuidei deles e mudei curativos quando estavam fortemente
drogados. Eu não os molestei ou fiz qualquer coisa doentia. Eu não estaria aqui se tivesse
feito isso. Eles teriam me matado.
— Não se eles estivessem drogados.
Ela puxou seu rosto de seu poder, mas o homem atrás dela manteve-a imóvel a
partir dos ombros na cadeira. — Eles teriam me cheirado neles quando acordassem se eu
os tocasse de maneira errada. Eu não sou estúpida.
Ela tentou acalmar-se, mas realmente a estava pressionando, sendo acusada das
coisas horrorosas que eles implicavam. — Você sabe o que eu podia fazer com você
agora mesmo se eu fosse um Nova Espécie e você ficasse assim perto de mim? —
Cerrou seus dentes e respirou calmamente. — Eu podia morder sua boca e arrancar seus
lábios ou atingir você com minha testa e quebrar ossos. Eu estive assim perto deles o
tempo todo quando tive que tirar amostras. Nenhum deles me machucou porque
47
perceberam que eu nunca os machucaria. Eu lhes dei minha confiança e eles me deram a
deles em retorno. Eles sabiam que eu me importava.
Um grunhido maligno ecoou em torno da sala, deixando impossível para ela dizer
de que direção veio. Descobriu rápido, entretanto, quando Jordan foi empurrado do
caminho e 710 tomou seu lugar. Suas íris mogno escuro estavam claramente visíveis na
luz pesada quando ele abaixou, olhando fixamente para ela. As linhas de raiva ao redor
da sua boca a avisaram do seu mau humor.
— Você admite que trabalhou para ganhar nossa confiança e usá-la contra nós?
— Deixe-me lidar com isto. — Jordan agarrou o ombro de 710. — Eu lidarei com
ela.
710 mostrou seus caninos e rosnou. — Para trás. Ela é minha.
Jordan o largou, dando um passo para o lado. — Certo.
Jeanie franziu a testa. — Eu nunca usei qualquer coisa contra você.
— Para que ganhar nossa confiança? Por que fazer sentirmos como se você se
importasse?
— Queria que você soubesse que eu estava do seu lado. Eu não podia exatamente
dizer que estava lá tentando libertar você. Havia câmeras em todos os lugares e se eu
sussurrasse esse fato para você, e se deixasse isto escapar para os guardas por raiva ou
dissesse para outro Nova Espécie para dar-lhe esperança? Eu não podia arriscar isto.
Nossas vidas estavam em jogo.
— Nós precisamos descobrir o que estava naquele computador, — Jordan
declarou. — Foque nisto.
— Cale a boca, Jordan, — 710 retrucou. — Não interfira. — Ele se debruçou mais
para perto. — Você quer derramar meu sangue agora? — Seu olhar caiu para seus lábios
e revelou seus caninos afiados novamente. — Você precisa de uma lembrança de quem
tem a pior mordida?
Feriu os sentimentos de Jeanie ver 710 amargurado. — Você ganharia. — Não
pensou que ele usaria seus dentes nela, entretanto. Ele podia ter feito isso enquanto
estava acorrentado em Drackwood se o desejo tivesse surgido. — Eu não quero seu
sangue, 710. Eu nunca quis.
— Qual era o propósito de ganhar nossa confiança?
— Eu te disse.
— O que Polanitis esperava ganhar? Que tipo de informações você estava
tentando conseguir de nós? Qual era o ponto de vista?
48
— Não havia nenhum. Eu apenas queria que você tivesse esperança e não
desistisse naquele inferno. Eu queria isso para todos vocês. Eu estava lutando por você,
você sabendo disto ou não.
— Existem arquivos substitutos daqueles que você destruiu?
— Eu não sei. — Ela afundou em sua cadeira, desanimada por sua falta de
confiança em sua palavra. — Isso era muito acima do meu pagamento. Eu só fritei o
computador para manter os Novas Espécies vivos até a equipe da SWAT chegasse. —
Olhou em seus olhos bonitos. — Estou te dizendo a verdade. Eu estava trabalhando com
o Agente Terry Brice. Você precisa chama-lo e esclarecer isto. Eu estava trabalhando
com a ONE este tempo todo.
O membro da equipe ainda segurando seus pulsos bufou. — Senhora, pare agora
enquanto você está ganhando. Você está cavando um buraco maior para ser enterrada.
Não se incomodou em olhar para ele, ao invés disso manteve seu foco em 710. Ele
ficou em pé e recuou. — Assuma o comando, Jordan. Eu não quero perder meu
temperamento e estou prestes a perdê-lo.
Jeanie queria despertar do pesadelo, mas não era um sonho ruim. 710 pensava o
pior dela e não importava que isso seria clareado a tempo. O agente Brice ouviria sobre a
prisão dela e apareceria para endireitar as coisas. Ainda doía. O membro da equipe da
força tarefa abaixou na frente dela novamente.
