terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 22


Capítulo Vinte e dois
Jeanie ouviu os leves passos antes da luz do túnel oposto anunciar a chegada de
Boris. Ela teve tempo para acalmar-se e avaliar a situação. Ele não sabia com certeza
que ela o identificou. Provavelmente por isto ela estava ainda viva e o dois assassinos
que ele contratou não a mataram. Olhou para eles. Trocaram sua roupa molhada e
guardaram tudo na bolsa de lona. Os dois pareceram ávidos para partir quando seu chefe
entrou na câmara.
Usava calça preta e uma camiseta preta em vez do terno de sempre. Ela o
reconheceria em qualquer lugar. O anel de gato ainda estava em seu dedo mindinho
enquanto a olhava, com óculos muito baixos em seu nariz. O suor mostrava em sua testa
e bochechas enquanto ele ofegava.
— Esqueci quanto tempo se leva para entrar aqui.
— É nosso dinheiro?
Jerry Boris olhou a bolsa em sua mão e movimentou a cabeça, jogando-a em sua
direção. — Dez das grandes com pediu.
Era insultante que sua vida valesse tão pouco. Boris girou sua atenção para ela e
franziu o cenho. — O que é isso na boca dela?
— Uma mordaça.
— Entendo.
— Nós vamos sair daqui. — O loiro se curvou e abriu a bolsa, verificando o lado de
dentro. Ele a fechou e movimentou a cabeça para o outro homem, então a ergueu à
medida que ele se levantava. — Tudo certo.
— Espere! — Boris ruborizou. — O trabalho não está feito.
— Disse: entre, pegue-a e traga aqui. Ela está aí. — O outro sujeito apontou para
Jeanie. — Este era o trabalho. Nós estamos partindo. Aqueles Novas Espécies vão nos
encontrar. Nós queremos estar longe antes disso acontecer.
— Eles não irão. — Boris levou a mão atrás de suas costas e tirou uma garrafa
pequena de água de um bolso da parte de trás. Ele tomou um gole. — Eu de propósito
removi todas as plantas da passagem subterrânea. Era como conseguia entrar e sair de
Homeland a cada necessidade. Estes bastardos provavelmente acham que por magia
suas ruas nunca se inundam quando chove muito. Dá-me acesso aos edifícios também.
— O que seja. — O loiro encolheu os ombros. — Nós estamos fora.
— Eu preciso de alguém para cuidar dela. — Ele olhou em seu relógio. — Eu tenho
que voltar para a cama antes do sol surgir.
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O moreno bufou. — Um vampiro, huh?
— Não. — Ele lançou um clarão em Jeanie. — Eles plantaram microfones e
câmeras em minha casa. Eu tive que fingir ir para a cama, mas eles verão que não estou
ali quando o sol surgir.
Ela ficou surpresa. Como ele sabia?
— Acha que passei por alto um monte de gente pisoteando por minha casa? Eu
nunca tiro o pó. Eu podia ver suas pegadas e as coisas movidas das estantes, sem
importar o quão cuidadosos foram. — Ele voltou seu olhar para os dois homens. — Tenho
planos de conseguir muito dinheiro por ela. Eu pagarei mais dez mil dólares se cuidarem
dela durante dois dias aqui enquanto negocio.
— Não vale a pena. — O loiro deu um passo em direção ao túnel que Boris usou.
— Acho que é apenas questão de tempo para descobrirem que estamos aqui. Eu tenho
uma vida que planejo viver.
— Cinquenta dos grandes. — Boris tomou outro gole da água. — Cada.
— Maldição. — O moreno fez uma pausa, observando-o. — Você acha que ela
vale cem mil dólares? Ela é uma cadela. Nenhum sujeito vai pagar isso e estivemos em
sua casa. É boa, mas eles não são ricos. Seria mais barato ele conseguir uma nova
namorada. Eu certamente não pagaria tanto por um traseiro.
— Faremos. — O loiro disse. — Mas nós não estamos preparados para isto.
Teremos que partir e voltar. Vamos precisar de comida, sacos de dormir, e quero mais
munição. — Ele alcançou atrás dele e pegou uma arma. — Não apenas de dardos. Quero
poder de fogo real.
— Eles ouvirão se disparar uma arma. É por isso que dei os dardos a vocês.
— Os bastardos já sabem sobre nós... virão aqui... quero fogo real se tiver que
disparar contra eles. — Ele cuspiu, balançando a cabeça com desgosto.
Boris franziu o cenho. — Está bem. Um de vocês vai e o outro fica aqui.
— Uma merda. — O loiro balançou a cabeça. — Ele poderia pegar o dinheiro e não
voltar.
— Ou você poderia fazer isso. — Seu companheiro disse.
— Vocês são uma equipe. Não confiam um no outro? — Boris pareceu repugnado.
— Nós trabalhamos juntos, mas não somos amigos. — O loiro mudou de posição.
