terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 12

Capítulo Doze
Jeanie queria um secador, mas True arqueou as sobrancelhas quando perguntou
se ele possuía um.
— Eu tomarei como um não.
— É ruim para o cabelo.
Não discutiria com ele. Se havia maneira de que o fizesse com muito tato, poderia
apontar que ela não acreditava nisto. Ao menos, não sem mencionar que ele não era
totalmente humano ou utilizar o argumento de que teve um cachorro e que usou o
secador nele. Poderia ser um assunto sensível que não queria abordar. Apenas usou uma
toalha vigorosamente para esfregar os fios molhados.
As sacolas que pegaram na loja de abastecimento tinham muitas camisetas e
algumas calças de algodão de tamanho médio. Deram-lhe dois sutiãs brancos de
exercício. Eles eram projetados para acomodar vários tipos de seios. O único vestido que
foi incluído a fez ficar boquiaberta quando o viu.
— Gostei dele. Vista-o.
Jeanie fez cara feia. — Ele tem flores púrpuras e rodas por toda parte. Acho que
um satélite espacial conseguiria me localizar nele, True. — Achava-o horrível. Lembrava
algo que se comprava em uma tenda havaiana que alguém com um mau gosto poderia
comprar.
— É mais fácil tirar quando nós retornarmos.
— Sim. — Soltou-o na cama. — Sei que não gostaria de usá-lo por muito tempo.
Tenho certeza.
Ele sorriu. — Vista-o.
— Acho que irei com uma das camisas cinza e a calça preta. — Procurou nas
bolsas, mas ainda não achava o que estava procurando. — Aquele sujeito não colocou
nenhuma calcinha.
— A maioria dos machos não usam roupas de baixo. Ele provavelmente nem
pensou. Eu gosto de você sem elas.
Sorriu. — Menos para tirar mais tarde?
— Exatamente. — Olhou para seu relógio. — Você deve se apressar. Não
queremos chegar atrasados.
— Você que insistiu que comecemos e tomássemos banhos separados.
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— Você ainda está se curando, Jeanie. Precisa comer frequentemente e sabia que
não manteria minhas mãos longe de você se tomasse banho comigo.
Calor espalhou por todo seu corpo, lembrando-a das horas que passaram na cama
juntos e o jeito que ele a deixou para trazer a comida. Ele não entendia que ela não podia
comer tanto quanto ele então discutiram um pouco quando disse que estava cheia. Ele
era doce, mas não ignorava sua personalidade dominante.
— Eu me sinto surpreendentemente bem e curada. Queria ver você molhado, no
entanto.
Amava os ruídos sensuais que fazia em resposta enquanto seu olhar descia por
seu corpo quando soltou a toalha para se vestir. Nenhum homem nunca a fez se sentir
tão querida ou sensual quanto True, apenas com seu olhar faminto. A intensidade por trás
disso a fazia se sentir especial e altamente desejável.
— Nós precisamos da ajuda deles para encontrar o agente que usou você.
A declaração séria matou seu humor provocante. Era fácil se esquecer de tudo o
ruim quando passava tempo com True. — Certo. — Também lhe lembrou das vezes que
eles ficaram juntos na presença de outros Espécies. — Eu só não quero que você entre
em outra briga me defendendo.
— Eles são Espécies de Drackwood. Conhecem você, Jeanie. Não haverá
nenhuma agressão.
— Estou certa de que alguns deles não se importam com o quão boa fui para eles.
Estavam presos contra suas vontades e fui uma parte disto.
True avançou suavemente para acariciar sua bochecha. — Você foi uma parte que
fez nosso cativeiro suportável. Não esqueça. Existe sempre esta faísca que dá esperança
à coisas melhores quando a vida é ruim. Você foi isso para nós. Nunca negue a
importância disto.
Olhou fixamente em seus olhos, agradecida pelas palavras amáveis. — Eu não irei.
Sua mão soltou o rosto. — Não há necessidade de se preocupar em ser ferida por
alguém que estamos para encontrar. Eu nunca permitiria que isso acontecesse.
— Obrigada.
Ele franziu a testa. — Não faça isto. Eu não quero ou preciso de seu
agradecimento.
— Certo. Por que você ficou bravo?
— Nós discutiremos isto mais tarde. Devemos ir. Eles estarão esperando e gosto
de ser pontual.
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Ela o seguiu para fora do apartamento. O guarda era um que não tinha visto antes.
Ele deu a ela uma rápida olhada de cima abaixo antes de assentir para True. — Onde
você está levando-a?
— Para a biblioteca. Nós temos uma reunião.
O Nova Espécie franziu a testa. — Ninguém me informou.
True agarrou sua mão e colocou seu corpo entre ela e o outro homem. — Ela não é
uma prisioneira e estou com ela. Pensei que Jericho estivesse no turno.
— Darkness me pediu para cobri-lo.
Jeanie esperava que o primata não tivesse se machucado o suficiente para não
poder retornar ao trabalho. Abriu a boca para perguntar, mas não perguntou, com medo
de apenas piorar as coisas. True a guiou na frente dele e a manteve longe do outro Nova
Espécie. O guarda tentou segui-los para o elevador, mas True o bloqueou.
