terça-feira, 4 de novembro de 2014

Capítulo 7

Capítulo Sete
Jeanie estudou seu reflexo no espelho enquanto removia ambos os roupões de
hospital. As contusões ainda arruinavam um lado de seu rosto e seu queixo, mas as cores
estavam erradas. Elas deviam estar preto e azul, não esverdeado. Um curativo cobria seu
abdômen inferior em um lado, gaze presa embaixo de uma cobertura de plástico clara.
Estava feio, mas se preocupou que o que escondia debaixo pareceria pior. Hesitou antes
de cuidadosamente puxar as extremidades, o adesivo um pouco doloroso quando puxou
de sua pele. Jogou o curativo no lixo próximo ao vaso sanitário.
O ferimento de bala não era um buraco. Era uma linha vermelha de cinco
centímetros com pontos minúsculos de grampos. Eles não se preocuparam em dar
pontos. Esfregou a ponta do dedo em cima da linha irregular estragando sua pele,
surpresa. Não tinha aberto seu casaco do laboratório para examinar o quão ruim foi ferida
quando foi baleada, mas havia muito sangue.
Algo estava errado. Lá devia estar um buraco sangrento, não uma linha de incisão
quase curada. Seus joelhos enfraqueceram e ela balançou, tendo que agarrar a pia para
manter-se na vertical. Um barulho pequeno escapou de seus lábios separados enquanto
tentou compreender como isso era possível.
— Jeanie? — A voz de True a assustou do outro lado da porta. — Você está bem?
Ela se jogou na camisa que estava em cima do balcão, agarrou-a, e puxou-a por
cima de sua cabeça. — Sim. Não. Eu não sei.
Ele abriu a porta antes de ela conseguir arrastar a camisa toda até suas coxas.
Ficou de costas em uma tentativa de manter sua modéstia. A ação rápida a deixou tonta e
quase tropeçou em seus próprios pés. Braços grandes e sólidos se envolveram ao redor
de suas costelas para segurá-la em pé e ele usou seu corpo para sustenta-la.
— Jeanie? Qual é o problema?
Ela não virou sua cabeça para olhar de volta para ele, mas ao invés disso
encontrou seu olhar no espelho. — Quanto tempo eu estive inconsciente?
— Eu não entendo. Você desmaiou?
— Não! Eu fui baleada! Eu senti a dor, vi o sangue, mas acabei de remover o
curativo. Eu estava em um coma ou algo assim?
Ele ajustou seu aperto o suficiente para girá-la para encará-lo. Notou que ele
estava sem camisa. Não podia evitar olhar para toda aquela pele bronzeada. Os
músculos bem definidos de seus braços estavam grandiosos, mas fascinantes ao mesmo
tempo.
— Respire fundo e acalme-se, — exigiu.
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— Eu acabei de ver onde fui baleada. Está quase curado. Como isto é possível?
Quando fui baleada? Quantos dias eu fiquei no hospital antes de acordar?
True mudou de posição até que seu braço enganchou no quadril dela e sua mão
livre empurrou o cabelo do rosto dela. — Você recebeu as drogas da Mercile. A mesma
coisa que eles usaram em Espécies para nos ajudar a curar rápido.
Ela estava contente que ele a segurava quando aquelas informações foram
absorvidas. — Aquelas que o FDA proibiu? — Leu sobre elas nos jornais. Uma vez que
se tornou conhecimento público que as Indústrias Mercile usavam métodos ilegais para
produzir algumas das drogas inovadoras farmacêuticas abusando de Novas Espécies,
todos os produtos que produziam sofreram uma investigação extensa. Os resultados
foram apavorantes quando acharam evidências de que testes de drogas em humanos
terminaram com fatalidades, algo que Mercile conseguiu cobrir até aquele ponto. — Elas
são perigosas, não são?
Um músculo junto a sua mandíbula saltou. — Você estava em condição crítica e os
médicos sentiram que não tinham nada a perder. Você respondeu bem à droga curativa,
mas foi tirada dela assim que estava fora de perigo.
— Quando fui baleada?
— Ontem de manhã.
— Isto é impossível. — Esticou a mão entre eles, apertando sua palma em cima do
ferimento. — Eu fiz cirurgia antes. Essa parece como de, pelo menos, duas semanas
atrás. Ainda devia estar em carne viva e precisando de pontos ou algo. Nem precisa de
um curativo. Eu...
