domingo, 2 de novembro de 2014

Capítulo 09

Capítulo Nove 
Frustração e preocupação eram duas emoções que Joy podia viver sem. Eles pareceram ser seus companheiros constantes desde que foi escoltada por Jessie para o elevador. O enfermeiro limpou a mordida, colocou um curativo, e lhe deu uma injeção de antibiótico. Pontos não foram exigidos.
— Como Moon está? Ele ainda está lúcido? Faz quatro horas desde que Dr. Treadmont e sua equipe foram para o andar de baixo.
Paul, o enfermeiro, franziu a testa para ela através da mesa.
— Nós ainda estamos esperando eles dizerem. 100

— Você não pode checar? Eu posso ir vê-lo?
— Ted disse para te manter aqui.
— Claro que ele disse. — O imbecil era territorial e não gostava dela. Terapeuta sexual! Raiva queimava daquele insulto.
— Eu podia pedir uma escolta para te levar para sua moradia.
— Não. Eu não vou sair do Centro Médico.
— Então nós esperamos. — O enfermeiro abriu uma gaveta e ofereceu um pacote de chiclete. — Quer um?
— Não obrigado.
Ele o guardou e olhou para seu computador.
— Você podia se sentar naquela outra mesa. Nós temos alguns jogos carregados nestas coisas.
— Eu não quero jogar cartas. — Ela se debruçou para frente para olhar na tela, tendo notado que isso manteve a maior parte de sua atenção. — É isto o que você faz o dia todo?
— É, quando estamos fechados na maior parte. Trisha está tratando as pessoas em sua casa se precisam de pouca assistência. Somente emergências são liberadas para entrar no Centro Médico. — Sorriu. — Eu te tratei já que você já estava aqui ou você teria sido enviada para sua casa também. Tem sido um dia tranquilo, por sorte.
— Moon está trancado numa gaiola. Não há maneira nenhuma dele poder chegar até aqui para machucar alguém.
— Não é por isso que o Centro Médico ainda está fechado. Ele uiva quando está de mal humor. Chateia qualquer um que possa ouvir. Os Espécies não podem suportar ouvir seu próprio povo sofrer. Nós tivemos alguns incidentes.
— Que tipo?
Suspirou e se inclinou para trás, olhando fixamente para ela.
— Eles tentaram chegar nele, pensando que podiam ajudar. Só piorou. Ele se soltou algumas vezes. Não foi bonito. Estávamos mantendo-o aqui em cima a princípio. Até no porão, se ele fizer um escândalo, bem, Espécies têm boa audição. É melhor se nós mantivermos o edifício sem ninguém.
Olhou no relógio.
— Por que está demorando tanto?
— Eu não sei já que eu não estou lá. Eles estão usando enfermeiros Espécies com Moon agora. Ele tentou me matar algumas vezes então não estou reclamando. Ele quereria que eu o evitasse.
Joy se levantou e compassou.
— Eu quero saber o que está acontecendo.
— Nós descobriremos quando eles subirem.
A atitude desinteressada do enfermeiro deixou Joy um pouco louca, mas parte dela o invejava. O bem-estar de Moon era tudo que podia pensar. Ele perdeu contato com a realidade novamente? Ele estava conversando e são? Devia estar com ele.
Passos soaram e ela girou olhando quando Justice, Ted Treadmont, e alguns altos enfermeiros Espécies entraram na área da recepção. Teve que se controlar para não 101

