domingo, 2 de novembro de 2014

Capítulo 04

Capítulo Quatro 
Joy estudava Moon enquanto ele compassava em sua gaiola. Estava distraído, rosnando e agitado. Um uivo fraturou o silêncio do quarto quando saiu do elevador. Ele imediatamente focou um olhar bravo nela antes de girar e a ignorou completamente. Engoliu com força, tirando os sapatos, e lentamente se aproximou.
— Moon?
Nem sequer deu um olhar em sua direção. Isso a fez pensar o que aconteceu desde que ela saiu. Ele lembrou-se de agarrar sua garganta? Ameaçá-la de morte? Talvez pensou que ela veio por vingança de uma certa forma. Os empregados da Mercile teriam. 51

Seria suicídio chegar muito perto dele no momento, então caminhou para a cadeira que Rusty trouxe e se sentou. Cruzou os braços sobre seu peito enquanto o observava, esperando que ele se acalmasse ou ficasse cansado. O guarda de lá de cima disse que Moon comeu uma hora atrás. As novas correntes presas aos seus braços e pernas estendiam no chão. Isso somou muito em seu estado de espírito. Apostaria sua carreira nisto.
— Você consegue me entender?
Ele nem sequer pausou de andar de um lado para o outro. Um braço jogou nas barras e as correntes presas a ele bateu nelas. O som fez Joy estremecer.
— Eles tiveram que fazer isto. Você entende? Todo mundo aqui está tentando muito ajudar você.
Moon a ignorou, mas rosnou novamente e pausou, agitando cada uma de suas pernas para fazer as correntes chiarem. Seu foco fixou nas restrições quando ficou quieto. Parecia que o Espécie embrulhou faixas de couro ao redor de seus pulsos e tornozelos depois colocou as correntes de metal por cima delas para proteger sua pele. Começou a compassar novamente, arrastando as correntes, e soltou um uivo atormentado.
O som era assombroso e apavorante ao mesmo tempo. Tanta ira. Joy não o culpou. Ele estava trancado dentro de uma gaiola em um porão vagamente iluminado. Discutiu em ter as luzes aumentadas, mas o oficial agitou sua cabeça.
— Ele fica pior se as deixarmos mais brilhantes. Ele parece gostar mais do escuro. É o predador dentro de nós.
Joy não podia discutir com aquela lógica e deixou isto passar. Moon perdeu sua humanidade depois do ataque do dardo. O lado animal dele preferiria escuridão se não pudesse correr livre. Ainda não havia nenhuma boa notícia da equipe médica também. Nenhuma cura foi encontrada e os médicos estavam ainda sem pistas sobre que mistura de droga causou para ele ficar selvagem. O que quer que seu atacante fez, não dissipou. Esperou que isto dissipasse e ele retornasse ao normal, mas não aconteceu.
— Moon?
Continuou a compassar, puxando suas correntes a cada poucos centímetros, e jogou o outro braço. As corretes bateram nas barras. Era óbvio que elas estavam deixando sua condição pior, mas Justice North tomou a decisão e ele estava no comando.
Joy ficou de pé tentando ganhar a atenção de Moon. Rastejou para mais perto. Suas narinas alargaram enquanto cheirava ruidosamente, mas ainda se recusava parar de andar de um lado para o outro dentro da gaiola pequena. Porém notou que com cada virada, seu olhar ia a sua direção. Ele a olhava, mas fazia isto as escondidas.
Três metros da gaiola era perto o suficiente. Esfregou sua saia, desejando que tivesse um par de calças. Não esperava ficar em Homeland quando recebeu o telefonema da ONE. Eles a trouxeram algumas roupas restantes, mas nenhuma calça. Tinha camisetas, alguns shorts de ginástica, e duas saias.
— Moon?
Sua cabeça virou em seu caminho e seu lábio superior enrolou para revelar dentes retos, brancos e presas afiadas. Rosnou, mas parou de compassar. Seus olhos 52

