terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 17

Capítulo Dezessete
True ajudou Jeanie a sair do SUV quando chegaram ao apartamento.
Silenciosamente agradeceu Breeze por buscá-los no Centro Médico antes de fechar a
porta e pegar a mão de Jeanie. Era um alívio enorme finalmente voltar para casa.
True usou seu cartão de segurança para entrar no edifício. Não conversaram
enquanto entravam no elevador e subiam até o terceiro andar. Nenhum guarda esperava
no corredor desta vez. Ela parou, olhando para o que parecia ser uma porta nova que
True abria.
— Eles a consertaram enquanto estávamos fora, mas ainda precisa ser pintada.
— Por que precisou de um conserto?
— Eu chutei para abri-la quando não pude entrar. — Ele a puxou para o
apartamento e fechou a porta. — Vamos para o chuveiro.
Acendeu as luzes à medida que passavam, também tirou o uniforme a medida que
avançavam em direção ao quarto. Ele ficou apenas de calça e botas quando entraram no
banheiro. Ele ligou a água e virou-se, enfrentando-a.
— Vamos nos acasalar. Não é um tema de debate. Ninguém afastará você de mim,
nunca. Pela manhã os papeis chegarão para que seja oficial. Você os assinará.
Ela ficou um pouco atônita com o anúncio, mas ambos haviam passado por uma
provação horrível. Realmente superava toda a merda e reduzia as prioridades depois de
quase perder um ao outro. — Certo.
Ele arqueou ambas as sobrancelhas em surpresa. — Você concorda?
— Poderia ter lavado as mãos com respeito a responsabilidade por meu bem-estar
mas ao invés você arriscou sua vida e lutou por mim. Sente mais do que agradecimento
por ter salvado sua vida, verdade?
Estendeu a mão e segurou sua cintura. — Sim.
Ela estendeu a mão e agarrou a curva de seus ombros.
— Você mudou minha vida, True. Acho que me apaixonei por você no momento
que te conheci e você falou comigo. Eu não quero que se acasale comigo por gratidão.
Preciso que se preocupe comigo tanto quanto eu por você.
Sua boca se abriu e seu agarre se soltou. Inclusive a expressão de seus olhos
indicava que ela o surpreendeu totalmente. Maldição. Ele não parecia muito contente por
ela dizer que o amava. Ele não disse nada, mas a soltou e se afastou. Tirou a roupa e
entrou no chuveiro. Ela hesitou, insegura sobre o que fazer. Ele finalmente girou sua
cabeça, sua expressão impassível.
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— Vou ficar bem em um momento.
Não era um convite para juntar-se a ele e seus ombros caíram. Ela realmente deu
um fora ao confessar a profundidade de seus sentimentos. Ela desceu o olhar, lutando
contra o desejo de fugir do banheiro com o orgulho ferido. A porta do chuveiro se abriu e
True agarrou uma toalha.
— Tome um banho. Esperarei por você no quarto.
Ele nem sequer enxugou antes de sair. Ela fechou seus olhos e amaldiçoou em
silêncio. Os Novas Espécies eram muito diferentes de outros homens, mas de alguma
maneira eram iguais. Ela o assustou dizendo que o amava muito cedo. Esperava que ele
não saísse correndo de sua vida da mesma forma que alguns humanos fariam.Ela abriu
os olhos e deu um passo para o jato morno de água, molhando o cabelo e a pele.
Sentiria-se incomoda frente a ele, mas se desculparia. Não por amá-lo, mas sim por jogar
o sentimento sobre ele muito cedo. Poderia atribuir tudo ao que passou, mas era algo que
já queria confessar a muito tempo. Foi muito sincera com ele, mas não jogaria a culpa no
fato de ter tido uma noite muito ruim.
Não levou muito tempo para lavar seu cabelo e esfregar sua pele com sabonete.
Sua ferida parecia estar completamente curada. Jeanie fechou a água, saiu do chuveiro e
lentamente secou-se. Esqueceu de pegar outra roupa quando seguiu True ao banheiro.
Isso a deixou sem escolha a não ser se envolver na toalha úmida e abrir a porta de
banheiro. Ela entrou no quarto e ofegou.
