domingo, 2 de novembro de 2014

Capítulo 015

Capítulo Quinze 
Joy teve dificuldade em abrir os olhos. Sua língua pareceu inchada e era difícil de acordar. Tentou rolar, mas uma mão grande apertou contra seu tórax para segurá-la no lugar. Conseguiu finalmente empurrar a névoa e ver uma luz escura acima dela. Uma forma imprecisa bloqueou de repente. Piscou e olhou fixamente para bonitos olhos escuros.
Sobreviveu a ser baleada por Douglas. O lado profissional dela se perguntou o que aconteceu com ele, mas não era ingênua o suficiente para questionar Moon sobre seu destino. Foi um milagre que convenceu um Espécie de não matar alguém que atacou com mortal intenção. Isso só mostrou o quanto Novas Espécies evoluirão desde sua libertação. Aprenderam a anular seus temperamentos usando razão em vez de agir com impulso puro.
— Joy — Moon murmurou. — Você ficará bem. Eles disseram que a bala atravessou seu braço, mas você perdeu muito sangue. Errou o osso. — Sua voz ficou rouca. — O doutor disse que você teve sorte, mas eu discordo. Você foi baleada. Sorte teria sido se o bastardo errasse completamente.
Não havia nenhuma dor, mas atribuiu que eram bons analgésicos quando o que ele disse a atingiu como histericamente engraçado. Ela riu.
Moon fez uma careta.
— O que é engraçado?
— Você.
— Você foi baleada. Você entende isto?
— Sim. Eu lembro. — Tentou ser séria, mas sua expressão lembrou a ela de um peixe surpreso. Riu novamente. — Você é tão fofo.
Seu queixo empurrou para cima e ele rosnou enquanto olhava para algo.
— O que está de errado com ela? 161

— Ela está mais drogada que um viciado em drogas. — a voz de um macho respondeu. — Eles deram a ela a porcaria boa. É normal. Ela ficará drogada durante algum tempo. Minha esposa riu como um lunático quando quebrou a perna e eles deram a ela uma injeção para dor depois que ela saiu da cirurgia. Você teria pensado que ela estava bêbada.
Joy girou sua cabeça para olhar para o policial debruçado contra a parede próximo a sua cama. Piscou. Imaginou que ele estivesse lá para pegar seu depoimento. Isso não pareceu tão engraçado. Pobre Douglas. Ele poderia estar além de ajuda. Sentiu-se culpada por não perceber o quão instável ficou. Acreditou realmente que ele estava começando a se tornar um individuo mais ajustado. Moon tirou seu cabelo da bochecha e olhou para ele.
Moon debruçou mais perto olhando em seus olhos.
— Estou contente que você está parecendo boa o suficiente para achar humor em algo. Eu não consigo.
Estendeu a mão e segurou seu rosto. Percebeu que seus dedos deviam estar frios contra sua pele muito morna. Esperou que ele não se importasse.
— Sua aparência está péssima. — Seu cabelo estava bagunçado, como se ele não o penteasse a algum tempo e o branco dos seus olhos estavam um pouco vermelhos. — O que você está fazendo aqui?
— Você acha que eu permitiria que eles te levassem sem eu ir para o hospital com você? Eu não deixei seu lado.
Não duvidou disto. Moon era sincero e protetor das mulheres. Duas das muitas características que admirava nele.
— Eu quis dizer aqui. Por que você deixou Homeland?
— Você me deixou novamente, mas desta vez eu não era incapaz de fazer algo sobre isto. Eu sei como ler um mapa e procurar seu endereço.
Ele veio encontrá-la. Ele estava tão bravo que precisava gritar com ela porque partiu ou ele se importava o suficiente para ir atrás dela.
— Eu fui para casa empacotar minhas roupas. Eu ia voltar. Nem tinha um número de telefone para ligar para você. Você não leu o bilhete?
— Que bilhete?
— Eu deixei grudado na porta no caso de você voltar hoje à noite. Não foi assim que você descobriu que eu deixei Homeland?
— Não. Eu não voltei para a acomodação humana. Você estava planejando voltar?
— Eu diria isso. Aquelas malas em sua cama eram pesadas.
Ambos os olhos viraram para o policial que falou. Ele sorriu.
— Eu deixei uma mensagem também. Estava planejando deixar uma mensagem no portão, mas havia um doutor lá que disse que ele estava a caminho da sua casa. Eu conversei com ele enquanto estavam revistando meu carro. Ele se ofereceu para transmitir minha mensagem.
— Kregkor. — Moon murmurou depois rosnou. Teve que suprimir o desejo de caçar e bater no psiquiatra. 162