— Afaste-se.
— Eu devo mantê-la à vista se ela não estiver dentro de sua casa.
— Ela não é nenhum perigo para ninguém. — True falou.
As portas se fecharam, deixando o guarda do outro lado. Jeanie observou True
quando ele se virou. — Talvez não devêssemos deixar seu apartamento. É totalmente
compreensível que suspeitem.
— Minha palavra é tudo que deve importar e respondo por você.
Engoliu a vontade agradecê-lo novamente por acreditar nela. Não parecia justo que
ele tivesse que enfrentar tanta hostilidade a seu favor. Todos os sacrifícios que fez foram
sua escolha. Poderia ter ido embora uma vez que Drackwood caiu, mas o pensamento de
não ajudar mais os Novas Espécies quando o Agente Brice disse a ela que Cornas já não
era mais uma opção, não a agradou. Alguém precisava salvá-los e estava em uma
posição para fazer isto.
Inclusive considerou a possibilidade de uma reação violenta se fizesse uma
exposição pública de sua situação. Algumas pessoas odiavam os Novas Espécies,
formando organizações em protesto contras as espécies porque o governo lhes concedeu
os mesmos direitos que aos humanos e inclusive algumas igrejas haviam declarado que
eram abominações.
— Sobre o que você está pensando? — True tocou seu ombro, tirando-a de seus
pensamentos. — Você parece tão triste.
Olhou para cima e depois apenas avançou e o abraçou. — Não importa.
Envolveu seus braços ao redor dela, puxando-a mais para perto. — Importa.
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Saiu de seu abraço quando as portas do elevador se abriram. — Foi apenas um dia
longo. Estou bem.
— Eu não gosto de ver esse olhar em seu rosto e me dirá o que o colocou aí. Nós
conversaremos mais sobre isto, em casa. — Aproximou-se para observá-la.
— De acordo. — Esperava que ele se esquecesse e deixasse o assunto. Já se
sentia culpada o suficiente por tudo que ele fez e não queria sobrecarregá-lo com seu
turbilhão sentimental.
Ele pegou sua mão e a levou para a grande biblioteca. Prateleiras cheias de livros
iam do chão ao teto. Uma bonita lareira de pedra cinza ocupava a parede e uma mesa de
conferência longa com cadeiras aveludadas estava no centro da sala. Novas Espécies se
levantaram enquanto eles entravam e Jeanie parou de caminhar, olhando para rostos
familiares que achou que nunca veria novamente. O sorriso veio imediatamente apesar de
sua insegurança de que eles poderiam não estar tão felizes em vê-la tanto quanto ela
estava em vê-los.
— Vocês todos parecem tão grandes — Disse. Seu olhar ficou na mulher e ela
inconscientemente deu um passo em direção a ela.
— Fique ao meu lado. — True a arrastou para trás.
— Ela está segura aqui. — Um macho declarou severamente antes de seu tom
suavizar. — É bom ver você, Shiver. Nós teremos que deixar você aprender nossos novos
nomes. Eu sou Jinx agora.
Jeanie sorriu ao felino alto de cabelo negro. — Você ainda é propenso a acidentes?
O homem riu. — Não exatamente. Eu escolhi o nome por outras razões.
Olhou para baixo em sua mão, descansando atrás de uma cadeira. — Quais?
Ele soltou o material de veludo e dobrou seus dedos, girando seu pulso até que
pudesse ver sua palma. Uma cicatriz espessa a arruinava, causada por um ferimento de
faca que uma vez sofreu quando um dos guardas tentou matá-lo por vingança por algo
estúpido. Jinx agarrou a lâmina para evitar que sua garganta fosse cortada.
— Ela funciona bem. — Ele deu um passo mais para perto. — Você realmente
disse ao médico que ele seria um incompetente se não pudesse consertar o dano e
pudesse mover meus dedos?
Um nó de emoção se formou em sua garganta, fazendo impossível falar. Engoliu
com força.
— Eu escutei o pessoal planejando me transferir para outro lugar já que aquele
médico acreditava que a perda da mobilidade de minha mão me deixaria inútil. Seria difícil
melhorar a coordenação motora e visual com drogas se eu não tivesse duas mãos
funcionando.
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Jeanie não sabia. — Onde? Em Cornas?
— Não. Era um campo de extermínio. Um dos empregados soltou sob
interrogatório e disse o local. — Um músculo em sua mandíbula se apertou e seus olhos
azuis escuros se estreitaram com ira. — Estava equipado para explodir. Todos os
quatorze Espécies morreram antes de poderem ser alcançados.
— Oh Deus. — Sussurrou estarrecida.
— Você salvou minha vida. — Jinx focou seu intenso olhar nela. — Agora nós
vamos fazer nosso melhor para salvar a sua, Shiver.
— Oi, Shiver. — Uma fêmea anunciou.
Jeanie girou sua cabeça e sorriu novamente. — Você parece ótima, 754. Deixou
seu cabelo crescer. Está tão bonita. — Percebeu que a tratou pelo número. — Sinto
muito. Não deveria tê-la chamado assim. Qual seu nome?