escuros estreitaram enquanto olhava para ela. Se olhares pudessem matar, sabia que estaria morta nesse momento.
Seus dedos tremiam lentamente enquanto desabotoava sua camisa. Ah-ha. Seu olhar bloqueou em seu seio e a respiração pesada substituiu os sons bravos que fazia. Separou o material sedoso o suficiente para dar-lhe uma visão melhor de seu sutiã e decote. Também o mostrou a sua cintura nua até o cós de sua saia.
— Agora eu tenho sua atenção.
Ele olhou para cima e segurou seu olhar um momento antes de voltar o foco para seus seios. Um estrondo suave veio do fundo de sua garganta enquanto chegava mais perto das barras e as agarrou.
— Você pode me entender? concorde se puder Moon.
Os dedos apertaram as barras firmes o suficiente para que as juntas ficassem esbranquiçadas.
— Moon?
Ele olhou fixamente em seus olhos e ela o observava. Ele apontou para a área na frente dele.
— Você me quer aí? Fale comigo. Deixe-me saber que você não vai me machucar.
— Venha. — Sua voz saiu desumanamente profunda.
Arrepios apareceram inesperadamente em sua pele.
Deu um passo mais perto e pausou. Encorajaria-o a continuar tentando se comunicar com ela, esperava. Não estava disposta a permitir-lhe pôr suas mãos nela até que pudesse determinar melhor seu estado mental.
— Aqui. — Apontou novamente.
— Ainda não.
Seu coração martelava. Moon sempre a intimidou com seu enorme tamanho e força. Isso tinha sido quando ele era seu cliente e com total controle de suas faculdades mentais. Ele só pegou mais músculo e engordou desde que deixou o Setor Quatro.
Raiva aparecia em seus olhos.
— Agora.
Três palavras. Joy estava mantendo o controle de tudo o que ele disse.
— Você sabe quem eu sou?
Confusão nublou sua expressão. Não era a resposta que estava esperando.
— Eu sou Joy. — Apontou para ela mesma. — Joyce. Dra. Yards. Nós costumávamos conhecer um ao outro. Pense Moon. — Uma ideia surgiu. Poderia deixar as coisas piores, mas realmente não viu como podia ficar tão pior. — 466? Preciso que você converse comigo.
Ele queria que a fêmea viesse até ele, mas ela ficou fora de seu alcance. Isso o deixou irado. Raiva estava envolta em uma névoa vermelha dentro de sua mente. Então ela falou e o chamou de 466. Um pouco da névoa afinou o suficiente para uma lembrança vir à superfície. Tentou se concentrar nela. Era algo importante…
Mãos pálidas e delicadas com unhas vermelhas longas ficaram claras em sua mente. Perguntou-se como seria a sensação delas contra sua pele, em suas costas particularmente, desde que não eram reais. Humanos usavam unhas falsas. Era curioso 53