As luzes estavam apagadas, mas havia varias velas acesas por todo o quarto. Uma
fila delas se alinhava na cômoda e ambas mesinhas de noite. Era um ambiente romântico
como ela nunca esperou. True estava no extremo da cama no centro do quarto, ainda
com a toalha. Ele sorriu quando ela olhou para seu rosto.
— O que é tudo isso?
— Estamos celebrando.
Ela não sabia o que dizer. Ele aproximou-se, fazendo esta coisa totalmente animal
que era tão sensual enquanto a olhava com os lábios entreabertos mostrando seus
dentes afiados. O olhar em seus olhos era definitivamente predatório, mas no bom
sentido. Ela ainda estava confusa, mas muito consciente de sua atração sexual. Ele parou
na frente dela e pegou a parte superior da toalha. Ela olhou para baixo enquanto ele a
tirava.
— O que você está fazendo? — Ela não tentou se cobrir, muito surpresa para fazer
qualquer coisa além de olhar para ele.
— Eu vou me acasalar com você. — Ele soltou a toalha. — Estar completamente
nua é o melhor caminho para fazer isto.
— Você ascendeu todas estas velas… — Ela olhou-as, então logo para ele.
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— Queria que fosse especial.
— Cada vez que estamos juntos e nus em um lugar é especial para mim.
True sorriu quando segurou suas mãos entre as dele, retrocedendo até a cama,
levando-a com ele.
— Me alegro de estarmos de acordo. — Ele parou e deixou-a ir. — Suba na cama.
Ela subiu no colchão e girou, olhando-o fazer o mesmo. Seu corpo maior afundouse
na cama e ela riu quando sua mão agarrou a cintura dela. Ele a empurrou suavemente
para que ela rolasse sobre suas costas. Ela sorriu enquanto ela ficava sobre seu corpo
para imobilizá-la sob ele, tomando cuidado com seu lado. Seus olhares se encontraram.
— Como está o ferimento?
— Bem. Quase não o sinto agora. Aquela droga que me deram é incrível.
— Você é minha companheira. — Ele sussurrou.
— Sou sua. — Ela concordou suavemente.
Ele usou os cotovelos para manter seu peso acima. Um de seus dedos traçou a
linha de sua mandíbula, da orelha até o queixo. Seu olhar procurou o dela por um
momento. Então desceu lentamente seu rosto, como se não pudesse esperar um
momento mais para se conectar com ela.
Ela fechou os olhos e abriu os lábios em antecipação a seu beijo. A paixão de True
se igualou à de Jeanie. Ele era o oxigênio que ela precisava, seu corpo aceso de desejo
por ele, tudo nela era rígido pela necessidade de tê-lo em seu interior. Ela gemeu e abriu
as coxas, envolvendo as pernas ao redor de sua cintura para incitá-lo a entrar. Moveu e
balançou o quadril quando o desejo de ser tomada cresceu em uma necessidade quase
dolorosa. O homem podia fazê-la sentir essa dor apenas com sua boca sobre ela.
True rompeu o beijo e ergueu a cabeça. — Diga que você me ama.
Seus olhos se abriram e ela olhou fixamente para ele, surpresa.
— O que?
Ele grunhiu. — Assim foi como pensei que iria ouvir essas palavras pela primeira
vez de você. Diga novamente, Jeanie.
Ele sempre a surpreendia.
— Você não está irritado pelo que eu disse no banheiro? Não é muito cedo?
— Irritado? — Ele parecia confuso. — Nunca. Eu quero que você diga novamente.
Agora mesmo.
— Eu estou apaixonada por você, True.
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Ele não devolveu as palavras, mas ao invés foi por sua boca. O beijo disse mais do
que as palavras poderiam enquanto usava seu corpo para mostrar seus sentimentos. Seu
quadril movia-se claramente tão ansioso quanto ela estava. Ela gemeu contra sua língua
quando seu pau pressionou a entrada de sua boceta e empurrou para dentro.