Deu branco em sua mente, muito cheia com pensamentos contraditórios. Não
devia ser possível, mas viu a evidência. Que tipo de dano foi feito em seus órgãos
internos se as drogas tivessem falhas? Que tipo de efeitos colaterais em longo prazo tinha
sido exposta? Tentou se lembrar dos detalhes exatos de como aquelas pessoas
envolvidas nos estudos de drogas morreram, mas não conseguia.
True rosnou e se curvou, a carregando em seus braços. Não protestou quando ele
a levou para o quarto. — Dr. Harris devia ter explicado isso a você. — Suavemente a
depositou na cama e se abaixou.
Ela segurou seu olhar.
— Você está bem. A droga te ajudou a curar mais rápido. Você teria morrido sem
ela.
Um detalhe surgiu. — Algumas daquelas pobres pessoas tiveram convulsões e
infartos dos medicamentos feitos por Mercile.
— Eu não sabia que foi administrada em você até depois que estava feito. Eu
obriguei Dr. Harris a tirar você dela assim que soube dos riscos. Ainda tem um pouco em
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seu sistema, então você continuou curando. Nós a recebemos regularmente quando
somos feridos.
Ela ficou séria. — Seu povo toma de propósito as drogas de Mercile?
— Eles nos usaram para aperfeiçoar sua atuação. — Encolheu os ombros. — Elas
funcionam bem em Espécies, mas aparentemente são muito fortes para humanos.
Ela tocou em sua bochecha. — Eu estou curando em uma frequência acelerada.
— Sim. Agora você curará normalmente depois de elas deixarem completamente
seu sistema. — Ele esticou e pegou sua mão, suavemente segurando-a. — É por isso
que você precisa ir com calma e ter bastante descanso. Não se preocupe com nada
agora. A tensão é ruim para sua recuperação.
Não conseguiu prevenir a risada amarga. — Certo. Não ficar estressada. Eu acabei
de descobrir que tenho trabalhado para algum imbecil que me usou para ferrar com a
ONE e fui quase mandada para a prisão. Eu sou considerada uma pessoa ruim pelos
caras da sua força tarefa, mas tudo que quis fazer foi salvar pessoas. — A realidade de
sua situação surgiu. — Você nem tem certeza se pode confiar em mim. — Ela inclinou a
cabeça, sem querer que a visse piscar as lágrimas. Estava envergonhada de parecer tão
fraca, afinal de contas ele sobreviveu durante sua vida.
— Jeanie.
O modo como ele disse seu nome tão sensual, a voz rouca chamou sua atenção.
Ele largou sua mão e se levantou. Ela se perguntou se ele estava enojado por suas
lágrimas. Ele fez o inesperado, entretanto sentando na extremidade da cama e se
debruçou de lado o suficiente para colocar uma mão no outro lado do seu quadril. Fechou
o espaço entre eles até que seus rostos estavam centímetros separados.
Esqueceu como respirar. Não havia nenhuma corrente segurando seus braços
acima de sua cabeça agora, nada o impediria de fazer qualquer coisa que quisesse. Ele a
cheirou enquanto se debruçava, aparentemente interessado em seu pescoço enquanto
seu nariz esfregava-o. Ela ficou imóvel, insegura por quais eram suas intenções.
— True? — Sussurrou, dando uma respiração profunda.
Ele recuou um pouco para olhar em seus olhos. — Você não está excitada. Eu
costumava cheirar isso em você quando nós estávamos assim tão perto.
Jeanie engoliu, atordoada. Suas bochechas esquentaram. — O quê? — Realmente
esperou ter desmaiado e entrado em um pesadelo. Acorde! Nada mudou enquanto ele
piscava, os olhos marrons atraentes dele revelavam manchas mais escuras próximas de
suas pupilas enquanto olhava profundamente para eles.
— Eu pensei muito sobre nossas interações no passado e se você ainda reagiria
do mesmo modo agora que não estou mais preso.
Ela não tinha nenhuma palavra.
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— Eu não estava certo se você estava sob controle ou se era o meu corpo que
achava atraente.
— Eu... — Engoliu novamente. — Controle? Eu não entendo. — Não queria
conversar sobre seu corpo. Estava metade nu e muito perto dela.
— Alguns humanos parecem excitados sexualmente quando têm domínio físico
sobre outra pessoa. Você podia fazer qualquer coisa comigo sem consequências. Era por
isso que você estava excitada?
— Eu odiava que você estava acorrentado. Nem um dia passou sem que eu não
desejasse que você estivesse fora delas. — Isso foi honesto.
Ele franziu a testa. Ela olhou para seu peito largo, nos músculos perfeitamente
definidos do seu peitoral, na cor rosa escuro das auréolas dos seus mamilos. Eles eram
levemente duros, os centros frisados. Ela engoliu com força, incapaz de não olhar para
baixo, para seu abdômen de tanquinho que quase implorava para ser tocado. Depressa
olhou para cima, mas seu rubor intensificou quando percebeu que ele a pegou
examinando-o.
— Era meu corpo que estava causando aquela reação em você?
Desviou o olhar e desejou que um buraco abrisse debaixo dela assim poderia
desaparecer. Ele a tinha presa em sua cama entre uma mão ao lado de seu quadril, outra
na cabeceira atrás dela, e seu corpo bloqueava a saída pelo lado.
— Jeanie?
O grunhido profundo a assustou e voltou o olhar para olhar em seu rosto. Ele
parecia um pouco bravo. — O que?
— Eu quero respostas e você é a única que pode dá-las a mim. Não jogue jogos
humanos. Seja direta. Por que eu sentia cheiro de excitação em você quando estávamos
perto um do outro?
O desejo de tocá-lo se tornou tão forte que fechou a mão para se impedir de
completar a ação. Tantas coisas horríveis foram feitas a ele em sua vida que imaginou
que merecia respostas para qualquer pergunta que fizesse. Ainda que elas acabem sendo
desconfortáveis e embaraçosas para ela.
— Eu não machucarei você.
— Eu acredito nisso. É só que eu não esperava esta conversa. — Enrolou,
sentindo um pedaço minúsculo de culpa. — Não é um tópico fácil, sabe?
— Responda-me, — exigiu, suavizando seu tom.
— Eu sempre estive atraída por você, — admitiu, baixando o olhar para seu
pescoço. Isso fez com que admitir seus segredos fosse um pouco mais fácil. — Nós não
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podíamos passar muito tempo juntos, mas apenas senti esta atração em direção à você.
Não fez muito sentido, mas é como senti.
— Você queria que eu tocasse em você?
Assentiu a cabeça, baixando seu queixo, mas mudou sua cabeça do lugar já que a
fez olhar fixamente para seus mamilos. — Sim.
— Você sentiu a mesma atração com outros machos Espécies?
— Não! Era só você. — Ergueu sua cabeça, segurando seu olhar.
— Por que eu? Preciso saber.
— Oh inferno. — Estava envergonhada. — Você realmente quer discutir isto?
— Eu quero.
— Eu apenas gostei de você. Você é atraente, True. Você não me assustou
rosnando ou mordendo quando tinha que coletar seu sangue. Apenas gostei de você.
— Mas você não gosta mais? Eu não estou assustando você. Eu não sinto o cheiro
de medo.
— Oh nossa. — Fechou seus olhos, percebendo que ele não iria sair do assunto
até que ela completamente se humilhasse para satisfazer sua curiosidade. Estava certa
que ele não entendia o quão difícil era para ela estar atraída por um homem que tem
estado naquela situação de pesadelo. Isso só parecia algo tão errado, um pouco perverso
até.
— Jeanie?
Ele perdeu a paciência, tirando pelo seu grunhido irritado. Abriu seus olhos para
olhar para ele triste. — O que você quer de mim, 710? Uma desculpa? Eu me bati tantas
vezes que não é engraçado. Estou completamente envergonhada de mim mesma por
como respondi a você.
Ele recuou, sua boca apertada em uma linha firme. — Meu nome é True.
— Desculpe. Estou só acostumada a pensar em você por um número.
— Você se sente envergonha por ter ficado atraída por mim? — Sua voz
aprofundou e pareceu bravo. — Por um animal?
— Você não é isto. — Parou e suavemente colocou sua mão na frente de seu peito
entre seus mamilos, para evitar toca-los. Ele era realmente quente, sua pele sedosa com
uma massa sólida de músculo por trás. Levou toda sua força de vontade só para deixa-la
lá em vez de explorar mais dele. Adoraria surfar sua palma por cima das ondas dos
músculos abdominais salientes na superfície plana de seu estômago.
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— Você foi trancado dentro daquele lugar infernal e estava errado em tantos níveis
estar atraída por você lá. Não por causa de sua genética, mas porque você foi vitimado o
suficiente.
Seu olhar estreitou. — Eu não sinto mais o cheiro de excitação em você. Por que
isso?
Ele aparentemente achou, de alguma maneira, insultante que ela não mostrava
quaisquer sinais físicos que ainda o achava sensual. Seu corpo tenso relaxou enquanto
dava algumas respirações para se acalmar. Tanto quanto o via como uma pessoa, havia
diferenças importantes entre Espécies e humanos. Precisava se lembrar disso se
deixasse sua guarda abaixar. Qualquer vergonha causada por permitir a ele saber como a
afetava diminuiu em comparação a fazê-lo se sentir como se ela o visualizasse como
menos que qualquer coisa puramente notável.
Respirou pelo seu nariz, amando o cheirou dele. Estudou seus lábios firmes. Eram
generosamente cheios, uma característica dos Espécies com a qual fantasiava
frequentemente. Só em pensar em como seria esfregar sua boca contra a dele fez sua
barriga tremer e seus mamilos endurecerem. Examinou seus olhos depois. Aquela
sombra marrom se tornou sua cor favorita depois de conhecê-lo. Tudo sobre ele era
fascinante.
Suas narinas alargaram e estudou seu nariz. Era mais largo que o dos humanos,
um pouco achatado, e combinava perfeitamente com seus outros traços. Rugas leves
ondulavam os lados de cima à medida que ele cheirava, uma visão atraente. Ele tinha
maçãs do rosto fortes, um queixo quadrado, e tudo sobre ele parecia tão masculino
quanto um homem podia ser, em sua opinião. Não havia nada juvenil sobre aquele rosto.
Para rotula-lo como bonito pareceu uma indicação incompleta. Algumas pessoas
pensavam que Novas Espécies pareciam muitos severos, mas não concordou.
— Eu tenho tentado lutar contra como me sinto quando você está perto de mim,
True. — Ficou orgulhosa por dizer seu novo nome. Era algo que teria que se manter
repetindo dentro de sua cabeça assim não iria acidentalmente chama-lo de 710. — Eu
não estou agora. Como é o meu cheiro?
O grunhido baixo que ressoou dele e as vibrações leves debaixo de sua mão eram
sensuais, mas um pouco assustadores ao mesmo tempo. Não tinha certeza se foi
causado por raiva, mas depressa desistiu disso quando ele se debruçou mais perto. Não
enxergou isso em seus olhos enquanto os estudava, mas o que quer que ele sinta parecia
bem intenso.
Jeanie perguntou-se se ele a beijaria. Ele inclinou sua cabeça para um lado e
cheirou seu pescoço ao invés disso. Arrepios, do bom tipo, apareceram inesperadamente
por cima de seus braços enquanto sua respiração morna provocava a pele sensível
debaixo de sua orelha. Um especial de TV que assistiu em um canal a cabo surgiu em
sua mente. Afastou seu rosto para dar a ele acesso livre à sua garganta para reconhecer
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seu domínio, do jeito que ela viu os lobos fazerem. Ele podia morder, suas afiadas presas
caninas eram uma ameaça real se planejasse tirar sangue.
True exibia algumas características em Drackwood que lembravam o lobo do
programa sobre comportamento animal. A gentileza de seus movimentos era semelhante
àquelas criaturas orgulhosas, tendia a grunhir e rosnar para expressar seus sentimentos,
e via tudo ao seu redor com uma cautela aguda. Ele poderia ser humano, mas seria uma
boba em esquecer sua outra herança. Jeanie deu a ele sua confiança absoluta liberando
todo o medo.
Ele não vai me machucar. Ele poderia ter feito isso quando estávamos dentro de
sua cela, mas nunca fez. Relaxe. Respire. Deus, ele acabou de me lamber?
A língua molhada, quente acendeu sua pele tão rápido que não estava certa se
realmente aconteceu. Outro grunhido baixo soou dele. Queria olhá-lo, ver sua expressão,
mas não queria que ele parasse o que quer que fosse que estivesse fazendo. Seu dedo
polegar moveu, acariciando sua pele sedosa. Ele apertou seu peito mais firmemente
contra sua mão, parecendo encoraja-la a continuar. Ela com coragem aproximou sua
palma mais para o alto e o seu dedo polegar fez contato com seu mamilo tenso enquanto
esfregava a ponta em cima. Hesitou quando ele deu uma respiração profunda.
— Jeanie.
Sua respiração aumentou no quão rouca a voz dele soou. — Sim? — Mal
conseguiu sussurrar.
— Vá se trancar no banheiro.
Essa era a última coisa que esperava que ele dissesse com eles quase apertados
um contra o outro em sua cama enquanto sentava. Ele não se moveu, não removeu os
braços de ambos os seus lados, mantendo seu preso entre o corpo dela e a cabeceira.
Sua frequência cardíaca aumentou, mas não tinha medo. Ele querendo pôr uma porta
entre eles indicava que ela estava em algum tipo de perigo, mas não acreditava nisto.
— Por quê?
A ponta de seu nariz esfregou sua garganta. — Vá.
Ela teria que empurrar para trás contra a cabeceira e se contorcer para longe dele
pela abertura entre sua mão no colchão próxima à sua coxa e o topo da cama para
realizar aquele feito.
— True? Por quê?
Ele lentamente ergueu sua cabeça e ela encontrou seu olhar. Os olhos marrons
pareciam mais escuros, mas poderia ter sido porque suas pupilas estavam maiores que o
normal. — Eu quero você.
Seus lábios se separaram, mas nenhuma palavra saiu. Não ficou exatamente
surpresa por aquele anúncio depois da conversa que tiveram. Explicava por que ficou tão
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inflexível em descobrir o porquê respondeu a ele do modo como respondeu no passado.
Ele só admitiu que a atração era mútua. Isto é uma coisa boa, certo? Uma olhada em sua
expressão severa criou dúvidas. Lutou para achar o jeito certo de perguntar a ele o que
estava errado em estar atraído para ela.
— Eu te pegarei se você não se afastar de mim agora mesmo.
Pegará para que? Oh! Ele quer dizer sexo. Ele me pegará como em… merda! Ele
está falando sério. As imagens dele debruçando nela e a empurrando deitada encheu
seus pensamentos. Não a deixou em um pânico para cair fora. Queria True pelo o que
pareceu a eternidade. Ele estava ali na frente dela, lamentou perdê-lo depois que foi
libertado de Drackwood, certa que nunca o veria novamente. Muitas noites a sós e
sonhando com ele a deixaram com uma tonelada de remorsos. Teria dado muito só para
ter tido cinco minutos sozinha com ele.
Nós estamos em seu quarto. Nenhuma câmera. Nenhum guarda para correr para
dentro deste quarto e machucar qualquer um de nós por quebrarmos quaisquer regras
agora. Não havia nenhuma regra. A única coisa que a impedia de pedi-lo para beija-la era
o próximo pensamento que surgiu em sua cabeça. Isto só vai ser sexo para ele e nada
mais.
Ele abruptamente rolou para fora da cama, pondo espaço entre eles. Encarou a
parede da porta, suas mãos fechadas aos seus lados. — Entre no banheiro. Tome um
banho. Você precisa lavar esse cheiro agora mesmo.
Ela não se moveu. Ele rosnou as palavras, mas entendeu cada uma. Uma parte
dela queria correr para o banheiro e fechar a porta do jeito que ele sugeriu. Seria mais
esperto e mais seguro onde seu coração estava envolvido, se nunca conhecesse seu
toque. Eu não posso sentir falta do que nunca tive, seu lado lógico declarou. Claro, isto é
besteira, a outra parte dela protestou. Só lamentarei mais se adicionar à uma lista longa
perder esta oportunidade.
Seus dedos dobraram. — Você me ouviu? Caia fora, Jeanie.
Ela se moveu, ficando de joelhos. O colchão era grande e um pouco mais firme do
que ela gostava, mas era a cama dele. — True?
Ele virou sua cabeça em sua direção. Era impossível ignorar o modo como seus
lábios separaram e aqueles caninos afiados estavam revelados em um grunhido mudo.
Parecia irritado, mas o instinto a assegurou que essa não era a emoção por trás de sua
posição de combate. Frustração também podia fazer qualquer homem querer esmurrar
buracos em uma parede.
É isso aí. Sem recuar uma vez que você abriu a boca. Fale agora ou odeie a si
mesma mais tarde por ser uma covarde que amarelou em fazer a coisa que mais queria.
Eu sempre disse que pagaria qualquer preço para conseguir ficar com ele pelo menos
uma vez. — Venha aqui. — Ergueu sua mão, ignorou a tremedeira um pouco, e a esticou
em direção a ele.
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Ele lentamente girou e deu um passo mais para perto, depois outro, como se fosse
para ela por algum impulso magnético que ele não podia negar. Olhou para cima e para
baixo em seu corpo à medida que ele se aproximava. True era um homem grande em
altura e músculos volumosos. Um pouco de incerteza atingiu quando considerou que
sabia muito pouco sobre como os Novas Espécies realmente faziam sexo. Alguns dos
empregados com quem trabalhava insinuou que os machos pegavam as fêmeas estilo
cachorrinho e eram grosseiros. Ele tinha partes humanas, entretanto, provavelmente
maiores que a média também. Ele teria de ser cuidadoso ou poderia quebra-la.
True se aproximou de Jeanie com receio. Ela não entendia que ele estava muito
perto de perder seu controle e ela estava concordando em compartilhar sexo. Suou
inesperadamente na probabilidade de realmente despi-la e coloca-la embaixo dele.
Pausou, estudando-a ajoelhada no meio da sua cama. Ela parecia tão humana e
pequena. Frágil.
Ela fez um som estranho e moveu seu foco para seu rosto. Notou o modo como
seus lábios curvaram para cima nos cantos. Era um sinal de diversão.
— O que é engraçado?
— Nada. — Falou muito suavemente que teve que se esticar para ter certeza que a
ouviu corretamente.
Ele não acreditou nela. — Você sorriu. Por quê?
— Hum…— Ela lambeu seus lábios. — Apenas percebi que você realmente pode
fazer o que a maioria dos homens só fala.
— Eu não entendo.
Sua expressão ficou séria. — Não é nada. Venha aqui. — Ela mexeu seus dedos,
implicando que ele deveria apertar sua mão.
Ele não se moveu. — O que eu posso fazer que os outros machos só falam?
Jeanie mordeu seu lábio inferior. — Não importa.
— Não jogue jogos humanos. — Frustrava-o que ela sempre evitava suas
perguntas ou as rejeitava. Uma fêmea Espécie não faria isso.
— Você pode me quebrar.
Não viu medo em seus olhos ou cheirou isso quando cheirou o ar. O cheiro muito
doce dela mudou para algo mais tentador. Não importava o quão poderoso um macho
era, poderia cair de joelhos pelo cheiro de excitação forte pulsando de uma fêmea,
especialmente uma que True queria tanto quanto queria Jeanie. Seu olhar baixou para a
parte inferior da camisa que ela pegou emprestado. Escondia a visão de suas pernas.
Aquela barreira fina era a única razão de não estar se jogando nela e colocando sua boca
entre suas coxas para descobrir se ela saboreava tão bem quanto cheirava. Seu
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sentimento protetor por ela também o segurava no lugar. Ela acabou de declarar que
estava preocupada que ele a causaria dano.
— Eu não machucarei você. — Não conseguiu esconder o insulto por sua palavra
ser questionada. Tudo dentro dele parecia ligado para protegê-la, mas se recusou a
revelar a fraqueza. — Eu prometi que não iria.
Sua mão estendida caiu para pousar em cima de sua barriga. — Não é isso que
quis dizer.
— Você acredita que quebrarei seu pescoço ou costas. — Prendeu a respiração
em sentir sua mão em sua pele nua. — Quebrar alguém implica isto.
— Não. — Suas bochechas ficaram rosadas. — Não neste caso. É uma citação
humana. — Falou em palavras apressadas. — Os homens se gabam sobre poderem
quebrar uma mulher quando fazem sexo. Não é, hum, sobre realmente quebrar qualquer
coisa nelas. Oh inferno. Por favor, esqueça que disse qualquer coisa. Era uma piada ruim,
mas estou nervosa. Eu tendo a tagarelar quando fico assim.
Sua irritação enfraqueceu. — Por quê?
— Eu não sei. Eu sempre fiz isso.
Deu outro passo mais para perto, sendo mais claro com sua pergunta. — Por que
você está em minha cama se está insegura sobre desejar ser tocada?
— Eu quero você. — Mastigou seu lábio inferior novamente.
O gesto era algo que notou que ela fez algumas vezes e mentalmente tomou nota.
Era uma maneira de ler suas emoções quando ela se sentia incerta de uma situação.
— Não estou seguro disso. — Odiou admitir isto. A essa altura estava disposto a
deixar passar quase qualquer coisa para aliviar a dor em sua virilha. Seu pênis estava
apertado e preso em uma posição desajeitada dentro de suas calças. Antes desse
momento, teria apenas pego a fêmea antes de ela falar, mas Jeanie era diferente. Ela não
sabia disso, uma vez que ele começasse nada o impediria de possuí-la em todos os
sentidos possíveis. Ele era obstinado, mas não quando se tratava dela.
Seu desejo por ela o sobrecarregava, causando uma dose de medo o percorrendo.
Seus instintos assumiriam o comando no primeiro sabor. Lutou contra a névoa de luxúria,
lembrando a si mesmo o que aconteceria se não conseguisse parar se ela pedisse.
Surpreendentemente, a demanda principal para protegê-la de qualquer coisa, até dele
mesmo, ajudou a enfadonha necessidade de se ataca-la.
— Eu nunca fiz isto antes. É por isso que estou nervosa, mas quero você, True. Eu
juro.
— Você nunca compartilhou sexo? — Ele tropeçou para trás em horror, quase
tropeçando em seus próprios pés. Isso explicaria como ela tinha tanta certeza que seu
corpo não tinha sido usado em reais experiências de procriação. Ela disse que não
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namorava por muito tempo antes de receber a droga. Os humanos não eram tão diretos
sobre sexualidade como os Espécies. Disseram a ele que causava dor da primeira vez
que um macho a montava. Jeanie sangraria e provavelmente derramaria muitas lágrimas.
Seu pênis suavizou. Não podia fazer isso com ela. Não iria.
— Eu fiz sexo. — Seu olhar caiu.
— Você está mentindo.
Ela olhou de volta para ele. — Eu não sou virgem. Eu quis dizer que nunca estive
nesta situação antes. — Esticou a mão para ele novamente. — Mas quero estar porque
estou com você.
True sabia que deveria recuar e deixar o quarto. Os dois compartilhando sexo era
uma ideia ruim. Apenas não conseguia resistir. Seus pés não se moveram, mas ao invés
disso chegou mais perto. — É porque sou Espécie, — pensou.
— Não. Isso não importa para mim. Eu nunca fiz sexo com um cara a menos que
nós tenhamos uma relação longa primeiro. Sabe, vários encontros e passar alguns meses
conhecendo tudo sobre um ao outro primeiro.
Perguntas sem respostas o bombardearam. Por que ela faria uma exceção para
ele se precisava passar esse tempo todo com um macho antes de compartilhar sexo? Era
um requisito humano? Decidiu esperar em descobrir esse mistério. Jeanie estava disposta
e em sua cama. Isso era o ponto final.
Ele parou na extremidade da cama e suavemente pegou sua mão oferecida. Ela
era suave e delicada. Seu cheiro encheu seu nariz, deixando-o duro de novo. Não queria
mais conversar, mas precisavam trocar mais algumas palavras. Ele forçou a si mesmo a
falar enquanto olhava profundamente em seus olhos.
— Eu não faço os barulhos que os humanos fazem, mas serei gentil e irei devagar.
— Já sabia que iria ser a coisa mais difícil que um dia fez. Era difícil usar a cabeça em
seus ombros quando a cabeça mais baixa exigia liberdade de suas calças, mas era
importante Jeanie não ficar assustada pelo inesperado. — Eu até te montarei cara a cara.
Eu sei que humanos apreciam contato visual. Eu vi alguns vídeos com humanos
compartilhando sexo e tentarei fazer o que eles fariam.
Jeanie alcançou em cima com sua mão livre e agarrou seu ombro. Ela o usou para
se levantar e ficar em pé em sua cama. True ergueu seu queixo para continuar
examinando seus olhos. Ela puxou lentamente suas mãos unidas e ele a largou.
A sensação de seus dedos acariciando ambos os lados de seu maxilar era o
paraíso quando ela fez isto. Seu toque era como uma pluma e hesitante, mas pareceu
maravilhoso. Ela se debruçou para mais perto, seu foco em seus lábios. — Agora é você
que está tagarelando de nervoso. Eu não tenho medo e sei exatamente o que você é,
True. Esqueça o que quer que você tenha visto humanos fazerem em vídeos. Odeio
aquelas coisas e eles raramente mostram qualquer coisa que eu quereria que fizessem
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comigo. Não me importarei de você for mais gentil que o normal, entretanto. Você é
realmente forte e já tenho contusões o suficiente.
A lembrança que ela foi baleada quebrou o que restava de seu limite. Ela podia ter
morrido e ele nunca poderia tocá-la do jeito que sempre queria. Rosnou, envolveu seus
braços ao redor das costas dela com cuidado, e arrastou-a mais para perto. Seus seios
esmagados contra seu tórax não era nem de perto o suficiente com a camisa de algodão
o bloqueando do contato pele com pele. Ele a ergueu, afastou-se da cama até que ela
não estava mais em pé em cima dela, e lentamente a baixou até que seus pés tocaram o
chão.
Ela lhe deu permissão para ignorar tudo que aprendeu sobre sexo humano.
Planejou beijar sua boca, mas esses não eram os lábios que ele mais queria saborear.
Decidiu que isso seria mais tarde. Debruçou-se adiante, cuidadoso com o ferimento em
seu estômago quando empurrou contra sua costela. O gentil empurrão foi o suficiente
para deixá-la desequilibrada quando suas coxas entraram em contato com a borda do
colchão. Ela deitou de costas. A cama macia a amorteceu.
True envolveu seus dedos ao redor dos seus joelhos, separando-os no mesmo
tempo que ergueu suas pernas alto o suficiente para estar na posição que queria. A
camisa amontoou em sua barriga, expondo-a completamente da cintura para baixo,
dando a ele uma visão clara de seu sexo, o qual tinha fantasiado.
A tira pequena de cabelo corria ao longo do topo de seu monte e pelos lados de
seus lábios, formando um padrão, era intrigante. Ela removeu a maior parte do outro pelo,
não que ele se importasse em perguntar como tinha sido feito, no momento. Leu que
alguns humanos usavam giletes, enquanto alguns usavam ceras para remover o cabelo e
pelo não desejados.
Empurrou mais suas coxas separadamente apesar de ver que ela estava tensa,
mas não lutou ou protestou. Olhou até acha-la olhando para ele com olhos arregalados,
seus lábios separados. Sorriu, sabendo que a surpreendeu. Retornou para seu foco, sua
vagina.
Ela parecia pequena naquela área. Uma parte dele esperava que ela fosse maior
de alguma maneira, mas a entrada de seu sexo não parecia como se acomodasse a
espessura de seu pênis. Estudou sua anatomia, sabendo que fêmeas eram projetadas
para esticar ao redor dos machos, mas pareceu duvidoso que ela poderia.
— True?
Ela soou um pouco assustada. Ele podia se relacionar já que apareceu
inesperadamente um suor frio de ansiedade do medo de machuca-la ou apenas não
caber dentro dela quando chegasse a hora de montar Jeanie. Curvou-se adiante para
distraí-la. Ela estava um pouco molhada, a prova de sua excitação não só provocando
seu nariz, como seu pênis também.
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Humanos gostam de palavras. Mordeu de volta um grunhido, frustrou-se que quase
esqueceu essa parte. Salivou para ter sua boca enterrada entre suas coxas para cobrir
sua língua com o gosto de Jeanie, mas suas necessidades sentimentais tinham de ser
conhecidas. Forçou seu olhar para cima até achar o dela.
— Você é tão bonita para mim. Tão delicada e um cor-de-rosa tão sensual, —
disse, surpreendido em quanto quis dizer as palavras uma vez que foram ditas. — Seu
cheiro me deixa tão duro.
Interiormente estremeceu com seu tom cru, mas não podia evitar. Era um milagre
que ele pudesse sequer pensar em manter um fragmento de humanidade quando seus
instintos o persuadiam que a lambesse até que ela gritasse seu nome depois que a
forçasse a gozar tão rápido quanto possível. O resultado deixaria sua vagina molhada e
preparada para ele vira-la, curva-la no colchão, e monta-la. Só imaginando o que sentiria
enquanto esfregava a coroa de seu pênis contra sua vagina quente e molhada era o
suficiente para fazê-lo querer rasgar a frente de suas calças em vez de se incomodar em
desabotoa-la.
— Você está bem? — Sua voz tremeu e viu um flash de incerteza em seus olhos.
Não queria alarmá-la compartilhando o quão perto sentia de perder seu juízo.
Nunca quis tanto uma fêmea em sua vida. Poderia ter querido quando lhe deram drogas
de procriação, mas essa não era a causa do que estava acontecendo com ele agora.
Jeanie naturalmente parecia afetá-lo em uma maneira semelhante.
— Eu quero você tanto que dói, — confessou enquanto lutava para falar em uma
voz mais tranquila. — Apenas relaxe e farei você se sentir bem.
— Eu confio em você.
Aquelas três palavras, ditas com pura convicção, deixou-o humilde. Seus olhos
bonitos olharam de volta para ele com sinceridade. Ele esperou um momento, achou a
força interna para batalhar seus impulsos, e focou em sua vagina novamente. Ela era tão
atraente que não cansava de olhar para ela. Lentamente curvou por cima dela, usando
seu domínio sobre as pernas dela para empurra-la da borda em direção ao centro do
colchão. O corpo dela facilmente deslizou pelos lençóis até que seu quadril apertou contra
o lado da cama.
Ele abriu a boca e lambeu os lábios dela. Sua língua batia no clitóris dela e seu
gosto doce e viciante enfraqueceu toda a determinação dele. Lacrou seus lábios em torno
do feixe de nervos, apertou seu rosto contra ela firmemente, e chupou.
Jeanie gemeu e do jeito que o quadril dela contraiu o assegurou que ele achou o
lugar certo. Ele achatou sua língua bem onde precisava, aplicou pressão e largou seus
joelhos. Envolveu seus dedos ao redor de suas coxas internas, segurou-a no lugar assim
ela não podia mexer o suficiente para quebrar a conexão. Ela era dele para dar prazer e
teria certeza que ela o queria tanto quanto a queria.
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