— Luna. — Olhou para True. — Eu posso abraçá-la? Não há necessidade de
tomar uma posição protetora e mantê-la ao seu lado. Todos aqui devem a ela
agradecimento por alguma generosidade que ela demonstrou. Relaxe, True. Ela está
entre amigos. Salvou-me de ser montada a força.
A lembrança daquele incidente fez Jeanie estremecer. — Foi sorte total para nós
duas que ele estivesse tão ocupado fazendo ameaças que não ouviu aquela porta se
abrir.
True rosnou. — O que você fez?
Notou sua expressão irritada e esperou que não fosse por suas ações. Não tinha
nenhum remorso pelo que fez naquele dia, ou qualquer outro dia. Sempre tentava ficar à
frente do pessoal e descobrir maneiras de enganar ou manipulá-los para fazer o que era
necessário para ajudar os Novas Espécies. — Eu abri a porta para dar uma olhada nela e
o vi parado perto da cama, falando sobre o que planejava fazer com ela enquanto estava
abrindo seu cinto. Eu usei um penico e o atingi atrás da cabeça. Ele nunca me viu
chegando. Desligou as câmeras do quarto para ter certeza que a Segurança não o
localizasse, mas também significava que não haveria nenhuma prova de que eu estive ali.
Eu fiz parecer que ele escorregou e bateu a cabeça na extremidade da mesa.
Luna riu. — Ela bateu no imbecil tão forte que ele precisou de quinze pontos.
Estava furiosa com ele por tentar me machucar. Aprendi a confiar em Shiver. Ela também
terminou de abrir sua calça para deixar claro para o pessoal o que ele planejava fazer
comigo. Os médicos ficaram furiosos quando entraram e o encontraram no chão, ele
podia ter arruinado o que planejavam para mim. Eu nunca o vi novamente.
— Você pode tocá-la. — True decidiu, soltando sua mão.
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Luna era uns vinte centímetros mais alta que Jeanie. Ela deu-lhe um abraço de
urso apertado. Sentiu uma dor incômoda no lado do ferimento e gemeu. Luna a soltou
imediatamente, afastando-se, e franziu a testa.
— O que foi? Eu machuquei você? Esqueço o quão os humanos são delicados.
— Não. É apenas o meu lado. Ainda está um pouco sensível. — Tocou sua camisa
por cima do curativo. True fez um curativo novo depois de seu banho.
A cabeça de Luna subiu na direção de True e grunhiu. — Você a machucou?
— Não. — Jeanie negou imediatamente e agarrou a mão da mulher brava para
chamar sua atenção. — Eu fui baleada quando os caras da equipe especial invadiram
Cornas. Esse é o lugar para onde fui para depois de Drackwood.
— A equipe da força tarefa atirou em você? — Jinx engasgou.
— Não. — Jeanie balançou a cabeça. — Foi um dos guardas de Cornas.
Luna apertou sua mão em encorajamento. — Sente-se e nos conte tudo. Nós
precisamos saber todos os detalhes sobre sua situação, assim poderemos compreender
como ajudar. Você precisa começar do início.
Jeanie sentou-se em uma cadeira confortável com True de um lado dela e Luna do
outro. As portas duplas da biblioteca se abriram e Flirt entrou. True ficou em pé com suas
mãos em garras.
— Calma. — Flirt suspirou. — Eu sei que não deveria estar aqui porque Darkness
ordenou que me afastasse dela, mas seja sensato. Todos nós queremos ajudar Shiver a
sair desta bagunça. Eu me desculpo por cruzar a linha. Vim para ajudar e a parte
importante é conseguirmos provar sua inocência e que não seja declarada culpada de
nenhum crime.
— Obrigada. — Jeanie segurou sua respiração, esperando ver o que True faria.
Não queria que eles entrassem em outra briga.
Sua expressão severa suavizou e ele se sentou. — Tudo bem. Ajude, mas sentese
longe.
Flirt sentou-se em uma cadeira vazia no fim da mesa. — O que eu perdi?
— Jeanie está prestes a nos dizer sobre o Agente Brice e como ela acreditou que
estava trabalhando com a ONE para libertar nosso povo. — True assentiu para ela. —
Comece.
Query disse em voz baixa a todos para se sentarem. Todos se sentaram e a sala
ficou em silêncio. Jeanie olhou para eles e soltou uma respiração reprimida. Não iria ser
fácil repassar cuidadosamente todos os detalhes de seu trabalho com estas pessoas que
os machucaram, mas precisava ser feito. Apenas esperava que eles não a odiassem
quando terminasse de dar a eles todas as informações.