Não doía tão suave como da última vez. Sua paixão se intensificou cem vezes
depois de quase perderem um ao outro. True estocava dentro e fora dela, deixando-a
louca pelo incrível que se sentia. Afastou a boca, com medo de morder e cravou as unhas
em sua pele, com mais força. Os sons que fazia apenas a ascendia mais que seus
grunhidos que enchiam o quarto.
Ela envolveu as pernas ao redor de sua cintura, perdida nas sensações enquanto
tentava se concentrar nele, empurrando. Havia um elemento frenético em sua vida sexual,
mas Jeanie não se importava. Sentia seu corpo tenso, seu estômago apertado e logo ela
gritou enquanto chegava ao clímax. True grunhiu, seus dentes beliscando o lado de seu
pescoço quando ele enterrou seu rosto. Ele gemeu alto, marcando-a enquanto gozava
disparando jatos e jatos de sêmen quente no interior dela. Diminuiu a velocidade quando
seu pau inchou travando-os.
— Jeanie. — Ele disse com voz áspera.
Ela esfregou suas costas e passou os dedos por seu cabelo, brincando com as
sedosas mechas. Ele sentia-se pesado sobre ela, mas gostava de seu peso segurando-a
na cama. Quase pensou que ele tivesse adormecido, mas finalmente ergueu a cabeça de
seu pescoço e apoiou o peso do corpo nos braços. Seus olhares se encontraram.
— Eu pertenço a você tanto como você pertence a mim. Sempre protegerei e
cuidarei de você. Quase a perdi novamente. Não tem ideia de como teria me destruído se
aqueles homens a tivessem tirado de mim. Farei tudo em meu controle para fazê-la feliz.
Ela acreditava.
— Eu sei. Tentarei ser a melhor companheira para fazê-lo feliz. Cuidarei de você
também.
Ele sorriu enquanto seu dedo descia por seu rosto. — Você está usando algum tipo
de anticonceptivos?
— Eu tomo injeção, claro. Era parte do trabalho para todas as mulheres que
trabalham com Novas Espécies. O olfato dos Espécies pode notar quando uma mulher
está em seu período e alguns machos ficariam agitados ou agressivos se o pessoal
feminino estivesse sempre nesta época do mês. Tanto em Drackwood como em Cornas
era obrigatório a injeção.
Ela não se importava em ter uma conversa com ele sobre sua menstruação.
— Você cheira alguma mudança em mim? Tenho ainda outro mês antes de tomar
outra injeção, mas estive sob muita pressão ultimamente. Ouvi que algumas mulheres
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podem menstruar apesar da injeção em caso de traumas emocionais. E com tudo o que
aconteceu ultimamente, foi como se estivesse em uma montanha russa de estresse.
— O cruzamento funciona entre machos Espécies e fêmeas humanas. Há uma
chance de conseguir engravidar você se deixar de tomar a injeção. Tenho uma contagem
baixa de espermatozoides, mas a. Dra. Trisha disse que existem coisas que poderia fazer
para ajudar se algum dia eu encontrasse uma companheira.
Era uma boa coisa que ela estivesse de costas. As notícias a teria derrubado. —
De verdade?
— Sim. Essa informação é altamente secreta, mas você é minha companheira
agora. Nossos médicos estão trabalhando em conseguirem que nossas fêmeas
concebam também, mas até agora apenas os machos podem fazê-lo.
— Por que as mulheres não podem conceber?
— Eles estão ainda tentando descobrir.
A ideia de ter um bebê com True nunca entrou em sua mente, mas uma imagem de
uma menina ou um menino com seus olhos e aquele cabelo bonito apareceu
repentinamente. Suas crianças seriam adoráveis.
— Eu sempre quis ter filhos um dia.
— Bom. Espero que não queira imediatamente, mas gostaria de tê-los no futuro.
Você pensaria sobre isto? — True sorriu.
— Uma menina e um menino seria genial.
Seu sorriso enfraqueceu. — Serão apenas meninos.
— Você não pode saber isto.
— Eu sei. — Ele olhou um momento antes de continuar. — Alguns casais tiveram
filhos. Todos são meninos e os médicos têm certeza que é por causa de nossa genética
alterada. Podemos apenas recriar o que nós somos. Eles se parecerão comigo ao invés
de você. — Um toque de tristeza encheu seus olhos. — Eu gostaria de ter uma menina
parecida com você, mas não acontecerá. Eles serão meninos com minhas características.