saltar para exigir respostas. Não se incomodou olhar para o doutor de cabelo branco, certo que ele não lhe diria nada. Justice North segurou toda sua atenção.
Encontrou seu olhar.
— Moon precisou ser sedado. Seu estado mental se deteriorou.
Dor a cortou.
— Ele atacou alguém? — Olhou para todos os homens, não vendo quaisquer sinais visíveis de briga.
— Sua enxaqueca piorou até que ele parou completamente de falar. — Justice pausou, correndo uma mão pelo cabelo. Uma careta horrenda arruinou sua boca. — Ficou claro que ele não nos reconheceu mais quando rosnou e tentou dar uma mordida em Ted. Eu cancelei tudo nesse ponto. Ele precisava descansar.
O homem mais velho franziu a testa.
— A condição de Moon está melhorando. Seus momentos de lucidez estão ficando mais frequentes e duram mais tempo.
— Eu enviarei estas amostras para o laboratório. — Um dos enfermeiros deixou a sala levando uma mala. O outro o seguiu.
— Amostras de sangue? — Joy sabia que tiravam muito delas.
— E cabelo. — Ted si jogou em uma cadeira e ruidosamente suspirou. — Queria que pudéssemos achar o químico que preparou o que quer que Moon tenha recebido. Eu adoraria saber como ele fez isto.
— Eu só quero saber como curá-lo. — Joy adicionou, tentando não ofender a linha de pensamento de Treadmont. Ele não estava emocionalmente envolvido como ela estava. O método de como algo foi feito seria importante para ele, como também como inverter os efeitos. — Eu posso ir para o andar de baixo?
— Ele está dormindo. — Ted agitou a cabeça. — Ela não é necessária, Justice. Nós devíamos enviá-la para sua casa.
Indignada, Joy abriu sua boca para protestar, mas Justice falou primeiro.
— Não, Ted. Moon responde a ela.
— Claro que ele responde. Sexo é uma necessidade básica para qualquer homem. Como comida. Dormir. Urinar. Qualquer mulher faria. Nós devíamos usar fêmeas Espécies em vez de termos ela no caminho.
Joy sentiu como se levasse um tapa.
— Não é só sobre sexo. Ele está conversando comigo. Ele...
— Já chega. — A voz de Justice aprofundou. — Ted, você está sendo rude. Eu não acredito que ele lutaria para achar suas memórias se apenas qualquer fêmea fosse enviada para ele. Ele não teve nenhum momento coerente antes de sua chegada. Fomos capazes de falar com ele e ter uma longa conversa.
— Eles fizeram sexo. — Desgosto mostrava no rosto do doutor. — Poupe-me do fingimento que eles não fizeram. Eu não tenho seu sentido aguçado de cheiro, mas até eu pude notar pelo estado de sua cama e do que sobrou da sua calça.
— Eu não me importo com o que eles fizeram. Os resultados importam. — As mãos de Justice fecharam. — Não é sua decisão. É minha. Ela fica. — Seu olhar deslizou para Joy. — Você pode retornar a ele, mas a porta permanece trancada. Moon me fez 102

prometer manter barras entre vocês dois de agora em diante. Ele estava profundamente chateado que você foi machucada. Fique fora de seu alcance.
Começou a discutir, mas não lhe deu tempo de articular uma palavra.
— Estas são as regras. Aceite-as ou vá embora. Eu dei minha palavra que ele não receberia a oportunidade de te prejudicar uma segunda vez. Eu estava disposto a permitir que você arriscasse sua vida para salvá-lo, mas ele deixou claro que não era aceitável. Eu tenho que respeitar seus desejos.
Era óbvio que Justice se decidiu. Ela assentiu de acordo. Era melhor estar perto de Moon do que ser pedida para deixar Homeland.
— Certo.
O telefone celular de Justice tocou e ele o retirou de sua calça.
— Oi? — Escutou por um momento. — Bom. A que distância estão as SUVs? — Pausou novamente. — Encontrarei a equipe quando eles chegarem. Prepare uma sala de interrogação. — Desligou, depositando o telefone em seu bolso.
— O que aconteceu? — Ted se endireitou em sua cadeira.
A boca de Justice se curvou em um sorriso enquanto seu olhar endurecia.
— Nós não conseguimos pegar a pessoa que atirou a droga em Moon, mas pegamos alguém quase tão bom.
— Quem? — Joy estava curioso.
— Nos últimos dias, os guardas da prisão questionaram os empregados da Mercile que prendemos. Demorou um pouco para convencer, mas acabamos de pegar um de seus líderes da equipe de pesquisa. Quatro diferentes prisioneiros o entregaram. Ele saberá que drogas estavam desenvolvendo.
Ted se levantou.
— Eu quero estar lá.
— Claro. — Justice olhou para Joy.
— Eu quero ver Moon.
— Vá em frente.
Não precisou ser informada duas vezes. Quase correu pela sala. Não havia nenhum guarda no elevador. A descida foi rápida. Quando entrou no porão escuro um macho Nova Espécie que não conhecia pairava do lado da sala. Ele inalou e acenou para ela.
— Ele foi tranquilizado. Demorará algumas horas antes dele despertar.
Ela cruzou o quarto para as barras. Moon tomou banho. Seu cabelo estava molhado e recebeu novas calças. Ele estava deitado de lado de frente para ela, aparecendo muito grande para a cama com seus joelhos um pouco em cima da extremidade. Sua respiração fixa, lenta a assegurou que estava bem.
Desejou que pudesse tocá-lo. Isso não aconteceria tão cedo, de acordo com Justice. Ele deixou claro que tinha que ficar longe o suficiente, de maneira que não houvesse nenhuma chance de qualquer contato físico.
— Você está muito perto, fêmea. — murmurou por detrás. — Justice disse que é para você ficar um metro e meio da gaiola a toda hora.
Seus ombros caíram quando olhou para trás.
— Moon ainda está dormindo então ele não pode me alcançar. Meu nome é Joy. 103