— Além disso, eu tenho minhas próprias armas e não se esqueça, sei o quão perigoso
aqueles bastardos são. Eu já perdi um homem atrás desta cadela. Nós precisaremos ficar
fora umas duas horas. Acho que você pode lidar com ela por conta própria por este
tempo. É melhor que se refira a dinheiro em efetivo. — Ele olhou ao redor do lugar. — Me
nego a aceitar qualquer outra coisa para ficar neste inferno.
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— E queremos ser pagos amanhã. — Seu companheiro exigiu.
— Eu disse a você que me vigiam. — Boris protestou. — Não é fácil conseguir este
tipo de dinheiro tão rápido. Eu posso pagá-los amanhã à noite. Voltarei logo depois que
eles pensem que estou na cama.
— Certo. — O loiro se afastou com o outro homem o seguindo.
— Duas horas. — Boris gritou. — Depressa.
Boris sorriu para Jeanie, aproximando-se cada vez mais, mas parou cerca de
quatro passos de distância. — Você nunca conseguiu seguir bem as ordens. Eu disse
para não ir trabalhar naquele dia. Você escutou? Não. Olhe para a bagunça em que nos
colocou.
Seus dedos se fecharam ao redor das algemas e ela não queria nada mais que
ficar em pé e jogar a cadeira nele, mas o som de botas ainda se ouvia enquanto os dois
bastardos iam embora. Ela não podia arriscar que voltassem se batesse em Boris, não
importava o quanto quisesse fazer isto.
Ela se aproximou com a mão livre, sentindo a parte de trás da mordaça. Estava
presa a seu cabelo, formando um emaranhado úmido que tentou soltar.
— Não se incomode em gritar. Estamos a mais ou menos quarenta metros sob a
terra em um lugar que tem muito concreto acima de nós. Ninguém vive perto e estamos
no meio da noite. Nenhum desses bastardos loucos está aí fora. Você apenas me deixará
com raiva.
Usando sua mão livre, ela soltou a mordaça, arrancando um pouco de seu cabelo
no processo. Cuspiu de sua boca e lançou a coisa ofensiva de lado. Bateu no chão com
um splash. Ela puxou ar e desejou poder escovar os dentes. Ela buscou Boris ao invés.
— Foda-se, Brice. — Ela decidiu não revelar que sabia seu nome real.
Seu sorriso se alargou. — Assumo que você sabe que eu realmente não trabalhe
para a ONE recuperando os perdidos.
— Você estava resgatando aqueles locais por dinheiro.
— Genial, não? — Ele retrocedeu e se apoiou na parede, deixando cair água no
chão. — Eu vou me aposentar logo com muito dinheiro. Eles sabem quem eu realmente
sou, foi o desastre de Fuller a razão pela qual estão me vigiando?
Ele não sabia. Ela decidiu fazer-se de tonta. — Fuller? Por que vigiariam você?
Foi a coisa certa para dizer porque ele riu. — Eu dirijo Fuller. Surpresa! Deveria ter
despedido alguns empregados dali, mas não me importava o mínimo porque conseguiam
informação de vez enquanto, quando revisava as gravações das câmeras de segurança.
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— Foi assim que descobriu sobre Pesquisas Cornas? Alguma vez teve uma central
ali ou era uma mentira também?
Ele cruzou um tornozelo sobre o outro, ficando confortável. — Na realidade, foi
pura sorte. Uma das prisioneiras não gostou do tratamento em Fuller, assim reclamou
para mim. Eu disse a ela que não podia ajudar a menos que me desse algo em troca. Sua
irmã trabalhava na Mercile também, mas decidiu sair por sua conta. A cadela idiota foi
presa com alguns destes animais, mas sua irmã não era tão ambiciosa. Ela aceitou um
trabalho em Cornas para continuar sua pesquisa com os bastardos ali. Eu enviei você
para confirmar se tinham alguns deles presos.
Ódio a encheu, mas ela esperou ele contar mais. — Quantas outras pessoas como
eu existem?
— Não existe ninguém como você, Jeanie. Você é muito crédula! — Ele rolou seus
olhos e sua voz ficou aguda. — Eu só quero salvá-los! — Ele imitou. Balançou a cabeça.
— Estúpida bem feitora. O que conseguiu com isto? Disparos e prisão. Então tinha que
foder com um deles. Sabe quanto dinheiro me custou abrindo suas pernas? Muito. Você
deveria ter sido transferida para minha prisão e teria sido o fim disto. Teria escorregado e
caído de cabeça no chuveiro ou teria uma alergia mortal a alimentos que acabaria com
você.
— Eu não sou alérgica a nada.
— Não seria isso que a autópsia diria. — Ele afastou-se da parede. — Tudo está
sob controle. Eu vou fazer mais dois resgates e então irei me aposentar. Mas realmente
me irrita, porque não consegui fazê-los pagar por terem arruinado minha vida. Aqueles
animais pensaram que poderiam simplesmente me expulsar de Homeland, tirar meu
trabalho e ainda se darem bem. Fico desapontado por tudo terminar antes que estivesse
pronto para desaparecer. Lástima que não possa fazer estes bastardos sofrerem mais,
então terei que aproveitar estes últimos dias que me restam. De nenhuma maneira iria
embora sem me assegurar que pagarão por isto.