Ela tentou adivinhar o que ele não contou.
— Você quer dizer que seu DNA está codificado por engenharia para dominar o
processo de definição de no momento da fertilização?
True encolheu os ombros.
— Você poderia discutir isto com alguém do Centro Médico para conseguir uma
explicação técnica. Como uma companheira darão as informações livremente. Tudo que
sei é que os homens têm apenas bebês do sexo masculino que se parecem a eles em
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todos os sentidos, até suas características específicas. A gravidez também é mais rápida
que a humana.
Sim, está e uma coisa boa.
— O que exatamente isso quer dizer?
— As humanas ficam grávidas por nove meses, mas as companheiras dão a luz
em cinco meses.
Não deveria ser tanto uma surpresa. Os Novas Espécies tinham DNA humano e
animal. True foi misturado com DNA canino. A gravidez canina durava cerca de nove
semanas, se ela corretamente se lembrava. Os elefantes por quase dois anos. — Fico
contente por você ser canino.
Ele levantou a cabeça, perplexo.
— Não importa. Piada particular.
— Você quer compartilhar?
— Eu só… acho que é genial ter um bebê tão rápido. Existem algumas
complicações devido à gestação acelerada?
— Eles nasceram saudáveis e as companheiras estão bem. — Ele continuou
tocando seu rosto e cabelo com o dedo. — Nós deveríamos passar um tempo
conhecendo um ao outro melhor primeiro, mas eu gostaria de ter um bebê com você.
Jeanie não deixaria que desanimasse. — Eu gostaria de ter uma família com você
um dia, True.
— Bom.
— Eu darei a você meia dúzia se isso a fizer você feliz. Eu adoraria ter crianças.
True sorriu. — Meia dúzia?
Ela sorriu. — Certo. Talvez isto seja muito, mas depois do sexo que acabamos de
ter me sinto generosa vendo que está preocupado.
True sorriu. — Eu adoraria ter seis crianças com você. Meia dúzia soa bem para
mim. — Ele segurou seu rosto e colocou um beijo rápido em sua boca. — Eu teria certeza
que você nunca ficasse grávida se fosse perigoso. Não arriscaria sua vida, Jeanie. Você
significa tudo para mim.
Não era uma declaração de amor, mas ouvir True dizer que era tudo para ele era
da mesma maneira bom. — Você realmente mudou minha vida, sabe.
— Como?
Ela tentou pensar nas palavras certas.
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— Eu me senti atraída por você no momento que nos encontramos. Pensava em
você o tempo todo e nunca parei, mesmo depois de ter sido liberado de Drackwood.
— Eu me senti atraído por você desde o começo também. Era tão doce que seu
sorriso derreteu a frieza do meu coração. — Ele sorriu. — E cheirava tão bem que queria
tirar sua roupa e investigar cada cheiro.
— Costumava perder algumas de suas amostras de sangue para que tivessem que
me enviar e volta. Sinto muito. Eu me sentia culpada quando tinha que tirar mais sangue,
mas era uma oportunidade para vê-lo novamente. — Ela riu.
— Me tocava e se aproximava o suficiente para sentir seu cheiro maravilhoso. Valia
a pena uma pequena picada e um pouco de sangue. — Ele não parecia irritado.
— Queria deixar de fazer o que estava fazendo e olhar você cada vez que te
tiravam da área norte. Eu odiava a prova de resistência quando batiam em você. Eu
chorava.
Ele moveu, levando-os de lado, ainda de frente um para o outro. Odiava a perda de
sua conexão quando ele lentamente retirou seu pau. O inchaço havia diminuído.
— Eu odiava a prova de resistência também.
Ela debateu-se sobre dizer mais, mas decidiu ser honesta. — Eu gostei quando
você quebrou a perna de um idiota. Partiu seu joelho quando o chutou. Ouvi-o gritar todo
o caminho desde meu escritório. Chorou no Centro Médico enquanto cuidavam de sua
perna. Eu fui ali, fingindo estar atualizando os resultados de algumas provas apenas para
vê-lo sofrer.
