sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Capítulo 014



CAPITULO QUATORZE
Justice olhou para Darkness depois da sua mesa enquanto desligava o telefone, ele ergueu o papel onde tinha escrito e o passou.
— Essa é a lista de todos os nomes que o pai de Jessie pôde conseguir, ele cobrou um monte de favores. Ele pode mandar o endereço se você puder identifica-la pelo nome. Ele não foi capaz de conseguir idades ou descrições, mas pode pegar um ou dois arquivos sem erguer a bandeira vermelha. Aqui estão todos que Mason poderiam mandar.
Darkness aceitou a lista e leu cada nome, um o fez pausar. Os outros nomes não se aproximaram, ele releu o nono nome novamente.
— Essa tem que ser ela. Katrina Perkins.
— Tem certeza?
— Ela disse que todo mundo realmente a chamava de Kat, com K. – Darkness olhou para cima. – Katrina pode ser diminuída para Kat e ela usou o nome Kathryn Decker para entrar em Homeland. Eles não tentam manter os primeiros nomes perto do real quando estão disfarçados? Foi isso o que Tim me contou. Eles usam nomes similares porque isso chama sua atenção mais fácil quando é falado.
— Concordo. – Justice pegou o celular e escreveu na tela. – Isso pode levar alguns minutos.
— Quero enviar quatro times para busca-la.
— Por que você quer essa fêmea trazida até aqui? – Justice abaixou o telefone. – Você foi o único que discutiu que deveríamos deixa-la ir em primeiro lugar.
— Todas as informações que recebemos de Robert Mason me alarmaram. Ele foi transferido sete vezes em quatro anos, ele continuou pedindo esse posto. Acredito que foi por uma razão, você leu o arquivo. Ele não pediu para ser realocado em outro lugar, é possível que ele esteja trabalhando com Boris. Eles iriam ser capazes de ter contato cara a cara para evitar deixar qualquer traço dos encontros.
— Não há nenhum registro bancário para mostrar nenhuma conexão entre Mason e os pagamentos que fizemos para a conta falsa que Boris criou. Bom parece estar limpo.
— Não deveria haver. Mason é um homem esperto que pega os erros dos outros para viver. Ele enviou agentes atrás de companheira de True e então mandou Kat.
— Continuamos não tendo certeza disso.
— Eu sei. – Darkness fechou a boca.
— Você assume que ele quer informações de Jerry Boris. Eu concordo, eles estão ligados pelo casamento de Boris com a irmã dele.
— Ele tem que saber que estamos correndo a ficha dele agora, não quero que ele vá atrás de Kat em uma tentativa de silenciá-la. Boris tentou isso com Jeanie, Mason poderia fazer o mesmo com Kat. Eles parecem ser homens que não ligam em ir atrás de mulheres e permitir que elas os derrubem pelos seus crimes.
— Você quer trazê-la para interrogatório?
— Ela poderia ter respostas que precisamos. – Aquele não era o plano de Darkness, mas ele apenas ergueu uma sobrancelha.
— Eu compreendo. Vamos esperar pelo arquivo dela para ter certeza que ela é á pessoa certa. A última coisa que precisamos é trazer a pessoa errada.
— Vamos pedir que as equipes se preparem.
— Duas deveriam fazer isso.
— Quero quatro.
— Acha que essa fêmea é perigosa? – Justice pestanejou.
— Acredito que Mason é, ele tem agentes a sua disposição. Ele poderia ordenar que ela fosse presa ou enviá-la para algum lugar. Pode também contratar alguém para pegá-la.
— Isso é possível se ele realmente está trabalhando com Jerry Boris, realmente odeio esse homem. Você não foi capaz de confirmar a associação deles além dos laços familiares enquanto esteve no Centro Médico?
— Ele mostrou sinais de alto estresse, eu não queria mata-lo. Você pediu que eu tentasse mantê-lo vivo.
— Li os relatórios médicos atualizados. Você quebrou dois dedos dele e infligiu cortes.