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Começou dizendo como conseguiu o trabalho em Drackwood e depois a enviaram
para os andares mais baixos. — Foi quando vi pela primeira vez os Novas Espécies ali e
percebi o que estava realmente acontecendo. Dean Polanitis estava me mostrando a
instalação e quando vi um de vocês… — Reviveu a lembrança terrível. — Acho que fiquei
boquiaberta ou ele viu o quão horrorizada estava. Ele imediatamente me puxou para fora
da sala para me dizer o que aconteceria comigo e todos com quem eu me importava se
um dia dissesse a qualquer um o que eles estavam fazendo ou que vocês estavam lá
embaixo. Ele deixou claro que não tinham nenhum escrúpulo em matar qualquer um que
traísse a empresa e neste mesmo dia, alguns funcionários vieram até mim para me
assegurar que outros empregados desapareceram. Acho que ele, de propósito, pediu que
conversassem comigo realmente para ter certeza que entendi que a ameaça era real e
que os empregados que perderam sua confiança foram mortos.
— Ainda assim ela correu o risco de tentar nos conseguir ajuda. — True declarou.
— Diga a eles o que você fez.
Lambeu os lábios, olhando para os rostos familiares. Era um milagre ver o quão
bronzeados e saudáveis alguns deles pareciam e era maravilhoso saber que
prosperaram. — Eu comprei um telefone descartável com dinheiro em espécie e...
— É um telefone celular que pode comprar em qualquer loja com minutos nele que
não pode ser localizado pelo dono através dos registros financeiros ou qualquer outro
meio. — Query declarou.
Alguns deles assentiram.
— Sim. Eu comprei um desses e usei o Wi-Fi de uma loja de café para olhar o web
site dos Novas Espécies. — Parou, olhando para Query para ver se ele queria explicar
qualquer outra coisa.
Ele sorriu. — Wi-Fi é um sinal de internet que alguém pode usar se não for
protegido por senha. Muitas empresas humanas oferecem isto de graça para seus
clientes. Teria protegido sua identidade se eles localizassem o endereço do sinal de
internet. — Ele assentiu. — Continue.
— Havia um número de telefone no site, mas não sabia quanto tempo eles me
manteriam na linha e não tinha dinheiro suficiente para comprar muitos minutos para o
telefone. Escolhi deixar uma mensagem e até enviei um e-mail para dar todos os detalhes
sobre Drackwood. Eu deixei o número de telefone assim eles poderiam me contatar de
volta. Eu disse a eles que teria que escondê-lo e que era para apenas enviar mensagem
de texto, assim nós podíamos marcar uma hora para conversar. — Jeanie gostou quando
True apertou sua perna contra a dela por debaixo da mesa em um gesto confortante. —
Eu estava com muito medo de levar o telefone para casa na primeira noite então o
escondi em um parque local. Onde o mantive. No dia seguinte eu tinha uma mensagem
de texto e o número de telefone direto do Agente Terry Brice. Eu liguei e ele marcou uma
reunião. Ele voou para me visitar imediatamente e disse que eu precisava coletar
evidências suficientes para conseguir que um juiz concedesse um mandado de busca.
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— Nós não precisamos disso. — Jinx declarou.
— Eu não sabia disto na época. — Segurou seu olhar. — Nossa lei declara que
você tem que provar que algo ilegal está acontecendo para obter um mandado de busca.
O juiz emite um mandado, um papel que dá a eles o direito legal de entrar e vasculhar
uma propriedade.
— Isto é verdade. — Luna concordou. — Eu estudo suas leis em minhas horas
vagas já que quero ser a conexão entre estas questões jurídicas que acontecem entre
nosso mundo e o seu. — Deu a Jeanie um sorriso simpatizante. — Suas leis não
protegem ou ajudam as vítimas, mas parecem mais focadas em auxiliar os criminosos.
Encolheu os ombros. — Existem algumas falhas. Eu não negarei isto. — Continuou
com a história, explicando o que o Agente Brice queria que ela conseguisse e como
conseguiu contrabandear as evidências. — Ele me mandou uma mensagem de texto
antes de Drackwood ser invadido para ter certeza de que eu não fosse trabalhar na
manhã seguinte. Liguei de volta e nós discutimos porque eu queria estar lá para ajudar.
Seu olhar foi para Luna e Flirt. — Vocês dois estavam em perigo porque o armário
de drogas estava onde recebiam os tratamentos. Fiquei com medo de que os médicos
pudessem matá-los antes de escaparem.
— Os médicos não estavam lá ainda quando a ONE nos salvou. — Luna a
informou. — Eles estavam em uma reunião.
As mãos de Jeanie tremiam então ela as colocou sobre a mesa. — O agente Brice
disse que iriam invadir Drackwood com força e rápido e a equipe da SWAT poderia me
confundir com um deles quando tudo ficasse caótico. Eu não me importava. — Olhou
fixamente para os olhos de Luna. — Estava disposta a arriscar, mas ele ameaçou me
prender se deixasse meu apartamento. Disse que não iria permitir que eu atrapalhasse a
operação e que eles tinham agentes vigiando o local assim eu nunca alcançaria
Drackwood sem ser parada. Foi uma situação horrível. Queria estar na clínica quando
eles chegassem para ter certeza que ninguém se aproximaria de qualquer um de vocês,
mas ele me assegurou que vocês morreriam se eu fizesse qualquer coisa para avisar
Drackwood do que estava para acontecer.