True sorriu. — Ele chorou? Ele era cruel. Gostava muito de me bater. Eu gostei
também, quando quebrei sua perna. Ele se aproximou muito e estava esperando uma
oportunidade para fazer algo.
— Eu apenas queria ver você livre.
Ele se inclinou mais perto, observando seu rosto. — Por que não tentou me
encontrar depois que eu fui levado para a ONE?
— Fiquei sabendo que você não queria me ver. O agente Brice jurou que deu a
você minha mensagem. Agora, percebo que ele estava mentindo. Ele mentiu sobre tudo e
eu acreditei em tudo.
Confusão nublou o rosto de True. — Que mensagem?
Jeanie franziu o cenho. — Fiquei preocupada com você depois da invasão e eu
disse ao Agente Brice que planejava ir até Homeland para me assegurar que conseguiu
sair salvo. Ele disse que seria muito perigoso e que organizaria um modo mais seguro
para vê-lo por causa dos manifestantes protestando nos portões. No dia seguinte me
enviou uma mensagem com algumas fotos suas todas com calça jeans. Você estava do
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lado de fora em Homeland. Ele disse que as tirou para provar que realmente estava vivo e
bem, mas que você disse a ele que não queria nada a ver comigo.
O tom de True era duro.
— Ele mentiu. Eu quero encontrar esse idiota. Ninguém jamais mencionou seu
nome para mim ou me entregou alguma mensagem. — Ele se acalmou um pouco, mas
ainda parecendo bravo. — Ele tirou fotos minhas, ao ar livre, de calça jeans?
Ela movimentou a cabeça. — Parecia como se estivesse em algum tipo de parque.
Estava descalço, vestindo calça jeans e uma camiseta preta sem manga, perto de uma
Nova Espécie loira um pouco menor que você e havia muita grama e árvores no fundo.
Você estava sorrindo e parecia feliz. Foi três dias depois que Drackwood caiu.
Um grunhido soou do fundo de sua garganta. — Quem é este humano? Nós fomos
levados para a Reserva no início. Esta foto deve ter sido tirada ali. Como ele a tirou? A
segurança ali é de alto nível. Ele teve acesso a informações da linha de emergências aqui
em Homeland e teve acesso para conseguir fotos minha na Reserva.
— E ele é um grande mentiroso e um cruel imbecil que poderia ter pedido ajuda
para seu povo muito mais rápido do que ele me levou a acreditar. Ele vivia me dizendo
que não tinha provas suficientes. Sempre precisava de mais.
True rodou abruptamente, cravando Jeanie em suas costas quando ficou sobre ela
novamente. — Quando nós encontrarmos este Agente Brice, vou matá-lo com minhas
próprias mãos depois que conseguirem as informações que precisam. — Ele olhou para
ela, sua ira aparente. — Por que os deixou drogá-la para me salvar? Deve ter sido difícil.
Eu recebi uma dose da droga uma vez. Foi uma das piores dores que eu já experimentei.
— Eu amo você. Não podia deixá-lo morrer. Polanitis disse que te salvaria se
concordasse em tomar as drogas e deixá-los testar como me afetavam.
— Como aquele monstro soube que tinha sentimentos por mim?
— Ele colocou uma câmera oculta dentro do meu escritório. Parava de trabalhar
toda vez que levavam você para a área norte e eu disse que chorava às vezes. Era um
puro inferno ver você machucado pelas experiências. Eu sabia quantas vidas poderia
salvar, mas… — Emoção a sufocou, lembrando de todo o sofrimento que ele suportou. —
Não valia a pena. Despedaçava-me vê-los machucar você.
— Você sofreu quando eles testaram suas drogas também.
True acariciou o rosto dela com o seu. Seus dedos roçaram os dele onde tocava
sua pele, que estava mais quente que a dela.
— Não importa mais. Tudo o que importa é que ambos estamos vivos e aqui
juntos.
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— Sofreu dor por mim. — Sua voz ficou rouca. — Sofreu para que eu pudesse
viver. Nunca pensei que alguém pudesse me amar, Jeanie. Eu darei a você tanto prazer
quanto puder para apagar as lembranças de dor, se me permitir.