— Apenas alguns poucos.
— Deveria ter o médico presente se queria questioná-lo mais. – Justice se recostou na cadeira e suspirou fortemente.
— Já está feito. – Darkness não iria se desculpar.
Justice o olhou sem piscar, Darkness não piscou também.
— Fury se sente culpado. Está ciente disso, não está?
— O macho não tem razão para tal. Por que vocÇe está trazendo isso?
— Ele te levou até Boris, tive a sensação que você usou essa culpa para leva-lo a concordar. Você tem um problema com isso.
— Eu não uso emoções para forçar o macho a fazer alguma coisa. – Darkness se ergueu. – Eu disse o porquê queria falar com Boris e ele concordou.
— Fury tem um ponto fraco no que diz respeito a você. – Justice se ergueu. – Nós dois estamos cientes disso, mesmo que ele não esteja. Família é muito importante, especialmente quando o compartilhamento de sangue está envolvido, isto é raro. Não use Fury novamente.
Darkness cerrou os dentes.
— Responda as perguntas que ele tem, Darkness. Você deve isso a ele.
— Planejo isso.
— Bom. – Justice se sentou. – Faça isso agora enquanto esperamos que o arquivo chegue. Vou te contatar tão logo isso chegue e tenha Tim liderando as quatro equipes.
— Não quero Tim lá.
— Trey pode assumir a liderança então.
— Eu vou liderar.
— Você não gosta de deixar a ONE. – Justice pareceu incapaz de esconder a surpresa.
— Vou fazer uma exceção, peço para ser colocado no comando da recuperação de Kat.
— Estou vendo, tudo bem. Tenho chamadas para fazer. – Um olhar calculado entrou na expressão do outro macho.
Darkness saiu do escritório de Justice, mas não deixou o prédio, tinha que alcançar Fury. O macho estava no telefone quando ele abriu a porta, mas acenou para que Darkness se sentasse. Ele desligou um minuto depois.
— O que Justice disse?
— Estou surpreso que ele não te ligou tão logo eu o deixei.
— Já tínhamos conversado. Você encontrou o verdadeiro nome da fêmea?
— Acredito que sim, Justice está vendo com o senador o arquivo dela para ter certeza. Ele concordou que eu possa ter quatro equipes para pegá-la. Estamos apenas esperando a confirmação do nome e rosto bater.
— Fico feliz, ela estará mais seguro aqui em Homeland.
Darkness hesitou, as memórias passando em sua mente – as ruins.
— O nome dela era Galina. Ela era uma fêmea atrativa próxima aos seus trinta anos.
— Esse é o nome real de Kat? – Fury pestanejou.
— Não. – Darkness exalou. – Ela era a fêmea contratada para entrar no acampamento onde meus irmãos. – Ele pausou. – Nossos irmãos foram levados depois que nos transportaram das Indústrias Mercile.
— Continue. – Fury engoliu com força, os músculos em sua garganta funcionando.
— Ela era alta, loira com bonitos olhos verde claros. Eu não sei se esse era o verdadeiro nome dela, mas ela estava tão assustada. Eu podia cheirar o medo dela. Eles a trouxeram para onde eu estava preso nas algemas, os guardas as removeram e um deles colocou a arma, apontando para a cabeça dela. Ele disse para ela fazer o trabalho dela ou ele atiraria nela. Eles a deixaram lá comigo. Eu não sabia o que pensar.
— Ela era uma prisioneira?
— Acreditei que sim. Ela caiu de joelhos e implorou para que eu não a matasse, eu não estava preso. Todos nós tínhamos colares explosivos ao redor do pescoço, eles jogaram um fora do acampamento quando chegamos pela primeira vez para nos mostrar o que aconteceria se deixássemos o perímetro. Explodiria enquanto passasse pela área marcada. Eles usaram um segundo colar ao redor de um cachorro para nos mostrar que poderiam detonar se o homem no comando tocasse um botão, o cachorro era pequeno e não sobrou muito. Nenhuma fechadura era necessária, sabíamos que escapar seria impossível. Elas eram codificadas a cada seis horas e sem a senha elas se auto detonavam, então pegar nossos captores não era uma possibilidade. O macho no comando do código não estava em nosso acampamento, mas o vídeo monitorava toda a área.