Luna deu em sua mão um gentil aperto. — Entendo e acredito em você. Eu sei que
você arriscou sua vida pela minha. Aquele guarda poderia não ter ficado inconsciente. Ele
era um macho grande e poderia ter feito com você o que planejava fazer comigo por
vingança por tê-lo atingido. Eles realmente eram malignos quando lutávamos. Você é
pequena o suficiente para ele ter te matado com um golpe de seu cassetete, mas eles
nunca batiam apenas uma vez. Você teria morrido se ele se levantasse.
— Você arriscou muito. — True não pareceu feliz à medida que falava. — Teve
sorte.
Decidiu mudar o assunto depressa porque não gostava do olhar em seus olhos.
Teve um pressentimento de que ele planejava infernizá-la um pouco mais tarde pelo
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perigo ao que se expôs. — O agente Brice veio me visitar logo depois que Drackwood
caiu para me dizer que tinha uma informante em outro local, mas ela estava com muito
medo de contrabandear evidências. Ele deu um jeito de conseguir me empregar lá então
concordei em ir. Havia Novas Espécies que precisavam de ajuda.
— Você foi enviada para a instalação equipada com bombas? — Luna franziu a
testa.
— Não. — Query respondeu a ela. — Ela está falando sobre as Pesquisas Cornas.
Jeanie falou mais detalhes sobre o trabalho em Cornas e finalmente parou. — Eu
disse ao Agente Brice que ficaria em casa no dia da invasão. Até peguei emprestado o
carro do vizinho de manhã para ir trabalhar no caso da polícia procurar por mim. Eu fui até
Cornas e me certifiquei que eles não pudessem gás nos Novas Espécies. —
Compartilhou todos os detalhes até acordar em Homeland. — Foi quando descobri que
Agente Brice realmente não trabalhava para a ONE e que ele me usou durante todo
aquele tempo.
— Você omitiu um detalhe importante. — True olhou para ela.
Ela olhou de volta, sem ideia do que ele falava. — Eu acho que falei tudo.
— Diga a eles o que aconteceu com você em Drackwood e o que você suportou.
Sentiu o sangue sumir do seu rosto. — Isto é irrelevante.
— Eles devem saber de tudo o que você sofreu tentando nos libertar, Jeanie. —
Sua expressão dura não admitia nenhum argumento. — Diga-lhes o que Polanitis fez com
você.
Abaixou sua voz. — Não é necessário.
— É sim. — True se levantou tão rápido que sua cadeira caiu, batendo no chão
com um estrondo. — Polanitis ameaçou me matar se Jeanie não se submetesse à droga
de procriação. — Curvou-se adiante, apoiando suas mãos na superfície da mesa. — Ela
concordou e estou vivo. — Lentamente observou os rostos ao redor da mesa. — Eu quero
saber se algum de vocês a montou enquanto estava drogada já que ela não se lembra.
Eu até permitirei que viva tempo suficiente para tentar me explicar como algum de vocês
pôde machucá-la desse jeito.
— Merda. — Query se levantou devagar, seu olhar travado em True. — Você está
falando sério?
— Você a montou? Ela estava drogada e impotente. Ela não tem nenhuma
lembrança disto.
— Claro que não! — Balançou sua cabeça em negação. — Eu nunca a toquei e
você deve estar errado. Eles não dariam essa merda para um humano.
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True rosnou. — Não olhe para ela desse jeito. Eles deram, e quero saber se algum
de vocês a tocou.
— Eu também. — Luna cuspiu, seu tom severo. — Um macho teria que concordar
em montá-la sem drogas em seu sistema desde que ela ainda está conosco. Ela não teria
sobrevivido, caso contrário. Eu mal podia resistir a um macho fora de controle naquele
estado e isto é só porque estava lúcida o suficiente para não lutar. A dor que ela teria
suportado da droga de procriação somente iria tê-la se debatendo e isso teria estimulado
mais agressão dele. — Olhou ao redor da mesa. — Qual de vocês concordou em montála?
Ninguém falou.
— Talvez se você não declarasse que iria matá-los. — Flirt anunciou em voz baixa.
— Eles poderiam estar mais dispostos a confessar.
O lábio superior de True se ergueu, mostrando seus caninos afiados. — Eu
permitirei a eles se desculparem com ela e explicar por que machucaram Jeanie antes de
usar minhas mãos para fazer justiça. Ela estava impotente. Você sabe o que aquela droga
faz, e não há nenhuma vontade própria. Ela não concordou em ser montada.
— True, por favor, — Jeanie implorou, — não importa.
Ele virou sua cabeça, seus olhos bem abertos. — Importa. Como pode dizer isto?
Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ficava em pé. Rapidamente piscou
para limpar seus olhos. Suas pernas tremeram, mas seus joelhos não desabaram. Não
podia olhar para ninguém exceto ele, sentindo-se envergonhada e horrorizada ao mesmo
tempo.
— Eu te disse que saberia se alguém fizesse algo comigo, certo?
— Você não pode ter certeza se seu corpo foi usado, mas eles sabem. Eles só te
dariam a droga para usar em uma experiência de procriação. Eles precisariam de um
macho, estes machos, e quero saber quem montou você.