Joy girou o rosto de Moon em sua direção assim ela podia ver seus olhos novamente.
— Você pensou que eu fugi de você novamente, não foi? Você veio para minha casa para gritar comigo ou me pedir para voltar com você?
Ele lambeu os lábios, hesitando.
Doeu quando ela decidiu que tinha sido raiva que o impulsionou a procurá-la.
— Entendo. Eu sei que você tem razão para não confiar em mim, mas eu fui chamada pelo meu chefe por causa de uma emergência. Eu tive que ir para meu escritório. Alguém arrombou nossos gabinetes de arquivo. Douglas admitiu ter feito isto, mas não sabíamos disto no momento.
— Por que ele fez isto? Ele disse? Por que ele estava em seu apartamento com uma arma?
Ela girou sua cabeça para responder as perguntas do policial.
— Ele é um cliente meu com problemas emocionais. Eu não posso te dizer muito mais. É uma questão de confidencialidade. Mas eu altamente recomendarei que ele fique em observação por setenta e duas horas. Estou assumindo que ele foi admitido no hospital também?
— Ele foi. Estou achando que ele é sortudo em estar vivo.
— Não foi sorte. — Moon rosnou as palavras. — Ela não queria que ele se machucasse e implorou que eu o prendesse. O bastardo está aqui, Joy. A polícia o tem no pronto socorro contido com algemas e ele está sendo observado de perto por eles. Me prometeram que seria enviado a prisão depois dos médicos terminarem o tratamento.
O policial lançou um olhar de conhecimento para Moon.
— O meliante ainda está respirando. Não estou certo do quão severamente ele está machucado, mas pareceu muito doloroso quando eu entrei na residência. O... — Pausou e agarrou o microfone preso ao seu braço. — Entendido. — Largou-o e afastou-se da parede. — A ONE chegou. Eles acabaram de aterrissar.
— Droga. — Moon murmurou.
— O que está errado? — Joy odiou o modo como se afastou do toque dela para se endireitar, saindo do alcance.
— Você me fará um favor, John? Fique com ela.
— Com certeza. Eu não deixarei seu lado até que você volte.
Moon depressa deixou o quarto e fechou a porta atrás dele. Tentou se sentar. O oficial suavemente deslizou uma mão atrás de suas costas para dar-lhe um impulso enquanto usava o controle da cama para erguer as costas para ela ter suporte.
— O que está acontecendo? — Perguntou a ele.
Sentou-se na cadeira.
— Minha suposição? É uma suposição. Eu não acho que a ONE sabia onde ele estava até que você foi ferida. Eu tenho o escutado tagarelar. — Apontou para sua orelha. — Moon veio só. Algum mandachuva de lá ligou para nossa estação depois que o telefonema para a polícia foi colocado de sua residência para exigir proteção da polícia imediata e para seu Nova Espécie. Eles estavam frenéticos para ter certeza que nós colocaríamos tantos oficiais disponíveis na cena assim que possível. 163