— É muito difícil para você contar isso? Realmente iria gostar de ouvir, mas não quero que você sofra. – Fury o olhou sombriamente.
— A fêmea foi contratada para ter sexo comigo. – Darkness sacudiu a cabeça. – Eu não queria tocar nela, mas ela começou a chorar, me dizendo que eles iriam matar ela e a família se ela não fizesse seu trabalho. Rejeição significava a morte. Ela jurou que tinha duas crianças pequenas sendo presas e que nos anos mais jovens ela tinha compartilhado sexo com humanos em troca de dinheiro. Foi por isso que ela foi sequestrada e levada para o acampamento.
Fury assentiu, mas não comentou.
— Isso me fez um pouco inclinado a tocá-la, sabendo que era forçada, mas eu senti pena dela. Ela implorou a remover as roupas, contando-me sobre seus pequenos. Eles eram bebês, de acordo com ela. Os dois estavam começando a engatinhar. Eu não a ataquei, apenas fiquei lá quando ela começou a me tocar. Eu não tinha tido uma fêmea em quase um ano, ela abaixou minha calça e respondi ao toque dela. Foi a primeira vez que uma fêmea colocou a boca no meu pênis.
— Entendido. – Fury se mexeu na cadeira. – Isso é algo que eu não poderia ignorar.
Isso não fez Darkness se sentir nem um pouco menos culpado.
— Eu não resisti quando ela foi trazida a mim a cada poucos dias. Eles já tinham me ensinado como infligir dor, ela estava lá para me ensinar a seduzir fêmeas para pegar informações. Isso e, segundo ela, me ajudar a manter meus níveis de agressividade mais baixos desde que eu era o macho mais dominante. Nossos irmãos recebiam ordens minhas.
Fury abriu a boca como seu quisesse fazer uma pergunta, mas reconsiderou e a fechou.
— Eles pareciam conosco. Nós éramos similares, mas eu era o mais alto e mais agressivo. Eles nos forçavam a treinar juntos e lutar. Meus reflexos eram mais rápidos e eu pegava as habilidades de lutas mais facilmente. Nenhum dos humanos iria se atrever a disputar comigo. Eles tinham medo que eu os matasse.
— Ela estava compartilhando sexo com nossos irmãos também?
— Eles trouxeram outras fêmeas, nunca as mesmas duas vezes e com menos frequência. Galina foi atribuída somente a mim, acredito que eles queriam formar um laço. – Ele pausou. – Funcionou.
— Isso seria natural.
Darkness desejou que fosse tão fácil.
— Nós começamos a planejar como resgatar os pequeninos dela e libertar meus irmãos do acampamento. Eles a levaram para o acampamento secundário onde o macho no comando nos monitorando era mantido. Ela me contou sobre a tenda e as muitas telas que tinha visto, os guardas eram negligentes com ela desde que ela era uma mulher. Comecei a ensinar a ela como lutar, eles não tinham câmeras dentro da tenda onde eu era mantido. Eu estava desesperado para salvar os pequenos dela do mesmo jeito que ela parecia estar. Era o plano dela, sua insistência de que poderíamos fazer isso.
— Isso ficou ruim. – Fury veio para frente.
— Pior. – Darkness quebrou o contato visual e olhou para as mãos, descansando no colo. Dor apertou seu peito, mas ele permaneceu firme, encarando o olhar curioso do macho. – Os humanos no comando estavam nos forçando a mantar outros humanos. Eles não eram soldados americanos, mas ameaças para eles, estavam tomando um pedágio de todos nós. Foram nos atribuído números, um para quatro. Eu era o número Um. Em Mercile nós sonhávamos em matar nossos captores e os que nos machucavam, mas era diferente lá fora. Aqueles eram estranhos. Não sabíamos qual eram os crimes deles ou porque estávamos sendo forçados a mata-los. Foram nos dadas ordens, um tempo de missão, e os colares iriam explodir se não retornássemos ao acampamento. Eles iriam mandar humanos conosco que poderiam ativar os colares para ter certeza que não iriamos nos desviar da missão.