— Duas?— Ela sabia que ele planejava utilizá-la, mas... quem era a outra pessoa?
Ele assentiu com a cabeça.
— Uma mulher Espécie. Aqueles animais ficam loucos com as pequenas. Farão
qualquer coisa que eu pedir para consegui-la de volta. Tive meus rapazes explorando o
lugar para ter certeza que a pista era real e contratei um investigador particular para
manter um olho no peixe grande que a possui e assegurar-me que não planeja uma
viagem longa. As duas juntas valem muito dinheiro. Não percebi que haviam instalado
câmeras até que cometi alguns erros. Pode ser que saibam sobre uma de minhas contas
bancárias, assim preciso abrir uma nova.
— Uma Presente? — Seus olhos se estreitaram com suspeita. — Você disse uma
pequena Nova Espécie.
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— Assim foi como as Indústrias de Mercile as chamaram. Você realmente fodeu
meus planos, Jeanie. Estou realmente com raiva por isto.
Ela reprimiu um comentário, olhando-o ao invés. O impulso era forte, queria atacálo
com a cadeira na qual estava algemada, mas queria mais informação antes. Tinha duas
horas antes que os idiotas voltassem, mas esperava que fosse muito mais.
— Eu não planejei me aposentar este ano, mas tinha que conseguir levá-la para
Fuller para ter certeza de que você não contou muito a eles. Podem suspeitar de mim
neste momento e se preocuparem com como dirigi a prisão, mas não podem provar nada
ainda. Tive que acelerar meu plano e terei que me conformar com o que fiz até agora e o
que conseguir de vocês duas.
— O que acha que a ONE poderia descobrir de mim? — Ela queria ver se ele
confessaria seu nome real.
Ele abalançou sua cabeça, sorrindo. Estava irritado.
— Então onde está esta Presente?
— Gostaria que eu contasse, não? Vou negociar seu resgate primeiro apenas para
ter certeza que não possa contar sobre ela. Isso significa que ficará aqui embaixo por
alguns dias. — Ele riu silenciosamente. — Não que vá contar muito depois.
— O que isso quer dizer? — Um frio passou por sua coluna. Ele andou um pouco
pelo túnel e finalmente olhou para ela.
— Você realmente acha que contaria que dirijo Fuller e simplesmente deixaria que
saía daqui? Não vai acontecer. Quero que saiba que já fez da minha vida um inferno
desde que foi presa. Fiquei preocupado com a possibilidade de unirem as peças e me
pegarem antes de poder pegar o voo com destino à liberdade.
Sua mão ficou tensa sobre a algema e endireitou-se na cadeira.
— Eu não posso acreditar que veio aqui. — Justo debaixo de Homeland. Ele lhe
dava arrepios. Este homem era louco. Começou a rir, olhando-a com olhos de louco.
— Sabe quanto eu aprecio estar bem debaixo de seus narizes sem seu
conhecimento? Prova que sou superior. Justice North finalmente pagará pelo que me fez?
Perfeito, verdade?
— Você está certo. O que vai fazer comigo?
— Eles sentiriam o cheiro de uma bomba em você, mas veneno? Duvido. Pelo
menos não a princípio. Apenas direi a eles que está drogada quando a troca for feita. Os
dois idiotas que saíram, vão ser culpados por te sequestrar. Sei onde vivem, assim é
questão de fazer uma parada para recuperar o dinheiro que vou ter de pagar a eles.
Nenhum dos dois é inteligente o suficiente para depositá-lo em uma conta ou em uma
ilha, inclusive em um caixa forte. Provavelmente esconderão debaixo dos colchões ou
atrás dos moveis.
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Ela ficou olhando para ele, esperando por uma oportunidade.
— Poderia contar meu plano para estes idiotas, mas não acreditarão em você.
Apenas direi que você fez ameaças e disse que eram muito estúpidos para que se
voltassem contra mim. Isso deixa tudo muito melhor. — Ele riu. — Ser advertido e ainda
assim ser descoberto. Soa familiar, Jeanie?
Ela apoiou os pés no chão, esperando que ele se aproximasse. Tudo o que tinha
que fazer era esperar até ele girar um pouco. Ele não seria capaz de se mover rápido o
suficiente fora do caminho antes que estivesse sobre ele. Ele a superava em peso, mas
ela estava em melhor forma e tinha uma arma. Não via nenhuma com ele. Suava pelo
nervosismo, mas ele era muito arrogante para pensar que ela o atacaria. Esta era uma
aposta pela qual estava disposta a arriscar sua vida.
— Você é um covarde idiota.
Ele parou, olhando para ela.
— Você acha que seus preciosos Novas Espécies são melhores? Não me faça rir.