Mais lágrimas encheram seus olhos e caíram por suas bochechas. Estendeu a mão
para cima e as enxugou, ainda olhando fixamente para ele. — Se há uma coisa que todos
nós sabemos nesta sala, é que Drackwood foi um pesadelo para todos nós. — Sua voz se
rompeu e teve que engolir antes de continuar. — Eu não quero saber, True. Eu me
importo com todos nesta sala e seria mais fácil pensar que a situação foi semelhante com
a que experimentei quando Polanitis veio atrás de mim, todos tinham que concordar em
fazer o que ele queria. Eu fiz um acordo com aquele diabo para te salvar, True. Nunca me
arrependi e posso viver com isso porque você está em pé bem na minha frente. O
importante é que estou viva também. Talvez as coisas foram assim, mas não me lembro e
não importa. Nós sobrevivemos e é isso que conta.
— Importa. — Os olhos de True pareceram suspeitosamente molhados enquanto
rapidamente piscava e esticou a mão para agarrar seu ombro com dedos gentis.
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— Talvez eles fizeram isso para me salvar. Se isso sequer aconteceu. — Forçouse
a olhar para os rostos em volta da mesa enquanto lutava para se recompor.
Descansou sua mão sobre a de True. Apenas tocá-lo ajudava a encontrar força. — Não
importa. Eu perdoaria alguém com esta escolha incompreensível e todos nós
concordamos que eu teria sido morta se eles drogassem outra pessoa enquanto eu
estivesse injetada com aquela merda. Estamos aqui para conversar sobre o Agente Brice
e tentar descobrir como encontrar o filho da puta. — Ficou mais fácil respirar enquanto se
acalmava, ao invés de focar na raiva que sentia por ter sido usada para extorquir dinheiro
da ONE. — Vamos lidar com isto.
— Eu nunca toquei em você. — Um dos machos declarou.
Olhou para ele, vendo sinceridade em seu olhar verde escuro. — Vamos deixar
isso para lá.
— Eu também não. — Outro macho limpou sua garganta, dando a True um olhar
cauteloso. — Mas eu teria concordado em levá-la para minha cela se tivesse que escolher
entre matá-la e ter a certeza que ela sobreviveria.
Jeanie estremeceu, olhando para True para ver sua reação. Parecia pálido e ainda
irritado. Seu peito se expandiu enquanto soltava uma respiração profunda e inspirava
lentamente.
— Se Polanitis ofereceu Jeanie a vocês, podem falar. Eu não buscarei vingança.
Silêncio reinou e Jeanie fechou seus olhos, o alívio era tão esmagador que quase a
fez engasgar novamente. Estava bem certa de que ninguém a molestou sexualmente,
mas estava certa que alguém confessaria se houvesse qualquer coisa a dizer.
True apertou seu ombro antes de tirar a mão. Ela o deixou ir, mas ele depressa
envolveu seus dedos ao redor dos dela, segurando sua mão enquanto levantava a
cadeira com a outra e se sentava. Abriu seus olhos enquanto ele gesticulava para ela
sentar-se em sua cadeira também. Graciosamente sentou-se.
— Conte-nos sobre este agente. — Query pediu. — Nos dê uma descrição
detalhada. Temos acesso aos bancos de dados do mundo lá fora. Podemos tentar
encontrá-lo pelo registro do DMV, Departamento de Moto e Veículo. Ele dirigia um carro?
Tinha um sotaque que poderia indicar de que estado era? Nós podemos pegar todas as
fotografias que combinem com sua descrição para você olhar, até encontrarmos o rosto
certo.
A tensão na sala pareceu se dissipar. — Ele é caucasiano perto dos cinquenta
anos. Aproximadamente um metro e setenta com uma forma pesada. Usava óculos, tinha
olhos marrons claros, acho, já que as lentes eram coloridas, e tinha um sinal em seu
rosto. — Apontou para sua bochecha para mostrar a eles onde estava. — Era calvo no
topo de sua cabeça. Seu cabelo era marrom bem grisalho. Dirigia um carro alugado para
nossas reuniões. Eles tinham adesivos neles então era fácil de perceber, mas ele usava
companhias diferentes.
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— Pesado como musculoso?
Olhou para Flirt. Ele pegou seu telefone para anotar as informações em notas. —
Não, ele estava em forma e parecia bufar quando se movia muito rápido.
— Bufar? — Luna se aproximou. — É um som animalesco? Talvez ele seja um
Espécie. Alguns de nós poderia se passar por humano.
— Ele não é Nova Espécie. — Jeanie sorriu, divertida. — Ele parecia um
marshmallow. Deveria ter dito que ele ofegava porque ficava sem respiração facilmente
quando caminhava rápido e suava muito. Não ajudava que usava camisas sociais. Ele
vestia-se como um executivo, não importava a hora. — Olhou para os homens na sala. —
Vocês não conseguiriam ficar fora de forma ainda que realmente tentassem. Ele também
é muito mais velho. Nasceu muito antes da Mercile começar suas experiências. O agente
Brice é definitivamente humano.