— Ajude-nos a vincular as Indústrias Mercile com as Pesquisas Cornas ou você
será enviada para Fuller. Os imbecis que a dirigem farão com que você deseje ter
cooperado conosco. Eles não são muito mais agradáveis com os prisioneiros lá do que
como seus colegas de trabalho tratavam Novas Espécies. Você será trancada em uma
cela de um metro e oitenta por um metro e cinquenta com barras nas paredes. Você
nunca verá a luz do dia novamente ou terá um momento de isolamento. Eles nem têm
janelas lá.
Lágrimas quentes ameaçaram, mas se recusou chorar. — O que é Fuller?
— É uma prisão para criminosos que cometem crimes contra Novas Espécies. Fará
a prisão normal parecer como umas férias nas Bahamas. Você nunca sairá de lá até que
esteja em um saco de cadáver a caminho da casa funerária de escolha da sua família.
Sem datas de tribunal, sem condicional, e sem visita de ninguém. — Sorriu, mas não
alcançou seus olhos frios. — Sem telefonema. Sem contato com o mundo lá fora. Sem
televisão, rádio, ou internet. Você passará o resto da sua maldita vida sofrendo como os
Novas Espécies sofriam. Coopere comigo dizendo todas as informações que quero ou
você estará no próximo transporte para lá.
— Chame o Agente Terry Brice. Por favor? Ele dirá a você quem sou e isto será
esclarecido. Seu número é...
49
Ele agarrou seu lado novamente, seu dedo polegar apertou contra seu ferimento o
suficiente para fazê-la gritar. — Não existe nenhum maldito Agente Brice. Pare de brincar
comigo.
— Já chega, — 710 rosnou.
— Pare Jordan, — Trey Roberts exigiu.
— Existe sim, — revelou, debruçando mais perto de Jordan, com raiva e com dor.
— Ele me visitou muitas vezes e estou cansada desta besteira. Ache-o. Apenas ligue para
o seu celular. Eu sei o número de cor. Eu estava com muito medo de anotar no caso de
que meu apartamento fosse revistado novamente.
— Novamente?
— Eles fazem isso com os funcionários. Eles revistam nossas casas, nossos carros
e até verificam nossos registros telefônicos para ver quem nós contatamos. Estou bem
certa que eles até grampearam nossas casas e linhas telefônicas assim podem ouvir cada
palavra que dizemos. Achei alguns em meu apartamento uma vez, pelo menos acho que
eram grampos. Eu não ousei toca-los. Eu sempre fui muito cuidadosa ou nunca teria
sobrevivido este tempo todo. Eles teriam me matado se sequer suspeitassem que
trabalhei com a ONE.
Trey Roberts andou para a luz. — Ela parece tão sincera e ofendida. — Ele girou
sua cabeça, olhou fixamente para 710. — Ela está ou dizendo a verdade ou é a melhor
mentirosa que já vi. Conheci agentes da CIA com menos talento para ficar no
personagem quando bem infiltrados.
— Isto é tão estúpido, — protestou. — Apenas ache Agente Terry Brice de uma
vez.
Trey deu alguns passos mais perto e suspirou. — Não existe nenhum Terry Brice.
Jordan está tendo dificuldades em acreditar na sua história porque não faz sentido. A
equipe da SWAT não invadiu aquele prédio. Nós invadimos. A ONE não precisa de um
juiz para conseguir um mandato de busca. Nós achamos que os Novas Espécies estão
sendo presos em algum lugar, até mesmo suspeitamos que eles pudessem estar lá, e
podemos juntar pelo menos quatro equipes dentro de uma hora para derrubar qualquer
lugar.
Sua mente parou por um segundo, tentando fazer sentido do que ele disse. Não
fez.
— Nós temos três helicópteros a nossa disposição a toda hora e podemos
consegui-los no ar dentro de uma hora com nossas equipes completamente preparadas
para convergir em um local. Nós fizemos isto e tenho que admitir que fico sempre um
pouco impressionado com nosso tempo rápido de resposta. Nós não temos que seguir a
lei. Novas Espécies são isentos dessa burocracia quando se trata de recuperar outros. —
Ele levantou uma mão e a fechou, endireitando um dedo.
50
— Seu primeiro erro foi dizer que contatou o site. Se você tivesse, nós teríamos
dilacerado Drackwood um tijolo de cada vez para procurar cada centímetro por Novas
Espécies. — Outro dedo subiu. — Seu segundo erro foi dizer o nome deste suposto
agente porque treino com cada membro da força tarefa que envolvido com Espécies. Tal
pessoa não existe. Você não pode nem dizer que ele é de outra agência porque nós
somos rigorosos quando se trata da ONE. Nada acontece sem nossa aprovação e
conhecimento. É uma ordem presidencial para qualquer agência de fora reportar para
meu chefe imediatamente e passar todas as informações que envolverem Novas
Espécies diretamente para ele. Nenhum telefonema foi feito para Tim ou o número um
teria acontecido. Nós teríamos despedaçado Drackwood do jeito que nós fizemos em
Cornas. Nós tivemos uma dica sobre ele e estávamos lá dentro quatro horas.
Jeanie acreditou nele. Ignorou a dor pulsante que Jordan causou em seu lado,
olhando fixamente nos olhos de Trey Roberts. — Eu não entendo. Ele tinha um distintivo
e sabia todas as informações que edei à ONE. Ele tinha o número do celular pré-pago
que comprei. Ninguém o tinha exceto onde deixei na mensagem.
— Jesus Cristo, — Jordan bufou. — Ela vai jogar este jogo até o fim. Vamos
apenas ligar para Fuller pedindo um carro antes que eu perca minha paciência. Eu nunca
bati em uma mulher em minha vida, mas estou tentado a fazê-la a primeira.
— Estou tentando ajudar você, acredite ou não, — Trey sussurrou. — Nós estamos
sob ordens de não machucar você, mas nós não dirigimos Fuller. Faça um acordo
conosco ou eles te interrogaram. Novas Espécies não machucam mulheres, mas nós não
somos tão escrupulosos. Você só vai ser um número na prisão.
— Estou te dizendo a verdade. Eu juro. — O desespero apareceu. — Eu entendo
que não faz sentido se o que você disse é verdade, mas isto foi como aconteceu. Ele
disse que era um agente, tinha um distintivo, e pensei que eu estava trabalhando para a
ONE. Eu queria libertar aqueles Novas Espécies.
— Eu posso quebra-la, — Jordon jurou. —Dê-me só cinco minutos com ela.
— De jeito nenhum, — Trey respondeu. — Eu não permitirei que isso aconteça.
Você já foi muito grosso com ela. Uma coisa é fazer ameaças para criar medo, mas outra
é ser violento com ela. Você sabe que todo mundo aqui concordaria com isso se tomar
um segundo para olhar ao redor para os olhares sujos que está conseguindo.
— Eu ligarei para Fuller pedindo um carro, — Jordan advertiu antes de girar seu
olhar bravo para Jeanie. — Adeus, querida. Estes são últimos rostos amigáveis que você
verá. Sugiro que você olhe por muito tempo para qualquer janela dentro daquele furgão já
que também será a última vez que verá qualquer coisa sem o bloqueio de barras
impedindo sua visão.
— Isto não é preciso. — 710 chamou sua atenção. — Dean Polanitis está lá então
você poderá vê-lo novamente todos os dias. Estou certo que ele terá muito prazer em ver
você desde que vocês dois terão muito para colocar em dia.
51
Aquelas informações foram um golpe emocional para Jeanie. Até ouvir o nome de
Dean Polanitis a fazia inesperadamente suar frio de terror. Eles a estavam levando para
onde ele estava preso. Ela teria que vê-lo novamente. Todos os pesadelos, as noites em
claro e a ansiedade constante da possibilidade que ele pudesse escapar um dia a
atingiram com força.
Dean Polanitis a mataria, não importava o que custasse. Ele tinha de saber que ela
era a razão de ele ter sido preso e Drackwood fechada. Os flashbacks das coisas
horríveis feitas com ela causaram um completo ataque de pânico. Foi direto de volta para
aquela horrível sala de laboratório, presa em uma maca, vendo seu sorriso cruel enquanto
ele a assistiu ser injetada com drogas. A dor que sofreu parecia divertir a ele e ao Dr.
Brask. Ele estaria naquela prisão também.
Jeanie não conseguiu se impedir de enlouquecer, reconhecendo os sinais quando
começou a arquejar. Ela lutou com o membro da força tarefa segurando seus pulsos atrás
de suas costas, não se importando se ele quebrasse seus braços. Apenas precisava cair
fora, achar um canto escuro e se enrolar em uma bola.
— Não! Não!— Ela saiu, jogando a cabeça para trás.
52

11 comentários:

  1. Até eu estou em pânico por ela...

    ResponderExcluir
  2. Ai caralho, eu quero proteger ela 😭😭 coitada

    ResponderExcluir
  3. Mano, eu tô com um ranço desse Jordan num nível

    ResponderExcluir
  4. Não querer saber da ONE? amiga eu metia um processo neles e ainda ia na imprensa e contava tudo. A coitada arrisca a vida pra salvar os caras e eles nem pra verificar o que ela tá falando.

    ResponderExcluir
  5. Verdade eu saia dizendo adeus seus fdp até nunca mais seus escrotos

    ResponderExcluir
  6. É! Não dá pra entender prq eles estavam sendo tão intransigentes com ela, ela já tinha o depoimento da fêmea a seu favor, ela salvou a vida de todos, muita soberba não verificar os fatos rapidamente

    ResponderExcluir
  7. Nossa...
    Eu tô chorando aqui 😭😭😭

    ResponderExcluir