domingo, 2 de novembro de 2014

Capítulo 010

Capítulo Dez 
Isto é minha culpa. Joy foi quem sugeriu para tentarem retirar as drogas de seu sistema pelo suor. Nunca passou pela sua mente que ele entenderia mal suas intenções.
Conseguiu ter a atenção de Moon novamente uma vez que ele parou de ameaçar Dr. Treadmont. Nenhum reconhecimento faiscou em seu olhar escuro. Embora parecesse uma vantagem que ele não tentou tirá-la. Ele estava contido, mas não totalmente indefeso. Ele podia tê-la mordido. Suas mãos e rosto estavam ao alcance de sua boca.
Debateu sem ter certeza se ele responderia a Moon ou 466, ou nenhum deles. Suavizou seu tom, esperando o acalmar.
— Você pode conversar assim eu assumirei que pode me entender.
Seu olhar estreitado. Estava certa que ele não a reconhecia — novamente. Lentamente aproximou as pontas dos dedos mais perto do seu rosto novamente. Ele não se esquivou. Permitiu que ela colocasse para trás um pouco do seu cabelo, que caiu em seu rosto. Sua palma acariciou sua bochecha no processo.
— Você está em Homeland.
Confusão nublou sua expressão um segundo antes dele mascarar suas feições. Onde ele está em sua mente? Pausou, tentando compreender a melhor maneira de continuar sem deixá-lo com raiva.
— É um lugar seguro. Você já se exercitou para ajudar a tirar as drogas de seu sistema?
Sua boca firmou em uma linha apertada e olhou por cima dela para Dr. Treadmont, depois de volta.
— Sim.
Aquela palavra concisa deu a Joy esperança.
— É isso que estamos fazendo. Uma droga ruim deixou você realmente confuso e desorientado. Você sofreu perda de memória. 110

— Faça-o sair. — Rosnou baixo.
— Sem chance. — Treadmont devolveu.
— Ted? — Justice North falou da outra sala. — Saia daí agora. Essa é uma ordem. Ele está mais tranquilo com ela e você o agita.
Joy não olhou para trás para ver como o doutor reagiu, mas podia imaginar que ele não teria gostado em ser ordenado pelo líder da ONE. Ouviu Treadmont deixar o quarto.
— Que droga? — Manteve sua voz baixa, quase um silvar. — Quem fez isto comigo? Aquele técnico?
— Não. Não sabemos que droga é, mas estamos esperando que você possa transpirá-la totalmente do seu sistema.
Ele se mexeu, puxando as restrições, mas fez lento o suficiente que não foi desalojada dele.
— Livre-me. Eu não te machucarei.
— Você precisa melhorar um pouco primeiro. Você se lembra de mim?
— Eu gosto do seu cheiro.
Seus lábios curvaram e não conseguiu evitar sorrir.
— Eu gosto do seu cheiro também. Acho que isto é um começo.
Ele olhou para seu braço.
— Eles ainda estão me dando drogas.
Ela olhou para a intravenosa em seu braço.
— Essa ainda é uma opção. Isto só está aí como uma precaução. É só solução salina e não será usado a menos que você mostre sinais de desidratação.
Alguma emoção chamejou em seus olhos.
— Eu não gosto de esportes.
SIM! Queria pular no ar, mas não ousou. Apenas teve uma pequena reação com ele. Não queira cair de bunda.
— Isso mesmo.
Ele fechou os olhos.
— Você é uma psiquiatra. Você quer me consertar e me deixar mais humano. — Seus olhos arregalaram. — Eu não sou um.
— Você definitivamente não gosta de caras humanos. Você é melhor. — Tinha um período agora.
— Sim.
Suor brilhou em seu lábio superior e em sua sobrancelha. Sabia que estava acontecendo com ela também. A sauna provisória estava criando o ambiente que precisavam.
— Seu cabelo é mais longo que eu pensei que seria. Você sempre o mantém em uma bola apertada na base do seu pescoço. — Um músculo em sua mandíbula apertou. — Quem são os outros humanos no quarto ao lado? Guardas?
— Eles são seus amigos. Alguns deles são como você.
Isso o surpreendeu, julgando pela sua expressão. Ele fechou seus olhos novamente e um olhar de concentração tencionou suas características.
— Você está bem? — Perguntou. 111