— Smiley. — Ele caminhou mais para perto. Tinha olhos bonitos. Estudou seu rosto. Primata. Sabia as distinções dos traços. Eles não eram tão agressivos quanto os caninos ou felinos, em sua experiência.
— Você estava aqui quando estavam conversando com Moon?
— Sim.
— Como ele estava depois que eu fui embora?
— Muito ciente de que você não deve ser posta em perigo novamente. — Pausou, seu olhar devagar percorreu seu corpo de cima para baixo. — Eu concordo que você é frágil o suficiente para facilmente ser machucada. Ele estava frustrado e bravo pelo o que fizeram com ele. Sua enxaqueca piorou até que ele se tornou completamente desorientado.
Odiou ouvir isto. Toda vez que ficava esperançosa que ele se recuperaria, ele recaía. Era desanimador.
— É minha decisão correr riscos se eu estiver disposta a isso.
— Era… até Moon declarar o contrário. É para você ser protegida dele.
Odiou se sentir impotente, mas teria que viver com isto. Justice tinha um argumento válido e ele fez as regras. Ela ou os seguiria ou seria escoltada para fora de Homeland.
— Nós vamos trazê-lo de volta. Moon é um macho determinado. Ninguém aqui desistirá da esperança.
— Você é próximo dele?
— Todo mundo ama Moon. — Mudou sua posição o suficiente para ter uma boa visão do Espécie adormecido. — Ele é mais íntimo de Brass e Harley. Eles são como irmãos, mas nós somos todos uma família na ONE.
— Estou certa que vocês são.
Seu olhar empurrado de volta para ela.
— Você é a psiquiatra?
Ela assentiu e voltou em direção Moon. A expressão pacífica em seu rosto bonito fez pouco para aliviar sua preocupação sobre o que o futuro reservava para ele.
— Eu posso te pedir um favor, Smiley?
— Eu me recuso a te permitir dentro da gaiola.
— Você disse que ele estaria apagado por horas. — Emoção sufocou sua voz. —Eu não sei quando eu terei permissão para me aproximar dele novamente. Eu não ficarei muito tempo. Eu só… preciso tocá-lo.
— Eu não posso fazer isto. — Esticou a mão e tocou em seu ombro suavemente, girando-a para enfrentá-lo. Ele olhou nos seus olhos cuidadosamente. O que quer que viu lá o fez estremecer. O Espécie abaixou a voz para um sussurro. — Merda. Você se importa profundamente por ele.
— Eu me importo.
— Isto não é somente um trabalho para você, não é? — Sua mão caiu. — Você o ama?
Nem sequer considerou negar isto.
— Eu amo.
Chaves chacoalharam. 104