para ele que as fêmeas fizessem isto. Levantou-se, fechou a distância, e agarrou seu pulso. Era delicado também. Podia facilmente esmagar os ossos se desejasse. Seu olhar ergueu no som de um feminino, suave suspiro.
— O que você está fazendo? Solte.
Havia uma pitada de medo em seus bonitos olhos e o irritou. Correu seu dedo polegar por cima da ponta de sua unha. Lisa, nem um pouco afiada. Duvidou que pudesse rasgar pele com elas. Ele se curvou para frente e ela recuou em sua cadeira, mas não conseguiu ir muito longe com ele se recusando a soltá-la.
— Eu nunca te machucaria, Joy.
— Joyce. — corrigiu. — Quero dizer, Dra. Yards.
Ele riu.
— Por que você usa isto, Joy? Qual é seu propósito?
A pergunta pareceu surpreendê-la.
— Hã, elas ficam bem e eu acho que me lembram de meu lado feminino.
Seu olhar varreu o dela tanto quanto pôde ver com a mesa bloqueando sua visão.
— Tudo em você é feminino. Por que você precisaria de uma lembrança?
Não conseguiu resistir correr o dedo polegar por cima de sua palma. Suave e lisa. Queria senti-la deslizando através de sua pele também. De preferência enquanto estivesse nua debaixo dele. Ele até a pegaria de frente do jeito como as humanas preferem. Nunca tentou essa posição, mas nunca quis montar uma delas antes.
Ela não tentou retirar a mão de seu domínio, mas não pareceu feliz também.
— É uma coisa humana. Hã, mulheres gostam de parecer bonitas e elas usam maquiagem e fazem seus cabelos e unhas.
Estudou seu rosto.
— Você não usa maquiagem.
— Eu uso.
Isso o surpreendeu. Cheirou, debruçando mais perto até que estava curvado por cima da mesa, pairando próximo do seu rosto.
— Eu não vejo ou sinto o cheiro.
— Eu não uso muito. — Finalmente arrastou fracamente, tentando livrar sua mão. — Por favor, sente-se. Você sabe as regras. Você está sendo provocador hoje, 466.
Seu humor foi a superfície.
— Eu quero você. Estou curioso sobre seu corpo.
— Curiosidade matou o gato. — sussurrou.
Isso o divertiu e ele riu. Gostava de provocá-la e receber respostas que não eram esperadas. Soltou seu aperto e ela puxou. O alívio lavou sua expressão, mas ele se debruçou sobre a mesa tão longe que a extremidade que pressionava contra seus quadris era a única coisa que o impedia de cair. Cuidadosamente agarrou seu rosto com ambas as mãos para evitar contundir sua pele e ela ofegou novamente.
— Boa coisa que eu sou canino então.
Ficou nariz com nariz com ela, respirando aquele cheiro maravilhoso que era só dela. Amava o cheiro de Joy. Seus lábios separaram. Sabia que não era sua intenção, mas era um convite que não conseguiu resistir. Balançou sua cabeça e tentou beija-la. 54

Pânico alargou seus olhos um segundo antes dela torcer sua cabeça, surpreendendo-o o suficiente para permitir que ela escapasse. Seus lábios esfregaram sua bochecha ao invés disso. Queria rosnar, mas conseguiu controlar o impulso. A última coisa que queria era seu medo.
— Beije-me. — Sussurrou a ordem. — Eu não te pegarei com meus dentes. Confie em mim doçura. Eu quero que você aprecie. — Seu pênis endureceu tão rápido que estremeceu com o beliscar da sensação onde estava preso dentro de sua calça jeans. Queria Joy demais e não seria negado por muito mais tempo. — Permita-me.
— Não.
Mal ouviu sua rejeição suave. Um sorriso apareceu enquanto aliviava um pouco, largando-a.
— Você irá logo. Olhe para mim.
Ela girou sua cabeça indecisamente, tão perto que cada respiração que dava provocava seus lábios. Seu olhar aprofundou. O desejo de agarrar a mesa e tira-la do caminho o fez fechar suas mãos para prevenir completar. Estaria nela em um piscar de olhos, ia pegá-la no chão e fodê-la.
Seu pênis de repente pulsava dolorosamente e sentiu como se tivesse suas próprias batidas de coração. A ideia dela nua debaixo dele, suas pernas e braços embrulhados ao redor dele enquanto martelava em seu corpo era suficiente para testar sua habilidade de permanecer quieto. Ela seria macia, doce, e quente.
Era demais. Endireitou-se, rodeou a mesa, e agachou-se. Seus olhos alargaram quando forçou sua cadeira a girar, movendo-a para mais perto até que seus joelhos estavam apertados contra sua barriga. Ele forçou suas pernas a separar para ajustar as dele a entrar.
— 466? Não faça isso!
Sua voz tremeu, mas não era medo que viu em seus olhos. Inalou, o cheiro de excitação feminina foi o suficiente para enlouquecê-lo. Ela o queria muito, mas não admitiria. Frustração subiu. Por que ela continuava negando a atração mútua com suas palavras quando seu corpo revelava a mentira?
— Eu apertarei o alarme.
O apelo mudo em seus olhos era claro. Não queria fazer isto, mas iria. Era sempre a ameaça que costumava mantê-lo à distância. Estava cansado disto.
— Você não irá. Eles atirarão dardos de drogas em mim, me prenderão por uma semana, e me mandarão para outra psiquiatra. — Ele se moveu para mais perto com as mãos agarradas em sua cintura. Era pequena e a pele debaixo do material era flexível quando suavemente apertou, fascinando-o com o quão diferente ela era de seu próprio tipo. — Você não gosta dela. Eu sou seu e você não dará meu cuidado para outra pessoa.
Sua boca abriu, fechou, e sua respiração ficou irregular.
— Eu não desgosto de Geraldine.
— Mentira. — declarou.
— Ela é uma colega minha e eu nunca diria que eu não gosto dela.
Amorteceu um grunhido. Ela queria começar uma discussão para distraí-lo de compartilhar sexo. Não iria funcionar. 55