— Isso deve ter sido infernal. – As mãos de Fury se fecharam e ele as escondeu.
— Foi. Estava nos rasgando por dentro. Quatro era mais sensível que os outros, ele hesitava durante a matança. Tentamos cobri-lo e o manter junto. Ele cresceu mentalmente instável, mas éramos capazes de esconder isso dos humanos. Dois tinha problemas com raiva, ele gostava de matar um pouco demais. Ele via os humanos como inimigos, tentamos esconder o defeito dele. Três era como você, Fury. – Darkness sorriu, uma memória apreciativa surgindo. – Você me lembra ele.
— Como?
— Ele era muito razoável, mas o único para assistir de perto quando estava com raiva. Ele iria pensar sobre isso antes de agir. – Darkness gargalhou. – Ele se ergueu para mim e fez isso de um jeito que admirei, muito esperto e eu sempre o tinha minhas costas. Éramos os mais próximos. Nós conversávamos muitos e ajudamos os outros dois, trabalhando como um time para proteger as fraquezas deles. Ele podia me fazer sorrir, ele tinha um ótimo senso de humor. – Darkness se ergueu e caminhou para a pequena geladeira. – Posso?
— Fique à vontade.
Darkness removeu um refrigerante e o abriu, tomando um gole. Ele não poderia se sentar e começou a andar ao invés disso, evitando o olhar de Fury. Darkness não sabia como contar a ele o final. A cadeira do macho se arrastou e Fury se moveu para frente dele.
— Apenas fale comigo, quero ouvir tudo.
— Eu não acho que você vai querer um laço comigo depois que ouvir. – Darkness abaixou a lata.
— Tente.
— Acreditei em Galina, me abri e conversei com ela. Ela disse que me amava e me senti muito ligado a ela. Compartilhei meus medos. Nós estávamos esperando por um humano chamado Darwin Havings para leva-la do acampamento. Ele tinha muitos guardas com ele e a segurança iria abrandar quando ele fosse embora. Isso poderia dar a ela uma chance real de alcançar o macho monitorando nosso acampamento, o forçar a dar os códigos para destravar nossos colares, e então poderíamos deixar nosso acampamento para alcançar o dela. Ela me deu as direções detalhadas de como alcançá-la, era apenas poucos milhas a frente. Planejávamos roubar os veículos deles para o local dela. Ela disse que podia dirigir e que tinha amigos que poderiam nos esconder. Trabalharíamos no resto depois.
Fury se manteve perto, olhando para Darkness.
— Havings ia embora em quatro dias. Esse foi o tempo que planejamos escapar. Ela foi capaz de ter o tempo exato, dizendo que tinha ouvido de um dos guardas pessoais dele fazendo o esquema. Todos nós estávamos excitados. Não tínhamos ideia do que nos esperava no mundo lá fora, mas estávamos prontos para descobrir. Isso seria melhor do que retornar a Mercile ou ficar ali, forçados a matar por eles. Ela deixou minha cama para retornar para o acampamento dela e uma ordem veio para sairmos naquela noite para atacar outro grupo de humanos. Ninguém era para ser deixado vivo.
— Isso foi ruim. – Fury adivinhou.
— Não havia homens lá. – Darkness cerrou os dentes e puxou uma respiração calmante. – Eram todos mulheres e crianças.
— Era matar ou morrer. – Fury vacilou um pouco em seus pés.