— Não diga a ninguém que eu fiz isto. Eles não vieram ajustar a câmera ainda. Cinco minutos e eu fico lá dentro com você no caso dele se recuperar disto mais cedo que o previsto. Nós fomos forçados a nos adaptar a tantas drogas em nossas vidas que alguns de nós passam por elas mais rápido. Mantenha sua voz baixa. Embora as câmeras ainda estejam sem imagem, o som está ativo. Eles têm imagens ao vivo na Segurança.
— Obrigada. — sussurrou de volta. — Eu agradeço.
— Eu sou um idiota por amor, mas não diga a ninguém. — Destrancou a porta e empurrou-a abrindo. — Desculpe. — ruidosamente declarou. — Eu não posso fazer isto. Eu teria problemas.
Joy correu para dentro e se sentou na borda da cama. Sua mão tremia lentamente enquanto colocava as mechas úmidas do cabelo de Moon de sua bochecha e acariciou seu queijo. Olhou em seu peito, notando seus mamilos tensos e a pele aparentemente gelada.
— Tem um cobertor? — Murmurou, lembrando-se de manter a voz baixa.
— Ele não precisa de um. — Smiley rastejou mais perto. — Este é um ambiente confortável o suficiente para ele. É o tranquilizante que esfria sua pele. Diminui a frequência cardíaca. Ele precisava descansar e aliviar a enxaqueca. Aquecer sua temperatura externa demais só removeria o sedativo mais rápido pelos seus poros. Nós até abaixamos o calor para ter certeza que ele ficasse adormecido por mais tempo. Ele aquecerá depressa quando acordar. Todo aquele compassar e aquelas lutas o fez suar.
Joy assentiu, tocando no peito de Moon. Ele parecia mais gelado que o normal para ela. Sua pele sempre estava quente. Algo a importunava e um louco pensamento de repente veio em sua cabeça. Olhou para Smiley.
— Espécies liberam as drogas pelo suor?
— Claro. É parte da razão que estamos todos em ótima forma. Percebemos em uma idade jovem que exercícios rigorosos não só nos afastava de ficarmos entediamos enquanto estávamos trancados em nossas gaiolas, nos ajudava nossos sistemas de libertar as drogas. O ciclo se tornou rotina para nós. Eu me sinto inquieto se eu não mantiver um regime ativo de malhação.
Sua atenção retornou a Moon.
— Vocês ficam ajustando a temperatura aqui debaixo?
— Sim.
Sua cabeça virou em direção a Smiley.
— Há uma sauna em Homeland.
— Não. — Sua expressão se tornou quase cômica. — Aquelas salas quentes? Elas seriam uma forma de tortura para meu povo. O calor seria insuportável.
— Mas faria com que você suasse muito, certo?
— Baldes.
Seu olhar deslizou para Moon.
— E talvez liberasse algumas drogas que lhe foi dada? — Olhou de volta para ele.
Os olhos de Smiley arregalaram. — Nós não tentamos isto. — Agarrou seu rádio, mas pausou. — Ele desidrataria.
— Não se ele for monitorado e for feito corretamente. 105