— Você olha para ela com desgosto e irritação. Você não gosta dela e não a permitirá perto de mim.
Suas mãos aplainaram em seu peito. A sensação era boa, mas ficaria muito melhor se estivesse tocando sua pele nua.
— Nós tratamos nossos clientes diferentemente, isto é tudo.
— Qual é a diferença?
Joy lambeu seus lábios, provocando-o com a língua.
— Além dela fazer mais dinheiro? Diplomas. Ela tem mais deles do que eu. Enquanto treinamento e qualificações nem tanto. Somos ambas doutoras, treinadas em psicoterapia. Ela é uma psiquiatra, eu sou uma psicóloga. Eu tenho um diploma de psicologia em meu nome, mas ela tem um diploma de medicina em seu nome. Ela tem uma distinção, como a maior parte deles tem.
— Você é melhor. Eu ouvi que ela é má. Você não apertará o alarme. Eles me darão a ela. Você não quer isto.
As pontas dos seus dedos cavaram em sua camisa para agarrá-lo mais firmemente. Eles não eram fortes o suficiente para forçá-lo para trás quando empurrou. Realmente gostou do senti-los.
— Eu não irei.
Sabia disto.
— Deixe-me te tocar. Será bom.
Aquela língua arremessou para fora novamente para lamber os lábios.
— Escute-me. — sussurrou. — Não podemos fazer isto.
— Você me quer. Não minta.
— Eu quero. — admitiu muito quietamente que teve dificuldades em ouvir aquelas duas palavras maravilhosas.
Satisfação o encheu.
— Bom.
— Mas nós não podemos fazer isto.
Frustração subiu rapidamente.
— Nós podemos.
— Não, nós não podemos. — Olhou em direção à porta, depois voltou. — Eu posso perguntar algo a você? Honestidade total?
— Sim. — Diria a ela qualquer coisa que quisesse saber.
— Se eu dizer sim, depois que você conseguir o que quer, pararia de vir atrás de mim? Isto é curiosidade de fazer sexo comigo uma vez ou mais?
Não teve que pensar.
— Mais. Uma vez nunca seria suficiente.
— Foi isso que pensei. — Seu queixo ergueu e determinação brilhou em seus olhos. — Afaste-se ou terei que apertar o alarme. Eu não quero, mas farei isto.
Podia ver a verdade em seus olhos e rosnou, se afastando. Seria fácil impedi-la de soar o alarme. Seus reflexos eram melhores que os dela. Nunca alcançaria o botão se ele a lançasse da cadeira, levando-a para o chão e a prendesse. Tão tentador quanto fosse, nunca faria isto. Ele a perderia para sempre se quebrasse a confiança que ela deu permitindo-lhe estar sozinho com ela durante suas sessões. 56