Ele se debruçou um pouco, abaixando sua voz.
— Nos pediram para interditar seu edifício inteiro e esvaziar todo mundo exceto você e ele porque nós fomos informados que ele estava em perigo sem uma escolta. Se eles tivessem certeza que ele estava seguro não teriam o deixado ir para qualquer lugar sem segurança adequada em primeiro lugar, certo? Levou quase uma hora para eles chegarem.
A mente de Joy ainda estava um pouco lenta das drogas, mas estava entendendo rápido.
— Uma hora?
— Sim. — Olhou em seu relógio. — Eles voaram até aqui de helicóptero. Estou presumindo que levou tanto tempo para juntar uma equipe e colocá-los no ar. Eu servi seis anos no exército. Você adiciona a distância daqui a Homeland, o tempo que leva para aquecer as lâminas, esta é uma resposta rápida.
— Ele não podia sair sem permissão. Você devia ver a segurança que eles têm em Homeland. Levou quase dez minutos para eu ser processada quando saí. Eles revistam a pessoa e o carro entrando e saindo. Há guardas nas paredes e nos portões.
O oficial encolheu os ombros.
— Ele pareceu feliz por você sair e encontrá-los? Ele arrebentou seu atirador, mas isso era autodefesa. A ONE terá algo contra isto?
— Não.
— Eu desisto. — Debruçou-se para trás. — Também notei que vocês dois parecem tensos um com o outro. Eu escutei o suficiente para juntar algo. Você partiu e ele pensou que você não estava voltando. Vocês são obviamente um par.
Não disse nada. Não era da conta dele e não queria que sua relação com Moon se tornasse uma história no noticiário da noite se ele repetisse qualquer coisa para os repórteres.
— Seja qual for o argumento que você tiver, seja qual for o motivo, aquele sujeito é louco por você. Eu estou no trabalho por doze anos e vi muita merda. Desculpe meu linguajar. Ele parece bem durão, mas perdeu o juízo quando você desmaiou. Talvez ele não fale o suficiente do jeito que você quer que ele fale ou não mostre seus sentimentos facilmente. — Pausou. — Mas uma coisa ele não podia esconder, que era o quanto você significa para ele, entendeu? Dê a ele um tempo sem arrancar suas bolas se tiverem uma discussão. Ele quase fez o pessoal daqui urinar nas calças porque ameaçou jogá-los para longe se tentassem fazê-lo deixar seu lado quando estavam costurando seu braço. Te colocaram pra dentro e para fora da sala de trauma tão rápido porque tiveram medo dele entender mal qualquer atraso em não te dar o melhor cuidado possível. Ele exigiu isto.
— Obrigado por me dizer isto. Eu não me lembro de muito depois que fui baleada. — Olhou para o curativo branco espesso em seu braço. — Acho que desmaiei.
— Vai ficar fraca por alguns dias e o médico sugeriu que tente ter bastante descanso e fluídos. Eles querem te manter durante a noite. Você também não tem permissão para se mover sem ajuda. Ele disse algo sobre tontura e possíveis desmaios. O doutor discutiu em te dar outros medicamentos além de algo para a dor, mas Moon 164

recusou permitir. — Riu. — Ele disse que os médicos da ONE podiam cuidar de você. Realmente não confia em ninguém.
— Ele não confiaria.
O policial assentiu severamente.
— Certo. Aposto que médicos e enfermeiras não são suas pessoas favoritas.
— É duro para um Espécie confiar em nós. As únicas pessoas que eles lidaram a maior parte de suas vidas eram aqueles que você algema e arrasta perante um jure.
— Compreensível.
Joy olhou para o telefone na mesa, debatendo se devia pedir ao oficial para dá-lo a ela. Devia ligar para sua família e dizer a eles que estava no hospital. Eu terei que explicar sobre Moon. Descartou a ideia. Era melhor se esperasse para ver se eles tinham um futuro antes dela envolvê-los em sua vida pessoal. Só machucaria seus sentimentos que ela o manteve em secreto por tanto tempo. Foi para proteger a privacidade de Moon, mas eles não entenderiam.
— Você quer um pouco de suco?
Forçou um sorriso.
— Eu adoraria. Obrigada.
Olhou fixamente para a porta enquanto ponderava o que estava acontecendo lá fora. Moon deixou Homeland sem permissão? Indeferiu. Não havia nenhum jeito de passar por aqueles muros de nove metros sem alguém descobrir. O 466 que conhecia teria apreciado o desafio no ato. Tinha sido quase um jogo para ele se esquivar dos guardas e explorar onde quer que ele não tivesse permissão no Setor Quatro. Tanto quanto desejava que o tempo pudesse parar para eles poderem voltar direto para o passado, as coisas mudariam muito e ele também.
Ela disse “eu amo você” para Moon. As palavras escaparam quando percebeu que poderia nunca ter a chance de dizer a ele se as coisas dessem errado. De repente se tornou importante que ele soubesse como ela se sentia. Sua reação foi uma que nunca esqueceria. Ele deu um passo para trás. Foi um movimento muito leve, mas não perdeu.
Fechou seus olhos. Vá devagar. Não o apresse. Eu nunca parei de amá-lo, mas ele provavelmente tentou muito se esquecer de mim.
Moon sabia que ele estava em profundos problemas quando Tim Oberto pisou no corredor abaixo com seis membros da equipe com todo o equipamento em formação atrás dele. O macho não escondeu seu aborrecimento.
— Moon.
— Oi, Tim.
Pegou o olhar de Trey. O macho não mostrou quaisquer sinais de seu humor normal. Seus lábios puxaram em uma linha horrenda quando olhou fixamente para as costas do líder da força tarefa.
— Onde está Harley? — Moon estava bem certo que ele pediu por ele, mas os detalhes estavam um pouco vagos desde que ele estava tão estressado no momento.
— Ele foi ordenado a ficar dentro do helicóptero, longe da vista. Não quisemos chamar mais atenção do que necessária. Há quatro equipes de notícias acampadas na recepção. — O tom de Tim implicou seu desgosto. 165