Smiley recuou da gaiola e caminhou para longe o suficiente que tudo o que podia ouvir era o suave tom de sua fala, mas não as palavras. Focou em Moon.
— Estou aqui. — Acariciou sua bochecha. — Eu sei que você queria me proteger, mas você não me machucaria, não importando seu estado mental. — Acreditava nisto. Ele ficaria mais propenso a querer sexo em vez de derramar sangue.
Passos soaram e Joy girou a cabeça. Smiley acenou para ela e sussurrou.
— Saia. Eles estão descendo aqui. Você não pode ser achada neste lado da porta.
Remorso era uma pílula amarga para engolir quando largou Moon, seu olhar prolongou nele enquanto ficava de pé. Smiley trancou a porta e apontou.
— Um metro e meio para trás.
— O que eles disseram sobre a sauna?
— Eu não sei o que os médicos dirão, mas Justice estava interessado na teoria.
Joy olhou fixamente para a forma ainda imóvel de Moon.
— Espero que isto funcione.
— Nós estamos desesperados. Tentaremos qualquer coisa neste momento.
Olhou para Smiley.
Ele encolheu os ombros.
— Está é a verdade.
* * * * *
466 não conseguia se mover quando despertou. Levantou sua cabeça e rosnou. O humano em pé alguns centímetros na frente dele se assustou, empalideceu, e girou para falar com alguém.
— Eu ainda protesto.
— Faça isto, Ted.
O macho que respondeu tinha uma voz profunda, grossa para um humano e soava como se ele falasse através de uma porta ou parede. Deu a 466 tempo de olhar para seu corpo. As restrições o seguravam na vertical em seus pés e estavam firmemente ligadas a uma superfície plana de madeira. As cintas espessas estavam embrulhadas ao redor de seus pulsos, cotovelos, peito, cintura, coxas e tornozelos.
Os tubos estranhos que estavam grudados em seu corpo eram alarmantes. Estavam injetando algum fluido diretamente em suas veias? Rosnou novamente, ergueu o queixo, e deu ao humano um olhar que prometeu morte rápida. Lutou, mas as cintas em seu corpo não quebraram.
Eles deviam ter usado correntes. Isso foi um erro, decidiu. Mercile normalmente não fazia coisas estúpidas que podiam permitir a eles escapar, mas seu erro custaria a vida do humano de cabelo branco. Poderia levar tempo para se soltar, mas iria, então ele quebraria o pescoço do humano. Ele se preocuparia com o outro humano depois que se livrasse do primeiro.
— Nós devíamos esperar até a força tarefa chegar. Você pode interrogar o homem que eles estão trazendo e obter respostas desse jeito. Isso podia prejudicar mais que fazer bem. 106

— O prisioneiro podia mentir. Podia levar dias para quebrar seu espírito o suficiente para confiar em suas palavras. Não há nenhuma garantia que ele sequer saiba que droga deram a Moon. — A outra voz profunda até mais, quase soando inumano.
— E se ele for tão amargo que de propósito nos der uma resposta que causará a morte de Moon? — Um terceiro humano tinha uma voz raramente profunda também. Ele também permaneceu longe da vista. — Vamos focar no que sabemos que são fatos. Nós podemos transpirar certas drogas. Poderia não funcionar neste caso, mas é mais seguro tentar isto que confiar em um químico com rancor.
O humano de cabelo branco pareceu agitado.
— Nós chamaremos mais peritos e confirmarão qualquer coisa que o imbecil falar antes de tentarmos em Moon. Eu entendo suas reservas em confiar em qualquer um que trabalhou para aquela companhia, mas é por isso que temos boas pessoas em serviço.
— Até agora esses peritos não descobriram o que fizeram com Moon. Eles não sabem muito sobre Espécies. Infelizmente, só Mercile sabe. Faça isto, Ted. Caso contrário, saia do caminho e eu mesmo farei isto.
— Justice. — O humano de cabelo branco estendeu a mão e agarrou a ponta do seu nariz com seu dedo indicador e dedo polegar, beliscando-o. — Alguns dias trabalhando para a ONE é um saco. Isto não é profissional. — Sua mão soltou para seu lado. — Em um hospital nós chamaríamos isto de falsa medicina.
— Então vá trabalhar para um. — Foi uma fêmea que falou. — Vamos, Ted. Você sabia quando aceitou o trabalho que o livro de regra seria jogado pela janela. Eles não ensinam sobre Espécies na faculdade de medicina.
— Eu não gosto disto, Trisha. — O humano de cabelo branco hesitou. — Tudo bem. Estou declarando, entretanto, que eu protesto.
— Anotado. — a fêmea concordou. — Nós monitoraremos seus sinais vitais de perto e temos uma equipe de emergência aguardando se Moon ter problemas.
466 olhou ao redor com preocupação. Os técnicos normalmente não se importavam de infligir dor em seu povo. Tinha de ser uma tortura particularmente horrível para um deles empacar em fazer o que quer que eles planejavam.
A sala era pequena com tábuas de madeira forrando as paredes e muito quente. Parecia que as tábuas também tinham sido colocadas um chão de azulejo — podia ver através de algumas rachaduras mais largas. Um grande dreno estava a sua esquerda. Teve que torcer sua cabeça para ter uma visão da coisa que ele estava amarrado. Pareceu ser algum tipo de mesa de madeira que tinha suportes que o manteve a alguns centímetros do chão. A coisa em que ele deitava não era comprida o suficiente para impedir que seus dedões do pé oscilassem na extremidade enquanto os mexia. Olhou para cima. Quatro grandes coisas redondas de metal com muitos buracos estavam presas ao teto no final do espaço apertado. Pelo menos nenhuma delas estava apontada em sua direção. Alguns centímetros na frente dele havia um aparentemente estranho pequeno maçarico ou fogão de algum tipo com pedras em cima. Um balde da água e uma concha estava ao lado disto.
Perguntou-se se esse era o fim de sua existência. Os técnicos decidiram matá-lo? Pareceu que sim. Gás podia sair por cima. O dreno implicava fácil limpeza e as paredes 107