Sabe o fácil que foram manipulados? Tem a credulidade em comum com eles. Também
não pode acreditar no estúpido que alguns deles podem ser sobre a honra e toda esta
merda. Deixam cair dinheiro em uma conta se lhes dá alguma prova e acreditam que
possam recuperar mais de seu tipo.
— Você não sabe nada sobre honra, não é?
— Não. Eu não tenho este defeito.
Ele parecia orgulhoso daquele fato. Jeanie sentia repugnância. Jerry Boris piscou
um olho.
— Eles arruinaram minha vida. É justo que paguem por isto. Tive que criar um
plano novo para recuperar parte do que levaram. Eu tinha algo realmente agradável
acontecendo até que arruinou tudo. Quase gostaria poder envenená-la com algo
realmente doloroso, mas vai ter que ser um veneno de ação lenta e você precisará estar
inconsciente. Pelo menos terá alguns dias para refletir e sofrer, sabendo seu destino. Eu
também sou mesquinho e rancoroso, claro.
— Como você pode se olhar em um espelho? — Ela realmente precisava que ele
começasse a passear novamente para tê-lo mais perto, mas queria mais informações
antes de golpeá-lo.
— Você sabia o que aqueles Novas Espécies estavam sofrendo. Inferno, sabia que
eu estava sendo usada como cobaia para um prova de drogas e deixou isso acontecer
por dois meses. E a Presente? Sua vida é miserável também? Ela está sendo abusada?
Que tipo de monstro a tem? O que ele faz para viver?
— Eu não poderia me importar menos se quaisquer daqueles animais sofreram ou
que você o fez. Era engraçado como uma merda, realmente. As pessoas estúpidas
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merecem isto. Apenas tive que pedir mais dinheiro quando percebi o muito que pagariam.
Sinto que não aproveitou as drogas que o chefe lhe deu, mas... quem tem culpa Jeanie?
Você escolheu aceitar este abuso para salvar seu cachorro favorito. Poderia ter evitado
isso tudo e simplesmente saído a qualquer hora.
— Eu não poderia. Eu tenho um coração.
— Que vai fazer com que te matem. — Ele bufou e começou a caminhar, olhando
para o relógio novamente. — Eles precisam se apressar, maldição. Eu não gosto de ficar
aqui embaixo e é melhor não se atrasarem. Por muito que goste de causar à ONE mais
dor pelo que fizeram comigo, os lugares úmidos, escuros não são para mim. Eu vi ratos
aqui embaixo.
— O que a ONE fez para você? É um destes idiotas que os desprezam porque
foram melhorados geneticamente? — Ela de propósito fez uma careta, zombando dele. —
Você certamente não foi.
— Eu comandava Homeland! — Ele girou, furioso. — Eu ajudei a transformá-la no
que é hoje. Este lugar era meu bebê e o que eles fizeram? Fui despedido e disseram para
eu sair. A única razão pela qual consegui o trabalho como Diretor de Fuller foi porque
chantageei, essa é minha forma de fazer as coisas.
— Chantagem?
Ele sorriu. — Sim. Eu achei algo e usei.
— O que você descobriu?
Ele encolheu os ombros. — Eu descobri que eles podem ter bebês. Eu não disse
ao Senador Hills, mas dei a entender que poderia haver muitas ondas se não me
entregasse a Prisão Fuller. Este foi o preço do meu silêncio.
Boris sabia que os Novas Espécies podiam ter filhos. Isso significava que poderia ir
a imprensa. Sentia-se enojada pelas ramificações que a informação sigilosa causou.
Inclinou-se perto.
— Como acha que descobri onde estava vivendo? Eles me tiraram pela porta
traseira, eu tinha acesso ao sistema, mas apenas em nível de segurança. Eles não
classificaram seus registros de material médico, nem de Homeland ou da Reserva.
Fraldas, vitaminas pré-natais, e uma lista inteira de outras coisas para bebês eram
entregues. Estava claro. Também tinham roupas e comida entregues em uma casa de
Homeland que antes estava vazia. Foi tão fácil achar você, Jeanie. Achou que eles
pudessem protegê-la? É uma piada. Sou dez vezes mais inteligente que eles.
— Você está errado. — Ela decidiu blefar. — Alguns humanos têm bebes, mas
nenhum Nova Espécie. Eu teria sido informada caso contrário.
Ele bufou. — Certo. Fury se casou com Ellie e sei onde vivem. Esta puta teve seu
bebê. As entregas de fralda foram diretamente para eles. Nunca os vê na televisão, nunca
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mais foram vistos, o que é bom porque ficaria doente, depois do que me fizeram, mas
deve ser porque ela provavelmente agora está como uma vaca gorda depois de dar a luz
a filhotes.
— Você está errado. Eu encontrei este casal. — Ela mentiu. — Passei tempo com
eles. Eles não têm filhos.