— Eu amo você, True. — Ela segurou seu rosto e olhou em seus olhos. — Os
passado não importa. Um futuro com você compensa tudo.
— Estou feliz por ser minha companheira. — True beijou seu nariz.
— Eu também, True. — Ela sorriu.
Ele tomou posse de sua boca, beijando-a profundamente. Uma mão desceu
enquanto se movia sobre ela, uma grande palma curvada ao redor seu seio e o polegar
circulando seu mamilo tenso. Ela arqueou as costas para pressionar mais firmemente
contra ele enquanto ajustava as pernas para envolver ao redor de suas coxas. Ela o
queria novamente embora tivessem acabado de fazer amor. Nunca se cansaria de True.
Soou a campainha. True grunhiu quando deixou de beijá-la.
— Deveríamos ignorar.
A campainha tocou novamente e alguém bateu com mais força várias vezes,
usando seu punho.
— Soa importante. Você sabe o que aconteceu da última vez.
— Tem razão. Fique aqui.
Ela se resistia a deixá-lo ir, mas abriu as pernas e soltou os tornozelos da parte de
trás de suas coxas. Ele se ergueu, deu a volta pela cama. Girou de lado, sorrindo à vista
de sua excitada companheira nua. Seu olhar quente dizia o quanto ele odiava, mas logo
deu a volta e foi para em direção à porta.
— Uh, True?
Ele girou e olhou para ela. — O que?
— Por muito que adoro ver você nu, poderia querer vestir algo antes de abrir a
porta.
— Adora me ver nu? — Ele sorriu.
— Oh sim. — Seu olhar viajou lentamente pela longitude de seu corpo.
Aproximou-se da cômoda quando a campainha tocou novamente. Depressa tirou
uma calça e lhe lançou um breve olhar antes de sair do quarto.
— Não se vista. — Ele gritou. — Eu já volto.
— Seja rápido. — Ela respondeu segurando o lençol já que ele deixou a porta do
quarto aberta.
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Ela se cobriu para o caso de quem estivesse na porta precisar entrar. Realmente
esperava que não fossem más notícias. Um olhar no relógio assegurou que deveria ser
algo importante para alguém aparecer no meio da noite.
True destrancou a porta e abriu. Grunhiu e mostrou a seus dentes quando viu Jinx.
— O que você quer?
Jinx enrugou o nariz quando inalou. — Eu interrompi seu sexo com Shiver.
Ciúme sobre o interesse do macho queimou. — Ela é minha companheira. E sim,
você interrompeu. O que você quer?
— Tranquilo. Eu sei que ela é sua. Ela concordou em se acasalar com você?
— Sim.
— Você assinou os documentos?
— Não ainda, mas planejo assinar amanhã de manhã.
— Que bom. — O macho não refletia nenhuma alegria em seu rosto.
— O que você quer? É tarde. Minha companheira precisa dormir.
— Todos nós sabemos o que aconteceu e somos conscientes que os humanos
tentaram levá-la. — Ele pausou. — Nós nos encontramos novamente na biblioteca
enquanto esperávamos por noticias de seu estado. Alegramo-nos saber que as drogas
saíram de seu sistema.
— Eu também me alegro. Você veio fazer ameaças porque eu não estava aqui
para protegê-la? Eu não preciso de uma lembrança. — Sentimento de culpa surgiu à
superfície. — Acreditei que estivesse segura ou nunca teria saído. Com certeza não
acontecerá novamente.
O outro homem franziu o cenho.
— Não se castigue True. Todos ficaram impactados por ela ter sido atacada. Foi
estranho como os humanos conseguiram entrar no apartamento e agora descobrimos
como o fizeram. A princípio acreditamos que romperam algum selo em uma janela no
andar térreo, mas nenhum dano foi descoberto. Foram os registros do computador que
demonstraram que usaram um cartão de segurança para entrar pela porta de trás que é
usada para entrega de comida e outras coisas.
True grunhiu. — Apenas Espécies tem acesso aos apartamentos.
— Alguns da equipe de força tarefa também o fazem, segundo nós descobrimos.
— Jinx sussurrou. — Sabe o que isso quer dizer?
Deixou cair os ombros quando a informação se instalou em sua mente atordoada.
Não eram boas notícias, ele gostava das pessoas com quem trabalhava. — Sim. Conheço
a maioria deles.
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— Nós os consideramos amigos, mas eles são suspeitos. Pensei que você deveria
saber imediatamente. Não confie neles quando se tratar de sua companheira. O cartão
que usaram era um dos antigos emitido para a equipe que trabalhou aqui. Não foi
desativado por alguma razão quando assumimos o comando de segurança interna. Não
havia maneira de saber quem o usou já que era um cartão de segurança geral e não foi
atribuído individualmente.
— Maldição. — True estendeu a mão e passou os dedos pelo cabelo com
frustração. — Foi desativado ou podem ainda entrar?
— Luna está revisando tudo. Ela está no centro de controle agora mesmo,
revisando os sistemas para encontrar outras irregularidades e erros em nossas medidas
de segurança. Ela está fazendo alguns cartões apenas para Espécies que trabalham nos
apartamentos e confirmando duas vezes para se assegurar que o controle é seguro. O
único humano com acesso é Jessie, A companheira de Justice. Sabemos que podemos
confiar nela.
Ele concordou.
— Este cartão é o que Tim usou para interromper nossa reunião?
— Não. Um macho o deixou entrar. Não acontecerá novamente. Todos os que
vivem em apartamentos sabem que não devem permitir que nenhum humano entre
enquanto sua companheira estiver em perigo, inclusive os humanos que os homens
desejam convidar durante a noite. — Ele parou. — Ela está ainda em perigo. Você
percebe, não é? Suspeitamos que alguém sabia que ela veria os registros de fotografia
dos humanos em Homeland e por medo de identificar algum deles, tentaram sequestrá-la.
True estava muito preocupado com o bem-estar de Jeanie depois de seu trauma
para dar atenção a qualquer outra.
— Merda.
— São boas notícias.
— Como você pode dizer isto? — Ele disse para Jinx.
— Eles devem terem ficado com medo de ela encontrar algo e o que fingiu ser o
agente tem que estar em nossos registros.
— Você acha que é algum dos nossos?
— Sim. Faz sentido. Souberam como conseguir informações sobre onde estava
quando contataram Homeland sobre Drackwood e até quando iríamos atacar os locais
onde os Espécies estavam presos. Dois homens apareceram ontem a noite para levá-la.
Ela reconheceu um deles como o humano que mentiu para ela?
— Não. Ela teria contado.
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— Estamos buscando os dois humanos envolvidos, o suspeito agente e o cúmplice
sobrevivente.
True tentou ser racional, mas era difícil com seu temperamento em ebulição.
— Os guardas que interrogamos em Fuller são corruptos. Darkness ligou para
informar que admitiram aceitar subornos de alguns dos prisioneiros. Nunca ousaram
permitir que nenhum escapasse, por medo de compartilharem o local com alguém de fora.
Não era apenas medo de que os presos pudessem fugir, tinham medo de serem
assassinados em represálias por todos os abusos que faziam. Davam comida extra e
contrabandeavam alguns artigos de luxo ilegais para utilizar como dinheiro com alguns
presos. No entanto, Darkness não foi capaz de interrogar todos os guardas, já que nem
todos os guardas tinham interação com os membros da equipe em caráter regular. Em
sua teoria não era apenas dinheiro o que passava de mão. Os guardas podem ter
negociado informação com os prisioneiros e logo compartilhavam com o que fingia ser um
agente. Seria assim como poderia ter descoberto sobre os lugares onde prendiam as
Espécies.
— Assim foi como ele soube a localização de Pesquisa Cornas, para onde enviou
Jeanie. — Adivinhou True.
— É isso que Darkness suspeita.
— E Polanitis? Darkness conseguiu alguma informação dele?
Jinx balançou a cabeça. — Não ainda. O humano está louco e bateu a cabeça
contra as barras até fazer uma contusão. Está no Centro Médico na prisão, sendo tratado
pela lesão. Acreditam que ficará bem, mas fez isso de propósito para não ser interrogado.
Sentiu muito medo de Darkness.