forradas com madeira seriam fáceis de substituir se derramar sangue estiver envolvido. Lutou novamente.
O humano de cabelo branco o enfrentou, sua expressão horrenda. 466 rosnou uma advertência.
— Você está prestes a ficar com muito calor. — o humano sussurrou. — Diga-me se for demais, certo? Nós estamos monitorando seus sinais vitais, mas precisamos de sua ajuda também. Não queremos te aquecer demais.
Eles devem estar testando novas substâncias químicas, mas não estavam fazendo isto com um tubo. 466 olhou para as alças de metal atrás do homem. Eles controlaram o fluxo para os objetos de metal superaquecer? O medo e ira combinaram enquanto lutava mais, mas não pôde se libertar.
— Por favor. — outra voz alcançou suas orelhas. — Deixe-me entrar lá com ele. — Havia algo familiar nessa voz.
— Não. — O humano de cabelo branco recuou para o outro lado da sala estreita. — Está lotado e desconfortável o suficiente aqui.
— Eu não me importo! — A voz da fêmea levantou. — Por favor, Sr. North? Ele está lutando e parece em pânico. Eu não acho que ele sabe que ninguém vai machucá-lo.
— Vá. — a voz profunda respondeu.
Uma fêmea humana entrou em sua frente. Ele cessou suas lutas com as cintas quando viu seu rosto. Olhos largos, grandes e azuis encontraram os seus. Ela congelou num piscar de olhos. O cabelo escuro caiu em sua camisa branca pendurando logo abaixo de seus peitos. A visão dela fez algo engraçado em 466. O desejo de matar o deixou. De alguma maneira não se aplicou a ela.
Ela se aproximou cautelosamente, suas mãos pequenas ergueram e abriu suas palmas em direção a ele. Elas não seguraram nenhuma arma ou dispositivos médicos. Empurrou o cabelo do seu rosto quando prendeu em suas bochechas. Estava começando a suar do calor.
— Ei. — sussurrou. — Sou eu.
Ele olhou para a camisa moldada sobre a inchação de seus seios. Pelo material da camisa claramente viu que algo preto escondeu seus mamilos. A humana vestia uma camisa muito pequena debaixo da camiseta por alguma razão estranha que não entendeu.
— Nada te machucará. Eu prometo. — sussurrou. Uma mão estendeu e quase tocou em sua pele. — Viu? Está só muito quente para fazer você suar. — Olhou para o humano de cabelo branco. — Você pode deixar um pouco mais quente. Acho que eu posso notar se for demais.
466 puxou seu lábio superior para trás e permitiu que ela visse seus caninos afiados enquanto rosnava uma advertência. Era uma lembrança que ele parou de lutar contra as restrições. Sugou ar, expandindo seu tórax para empurrar contra elas enquanto dobrava seus músculos. Poderia ser somente pensamento tendencioso, mas as restrições pareceram dar-lhe um pouco mais de espaço.
— Eu sou Joy. 108