Moon abafou um gemido.
— Vamos sair antes que fique pior. Todo minuto aqui trará mais deles. Você vai direto para o escritório de Justice quando aterrissarmos. — Tim empurrou sua cabeça para indicar que Moon devia caminhar primeiro. — Naquele caminho.
— Eu não vou sair sem Joy.
As feições de Tim ficaram avermelhadas e sua voz abaixou enquanto olhava ao redor para ter certeza que eles não podiam ser escutados.
— A ordem é você retornar imediatamente a Homeland.
Moon rosnou e deu um passo para trás. Ele lutaria com qualquer um que tentasse impedi-lo de retornar ao quarto dela, se ousassem.
— Não sem Joy.
Trey se aproximou de Tim.
— Nós não queremos deixar a Dra. Yards aqui. Os repórteres estarão por toda parte dela se nós a deixarmos. Eles tentarão passar pela segurança e você sabe que eles são muito mais negligentes sobre as coisas que nós. Merda, tudo o que eles têm de fazer é colocar uma calça jeans com uma camiseta, parar na loja de presente para pegar flores e um ursinho, e eles podem caminhar direito para o quarto dela antes de alguém estar ciente.
— Ela não é meu problema. Ele é. — Tim apontou para Moon.
Trey suspirou. — Pense Tim. Eu sei que estamos todos aborrecidos depois de sermos retirados da cama para voar até aqui. Ela é importante o suficiente para Moon deixar Homeland para percorrer todo esse caminho para vê-la. Ela também está machucada. Como você acha que ele vai reagir quando a vir no noticiário amanhã, deitada numa cama de hospital com uma câmera empurrada em seu rosto? Você realmente acredita que ele não achará outro jeito de sair de Homeland para chegar a ela?
— Porra. — Tim cedeu. — Tudo bem. Agarre-a e vamos. Eu quero dizer agarre-a agora. Eu não vou esperar para eles fazerem a papelada para liberá-la para nosso cuidado. Nós estaremos fora do chão em quatro minutos. Nenhuma desculpa.
Moon girou e correu pelo corredor abaixo. Passos pesados o seguiram no quarto de Joy. Olhou as coisas presas a ela e começou a arrancar o clipe em seu dedo que rastreava seu nível de oxigênio e os arames de seu tórax que monitoravam sua frequência cardíaca. As máquinas protestaram ruidosamente. Trey estava lá empurrando os botões para silenciá-los.
— Eu tenho alguma experiência nisto. — explicou quando Moon olhou para ele.
— O que você está fazendo? — John não tentou pará-los.
Moon pausou para estudar o humano.
— Nós estamos partindo. Ela está indo comigo. Ela estará mais segura em Homeland.
O oficial girou e agarrou uma bolsa de fluido que estava enganchada no braço de Joy. — Não retire o soro. Tome isto. Mantenha elevado.
— Obrigado por tudo, John. Eu profundamente agradeço.
— Sem problema. Estou contente por finalmente chegar a conhecer um Nova Espécie. 166