— Ele teria que ser completamente humano pela descrição que você deu. Mercile
matou as crianças deficientes e sem as características dos Espécies.
— Alguns de nós poderia se passar por humano, entretanto. — Luna protestou. —
Eu conheci dois que pareciam humanos, mas eles não eram tão velhos. Foram salvos do
lugar de onde Darkness veio.
— Dois. — Flirt balançou a cabeça. — Eu conheci ambos os machos que você diz,
mas eles têm características físicas de Espécies não importando a falta de marcas faciais.
Até elas podem ser vistas se você estiver procurando por indícios. — Esticou a mão para
cima e correu um dedo sobre sua bochecha e maxilar. — Os ossos sempre denunciam.
Jeanie observou seu rosto, olhou para True, depois para Query. Eles todos tinham
estruturas ósseas muito masculinas. — O agente Brice não é Nova Espécie. Ele tem as
feições um tanto quanto femininas.
Query riu. — Femininas?
— Femininas. — Sorriu para ele. — Mais suave e não consegue nem ver as maçãs
do rosto. Ele tem um rosto redondo.
— Ele tem feições suaves. — Um dos machos declarou. — É isso que ela quer
dizer. Como uma fêmea humana, a carne não é esticada por cima dos ossos.
Ela assentiu. — Sim.
— Tem algo mais feminino nele? — Query ainda parecia divertido.
— Ele usava um anel rosa em sua mão esquerda. Parecia um gato, acredite ou
não. Destacou-se porque era um tanto quanto misterioso. Poucos homens usam um
assim.
— O que tem de errado com um macho usando um anel de gato? — Flirt franziu a
testa.
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— Homens normalmente não usam joias de animais a menos que eles sejam… —
Encolheu os ombros, tentando pensar em uma maneira de explicar. — Um lobo ou uma
pantera é considerado masculino, mas não um gato doméstico e foi isso que pareceu
para mim. Isto é mais típico de algo que uma mulher usaria. Elas tendem a comprar joias
de gatinho, golfinho, ou filhotes.
— Então gatos não são masculinos? — Os olhos azuis de Jinx faiscaram com
humor. — Eu discordo. — Ele se inclinou e dobrou seus ombros, apoiando os cotovelos
na cadeira, e apertou os grandes músculos para exibi-los. — Ninguém nunca me
chamaria de feminino.
Jeanie riu. — Eles não iriam, mas…
— Mas? Termine o que você iria dizer.
— Eu não quero acidentalmente te ofender.
Seu humor desapareceu. — Eu pareço feminino?
Quase riu novamente de sua expressão chocada, era cômica. — Não. Você não
parece. É só que, hã, se eu fosse adivinhar… você não parece nada semelhante a um
gato doméstico. Você me lembra uma pantera. É o olhar predatório em seus olhos, o
cabelo preto e a forma de seus olhos. Você tem algo de perigo.
— Predatório? — Sorriu novamente. — Eu gosto disso. Eu olho para você de uma
maneira que faz você ter pensamentos sobre mim te comendo?
Sua mente ficou em branco, atordoada por ele ter dito aquilo. O calor correu para
suas bochechas enquanto cada palavra era absorvida, e a insinuação por trás delas.
— Você já acabou de fazer piadas e de tentar ganhar seu interesse para
compartilhar sexo? Isso não acontecerá. — True soltou sua mão e inclinou-se adiante
para olhar para Jinx. — Todos nós sabemos o que ela quis dizer com aquele termo. Nós
assustamos os humanos com o modo como parecemos observar tudo sobre eles e os
deixam intranquilos por não piscarmos tanto quanto eles. Isto é sério. Tim Oberto quer
que Jeanie retorne para a força tarefa para enfrentar as leis dos Espécies. Nós
acreditamos no que ela diz, mas ele a vê como qualquer outro humano que trabalhou
para Mercile. Ela é o inimigo para ele. Eles planejaram mandá-la para Fuller.
O humor de Jinx sumiu enquanto olhava de volta. — Ela não pertence àquele lugar.
Eu estive lá algumas vezes transferindo prisioneiros. Seu espírito seria esmagado em
dias. Os machos humanos a atormentariam com palavras vis. Ela é muito gentil para
sobreviver a seus abusos.
Um macho se levantou no final da mesa. — Eu trabalho no departamento legal.
Jeanie lembrava-se dele. Ele era um macho tímido, suas características claras de
primata, mas sua interação com ele foram mínimas. Não conseguia se lembrar de seu
número e ele não falou seu nome. Ele não foi enviado para a clínica com ferimentos já
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que os médicos o usavam principalmente em testes de drogas que estavam conduzindo
para melhorias cognitivas. Eles não pediram para ela tirar seu sangue mais de duas ou
três vezes, mas levou escondido para ele um biscoito no Natal, junto com o resto dos
Novas Espécies. Partia seu coração, saber que eles nunca em suas vidas receberam um
presente. Um biscoito parecia tão trivial, mas eles eram pequenos o suficiente para
esconder em seus bolsos, a evidência teria desaparecido assim que eles o comessem.