Ele avançou e lhe deu uma bofetada. A palma de sua mão em sua bochecha a
surpreendeu, mas ele se afastou antes que pudesse reagir e atacá-lo com a cadeira em
vingança.
— Estas catacumbas passam por sua casa. Pelo menos um desses pirralhos
gritava muito quando eu verifiquei. Quantos eles têm? Conte-me.
— Eu nunca vi um bebê aqui. — Isto era verdade. — Aposto que está errado sobre
estas Presentes também.
— Eu tenho fotos desta pequena raposa gato.
Ele não iria dizer a ela nada mais. Teve certeza disto enquanto ele dava voltas para
olhar o túnel e seu relógio com gesto impaciente.
— Estes imbecis incompetentes, são lentos. Duas horas. Eu realmente os odeio.
Talvez deva matá-los. Apenas terei que levá-los a Fuller. Deixar as portas das celas
destrancadas e espalhar que eles são informantes e desta vez não o farei para conseguir
informações. Os prisioneiros os matarão na primeira maldita noite. Eu poderia
desenvolver esta ideia com Jeff. Este imbecil não pode manter nunca sua boca fechada.
Ele é muito bom.
Jeanie ficou tão quieta quanto possível, esperando que ele não voltasse.
— E apenas por despeito, uma vez que estiver longe e fora do alcance dos Novas
Espécies, vou causar-lhes mais merda. — Ele riu. — Quer saber como reagirão as
pessoas quando descobrirem que há uma mulher humana que pode ter bebes Nova
Espécie? Falarei sobre isto com alguém dos grupos contra eles. Eles sempre falam que
os Espécies desaparecerão com o tempo. Mas eles nunca morrerão se estão procriando
pequenos animais com putas humanas. — Ela ficou tensa e ele deu um passo ao lado.
Eles algemaram seu braço direito, o que ela usava mais e o balançou com toda força. A
cadeira era um pouco mais pesada do que imaginou. Apenas fez um chiado leve quando
as pernas bateram no chão antes de cair adiante.
Boris girou, mas era muito tarde. Ele era maior que ela fisicamente... mas não tinha
a raiva do seu lado.
* * *
True usou uma lanterna para olhar no buraco. Uma escada estava na parte inferior,
parcialmente visível na água parada, mas parecia danificada. Deveria ser uma boa gota
queda de seis metros, mas não se importava. Jeanie estava ali embaixo. Deslizou os pés
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sobre a beirada e caiu no buraco. A água suavizou sua queda e ficou em pé. Inalou, sem
captar o cheiro de Jeanie, apenas da água suja. Outros machos caíram na água atrás
deles com mais lanternas.
— Espere. — Darkness ordenou. — Nós precisamos entrar em silêncio e pegá-los
de surpresa.
Obedecer esta ordem tomou todo controle de True. Havia duas aberturas, mas não
estava certo de que caminho seguir. Uma tinha uma grelha, mas a outra não. Ele avançou
com dificuldade através da água até a abertura e cheirou. Tudo o que poder pegar foi a
água parada e um cheiro de mofo.
— Aqui. — Justice sussurrou.
True girou depressa se movendo para o lado oposto.
Justice apontou a viga com sua lanterna no lado de dentro da parede do túnel. —
Sangue. É pouco, mas está aí. — Ele forçou a porta abrindo-a. Chiou, mas não muito alto.
True se aproximou, saiu da água e cheirou novamente.
— É dela.
Tiger riu. — Ela é esperta. Acho que está marcando seu caminho.
— Ela é tudo para mim. E se eles a mataram? — True lutou contras as lágrimas.
— Se quisessem matá-la o teriam feito em sua casa e não se incomodariam em
levá-la com eles. — Darkness disse com voz rouca.
True apertou os dentes, abafando um grunhido.
— Você não precisava dizer isto, é cruel. — Justice declarou.
— Ele precisa saber que eles a querem viva. Isto é lógico, porque levá-la com eles
apenas os atrasaria. — Darkness passou na frente de True. — Eu vou primeiro.
True quis protestar, mas o macho abriu os braços, bloqueando a passagem
estreita. Ele teria que lutar e isso arruinaria o plano de se moverem furtivamente e atacar
os humanos para pegarem sua companheira de volta.
O túnel terminava com uma placa de metal no chão. True tentou levantá-la, mas
não conseguiu abri-la. A frustração se levantou novamente. Olhou para a equipe de
Novas Espécies. Darkness se agachou junto a ele, olhando com a lanterna.
— Merda. Deve haver uma fechadura no outro lado. — Ele fez um gesto para um
dos homens. — Por sorte viemos preparados. Dê-me o macaco. Disse para pegar de um
dos veículos.
Levou muito tempo, demais para os nervos de True, mas Darkness conseguiu usar
o macaco para forçar a borda da chapa um pouco e logo se abriu. Quebraram a
fechadura enquanto tiravam a grade. Uma escada estava na parede sob a grelha.
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— Aqui vamos. — Darkness suspirou. — Odeio o subterrâneo e parece que
precisamos ir mais fundo.