Joy ergueu seus braços quando Moon empurrou para baixo um lado do leito assim ele podia carregá-la. Seu coração se aqueceu quando ela não discutiu. A roupa de cama veio com ela já que não queria que ficasse com frio. Seu bom braço embrulhou atrás de seu pescoço e ela embalou o baço ferido contra seu estômago.
— Queria poder conseguir roupas. — ela murmurou. — Agora eu perdi minha única roupa boa porque sangrei nela toda e meu carro está em meu prédio. — Nem tenho minha bolsa ou chaves.
Trey aceitou a bolsa de soro de John.
— Nós já temos alguns homens em sua casa, Dra. Yards. Diga-me o que você quer e eu mandarei eles pegarem antes de deixar a cena.
— Por que eles estão lá? — Moon franziu a testa, não apreciando a ideia de membros da equipe andando pela sua acomodação pessoal.
— Para limpar a bagunça e ter certeza que lidem com quaisquer problemas que surgirem. Eles estão respondendo perguntas à polícia e manipulando a imprensa.
— Me chame de Joy. — Deu a Trey um sorriso que enviou uma agitação de ciúme por Moon. — Adoraria se pudessem pegar minha bolsa e ambas as malas em meu quarto. Tenho uma mala de viagem debaixo do balcão em meu banheiro também. É azul. Não dá para errar. — Girou sua cabeça, olhando para Moon. — Estou muito pesada? Eu podia caminhar.
Ele rosnou, virando em torno da cama do hospital com ela em seus braços. Ela realmente esperava que ele a colocasse de pé depois que se machucou tanto? Era irritante e insultante. Trey teve que lutar para ficar dentro de uma distância próxima já que a bolsa em sua mão estava enganchada em Joy.
— Eu não posso esperar para as drogas saírem do seu sistema.
Seu sorriso enfraqueceu e ela inclinou seu queixo.
— Desculpe.
— Não se desculpe. Estou com mau humor. — admitiu. Ele nem sequer teve a satisfação de matar o bastardo que atirou nela. Ela era muito bondosa. — Você lida com situações estressantes de um modo que eu acho difícil de entender.
— Eu estou me sentindo realmente bem. — Olhou para sua boca. — Aposto que eu podia pensar em algo para te alegrar. — Usou a mão que descansava na curva de seu ombro para amassar os músculos lá. — Sr. Irritado precisa relaxar e achar seu senso de humor.
Trey riu.
— Morfina?
— Eu não sei o que eles deram a ela. Ela está muito feliz.
— Aproveite. — Trey riu. — É melhor isso que outra coisa.
Era uma lembrança a Moon que Joy podia ter morrido. Os dois iriam ter uma conversa longa uma vez que o medicamento de dor deixasse seu sistema. Ela nunca devia ter recebido uma bala designada a ele. Seu corpo podia resistir mais e curava mais rápido do que o dela podia.
Trey olhou para ele enquanto se apressavam pelo corredor lado a lado. 167

— Eu quis dizer que ela podia ficar chata ou pior, lamentar da dor. Eu não quis dizer, inferno… você sabe. Vi todo o sangue na casa dela. Aposto que foi mais assustador antes dos médicos chegarem.
Moon não queria conversar sobre o quão impotente se sentiu, ainda que gostasse do humano. Tim e a equipe estavam esperando no final do corredor. Tim assumiu.
— Vamos pelos degraus e evitar a entrada. Ninguém nos parará. — Ordenou a equipe para cercar Moon com Trey ao seu lado esquerdo. — O piloto está pronto para nos levar a Homeland. Iremos diretamente pela porta de trás para o helicóptero.
Moon não estava esperando ansiosamente pelo que o aguardava. Sua viagem rápida para o mundo lá fora se transformou em uma possível tempestade de publicidade. Foi egoísta em quebrar o protocolo que mantinha todos os Espécies fora das manchetes. Devia ter ido por canais adequados e pedido para uma escolta ir com ele quando deixou Homeland.
Ele não quis admitir que Joy o deixou novamente ou parecer fraco para todo mundo declarando o quanto ela importava para ele. A provocação de Harley realmente ardeu seu orgulho. Moon não culpava seu amigo por achar humor em sua obsessão por Joy. Ele teria feito o mesmo se seus papéis estivessem invertidos, mas o fez agir de um modo irresponsável. Essa responsabilidade descansava justamente em seus ombros.
Recusou evitar a verdade. Muitos Espécies o admiravam, como se ele fosse um exemplo. Ele falhou com eles pelo seu ato impulsivo. Não considerou todos os riscos. Não era como se ele soubesse que as coisas ficariam violentas ou que um humano louco apareceria na casa de Joy com uma arma, mas uma dúzia de outros cenários piores surgiu em sua cabeça agora que ele teve uma retrospectiva. A mais medonha era que agora Joy estava ligada a ele. Ela se tornou um alvo de qualquer um que repugnasse os Espécies.
A fêmea macia em seus braços acalmou um pouco de sua vergonha. Seu remorso real era apenas que True fez um favor e agora não haveria nenhum jeito de esconder como ele saiu. Seria uma questão de consertar uma fraqueza na segurança, que significava que ele teria que ser muito sincero para que outros não usassem o mesmo caminho para sair de Homeland. De alguma maneira iria se redimir com o macho se fosse repreendido de qualquer forma. Era uma determinação que Moon exigiria tomar toda a responsabilidade.
Justice e os membros do conselho iriam estar desapontados. Não era como se eles fossem trancá-lo pelo que fez, mas todo mundo ouviria a história pela manhã. Subiu no helicóptero e se sentou, mantendo Joy em seu colo. Trey pegou o acento próximo a eles, enganchando a bolsa de soro acima de suas cabeças.
Moon segurou o olhar de Harley. Ele não disse uma palavra, mas o conhecia muito bem. Eles iriam discutir quando estivessem a sós. Não seria agradável.
Eu farei isto direito não importa o que custe. 168

Um comentário: