domingo, 2 de novembro de 2014

Capítulo 014


Capítulo Quatorze 
Joy xingou enquanto chupava seu dedo sangrento.
— Droga. — O pequeno ferimento tinha tudo a ver com sua mala lotada. Empurrou seu peso sobre ela e lutou com o zíper para fechá-la por todo o caminho.
Andou para trás e estudou as duas malas. Era sua intenção só empacotar roupas suficientes para sete dias, mas não imaginava o quão difícil era escolher roupas. O vestido de coquetel preto era um pouco chique demais, mas era sensual. O vestido azul quase idêntico combinava com seus olhos. Foi muito difícil escolher entre eles então empacotou ambos.
Calça jeans tinha sido um dever desde que Moon poderia querer levá-la em uma excursão por Homeland. Esperou que ele quisesse passar tempo com ela. Teve que pegar camisas de mangas longas e curtas para combinar cada par, dependendo se era um passeio de dia ou noite. A dificuldade real aconteceu quando pensou em convidá-lo para jantar. Abriu suas gavetas de lingerie naquele momento, sedução em sua mente.
O que era sensual para um Espécie? Camisolas enormes? Roupa intima de seda? Talvez ele apreciasse vê-la de meia calça e cinta liga com nada mais exceto uma calcinha combinando com o sutiã? Ele gostava de assistir vídeos pornográficos quando o conheceu.
Foi aí quando ela enlouqueceu totalmente decidindo levar tudo. Era importante que ele a achasse tão atraente quanto às mulheres por quem obviamente ele se interessaria.
— Estou sendo tão feminina. — murmurou, sentando-se no lado de sua cama. — Eu sei bem. — Ela disse aos seus clientes mil vezes que era importante que as pessoas os aceitem por quem eles eram em vez de focarem em mudar suas aparências. Claro, nunca esteve tão preocupada sobre sua aparência para os homens antes. — É um tanto quanto triste. — decidiu.
A campainha tocou e franziu a testa, levantando-se. Era um pouco depois da meia-noite quando olhou no relógio próximo à televisão. Ela pausou e hesitou na frente da porta. Estava na lista de coisas para fazer instalar na porta um olho mágico, mas nunca achou tempo. Seu trabalho a manteve bem ocupada durante a semana e seu tempo livre era gasto com família ou amigos.
— Quem é?
— Sr. Johnson. — A voz estava abafada.
Ainda não destrancou a porta. O sindico do edifício não tinha nenhuma razão para estar lá tão tarde. Ele morava no primeiro andar e dificilmente via o homem mais velho. Ele ficava na dele a menos que alguém quebrasse as regras. Ela parou em seu próprio espaço.
— O que você precisa?
— Há um vazamento de água em cima. — murmurou baixo o suficiente que mal distinguiu as palavras. 149

Gemeu, torcendo as fechaduras. Alguns meses atrás ouvir sobre um tubo de água quebrar no quarto andar. O caminhão do lado de fora arrastando o gesso molhado foi uma coisa desagradável. Foi algo que tinha sido mais desagradável para os inquilinos envolvidos ver aquela bagunça dentro de suas casas. As paredes envolvidas em dois andares tiveram de ser arrancadas e substituídas uma vez que o encanamento foi atualizado. Abriu a porta para deixá-lo entrar.
— Eu não vi nenhuma ág...
Não foi um corpo delicado que colidiu com ela, mas um sólido e grande. Aconteceu tão rápido que mal registrou o que estava acontecendo antes dela estar caindo, aterrissando de costas para o azulejo de entrada. A porta fechou e o som distintivo de uma fechadura clicando a tirou da dor de ter a respiração nocauteada dela para olhar fixamente com medo para o homem plantado entre seus pés espalhados e descalços.
Ele usava um moletom com capuz cinza que manteve a maior parte de suas características sombreadas da luz na sala de estar. Seus lábios eram finos e puxou para trás em uma careta para revelar seus dentes. Curvou-se antes dela poder se recuperar e dedos frios embrulharam ao redor de sua garganta. Apertaram o suficiente até que não pôde gritar. Realmente queria.
— Onde você esteve Joyce?
Sua voz era familiar enquanto lutava para abaixar o pânico. Registrou que o intruso sabia sobre o Sr. Johnson e ele disse seu nome. Isto não era algum crime comum.
Sua outra mão agarrou sua camisa e a arrastou para seus pés instáveis. Machucou, a sufocou, mas conseguiu ar em seus pulmões quando os dedos aliviaram lentamente ao redor da sua garganta. Ele era mais ou menos vinte centímetros mais alto que ela e o colocou com aproximadamente oitenta quilos. Realmente esperou que isto fosse só um roubo. As outras opções não eram nenhuma sobre as quais quis considerar.
Tudo o que leu ou ouviu sobre criminosos voou por sua cabeça enquanto manteve os olhos abaixados para olhar fixamente para seu tórax. Ele não poderia querer matá-la se evitasse olhar em seu rosto, dando-lhe uma sensação de segurança de que não poderia identificá-lo. Instinto exigiu que ela lutasse, mas resistiu. Por meio da estatística suas chances de sobrevivência eram melhores se ele a julgasse inofensiva. Claro que dependia de sua motivação. O fato de tê-la atacado em um local privado drasticamente aumentava suas chances de ser estuprada ou assassinada.
Tentaria conversar com ele, mas ele manteve um domínio forte em sua garganta. Era difícil respirar. Formar frases seria impossível. Suas mãos fecharam para prevenir de agarrar seus pulsos, algo que realmente queria fazer em esperanças de se livrar. Sabia que prestar atenção era importante. Toda interação com ele daria pistas de como prosseguir.
— Onde você esteve? —Seu alto tom implicou que estava agitado e foi atingida por uma sensação de familiaridade. Ouviu essa voz em algum lugar antes, mas não conseguia lembrar. — Você apenas desapareceu.
Era difícil não olhar em seu rosto. Fechou os olhos para resistir a tentação. O que ele quis dizer? Ele não estava racional. Não era bom. 150

— Eu fui até seu escritório. — confessou. — Pensei que eu acharia uma pista lá de onde você foi. Dirigi pela casa dos seus pais e todas as casas dos seus amigos.
Joy fechou seus joelhos quando ameaçaram curvar. A situação era muito pior que suspeitava se ele sabia tanto sobre sua vida. Ela era o alvo. A motivação estava fora do seu alcança, entretanto. Ele era alguém que estava ligado a um dos seus clientes que pensaram que ela podia ser usada de alguma maneira para ganhar o que quer que ele queira deles? Talvez ele a culpasse por alguma ação que um de seus clientes tomou. Um namorado desprezado ou talvez um membro de família que temeu que influenciasse demais sobre a pessoa que ele amava?
Pior, ele podia ser um antigo cliente. Havia um tempo que aconselhou alguém e eles não tiveram conexões. A mais recente que se referiu era outro médico que tinha problemas com mulheres em geral. Ele era facilmente ofendido por qualquer palavra falada por ela e passava a hora colocando-a para baixo. Sabia que era uma causa perdida vê-lo uma segunda vez então deu a ele o cartão de Bill Core. Isso poderia ter sido visualizado como rejeição, mas queria que ele fosse visto por alguém que se sentiria confortável conversando.
Ele a girou o suficiente para quase bater nela. A mão largou sua camisa, mas manteve um aperto firme em sua garganta. Um braço envolveu ao redor do seu meio, deixando-a de pé. Ele tropeçou para frente pela sala de estar na direção do quarto, suas costas apertavam contra sua frente. O terror de ser estuprada se tornou uma possibilidade real.
Ela lutaria. O momento a pôs no chão, todas as apostas estavam feitas. O edifício era mais velho, as paredes espessas suficientes para amortizar o barulho dos vizinhos, mas eles poderiam ouvi-la gritar. Planejou fazer muito disto uma vez que se livrar da mão em sua garganta. Ele obviamente se sentia de algum jeito por ela e a perseguiu sem ela suspeitar de nada. Estupro não era sobre sexo.
As malas o preveniriam de jogá-la na cama. Ele teria que chutá-las ou empurra-las para fora do caminho. Ele não poderia fazer também do jeito que a prendia. A luminária era uma boa arma, como também era a estátua de decoração pesada em sua cabeceira, um deus grego. A construção poderosa da figura tinha sido uma lembrança triste de 466. Ainda assim comprou a coisa, mesmo sabendo por que ficou atraída por ela.
— Você está indo para algum lugar? — Sua raiva era clara quando cuspiu as palavras. — A câmera não mostrou você levando nada então você está as tirando.
Ele estava vendo sua casa? Como? Uma dúzia de perguntas ficou sem respostas. Era profundamente perturbador em todo caso. Ele segurou quieto, arquejando um pouco de levar seu peso morto. Era uma boa coisa. Significava que ele não estava em boa forma, o que aumentou suas chances de machucá-lo quando dada a oportunidade.
Seu olhar arremessou para a porta do banheiro. Era oca, todas as portas internas eram, mas tinha uma fechadura. Spray de cabelo seria uma grande arma, como também seria as tesouras que mantinha na gaveta superior da penteadeira. Era horrível considerar mergulha-las em um ser humano vivo, mas estava certa que não hesitaria. Apunhala-lo na garganta seria sua melhor aposta para derrubá-lo rápido. Era 151

perturbador descobrir onde sua mente foi naquele momento, mas afastou o desânimo. Sobrevivência significava tudo.
— Eu sabia que invadir o escritório traria você de volta. — Deu outro passo, levando-a para mais perto da cama. — Sabia que você apareceria aqui. Há segurança demais no estacionamento do hospital. Isto é muito melhor para o que eu planejei.
Sua voz ganhou um tom normal agora que ele estava seguro e tinha a situação sob controle. Dedos gelados espetaram seu coração quando se lembrou da voz. Douglas Peed tinha sido seu cliente por quatro meses, uma indicação de um colega de trabalho que se aposentou. Ele sofreu bullying por toda sua vida. Começou com crianças rindo de seu sobrenome, zombando-o ao ponto dele tentar suicídio algumas vezes no inicio da adolescência. A crueldade de outros não diminuiu muito quando adulto.
Tentou guiá-lo a largar a amargura, mas ele tendeu a deixar a raiva ferver debaixo da superfície. Eles estavam ganhando terreno, entretanto até três semanas atrás quando sua namorada de muito tempo o largou depois que ele propôs casamento.
Joy esteve com o coração partido por ele quando ele se despedaçou em seu escritório, admitindo para ela que a mulher recusou porque de jeito nenhum ela ficaria presa com seu sobrenome. Ele tinha sido chutado com força sua vida inteira.
Por que ele está vindo atrás de mim? Ela lhe deu condolência e compreensão, mas foi difícil para ele quando seu terapeuta se aposentou e ele foi designado novamente para ela. Ter perdido sua consulta enquanto estava em Homeland o fez perder o controle? Isso tinha sido a gota d’água? Suas próximas palavras confirmaram suas suspeitas.
— Eu sou tratado como merda por todo mundo.
Esperou que pudesse convencê-lo a ser sensato. Ele precisava colocá-la para baixo e largar o aperto asfixiante de sua garganta. Fez um barulho suave para indicar que queria falar. Ele ficou tenso contra seu corpo, mas antes dele poder dizer ou fazer qualquer coisa em resposta, um alto baque começou na outra sala.
Douglas se apavorou e a soltou. Ela estava livre e lentamente girou para enfrentá-lo. Começou a falar, mas a arma que ele tirou da parte de trás de suas calças a calou imediatamente quando olhou fixamente para a arma.
— Joy? Eu sei que você está aí dentro. Abra.
Moon! Não havia nenhuma dúvida de quem a voz tão profunda e rouca pertencia.
— Eu te matarei. — Douglas jurou. — Livre-se de quem for. — Ele recuou, mantendo a arma mirada nela.
Tremia da cabeça até os pés enquanto seguia o homem instável para sua sala de estar. A fonte do seu medo mudou da sua própria segurança para a de Moon. De jeito nenhum iria arriscar a vida dele.
Moon bateu seu punho na porta de Joy novamente. Ela estava lá, achou seu carro azul estacionado atrás do edifício. A investigação que fizeram dela lhe deu o número da placa então não havia nenhum erro. O capô estava frio, indicando que estava lá há um tempo. Era o único veículo registrado em seu nome, então ela tinha de estar em casa. 152

— Joy? — Odiou levantar sua voz porque ela vivia muito perto de outros humanos, mas não iria permitir que ela se escondesse. Quebraria a porta se precisasse. Não era sua primeira escolha. Alguém poderia chamar a polícia. — Eu não vou embora até nós conversarmos.
Ele escutou, respirando pela boca. O fedor do corredor o incomodava. Quem limpou o chão usou substâncias químicas fortes e competiam com o ofensivo odor de lixo. Girou sua cabeça, olhando para a sacola de lixo no corredor abaixo. Os humanos não levam para fora e lacram dentro de recipientes de plástico? Levantou seu punho novamente e deu a porta duas batidas afiadas.
— Joy? — Recuou alguns centímetros para avaliar melhor o lugar para plantar sua bota. A porta não parecia muito robusta. Um chute forte devia derrubá-la.
Uma trava deslizou e a porta abriu alguns centímetros. O rosto de Joy apareceu enquanto o espiava.
— O que você está fazendo aqui, Moon?
Ele estremeceu. Havia um rastro de medo em sua voz e seu rosto parecia raramente pálido. Ele não pretendia assustá-la. Ficou quieto em vez de empurrar para entrar em sua casa como queria fazer. O outro problema era que ela parecia estar firmemente apertada contra a porta. Ela poderia se machucar se ele forçasse abrir.
— Por que você foi embora? — Seu coração martelava enquanto sangue apressava para suas orelhas. Não estava certo do que faria se ela o ordenasse a ir embora. Ele não iria, não até a convencer em retornar a Homeland. Era difícil manter sua voz neutra quando queria rosnar.
— Uma emergência surgiu no trabalhou. — Lambeu seus lábios e limpou sua garganta. — Eu te darei um telefonema amanhã. Está tarde e eu preciso dormir um pouco.
A resposta dela o surpreendeu. Não era o que esperava, mas o enraivou depois de absorvê-la.
— Você me ligará?
— Sim. — Empurrou contra a porta até que sua bochecha amassou ao longo da extremidade. — Eu amo você.
As três palavras suavemente faladas o fez balançar em seus pés e o forçou a trocar seu peso para manter-se na vertical. Ela o amava? A porta fechou e a fechadura clicou. Piscou algumas vezes enquanto entendia. Ela o amava? Não estava certo o que fazer. Como ela podia dizer isso a ele, e pôr uma porta entre eles? Uma variedade de emoções confusas irrompeu. Ele não era o único com fortes sentimentos. Amor significou tudo para ele, mas e para ela?
Irritou-o que ela soltou isto sem aviso prévio. E fechou a porta em minha cara. Ele recuou, pausou, avançou. Suas mãos torcendo aos seus lados, querendo tocá-la. Precisava saber como ela o amava. Os humanos eram extremamente vagos. Eles amavam seus amigos, seus carros e possessões parecia igualdade.
Ele saltou, sem dar à mínima se a assustaria ou deixaria seus vizinhos em um estado de medo. De jeito nenhum ele iria virar e ir embora quando não estava certo o que amor significava para ela. Sua bota pregou na porta centímetros da maçaneta. O estalo da madeira foi de longe mais alto que pretendia, mas a porta abriu. 153

Esperou que Joy saltasse ou talvez gritasse quando invadiu para segui-la. A visão de um macho olhando para ele na sala pequena, com Joy entre eles, deteve seu movimento abrupto para frente. O rosto do humano estava a maior parte escondido por um capuz mole, mas a arma apontada diretamente em sua cabeça chamou sua atenção.
Tempo pareceu parar enquanto lutava para fazer sentido a situação. O braço segurando a arma empurrou em sua direção. Joy gritou e girou para enfrentá-lo. Seu cabelo chicoteou tão rápido que os longos fios bateram no metal. Ela chutou para cima e saltou em sua direção. Seus reflexos foram lentos enquanto seu corpo batia em seu tórax. Um estrondo afiado o ensurdeceu no quarto pequeno.
Ele estava desequilibrado quando todo o peso de Joy o agarrou e foram impulsionados para trás. A sensação dela era suficiente para tirá-lo de seu choque. Suas costas colidiram na parede próximo à porta, a única coisa que impediu ambos de bater no chão. O instinto assumiu o comando quando olhou para o lado antes dele jogá-la na cozinha. Não teve tempo de ver se ela aterrissou seguramente atrás da fila de gabinetes que separava a sala de estar. Tudo que importava era que ela estivesse fora da linha de fogo.
Uivou em ira e se afastou da porta. O humano atirou contra eles. O macho tropeçou para trás e Moon saltou nele, tropeçando na mesa de centro. O braço do macho voou para cima quando ele perdeu seu equilíbrio. Outro tiro bateu no teto, enviando escombros brancos para baixo.
Moon caiu sobre as pernas do humano. O grunhido de dor dele mal foi registrado enquanto jogou a arma para longe. O macho deu um gritou afiado como se fosse uma fêmea. Foi cortado quando Moon lançou toda a ira de seu punho que o atingiu no rosto que não estava mais escondido. Os olhos do humano rolaram para trás, acompanhado pelo som esmagante de sua mandíbula quebrando pelo soco. Ele não se moveu, mas estava vivo quando seu tórax subia e caia.
Moon rosnou, pronto para rasgar a garganta do macho.
— Não o mate. — Joy ofegou. — Ele está doente.
Moon não deu a mínima. O humano estava dentro da casa de Joy e atirou contra eles. A ira surgiu. Por que o macho estava lá em primeiro lugar? Ele foi a razão dela deixou Homeland? Ele era alguém que ela se importava? Amava? Rosnou e seus dedos curvaram em garras olhava a garganta exposta.
— Moon! — Joy soou um pouco mais perto. — Por favor, não o mate. Prenda-o. — Ela lançou algo nele que caiu sobre o chão próximo a onde ele abaixou.
Olhou para o pano de prato. Era preto e espesso.
— Rasgue em tiras e prenda-o. Estou ligando para a polícia. Por favor, Moon? Ele é um cliente meu. Ele é mentalmente doente. — Deu uma respiração irregular. — Ele sofreu abuso ao crescer. Está obviamente delirando e perigoso agora.
Eu gostaria de quebrar seu pescoço, Moon murmurou para ele mesmo, batalhando com o desejo de matar o bastardo. Chatearia mais Joy. Curvou e agarrou a toalha. Foi fácil de morder em uma extremidade e rasgá-la severamente em três tiras longas. Moon não foi gentil quando ele rolou o humano sobre seu estômago. Deu-lhe satisfação quando percebeu, do modo estranho que estava torcido, que as pernas do 154

humano estavam quebradas próximo do joelho. Seria doloroso quando ele recuperasse a consciência e iria doer como o inferno.
As amarras poderiam estar muito apertadas, mas ele não tinha nenhuma gentileza nele. Não quando se tratava do paciente de Joy. Estava amarrando uma segunda tira um pouco mais alta que o primeiro quando algo chamou sua atenção. Olhou em seu dedo polegar para ver sangue. Terminou o trabalho e examinou suas mãos para ver onde foi cortado. Ele não estava cortado ou ferido. Ergueu seu dedo para seu nariz para saber o odor do seu inimigo.
O fedor da pólvora deixou seus sentidos um pouco entorpecidos, mas o cheiro que captou agora o imobilizou. Conhecia-o muito bem. Girou sua cabeça para olhar fixamente para Joy. Ela estava na cozinha no outro lado do balcão, debruçando fortemente contra ele. Uma mão estava segurando seu antebraço e sangue vazado entre seus dedos.
Ele a machucou. Deve ter acontecido quando a tirou do caminho. Seu braço deve ter batido no balcão e cortado sua pele. O remorso foi imediato enquanto olhava fixamente para ela. Ela estava pálida enquanto o olhava. Olhou para sua mão novamente quando ficou de pé.
— Eu sinto muito.
Lágrimas encheram seus olhos, derramando em suas bochechas.
— Meu telefone está no quarto. Ligue para a polícia. Meu sem fio está no carregador lá.
Ele estava dividido entre ir para ela e fazer o que ela pediu.
— Diga a eles que precisamos da polícia e uma ambulância.
Rosnou, atirando um olhar cheio de ódio para o humano imóvel espreguiçado de cara para o chão.
— Eu direi a eles para vir para prendê-lo, mas eu não pedirei ajuda médica. Quero que ele sofra por tanto tempo possível.
— Olhou de volta para ela, esperando que ela soubesse o quanto custou não matar o bastardo em primeiro lugar.
— Não é para ele. — Sua voz rachou. — É para mim.
O coração de Moon cambaleou.
— Eu te machuquei tanto assim? Seu braço está quebrado?
Ela franziu a testa.
— Você não fez isto. Fui eu quem saltou na frente da bala. Estou contente que me atingiu em vez de você.
Olhou para seu braço, notando que estava sangrando muito mais. Seus dedos estavam cobertos e manchou sua camisa até o cotovelo. Ela foi baleada! A cena na porta repassou de novo em sua mente.
O humano estava em pé do outro lado da sala, mas Joy se afastou da porta quando ela caiu aberta. Ela estava muito mais perto dele do que o macho segurando a arma. Ela enfrentou o homem, então deve tê-lo visto apontando para Moon, pronto para disparar. A próxima parte quase o levou para seus joelhos.
— Você de propósito ficou entre nós. Você sabia que ele iria atirar em mim. 155

— Ligue para a polícia. Estou tentando muito permanecer tranquila. Nunca fui baleada antes. Realmente dói e já mencionei que eu não lido bem com a visão de sangue? Eu não lido. Estou tentando muito não desmaiar.
Correu para ela e a pegou em seus braços. Ela ofegou, mas não protestou quando quase correu para seu quarto. Era fácil localizar o banheiro. As casas humanas eram iguais as dos Espécies. A luz já estava acessa quando ele a colocou no balcão.
— O que você está fazendo? — A dor em seus olhos o rasgou.
Ele agarrou sua mão carinhosamente e a puxou do ferimento. O sangue correu mais rápido. Era demais para ele tratar com qualquer kit de primeiros socorros que ela poderia ter escondido no banheiro. Ele largou sua mão. — Faça pressão sobre ele. — Ela precisava de um médico, não dele.
Ela gemeu.
— Acho que eu vou desmaiar. Eu realmente não aguento ver sangue. — Mas fez o que ele exigiu, parecendo lutar com sua reação ao ferimento quando o segurou.
Bateu seu joelho em um canto de sua cama quando entrou no quarto, quase tropeçou, mas se recuperou quando alcançou sua escrivaninha. O quarto era pequeno cheio demais de mobília para que ele facilmente manobrasse. Notou que sua mão estava coberta pelo seu sangue quando a estendeu para cima para o telefone e achou o botão para falar. Ele discou com um dedo instável.
— Polícia. Por favor, declare sua emergência. — uma fêmea tranquila respondeu.
— Minha fêmea foi baleada por um macho humano.
Houve alguns segundos de silêncio.
— Você me ouviu? Envie uma ambulância. Ela foi baleada no braço e está sangrando.
— Certo. — A fêmea não soou alarmada pelas notícias. — Você disse que uma fêmea foi baleada por um macho humano?
— Sim.
— Ela é humana também?
— Sim. — Levou o receptor sem fio para o banheiro para checar Joy. Ela se sentou onde a deixou, segurando seu braço. Teve medo que ela caísse então apertou mais perto, embrulhando um braço ao redor da sua cintura. Ela se debruçou nele. — Envie ajuda.
— Senhor. — a fêmea no telefone suspirou. — A polícia é para emergências reais.
— Esta é uma. Um macho humano atirou em minha fêmea. Ela está precisando de cuidados médicos.
— Certo. Estou enviando um carro de patrulha para seu local. Os oficiais responsáveis poderão te ajudar.
— Eu preciso de uma ambulância.
— Eu estou certa que eles terão muito prazer em chamar uma se você precisar de mais ajuda que eles puderem te dar. — Pausou. — Você toma medicamento?
Ele rosnou.
— Você acha que eu sou louco? Minha fêmea está sangrando. O macho humano está preso na sala de estar. 156

Joy olhou para ele e odiou o modo que ela balançou antes de suas pálpebras abaixaram. Esperou que sua aversão fosse do sangue que a deixou tonta. Ajustou seu braço atrás dela e empurrou seus dedos para fora do caminho, odiando machucá-la quando apertou com mais força para aplicar pressão no ferimento. Podia ser do trauma de ser baleada ou da perda de sangue, mas ele não iria correr nenhum risco com sua vida. Ela soltou o rosto contra seu peito e choramingou. Ele não aliviou seu aperto.
— Eu não estou implicando qualquer coisa, senhor. Os oficiais devem estar aí dentro de alguns minutos. Você tem uma arma? Você disse que ela foi baleada?
— Não por mim. Foi um humano! — Pensaram que ele machucou Joy? Isso o enraivou.
— Certo. Ao invés do que? Alienígenas?
De repente fez sentido.
— Eu sou Nova Espécie. — rosnou. — Vou ligar para Homeland. Eles enviarão um helicóptero para nós se você não ajudar. — Desligou e terminou a conversa novamente. O telefone bipou para ele, mas ouviu um sinal de discagem. Ligou para a ONE.
— Você contatou a ONE. Como eu posso te ajudar? — Reconheceu a voz do macho.
— Book, é Moon. Eu preciso imediatamente de ajuda. — Balbuciou o endereço de Joy. — Envie uma equipe para este local e precisamos de um médico. Minha fêmea foi baleada. A polícia humana está a caminho. — Todo o inferno iria se libertar em Homeland, mas não se importava. Enfrentaria qualquer castigo que viesse em seu caminho. — Eu saí escondido para achar Joy. Diga a Justice e a todo mundo que eu sinto muito. Você devia chamar Harley também. Eu o quero nesse helicóptero.
— Merda! — Book rosnou. — Isto é uma brincadeira, não é? Isto está vindo de uma linha de fora.
— Não. — Abaixou seu queixo para descansar em cima de cabeça do Joy, apertando-a mais contra ele. Odiou se sentir impotente. — Você anotou esse endereço? Se apresse. Ela está sangrando. Um humano a baleou no braço.
— Não desligue. — Book exigiu. — Estou nesta. Nós estamos indo. — Ele colocou sua mão no viva-voz, mas mal abafou o som dele gritando ordens para os Espécies ao redor dele. Finalmente falou diretamente no telefone novamente. — Escute-me. Você está pronto? Eu tenho Justice em uma linha e Trisha em outra. Fury acabou de embarcar na linha também. Eu posso ouvi-los, mas você não pode. Estou pondo você no viva-voz assim eles podem te ouvir.
A outra linha continuou buzinando, mas Moon a ignorou. Provavelmente era a operadora chata tentando ligar de volta.
— Eu entendo.
— Diga aos humanos que chegarem na cena que você é Nova Espécie. Estou certo que eles verão isso, mas declare alto e claro para que não haja nenhum engano. Eles não têm nenhuma jurisdição sobre a ONE. Eles não podem te prender, mas eles podiam atirar em você primeiro de longe se não souberem o que você é. — Pausou. — Fury disse que eles estão contatando a polícia local para ter certeza que eles saibam que você é Espécie e saibam as leis relativas a nós. Nós poderíamos ser capazes de afastá-los de entrar na casa dela. 157