Ela não correu do jeito que pensou que ela fosse. Movimento chamou sua atenção e viu quando o humano de cabelo branco moveu para o balde, tirou um pouco de água e despejou-a nas pedras. Vapor subiu e a sala se tornou notavelmente mais quente. Suor apareceu por toda parte de seu corpo.
Dedos gentis esfregaram seu tórax e seus olhos arregalaram em choque. Entretanto a humana não estava usando luvas, ela fez contato direto com sua pele. Jogou sua cabeça para trás e uivou em ira. Mercile deve estar tentando matá-lo, já que isto nunca aconteceu antes. Lutou novamente, empurrando seu corpo violentamente em esperança que conseguisse se libertar.
— Olhe para mim!
A humano de repente fez o inesperado. Ela agarrou o topo de um de seus ombros e usou-o como alavanca para levantar seu corpo mais alto. Seus pequenos pés ficaram bem entre os dele na plataforma onde se deitava. O corpo da fêmea era macio e úmido quando apertou firmemente contra o dele. Olhou para ela.
Podia bater sua cabeça contra sua testa para afastá-la. Não a mataria, mas machucaria. Seu queixo ergueu e ela encontrou seu olhar. Ela se expôs a morte agora. Tudo o que levaria era ele atingir seu queixo na ponta do seu nariz minúsculo com suficiente força.
— Por favor, pare de lutar.
— Desça já daí! — O humano de cabelo branco gritou. — Você é louca?
466 concordou. A fêmea tinha de ser louca para se pôr a pouca distância. As manchas amarelas brilhando nas azuis de suas íris o fascinaram, entretanto e o mantiveram totalmente parado. Ela tinha olhos bonitos. O olhar suplicante neles fez os músculos do estômago apertarem.
— Estamos tentando tirar as drogas de você. — O tom de sua voz era quase triste.
Ajustou-se contra ele e levantou os dedos para tocar em sua bochecha. Ele podia ter se esquivado para evitar contato, mas curiosamente o manteve parado. A pele macia o acariciava e gostou da sensação das pontas dos dedos acariciando seu rosto. Ela era gentil e o modo que olhava para ele era como se ela se importasse profundamente com ele.
— Converse comigo. — sussurrou enquanto seus seios esmagavam contra a parede de seu tórax. — Pense. Lembre.
O peso de sua mão em seu ombro e seus dedos percorrendo seu queixo não era de nenhum jeito ofensivo. Gostou dela contra ele, tão perto. Suas narinas alargaram enquanto dava uma respiração profunda e seu cheiro o encheu. Sangue apressado para sua virilha enquanto seu pênis endurecia. Uma imagem relampejou em sua mente. Tentou agarrá-la, mas desapareceu. Ela era o que ele queria.
— Droga! — O humano gritou. — Saia de cima dele!
466 girou sua atenção para o humano, dirigindo sua ira lá. Se ele tivesse sido capaz, teria embrulhado seus braços em torno da fêmea para mantê-la perto. O humano pareceu uma ameaça agora. O homem de cabelo branco deu um passo em sua direção e pareceu que sua intenção era de tirar a fêmea à força.
466 rosnou. 109

— Eu arrancarei seus braços se você tocá-la. — Não podia ficar livre no momento, mas isso não significava que não iria. O humano morreria com uma morte dolorosa se ele chegasse um pouco mais perto.
O humano de cabelo branco ofegou e tropeçou de volta.

5 comentários:

  1. Odeio esse médico caralho de homem chato

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  2. Ter tá sendo um super pé no saco com a Joy 😡😡😡

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  3. Como que a Joy não deu um murro nesse imbecil desse Ted ainda?

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  4. Pq ninguém dá um soco na cara desse cara?? Fica o tempo todo emcima dela

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  5. Mano... A Joy tem uma paciência... Mas uma paciência! Eu já tinha mandado esse médico ir para casa do cacete,acompanhado de um bom tapa na cara para ficar a marca por pelo ou menos 24 horas,por Jesus! Que cara mais insuportável!!!!🙆🏻‍♀️😡😤

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