— Odeio aquele macho humano. — True grunhiu, desejando sua morte. Olhou
para o corredor. — Eu quero um oficial na porta novamente.
— Já está feito. Pedi que se afastassem porque queria conversar com você em
particular. Há dois agora. Jericho se ofereceu e também Flame.
— Bom.
Estava seguro de que poderia proteger Jeanie, mas queria ajuda, negando-se a
permitir que seu orgulho pudesse afetar seu julgamento e ignorar o fato de que as
probabilidades de mantê-la a salvo eram melhores contando com auxílio.
— Também vim perguntar se poderia levar sua companheira para Segurança para
dar uma olhada naqueles arquivos agora. Quanto mais esperarmos, maior o risco que
façam uma tentativa novamente para impedi-la. Tim não estava nesta reunião quando
falamos de nosso plano, mas outros Espécies sim. Estavam com ele no jantar e não
tenho certeza do que possam ter escutado no bar enquanto discutíamos os planos.
Os dentes de True se apertaram quando fez um gesto brusco. Estava furioso.
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— É melhor que não tenha sido Tim.
— Sua filha é Espécie e também seu neto. Ele é um humano em quem confiaria,
mas pode ter mencionado o que ouviu por causalidade a um de seus membros de equipe
sobre o plano com sua companheira para ver as fotos dos empregados. Ele poderia ter
feito alguns telefonemas para atualizar sua equipe sobre o que estava acontecendo aqui,
depois voltou ao escritório.
— Dê-me dez minutos e pode ajudar a escoltá-la até a Segurança. Você disse que
Luna está no Controle?
— Ela já está preparando os registros de empregados para visualização e incluirá
todos que trabalham na força tarefa.
— Nos vestiremos rápido, mas preciso de alguns minutos para contar o que esta
acontecendo. Dez minutos. — True repetiu, fechando a porta.
Jeanie se sentou na cama com o lençol cobrindo seus seios. A visão dela estava
tentadora, mas sua vida estava em perigo. A necessidade de montá-la teria que esperar.
Sentou-se na beirada da cama e pegou sua mão.
— Era Jinx.
Odiava lhe dar mais razões para ter medo, mas ela precisava saber o que estava
acontecendo. Depressa fez um resumo do que ouviu e esperou que ela respondesse.
— Merda. — Ela sussurrou, agarrando seus dedos com força.
— Esta também foi minha resposta.
— Você trabalha com eles... — Ela pareceu preocupada enquanto o observava. —
Talvez não seja ninguém da equipe.
— É provável que seja. Faz sentido com o acesso que tiveram para realizar tudo
isso.
— Eu sinto muito, True. Você os considera seus amigos e não quero que se sinta
ferido se um deles trair sua confiança.
— O único que está em perigo de ser ferido é o homem ou os homens
responsáveis. — Ficava irritado com o fato de alguém ter usado Jeanie pensar que
poderia ser alguém de confiança da ONE. — Nós precisamos nos vestir e você precisa
ver aqueles arquivos.
— Você acha que tentarão me levar novamente?
— É possível. Um dos homens responsáveis por tirá-la de casa está ainda solto e o
suposto agente humano ainda é desconhecido. Eles demonstraram sua capacidade para
ter acesso a Homeland. Estará bem vigiada de agora em diante, Jeanie. Eu não deixarei
você sozinha novamente. Eu sinto muito por isso.
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— Deveria ter permissão para correr sem medo de algo acontecer comigo. Não se
desculpe.
— Eu devia ter estado aqui. — Ele lamentaria esse dia sempre. Os humanos
poderiam simplesmente tê-la matado. Não mencionaria isso, era horrível o pensamento e
não saía de sua mente.
— Nós temos tempo para um banho? — Seu sorriso pareceu forçado. — Ainda
estou um pouco suada depois daquele sexo quente que tivemos.
Sua tentativa de humor falhou. Ele apreciou, mas estava muito preocupado com os
homens tentando machucá-la.
— Nós temos tempo. Disse a Jinx que estaríamos prontos em dez minutos e temos
mais dois antes de irmos.
— Certo. — Ela soltou sua mão. — Vamos então.
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