— Eu trouxe uma arma comigo, mas não a usei.
Book hesitou.
— Não aponte para ninguém. Onde ela está?
— Enfiada atrás das minhas calças.
Book hesitou novamente.
— Você tem permissão de levá-la. Suas leis não se aplicam a nós. Diga aos humanos que você a tem e onde está localizada. Não a toque. Eles poderiam entrar em pânico.
— Entendido.
A audição aguçada de Moon captou o som de passos.
— Eles estão aqui. Alguém está de qualquer forma. Eles acabaram de entrar no espaço da entrada.
— Grite que você é Nova Espécie. — Book pausou. — Agora.
Moon fechou os olhos, suas costas para a porta, não querendo chacoalhar Joy. — Eu sou Nova Espécie! — Ruidosamente declarou. — Eu estou armado, mas está enfiada atrás do meu cós. Eu não usarei a arma. Estou no telefone com Homeland.
— Ponha-me no viva voz, Book exigiu.
— Eu não acho que seu telefone tem essa opção. — Moon olhou para ele. Não viu na frente. — Não tem.
Levantou seu queixo, sua sensação de cheiro confirmando o que sua audição lhe disse. Lentamente girou a cabeça, encontrando o olhar de um oficial humano uniformizado. O macho tinha uma arma apontada para ele na entrada, mas a abaixou. Agarrou o microfone preso ao seu ombro.
— Não é uma brincadeira. — o macho declarou para quem estivesse na outra linha. Inclinou sua cabeça, escutando o dispositivo em sua orelha. — Confirmado. Estou olhando direito para ele. Ele é Nova Espécie. — Largou o microfone e lentamente guardou sua arma. — Fácil. — Uma palma se estendeu, como se quisesse segurar Moon para trás se ele atacasse.
— Eu não sou um perigo para você.
O macho engoliu com força.
— Desculpe. Não somos treinados, hã, eu nunca conheci um de vocês antes. — Olhou para o espelho atrás de Moon, foi um pouco para a esquerda, e sua boca apertou em uma linha horrenda. — Ela está machucada?
— Ela foi baleada no braço. O humano que fez isto esta na sala de estar. Joy é uma psiquiatra e ele era seu paciente. — Ele já não seria novamente se Moon tivesse qualquer coisa a dizer sobre isto. Conseguiria encontrar e mataria o macho primeiro antes dele um dia se permitir próximo de sua fêmea novamente. — A ONE está enviando um helicóptero para nós. — Estendeu o telefone. — Eles querem falar com você.
O oficial hesitou, mas chegou mais perto, aceitando-o. Ele não pôs o receptor em sua orelha imediatamente.
— Nós podemos enviar ajuda para ela quando os paramédicos chegarem?
— Por favor.
O policial pegou seu microfone novamente. 158

— Envie os paramédicos quando eles chegarem. A situação está tranquila dentro do banheiro. Evacue o homem na sala da frente. — Colocou o telefone até sua orelha. — Quem fala é o Oficial Ventino. Com quem eu estou falando? — Escutou, dando respostas de uma palavra antes de desconectar. Cautelosamente considerou Moon o tempo inteiro.
Irritação lampejou por Moon, mas entendeu seu medo. Estava contente que eles não estavam tentando matá-lo ou tirar Joy de seus braços. Ele se virou, descansado seu queixo em sua cabeça e fechou os olhos. Ela estava respirando, mas tão lentamente que sabia que perdeu a consciência.
— Por favor, diga a ambulância para se apressar.
— Sim, senhor. — o oficial respondeu. — Talvez ela ficasse mais confortável na cama? — Recuou para fora do banheiro. — Eu limparei o lugar.
Moon suavemente ergueu Joy, mantendo a mão contra seu ferimento. Sua cabeça rolou contra seu tórax. Olhou para ela e sabia que perderia o juízo se ela morresse. O oficial ficou pelo menos um metro e meio afastado quando entrou no quarto. Moon o viu empurrar duas malas pesadas para o chão.
Moon sentou com ela em seu colo. Ignorou o oficial o olhando, mal prestou atenção aos barulhos que viam da outra sala enquanto mais dois oficiais vieram para levar o bastardo que atirou em Joy. Nem o fez sorrir, ouvindo seus protestos agonizantes quando voltou a consciência. Manteve Joy tão firme quanto possível, cada respiração que ela dava era um alívio.
— Há qualquer coisa que eu possa fazer senhor?
Moon abriu os olhos e olhou fixamente para o humano. A compaixão estava refletida nos olhos do humano. Moon olhou para a mão esquerda do macho, que mostrava uma faixa de ouro.
— Você tem uma companheira?
— Eu sou casado. Sim.
— Meu nome é Moon. Eu não posso perder Joy. Há alguma maneira de trazer a ajuda médica aqui mais rápido?
Sirenes altas chegaram mais perto.
— Eles terão limpado a frente do edifício e outro oficial segurará as portas do elevador assim eles podem chegar aqui mais rápido. Há um outro que os guiará direto para a porta da frente. — Chegou mais perto e curvou, agarrando na parte inferior do cobertor. — Deixe-me ajudar. Ela perdeu muito sangue. Nós a manteremos aquecida para preveni-la de entrar em choque.
Moon estava tocado que o humano se importava. Notou o modo que o macho dobrou o cobertor ao redor do corpo de Joy como se ele fosse um pai cuidando de uma criança.
— Eu sou John. — O oficial abaixou. — Você pode me dizer o que aconteceu aqui, Moon?
— Eu vim ver Joy, mas seu paciente estava aqui antes de eu chegar. Ele tinha uma arma apontada para ela e eu derrubei a porta. — Pausou, sem esclarecer que ele não sabia disto no momento. — Ele tentou atirar em mim, mas Joy entrou entre nós. — Era puramente inaceitável mostrar fraqueza na frente de humanos, mas lágrimas 159

molharam os olhos de Moon quando a realidade disso tudo bateu nele com toda força. — Ela fez isto de propósito. — Olhou fixamente em seu rosto bonito. — Ela podia morrer porque arriscou sua vida pela minha.
— Ela deve te amar muito e eu posso ver o quanto você a ama. — Uma mão hesitante bateu levemente em seu joelho em uma tentativa de dar conforto. — Eu não acho que é fatal certo? Eu vi vítimas em condições muito piores sobreviverem. Estou certo que ela se recuperará.
Moon sabia que perderia o juízo se ela não sobrevivesse. Uma agitação chamou sua atenção quando um macho em um uniforme diferente lentamente entrou no quarto. O medo estava esboçado em seu rosto.
— Eu sou um paramédico. Nós podemos entrar? — Sua atenção mudou de Moon até Joy. — Nós queremos ajudá-la.
Uma fêmea humana empurrou contra o macho, mas ele estendeu um braço, segurando-a atrás. Ela encontrou o olhar de Moon e empalideceu, seu medo aparente.
— Ajude-a. — murmurou. — Eu não sou uma ameaça.
Eles entraram no quarto com seu equipamento médico. Era frustrante o quão temerosos estavam, como se ele os morderia ou atacaria. Depressa ficou aparente que não chegariam muito perto então ergueu Joy e saiu da cama para deitá-la. Manteve o aperto em seu braço.
— Eu vim aplicando pressão.
A corajosa fêmea entrou em contato com ele primeiro quando apertou contra seu lado.
— Por favor, mova sua mão. Eu peguei.
Odiou a visão de suas luvas enquanto assumiam o comando dos cuidados de Joy. Lembrou a ele da Mercile. Recuou até seu traseiro bater na escrivaninha para dar-lhes mais espaço para trabalhar quando rasgaram pacotes de seus kits médicos.
John chamou sua atenção quando andou para estar próximo de Moon.
— Ela ficará bem. Eles estão colocando fluidos e a transferirão assim que a estabilizarem.
— Transferi-la para onde?
O humano era alto o suficiente para segurar o nível do seu olhar.
— Ela precisa de um hospital. O cara no telefone me ordenou para manter vocês dois aqui e disse que nenhum de vocês tinha permissão de sair. Eu sei que a ONE está enviando um helicóptero, mas se fosse minha esposa, eu iria querer ela tratada assim que possível. Eu irei com vocês dois se deixá-los a levarem. Nós podemos ir com ela na ambulância.
Fez sentido e não queria que Joy sofresse.
— Eu fico com ela o tempo todo.
— Ninguém quer que isto acabe mal, certo? — Sua voz abaixou. — Se eles tentarem ter autoridade no hospital, os lembre que você é Nova Espécie. Eu te dou cobertura. Nós diremos que é um risco de segurança se eles tentarem nos proibir de seguir com ela na sessão de trauma.
Moon olhou para ele.
John piscou e levantou sua mão esquerda, mostrando seu anel. 160

— Eu entendo.
— Obrigado. Vamos levá-la para o hospital.
John agarrou seu microfone.
— Nós estamos indo com ela. — Largou para dar ordens aos paramédicos. — Você o ouviu. Deixe-a estável e a caminho para o hospital.

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