— Não pode acontecer. — sussurrou. — Eu queria que pudesse, mas não pode.
— Por que não? Eu quero você, você me quer, e ninguém está aqui para nos impedir.
— Eles descobrirão. — Endireitou-se em sua cadeira, sua espinha dura. — Eu acho que devíamos terminar por hoje, não é?
— Não. Eu não quero ir embora.
Olhos bonitos suplicaram com ele.
— Você precisa ir. Nós continuaremos amanhã.
— Certo.
Raiva guerreava com a frustração. Girou e marchou para fora do seu escritório. No dia seguinte lhe disseram que ela não trabalhava mais lá e não ia voltar. Nunca mais a viu novamente.
Estava confuso porque ela chegou mais perto dele. Como ela podia ter ido embora quando ele estava querendo algo sério com ela? O que é real? O que é memória? Um grunhido rasgou dele enquanto apertava as barras que bloqueavam seu caminho para Joy.
— Calma. — Joy sussurrou. Moon estava agindo irracionalmente, suas expressões mudando enquanto o observava. — Estou aqui. Você precisa se acalmar. Relaxe.
O Espécie atrás das barras não era o 466 que conhecia. Ele estava mal-humorado, solitário, mas lentamente fazendo progresso em deixá-la chegar perto dele. Apaixonou-se por 466. Então a versão de Moon que viu no vídeo de Harley era encantador, sociável, e gostava de esportes. Claro, seu motivo poderia ter sido que queria jogar com as fêmeas. Essa era uma possibilidade forte e fez seu pequeno monstro de olhos verdes mexer.
O macho que enfrentava não era nenhuma daquelas versões, entretanto. Ele era perigoso e instável. Não se esqueça disto, se aconselhou.
— Você me conhece?
— Você me deixou.
As palavras a surpreenderam, mas estava agradecida por ouvi-las, apesar do modo que rosnou a acusação. Ele se lembrou do passado e obviamente não estava feliz com ela. Não importou. Estava falando e sabia quem ela era.
— Não tive nenhuma escolha.
Uma mão passou pelas barras estendendo para ela.
— Venha aqui.
Devia chegar perto o suficiente para ele tocar ou não? Raiva irradiava dele, mas não era mais um estranho para ele. Joy deu outro passo para mais perto.
— Não me machuque.
— Venha. — severamente exigiu.
Andou para dentro de seu alcance. A mão suavemente agarrou seu braço, guiando-a com um puxão leve. Apertou-a contra as barras, olhando para ele.
— Por que estou aqui? — Olhou para as barras.
Esperança brilhou que as drogas estivessem se dissipando. 57

— Você está doente.
Confusão nublou suas características.
— Eu não pego resfriados.
— Você estava de guarda e foi baleado com um dardo que estava cheio com uma droga desconhecida.
— De guarda? Nós temos guardas. Por que eu faria seus trabalhos?
Alarme a chacoalhou.
— Onde você acha que nós estamos?
— No motel.
Merda! Ele está no passado, não no presente. Tentou não entrar em pânico.
— Pense com força. Você não se lembra de jeito nenhum de ter deixado o motel? Indo para Homeland? — Esperou que as dicas ativassem as memórias.
— O que é isto?
Oh Deus. Pedaços enormes de sua memória sumiram. Acalme-se e esconda o quão apavorada você está, se ordenou. Sua memória não retornou. Ele pareceu capaz de se lembrar dela e o tempo no deserto, pelo menos. Isso era uma melhoria.
— Deixe-me sair. — Olhou para as barras novamente. — Destranque a porta.
— Eu não posso. Eu não tenho a chave.
Rosnou e seu apertou seu braço, mas não suficiente para machucar.
— Por que você fez isto comigo?
— Eu não fiz isso.
— Você ordenou que me enjaulasse? — A raiva estreitou seus olhos e suavemente rosnou. — Eu odeio ser trancado.
— Eu não ordenei isto.
— A outra doutora que você odeia fez isto comigo?
— Eu não a odiei. Apenas acho que ela era do tipo esnobe.
— Você partiu e eu me tornei dela. — Apertou seu rosto contra as barras. — Eu não gosto dela e isto é vingança pela minha recusa de falar com ela, não é?
— Não. — Cuidadosamente escolheu suas palavras, não querendo deixa-lo em choque ou causar trauma emocional insinuando que ele perdeu tanto tempo em sua mente. — Não era sua escolha de qualquer jeito. Você era perigoso.
— Eu não machucaria nenhuma das guardas fêmeas.
Ele estava definitivamente no passado.
— Eu sei disto, mas você não tem sido você mesmo. Qual é a última coisa que você se lembra?
— Você me deixou.
— Quanto tempo passou desde que eu parti? — Queria definir seu período de tempo e depois podia manter o desenvolvimento de sua progressão.
Sua boca torceu em uma careta horrenda e agitou a cabeça.
— Eu não sei. Um tempo. — Sua outra mão deslizou pelas barras e agarrou seu rosto. As pontas dos dedos criaram um groso acolhimento em sua maçã do rosto onde a acariciava. — Por que eu não consigo responder isto?
— Você está doente. — Lembrou-lhe. — Confuso. Está certo. Você está melhorando. — Deslizou sua mão pelas barras para descansar sua palma em cima de seu 58