— Aquelas fêmeas e crianças gritaram quando entramos no acampamento delas, se cobrindo e chorando. Nós as assustamos. Elas não estavam armadas e as poucas armas
que tinham no acampamento, elas nem foram para isso tentando defender a si próprias. Eles estavam muito assustadas e chocadas por nos ver. Isso seria uma chacina. Nos recusamos e saímos, os humanos na cena nos ordenaram a virar e voltar. Ignoramos eles.
Fury não escondeu o olhar de alívio e Darkness não o culpou por sentir aquela emoção. Horror se mostrou nas feições de Fury depois.
— Eles mataram nossos irmãos como punição.
Darkness poderia apenas ter assentido, era o caminho mais fácil. Isso deixaria o macho em paz em pensar que eles tinham morrido por uma boa razão.
— Eu queria que fosse tão simples. – Ele respirou profundamente. – Sente-se. – Darkness seguiu seu próprio conselho e retornou para o assento do outro lado da mesa.
— Conte-me o resto. – Fury se sentou.
— Nós retornamos para o acampamento e o humano no comando estava furioso. Ele era alguém que eu teria alegremente matado com minhas próprias mãos. Eles nos ordenou voltar, mas nos recusamos. Permanecemos de pé na formação que tinham nos dito, cinco metros um do outro em uma linha. O humano ordenou ao cara com os dispositivos controlando nossos colares para ir para frente e tomou posse disso. Ele disse que iria ativar os colares se não matássemos. Permanecemos lá. Quatro morreu instantaneamente.
Fury empalideceu, mas assentiu. Ele não disse nada.
— Três sabia o que ia acontecer, ele nem tentou correr. Não havia lugar para ir. Ele não poderia atacar com sucesso e doze guardas tinham as armas prontas para abrir fogo se ele se movesse. Ele foi o próximo a morrer.
— Você pode parar. Isso é muito difícil para você, eu entendo.
Um pedaço de emoção quase chocou Darkness.
— Você não entende. Dois não morreu daquele jeito, eu o matei.
— Por quê? – Fury ficou mais pálido.
— Dois rugiu de raiva e disse ao humano que retornaria para o acampamento e o rasgaria, ele precisava de um alvo para sua raiva. Eu podia ver isso nos olhos dele. Ver nossos irmãos morrer roubou o resto da sanidade que ele tinha, ele não era mais o macho que eu conhecia. O humano no comando sorriu, dizendo que sabia que tínhamos um ponto de quebra. Eles nos ordenou a voltar para o acampamento e mantar as
mulheres e crianças. Eu podia ver que Dois queria derramar sangue. Eu reagi tão logo o humano no comando virou as costas para falar com os outros sob seu comando, parabenizando-os pelo sucesso deles. Eu ataquei Dois e quebrei o colar dele.
Fury fechou os olhos e Darkness olhou para longe. Não poderia culpar o macho por não ser mais capaz de olhar para ele. Darkness baixou a cabeça e olhou para as mãos – as mesmas que tinham matado seu irmão.
— Darkness, olha pra mim.
Ele forçou a cabeça para cima e segurou o olhar do macho, lágrimas brilhavam nos olhos de Fury, mas não vislumbrou ódio lá.
— Eu sinto muito. – Fury murmurou.
— Eu também.
— Eu teria feito o mesmo. Você não poderia permitir que ele se vingasse naqueles inocentes.
— Há mais a dizer, não sinta compaixão por mim ainda.
— Nada pode ser pior.
— O humano no comando ficou colérico e começou a praguejar. Eu retornei para meu lugar na linha, pensei que ele iria detonar meu colar ou ordenar aos guardas para abrir fogo. Eu estava preparado para morrer, tinha perdido meus irmãos e a dor era profunda. Eu nunca tinha sentido tanta dor antes.
— Eu senti isso com você.
— Eles me levaram de volta para a tenda. – Darkness segurou o olhar de Fury. – Eu não entendi o porquê deles me permitirem viver até uma hora e meia depois. O humano no comando entrou com seis guardas e Galina. Eu a vi e sabia que era uma punição, eles planejavam matá-la na minha frente para me fazer sofre mais.