— Saia do meu caminho. — True tentou descer primeiro.
— Tranquilo.
— Minha companheira está ali embaixo. Posso sentir o cheiro de seu sangue. —
Ele realmente podia. Ela tocou naquela escada. — Está ali. Meu olfato está melhor agora
que estamos longe da água.
— Eu vou primeiro e recebo ordens superiores. — Darkness declarou com firmeza.
Ele quis discutir, mas isso serviria apenas para perder tempo.
— Então vamos.
Chegaram a um lugar onde se ramificava dois túneis pequenos. Darkness parou e
olhou para True. — Veja se consegue senti-la.
Ele teve que se curvar para caber no túnel e cheirar. Ele não sentiu seu cheiro
totalmente, mas utilizou sua lanterna para ver se havia sangue nas paredes.
— Você poderia ter feito melhor que isso. — Tiger sussurrou.
— Ele precisa fazê-lo. — Darkness sussurrou.
True os ignorou enquanto se afastava e entrava no outro túnel. — Este aqui. — Ele
encontrou as mesmas manchas se sangue, como se houvessem roçado com a mão.
Abriu caminho até chegar a uma curva e ele viu luz. Parou, forçando seus ouvidos.
Darkness de repente estava lá, empurrando contra ele até que ficaram ombro a ombro. A
voz de Jeanie era fraca, junto com outra voz masculina. As palavras não eram
distinguíveis, mas tinha certeza de quem era. Darkness girou a cabeça e franziu o cenho.
— Espere. — Disse.
Pegou o telefone e enviou uma mensagem. Olhou para cima e mostrou a tela para
True então tocou nele para mostrar outro aplicativo. Era um GPS. Darkness apontou para
cima. — Eles estão cercando o local. Nós sabemos onde estamos e o que estão fazendo
nossos homens.
Ele não tinha certeza se teria tanta paciência. Podia ouvir Jeanie, ela estava
conversando, e algumas palavras se filtraram pelo ar. Seu tom mostrava que estava com
raiva. Outro macho tocou suas costas e ele virou sua cabeça. O homem passou um rifle
adiante. Darkness o pegou e inclinou.
— Não vou perder a oportunidade. Fiquem atrás de mim e me deixe continuar. Vou
me arrastar de barriga e avançar até poder chegar a eles. Fui treinado como francoatirador.
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Darkness se deixou cair e fez indicado. True sabia que deveria ficar ali, mas não
pôde resistir. Caiu sobre seu ventre e deslizou atrás do outro homem. O túnel adiante não
era tão largo e as palavras de Jeanie começaram a ficar claras. Ele não podia ver ao
redor de Darkness sem levantar-se, mas tinha medo de revelar sua posição se o fizesse.
Choque o percorreu, quando pode ouvir a conversa.
* * *
A cadeira bateu forte contra o lado de Boris, com força o suficiente para fazê-lo
perder o equilíbrio. Jeanie conseguiu agarrar a cadeira quando se recuperou. Ela segurou
a extremidade arredondada da parte de trás da cadeira e no lado onde as algemas
estavam presas em uma barra. Ela se levantou e bateu nele com a cadeira novamente.
Ele gritou e levantou um braço, tentando proteger a cabeça. Não funcionou. Ela
usou os pés da cadeira para acertar seu ventre e peito. Ficou sem fôlego e ela golpeou
novamente. Boris rodou sobre o estômago neste momento e ela o golpeou uma vez mais,
para garantir.
Muita raiva reprimida a levou a golpeá-lo mais algumas vezes até que ela ficou sem
ar pelo esforço. Apenas desejava que a cadeira fosse mais pesada e mais dura. Deixou
cair a cadeira sobre ele e deu um chute. Ele rodou, feito uma bola. Doeu um pouco
quando ela o chutou novamente, desta vez no peito, mas teve o efeito desejado.
Terminou deitado de costas. Voltou-se um pouco, utilizando a última grama de força que
tinha e levantou a cadeira. Ela a desceu e seus pés pousaram de cada lado do pescoço
dele. A barra que conectava os pés traseiros pressionou sua garganta e se inclinou,
apoiando o peso sobre o assento.
Jerry Boris, ou como ela o conhecia, Terry Brice, a olhou com olhos muito abertos
enquanto seu rosto ficava púrpuro.
— Não pode respirar? — Ela ofegou. — Eu sei como se sente. Tente ter um imbecil
cobrindo sua boca e nariz com a mão. Isso foi o que o idiota que contratou me fez.
Ela aliviou um pouco para que ele não morresse. Ele puxou ar, mas sua cor não
melhorou. Olhou para trás e levantou o pé, golpeando entre suas pernas. Ele gritou.
— Eu sei como se sente também. É uma merda não poder gritar, não é? Dói?
Ela apertou os dedos suados contra a cadeira, com um pouco de nojo, mas de
nenhuma maneira iria deixá-lo se levantar. Ele a superava em quilos.