peito morno, firme para acariciá-lo. — Você vai ficar bem. É por isso que eu estou aqui. Eu não vou te deixar novamente, 466. Eu prometo. — Sentiu que era mais seguro usar seu número no lugar de seu nome já que era o que ele estava familiarizado em seu estado atual.
Sua mão a largou para deslizar seu braço ao redor da sua cintura e puxando-a para mais perto. Ele inalou, fechando seus olhos.
— Você está com um cheiro diferente.
— Mudei meu xampu e condicionador, mas não estou usando perfume. Minha loção corporal é nova também. — Não teve acesso a seus próprios produtos, usando os que a ONE forneceu ao invés disso. Planejou pedir a eles para permitir encomendar as marcas que ela usava.
Olhos escuros abriram para silenciosamente olha-la.
— Diga-lhes para me deixar sair.
Desejou que pudesse.
— Eu preciso sair daqui. — Sua respiração aumentou. — Odeio ser enjaulado.
— Eu sei. — Sua mão arrastou em seu peito até seu estômago perto do umbigo, depois de volta para cima, tentando confortá-lo. — Relaxe. Não fique chateado. Converse comigo. Estou bem aqui mesmo.
— Eu preciso sair desta gaiola. — Parou de acariciar sua bochecha para puxar de volta sua mão e agarrar as barras. — Me tire daqui. — Seu tom aprofundou em um grunhido. — Chame o guarda Joy. Eu não machucarei ninguém. Eu direi a eles que eu sou seu e eles terão que receber suas ordens.
Tentação era uma merda e debateu com o que aconteceria se chamasse pelo outro Espécie. Ver quem o protegia retardaria seu progresso o confundindo mais? Poderia ser o empurrão para ajudá-lo a se lembrar o que ele se tornou desde que o conheceu. O choque podia também retroceder sua recuperação. Não sabia o que fazer. Estudou mentes alteradas por drogas, mas não como elas afetavam Novas Espécies.
— Eu irei falar com as pessoas no comando.
Isso o fez franzir a testa, mas largou sua cintura, afastou-se dela e do seu toque.
— Faça isto. Tire-me daqui. — Seu olhar abaixou pelo seu corpo, hesitando em seus seios, antes dele encontrar seu olhar fixo novamente. — Eu não quero barras entre nós. Você não vai me deixar novamente. Você deu sua palavra e estou confiando em você.
— Certo. — Ela assentiu, sua mão parecendo fria depois de perder o contato de sua pele morna. Fechou-a em punho. — Farei isto agora mesmo. Só fique tranquilo. Voltarei assim que eu puder.
Ele olhou para baixo e rosnou, levantando ambos os braços.
— Correntes.
— Eu sei.
Outro grunhido rasgou dele antes de seu queixo erguer assim pôde segurar seu olhar.
— Tire-me daqui. Tire isto de mim. Leve-me para seu escritório e diga-lhes que eu conversarei com você. 59

— Eu irei. — Recuou, odiando deixá-lo, mas precisando conversar com os Espécies imediatamente sobre mudar suas condições de vida. Girou, caminhando depressa em direção ao elevador.
— Joy? — Parou, olhando para trás.
— Não fuja de mim novamente. Prometa.
— Prometo. Não vou te deixar desta vez. Voltarei assim que eu conseguir convencê-los em tirar você daí e remover essas correntes. Vou voltar assim que possível.

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