Muitos biscoitos cabiam em sua bolsa de lanche assim tinha o suficiente para passar.
— Eu não percebi que era você quando atribuímos um número para o arquivo. A
força tarefa nem sempre nos dá os nomes de quem trazem para dentro porque a
papelada pode ser roubada e vazada para a imprensa. Nós experimentamos nada além
de aborrecimentos quando isto aconteceu no passado. Suas famílias humanas aparecem
nos portões, seus amigos, e eles criam um pesadelo de publicidade para a ONE.
Ele parou, voltando sua atenção para True. — A evidência de seu trabalho para a
Pesquisa Cornas é avassaladora ainda que ela não estivesse usando seu crachá quando
foi levada sob custódia. Os registros bancários a ligam à Pesquisa Cornas e Drackwood.
Tim ficou desapontado porque não havia evidências de que ela recebeu dinheiro do
informante que levou as equipes a ambos os lugares. — Pausou novamente depois
xingou. — Tim já escreveu um relatório para o conselho pedindo para ela ficar presa em
Fuller. Mas acrescentou uma emenda, pedindo sua morte se puder provar seu
envolvimento na conspiração com relação aos milhões pagos para a recuperação dos
Espécies.
— Morte? — True grunhiu.
Jeanie não estava irritada. Estava assustada. Tinha que se lembrar de como
respirar antes de sua mente funcionar novamente. A ONE pode ordenar uma sentença de
morte para mim se o Agente Brice não for encontrado? Eu acabarei morrendo por todas
as coisas que aquele imbecil fez desde que ele armou para eu parecer tão culpada
quanto o inferno. Como eles me matarão? Injeção letal? Pelotão de fuzilamento?
Quebrariam meu pescoço? Oh merda.
Olhou para True e um pouco do medo sumiu enquanto olhava para sua expressão
enfurecida. Ele não permitirá que isso aconteça. E se ele não puder impedi-los? E se eles
enviarem uma equipe interia da SWAT para seu apartamento para me prender? Ele
lutaria com eles. Iria com eles de boa vontade antes de vê-lo ser morto me protegendo.
Recusava-se a permitir que isso acontecesse.
O macho primata deu um passo para trás e quase tropeçou em sua cadeira. Jeanie
não o culpava por estar afetado pela raiva de True. Assustaria a ela também se ele um
dia olhasse para ela daquele jeito ou fizesse aquele som. O Nova Espécie endireitou seus
ombros e calmamente olhou de volta para True depois de alguns longos segundos
enquanto ele parecia conter seu instinto de fugir do perigo.
— Morte. — Confirmou. — Tim acredita que é incomum e cruel saber que Espécies
estavam sendo abusados e reter informações enquanto o abuso continuava para que o
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informante anônimo pudesse nos mandar a evidência que recebemos e assim conseguir
um pagamento maior da ONE. — Empurrou sua cabeça em direção a Jeanie. — Tim
ordenou que todos buscássemos mais provas que pudesse ligá-la a este informante.
— Ela é inocente. — Jinx usou sua mão para indicar que o Nova Espécie deveria
se sentar. — Obrigado pelas informações, mas não precisamos ouvir mais. Ninguém vai
matar Shiver e ela não vai para Fuller.
— Nós concordamos. — True fez cara feia para Jinx. — Pare de desperdiçar o
tempo precioso paquerando minha fêmea. Nós precisamos rastrear este Agente Brice e
forçá-lo a confessar que mentiu para Jeanie.
— Ela é sua? — Jinx enrugou seu nariz, cheirando o ar. — Ela tem seu cheiro, mas
não é sua companheira. — Ele se levantou e curvou-se adiante enquanto suas mãos se
fechavam. Seus dedos apoiaram na mesa enquanto apoiava seu peso neles, colocando
seu rosto a centímetros de True. — Companheiras são salvas. O que está de errado com
você? Ela é boa o suficiente para levar para sua cama, mas não para seu coração?
A boca de Jeanie se abriu com o ataque verbal a True. Esperou que ele
fisicamente retaliasse, mas sua resposta a surpreendeu mais que o súbito rumo dos
acontecimentos. Ele se inclinou de volta em sua cadeira e suspirou. — Ela recusou.
Jinx franziu a testa, levando seu olhar para ela à medida que se endireitava. — Por
quê?
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7 comentários:

  1. Gente, tou amando muito esse livro. Os outros são maravilhosos, mas esse tem muito misterio ❤️❤️❤️

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    1. Também acho, Essa história está muito elaborada e aparecendo tantos personagens fascinantes... Quem não queria um desses machos pra si??? Eu, particularmente sou apaixonada pelos espécies felinos... uh-lá-lá papi!!!

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    2. Eu também, são muito sexys, não que os caninos não tenham seu charme, mas os felinos tem algo a mais 😈🔥🔥

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  2. Eu quero um Macho desse na minha vida

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  3. Queria um primata pra minha vida!!
    Ameiii o Jericho ♥️♥️

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  4. Os últimos livros são mais criativos. Os primeiros eram sempre as mocinhas sendo sequestradas.

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