— Porra. – Fury se aproximou e usou os dedos e polegares para afastar as lágrimas que ameaçavam cair.
— Eu me desculpei com ela. Ela ia morrer por causa das minhas ações, pensei que se eu atacasse eles iriam me matar e ela talvez vivesse. Fiquei tenso, preparado para fazer isso.
— Eles provavelmente iriam matá-la de qualquer modo. – Fury sugou uma respiração.
— Ela riu, Fury. Ela me disse que eu deveria me desculpar por todas as vezes que ela teve que fingir gostar do meu toque quando eu a revoltava. De primeira, pensei que ela estava apenas dizendo as palavras para nos dar mais tempo, mas ela prosseguiu. Ela tinha mentido para mim, tudo foi uma mentira. Ela trabalhou para eles por dinheiro. Ela tinha tido bebês, mas me assegurou que tinha dado todos ao nascer desde que não era do tipo maternal. Eu permaneci lá, chocado enquanto ela me censurou por ser estúpido e como ela compartilhava tudo o que eu dizia com Darwin Havings. Ele sabia que nós tínhamos fraquezas e ela foi trazida para ganhar minha confiança e descobri-las. Eles nos mandaram para o acampamento sabendo que tinha apenas mulheres e crianças para ver se tínhamos nos tornado as armas que eles queriam que fôssemos. Nós falhamos.
Fury rosnou.
— Tinham dito a ela que o teste estava acabado, o programa fechado e que eles iam me matar. – Darkness olhou para as mãos. – Darwin Havings tinha prometido que ela poderia me ver morrer e ela tinha vindo ver isso. Ela contou seu desapontamento por não ver meus irmãos morrerem. – Darkness olhou para cima. – Darwin Havings entrou na tenda e contou a ela que ela estava demitida. Eles não ia permitir que ela vendesse informações sobre o que tinha feito parte e que ele nunca iria acreditar que ela manteria sua palavra. Ele olhou para mim e disse que ela era a única mulher que eu não iria ligar em matar. Eles a deixaram sozinha comigo.
— Você a matou. – O tom de Fury se suavizou.
— Matei. – Darkness não piscou. – Ela pegou uma faca e veio para mim, eu poderia tê-la desarmado sem morrer. Eu não fiz isso. Ela tentou me esfaquear no coração, mas eu fui mais rápido. Foram apenas alguns segundos. Eles nos treinaram para matar com eficiência. Eu fiz isso sem dor e rápido.
— Ela merecia sofrer. – Fury sussurrou.
— Eu me importava com ela, entretanto. – Darkness assentiu em concordância. – Mesmo depois de saber o que ela tinha feito. Eu tinha confiado nela, tinha cometido o erro fatal. Isso custou a vida dos meus irmãos. – Darkness ficou de pés. – Eu sinto muito. – Ele girou, indo para a porta.
Darkness tentou abri-la, mas a mão de Fury se encontrou pressionada contra ela. Ele se virou e olhou nos olhos dele, o macho parado poucos passos dele.
— Você quer lutar? Eu não vou bater de volta. Eu mereço uma surra pelo menos.
Fury o surpreendeu quando o macho o agarrou e puxou contra o corpo, Darkness pensou que talvez ele fosse para sua garganta, mas o macho apenas manteve os braços
ao redor dele. Parecia que ele o estava abraçando. Darkness hesitante ergueu as mãos, mas não sabia o que fazer ou onde coloca-las. Machos não abraçavam outros machos, pelo menos o que ele sabia.
— Você é meu irmão. – Fury afirmou. – Eu não quero te bater e não quero te causar mais dor. Você carregou esse fardo por muito tempo, não mais. Deixe ir.
— Eu não posso. – Darkness relaxou.
— Queria estar lá com você.
— Estou feliz que você não estava.
— Me abraça de volta.
Darkness continuou a hesitar. Fury vagarosamente o soltou e deu um passo atrás.