— Além disso, não tenho nenhuma compaixão por você, imbecil.
Jeanie olhou para seu rosto, viu sua expressão apavorada e a forma como suas
mãos arranhavam a garganta. Ela aliviou um pouco o peso da cadeira até que ele
conseguiu mais ar. Ela apertou novamente.
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— Você e eu... — Ela se levantou, deixando-o respirar um pouco mais. — ... vamos
ter uma conversa. E o que quero dizer com isto é, eu vou conversar e você vai respirar
quando eu disser que pode.
Ela esperou e o deixou pegar mais ar. Não era sua intenção matá-lo, mas estava
determinada a conseguir respostas. Ele sabia onde a Presente estava e a fez passar por
um inferno. Mas, estava ainda irritada por como permitiu que True e os demais sofressem
mais do que o necessário porque lhe divertia e queria mais dinheiro.
— Estes idiotas que contratou me empurraram dentro de um buraco e me deixaram
cair na água suja. Eu estou fedendo. Tive uma mordaça empurrada em minha boca e
você planejou me envenenar. — Ela lembrou a ele. — Eu poderia matá-lo. Entende?
Esqueça seus planos de aposentadoria. Esqueça conseguir mais um centavo da ONE.
Você vai contar onde a Presente está ou vou ficar olhando você se sufocar. Poderia até
tirar um cochilo aqui.
Ela ergueu a cadeira o suficiente para deixá-lo respirar. Ele sufocou um pouco,
mas ela se manteve firme até ele respirou algumas vezes.
— Puta! — Ele ofegou.
Ela se inclinou colocando seu peso sobre a cadeira.
— Foda-se, Jerry. Sim. Eu sei seu nome. Eu vi uma foto sua quando me mostraram
todos os homens que trabalharam para a ONE. Diretor Jerry Boris. Perdeu o emprego
porque foi um idiota com a companheira de Fury. Ele disse que você tentou afastá-la dele
e que quase a matou. Simplesmente não pode deixar em paz as companheiras, verdade?
Você me afastou do meu e adivinha? Estou furiosa.
Foi satisfatório quando ele deixou de lutar, ficando totalmente quieto. Isso não
durou mais que dois segundos. Soltou a barra e tentou agarrar o tornozelo dela que
descansava entre suas pernas. Ela pisou nele, esperando esmagar suas bolas. Ele gritou
e soltou seu tornozelo. Ela diminuiu a pressão.
— Onde está a Presente, Jerry? Você vai contar ou terei que torturá-lo? Eu aprendi
algo quando estive em Drackwood, vendo o que faziam com os pobres Novas Espécies
que tanto odeia. Eu amo um deles e ele quase morreu lá, apanhando e sendo
machucado, mas você não se importou no mínimo, maldição. Apenas queria dinheiro.
Sabe uma coisa? Eu só quero você morto para ter certeza que não irá causar mal a mais
ninguém.
Ela respirou calmamente, tentando controlar seu temperamento.
— Mas o deixarei viver se contar onde está a Presente. — Ela ergueu a cadeira,
deixando-o respirar. Uma marca vermelha se formou em sua garganta, mas ela não se
sentiu mal sobre isto. Ele não merecia compaixão.
— Nunca.
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Suas sobrancelhas se ergueram. — Realmente?
— Vá a merda. Não vou contar. A puta gato morrerá. — Ele tossiu. — Eu quero
dinheiro e direi onde está uma vez que estiver a salvo. — Ele girou sua cabeça e seu
corpo volumoso na mesma direção.
Pegou Jeanie desprevenida e ela tropeçou quando cadeira tombou já ele era um
cara grande. Duas grandes mãos seguraram a cadeira para evitar que caísse sobre o
traseiro e ela caiu sobre um grande corpo firme. O terror a golpeou quando ela levantou a
cabeça para ver qual dos idiotas tinha regressado. Estava segura que iria morrer lenta e
dolorosamente.
Ao levantar os olhos se surpreendeu. Era True?
True franziu o cenho. Ela olhou em seus olhos, uma parte com medo de que fosse
sonho. Este bonito olhar caiu para o chão além dela. Ela o seguiu, olhando como Jerry
Boris lutava para ficar em pé. Tossiu um pouco, mas conseguiu. Suas mãos se fecharam
em punhos enquanto girava para atacar. Darkness o agarrou pela garganta e segurou-o
contra a parede. Levantou-o, colocando o homem facilmente na ponta dos pés.
— Puta gato, huh? — Darkness grunhiu. — Eu sou uma espécie de fãs delas... já
que sou felino também. Ofende-me quando diz que ela vai morrer. — Voltou a cabeça e
segurou o olhar de Jeanie em seu olhar. — Eu o tenho. Ele falará.
Jeanie estava em choque e pior, estava claro que eles ouviram e viram o que
estava fazendo com Boris. Ela caiu nos braços de True. Outro Nova Espécie se agachou
a seu lado e tirou um pequeno kit de seus bolsos.
— Vou conseguir soltar você. — Tiger tinha um sorriso triste antes de voltar sua
atenção para as algemas que a prendiam na cadeira.
A sensação surrealista a deixou muda. Estava perdida, completamente quebrada e
sua reação ao que havia feito estava pesando sobre ela. Estava disposta a matar outra
pessoa e poderia tê-lo feito se eles não tivessem chegado para pará-la. True e o outro
Nova Espécie devem ter ficado horrorizados quando entraram e viram ela usando uma
cadeira para torturar alguém. Ela se sentia desta maneira e foi ela quem o fez.
— Você está a salvo. — True e segurou nos braços.
— Tire-a daqui. — Darkness ordenou.
— Estou trabalhando nisto. — Tiger murmurou. — Ou nós teremos que arrastar a
cadeira com ela.
— Depressa. — Darkness segurou o olhar de Jeanie e novamente pareceu
observar. Ele franziu a testa antes de olhar para True.
— Ela viu violência o suficiente e sofreu muito. Estou a ponto de derramar sangue
se isto é o precisa para que conte onde esta a mulher Presente. Vou fazê-lo confessar
todos os seus crimes.
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— Aqueles dois homens que trabalham para Boris devem estar voltando. — Jeanie
conseguiu dizer.
— Nós temos oficiais aqui. — Justice apareceu. — Eles não farão isto sem serem
capturados se voltarem. Pedi as plantas do sistema completo, já que não sabíamos da
existência destes tuneis até agora. Pergunto-me porque não estavam nos documentos
que nos deram.
Inclusive Jeanie percebeu seu tom sarcástico e pela maneira como olhou para
Jerry Boris. Obrigou sua mente a trabalhar.
— Acha que Ellie e Fury tem um bebê. Ele tem vigiado o sistema de mantimentos
da ONE e onde está sendo entregue. Foi assim que ele descobriu onde eu estava.
Também esteve por aqui passando sob as casas e ouviu um bebê chorar.
Teve cuidado ao narrar o que ele disse, já que Boris estava ouvindo.
— Eu disse a ele que não era verdade, mas ele ameaçou dizer à mídia que os
Espécies podem ter filhos, apenas para causar problemas.
Grunhidos soaram e ela olhou ao redor, notando pela primeira vez que mais de
uma dúzia de Espécies enchiam o lugar. Apoiou-se em True. As algemas se abriram de
golpe quando o felino foi capaz de romper a fechadura. Ela o olhou.
— Obrigada.
Tiger empurrou a cadeira longe e ficou em pé. — De nada.
True a girou nos braços ela levantou seu queixo, quase com medo de olhar para
ele. — Eu sinto muito. — Foi a única coisa que pode pensar para dizer.
Ele a ergueu até que estiveram na mesma altura e ela não teve escolha a não ser
olhar em seus olhos. As lágrimas que brilhavam neles não eram uma surpresa. Deveria
estar mortificado pelo que ela fez, quase tanto como ela estava.
— Por quê?
— Eu fiz merda.
Ele cheirou. — Cheira tão ruim aqui, que não posso dizer.
Tiger bufou. — Ela não fez nada. Está falando sobre o que fez com Boris.
True sorriu. — Eu sei. Estava brincando. Queria um sorriso dela. Estou orgulho do
forte que é, Jeanie. Teve força para atacá-lo e forçá-lo a dar informações sobre a
Presente.
Sua boca se abriu. Suas palavras a surpreenderam.
— Quase sinto pena por ter se desequilibrado. Você estava tão bem. Vou ter que
treiná-la um pouco mais para que leve em consideração certos movimentos. O fato de
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que estava disposta a machucá-lo para forçá-lo a dizer onde a Presente está, apenas
demonstra o quão Espécie você é. Eu mataria por você, Jeanie. — Ele se inclinou e
apertou a testa na dela. — Nós vamos para casa tomar banho e depois vou montar você
por trás. — Ele sussurrou em seu ouvido.
Ela ficou sem fala enquanto envolvia os braços ao redor de seu pescoço. Ele riu
suavemente entre dentes.
— Logo depois que olhar seus ferimentos, estou tentando realmente ignorar isto e
não rasgar a garganta deste idiota. Posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias mãos. É
algo que você deve aprender no caso de qualquer outro aparecer novamente. Nós
podemos usar aquelas bonecas de tamanho humano para você praticar. Provavelmente
iria preferir usá-los.
Jeanie respirou fundo lutando contras as lágrimas. True não parecia irritado nem
horrorizado.
— Eu amo você.
— Eu amo você também. Segure-se companheira. Realmente preciso sentir você
neste momento. Duvido que queira te deixar por uma ou duas semanas.
Ela abraçou seu pescoço e enganchou as pernas ao redor de sua cintura. Ele
ajustou seu agarre e a segurou com força enquanto enterrava seu rosto contra o pescoço.
Ele girou, indo para casa, e ela simplesmente se agarrou a ele.
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