— Você não pode me fazer te odiar e tenho certeza como o inferno de que não vou usar o que aconteceu contra você. Confiar em alguém não é um crime, a culpa foi da mulher. Você foi um macho melhor do que eu porque eu iria fazê-la sofrer. Você entende?
— Você não iria machucar uma fêmea.
— Eu teria nesse caso. – Fury veio para perto, olhando profundamente nos olhos de Darkness. – Você foi mais gentil do que eu seria. Não tem ideia dos pensamentos assassinos em minha mente quando Ellie passou aquele sangue do kit dela em minhas mãos enquanto eu estava deitado lá, indefeso naquele chão. Foi uma coisa boa que eu estava paralisado. Eu disse a você que a sequestrei para machuca-la. Eu não estava pronto para matar naquele ponto, mas a vingança seria um inferno se minha atração por ela não tivesse prevenido isso. Galina teve nossos irmãos mortos para um teste estupido e dinheiro. – A respiração de Fury acelerou. – Você foi mais misericordioso, Darkness. Acredite em mim.
— Eu até mesmo falhei com você nisso. Deveria ter tido uma vingança mais cruel por nossos irmãos.
— Nunca mais diga isso novamente. – Fury segurou os braços de Darkness. – Estou apenas dizendo que você acha que deveria ser punido por suas ações, mas não vejo desse modo. Você nunca os deixou ou me deixou cair. Fez seu melhor para mantê-los vivos e sobreviveu. A morte deles foi com aqueles humanos. Não havia como todos vocês saírem de lá vivos pelo que você me disse, o teste estava condenado ao fracasso se eles acreditavam que suas habilidades poderiam ser quebradas em um ponto sem volta.
— Eu não acho que eu deveria ser punido, mas não há lugar para perdão ou redenção também. Partes de mim morreram com nossos irmãos e com aquela mulher.
— Você salvou vidas, Darkness. Foque-se nisso. Você apenas nos ajudou a localizar a Presente, nós a resgatamos hoje.
— A condição dela? – Ele não tinha ouvido as notícias.
— Ela está surpreendentemente bem. – Fury fez uma careta. – Os humanos parecia trata-la como se ela fosse um bichinho de estimação.
— Sem abuso sexual?
— Não que tenhamos sido alertado, mas os relatórios continuam chegando. Não gostamos de ir com toda força com essas questões quando elas chegam. Os médicos fizeram um check-up, no entanto, e ela é muito saudável. Não há sinais exteriores de abuso ou cicatrizes para indicar nada severo no passado.
— Bom.
— Há apenas um problema que não esperávamos.
— E qual é?
— Ela não ficou satisfeita em ver outro Espécie. – Fury hesitou. – Há algum trauma no passado dela envolvendo um macho. Não temos detalhes ainda, mas vamos apenas dizer que Jaded a chateou. Ela olhou para ele e ficou aterrorizada.
— Isso não é bom.
— Não. Um humano foi atribuído para ficar com ela. Foi o pedido dela.
— Trisha?
— Foi um dos membros da força-tarefa. – Fury hesitou?
— Não gosto disso.
— Nem nós, mas queremos que ela permaneça calma enquanto a trazemos para Homeland. Precisamos ganhar a confiança dela. Ela se sente mais segura na presença dele e essa é a parte importante.
— Onde estão os humanos que a mantiveram presa?
— Nada ainda, eles estavam fora do pais. Temos humanos que foram atribuídos para guardá-la e mantê-la prisioneira.
— Você quer que eu os questione?
— Isso está sendo cuidado. Quero que você dê a si mesmo uma pausa, Darkness. Deixe o passado para trás e tenha um futuro.
Ele não tinha palavras.
— Kat não é Galina.
— Ela veio para cá sob falsos pretextos.
— Elas não são iguais. Kat deixou aquela nota e deu a dica da conexão entre Boris e Mason. Tenho certeza que não queriam que ela fizesse isso.
— Isso poderia ser uma forma de ganhar minha confiança.
— Ou ela poderia ter escolhido dar a lealdade dela a você, ao invés disso.
— Nenhuma fêmea iria fazer isso.
— Nem todas as fêmeas são sem coração. – Fury sorriu afetuosamente. – Ellie é um bom exemplo.
— Ela é especial.
— Talvez sua Kat seja também.
— Ela. Não. É. Minha.
— Você se importa com ela, mesmo que admita isso ou não. – Fury deixou cair as mãos. – Você a quer protegida, ela é uma agente treinada. Ela poderia proteger a si mesma se estivesse em perigo, mas você não vai dar uma chance. Você a quer onde possa ter certeza que nenhum mal venha para ela. Acho que parte de você quer vê-la novamente.
— Mason poderia ordenar que ela seja morta, para proteger a própria bunda. Ele a mandou aqui atrás de Boris, isso teria que ter quebrado algumas leis. Ela poderia testemunhar contra ele.
— Verdade. – Fury assentiu e se moveu para longe da porta.
— Vou para casa e me banhar enquanto espero o arquivo chegar. – Darkness abriu a porta. – Estou liderando as equipes para trazer Kat para cá tão logo termos confirmação da identidade dela.
— Irmão?
— O quê? – Darkness vagarosamente se virou.
— Há muito que não sabemos sobre o outro, mas planejo que isso mude. Você não vai mais me manter a distância. Isso está claro?
— É melhor desse jeito.
— Não vai acontecer. Ellie e eu vamos te convidar para o jantar em breve. Vamos continuar perguntando até que você aceite. – Os cantos da boca de Fury se ergueram um pouco. – Eu posso ser muito irritante.
Darkness sufocou um rosnado. Isso soou mais como uma ameaça do que um convite.
— Te conheço bem o suficiente para dizer que você está vomitando bobagens sobre não ter uma ligação com Kat. Negar é perda de tempo, mas o arrependimento nunca desaparece. Você tem uma segunda chance quando ela retornar para Homeland.
— Eu não vou gastar tempo com ela, planejo apenas trazer ela a salvo. – Darkness deixou o escritório.
— Nunca te marquei por estar sendo um idiota. – Fury gritou.
Darkness hesitou e virou, olhando para o macho.
— Você me ouviu, ela pode ser sua única porção de felicidade. Seja um macho esperto e reconheça essa possibilidade.
Darkness girou antes que pudesse dizer algo que ia lamentar. Fury não entendia. Ele tinha boas intenções, mas Darkness nunca seria o tipo de Espécie para pegar uma companheira. Ele não era ajustado para uma fêmea. Ele não tinha coração, isso tinha sido destruído há muito tempo.

8 comentários:

  1. Fury sempre fofoohh 🤗❤... Darkness sempre tão duro com ele msm ...😣😣

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  2. Quero muito um livro dessa presente que não gosta dos outros espécies 😍 😍😍😍

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  3. Alguém me explica como descobriram que Fury e Darkness são irmãos? Darkness foi resgatado em qual livro? Não lembro dele aparecer até Mon? Não tô entendendo nada! Da onde saiu esse espécie? E essa ligação com Fury?

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    1. Quando Fury foi baleado, fizeram vários testes em espécies caninas para achar um sangue compatível com o do Fury. Acredito que depois disso testaram o sangue dos felinos, onde acharam uma compatibilidade com o Darkness (são filhos do mesmo pai ou da mesma mãe) o que os tornam meios irmãos.
      Acho que foi resgatado junto com os primeiros NE, não especificou quando. Se eu não estiver errada já teve leves menções sobre ele nos outros livros, nada muito chamativo, passaram despercebidos.

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    2. No livro do Obsidian ele é citado na hora que ele e o Moon tão escolhendo o nome, ele fala que "Darkness" já tinha sido escolhido, e depois ele interage com o Obsidian mais pro final do livro.

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    3. A ONE tem um banco de dados com todo DNA dos espécies, eles falam isso nos primeiros livros, e fala no anterior, quando o Boris mandava as amostras eles tinham base para destar

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