— É tão quente.
Ela olhou para seu corpo. Suor despejava dele. Estava bem certa que estava suando tanto quanto. Sua mão deslizou e teve que agarrar a cinta em seus bíceps superiores para impedir de cair. A temperatura no quarto era quase insuportável.
Esperou por ele falar novamente. Tempo pareceu não passar. Cada centímetro de sua roupa parecia como se estivesse colada em sua pele.
— Joy, eu lembro. — de repente disse. — Onde está Justice? Eu disse que ele mantivesse você afastada de mim. — Ele fez uma careta. — Desça antes de você cair.
Mãos agarraram seus quadris e ofegou. Justice estava atrás dela e facilmente a ergueu do chão. Suas roupas já estavam achatadas nele, mas pareceu inconsciente disso quando a largou para atender Moon.
— Ela tem um efeito calmante em você. — Justice encolheu os ombros. — Não era como se nós pudéssemos te pedir que malhasse até você cair de esgotamento.
— Pensei em matá-la, droga. — Moon nem olhou para Joy. — Essa é a grande cura? Me derreter?
— Você voltou ser você então não reclame. — Justice esticou a mão e puxou sua camisa. — É como ficar em pé no inferno, não é? Vou precisar de um banho.
— Me solte.
— Estamos esperando que isto consiga tirar o que quer que você foi exposto para fora de seu sistema.
— Eu não disse que eu iria sair daqui. Tire-me deste maldito aparelho.
Justice livrou a parte superior do corpo de Moon e curvou-se para livrar sua metade mais baixa. O som de velcro foi alto. Joy recuou para um canto para dar aos dois homens mais espaço.
— Você não poderia ter afogado meu traseiro numa banheira quente? — Moon estava livre e desceu para o chão. — Nós estamos no Centro Médico?
Justice tirou sua camisa, largando-a no chão. Ele se curvou, tirando seus sapatos. — Sim. Este é o maior banheiro que temos. Você não tem nenhuma ideia de quantos machos foi preciso para montar isto. E uma banheira quente não teria funcionado. Ainda que funcionasse, você sabe o quão impossível teria sido para te pôr dentro e te manter lá. Imagine os riscos envolvidos com alguém te afogando se você lutasse demais? Você não tem sido exatamente amigável.
— Saia daqui. — Moon finalmente olhou para Joy novamente. — Não há nenhuma razão para ninguém mais sofrer. Quanto tempo eu tenho que ficar aqui? — Ergueu o braço que ainda estava preso à intravenosa e perguntou a Justice. — Eu posso me livrar disto?
— Só se você mantiver Ted informado sobre qualquer coisa que sentir. Isso significa qualquer coisa e tudo. Não estamos certos por quanto tempo temos que te manter superaquecido. Nós queremos que essa droga saia de você para sempre.
— Vinte minutos. — Treadmont gritou. — Então podemos tirar você por algumas horas e avaliar sua condição a longo prazo.
Moon arrancou a intravenosa e Joy estremeceu à vista de sangue.
— Havia uma maneira melhor de fazer isto.
Ele a atirou um olhar feio antes de fazer careta para Justice. 112

— Saia daqui. Está mais quente que o inferno.
— Não mesmo. — Justice riu. — Nós decidimos tentar isto antes de forçarmos tirar informações de um residente de Fuller. Ele é um químico. Você pode apreciar minha hesitação em depender de qualquer coisa que ele poderia nos dizer. Os humanos presos em Fuller não são confiáveis.
— Moon? — Harley de repente invadiu o espaço estreito.
A expressão de exaltação no rosto de Moon machucou Joy. Ele nunca reagiu a sua tão fortemente ou tão positivamente em todo tempo que o conhecia. O grande Espécie quase empurrou Justice do caminho para alcançar seu amigo. Ele agarrou o outro homem em um abraço de urso.
— É tão bom ver você. Senti saudade do tempo que você era lúcido. — Harley aliviou voltando, mas ainda manteve o abraço em seu amigo. — Você precisa vencer esta coisa.
— Estou tentando. — Moon sorriu, e seu queixo caiu para seu tórax para olhar para baixo. — Sou mais importante que sua bota de motoqueiro favorita? O couro poderia encolher neste calor infernal.
— Eu não me importo. Comprarei mais. — Harley agitou sua cabeça. — Esquive-se da próxima vez que alguém atirar em você.
— Foi má sorte. Errou meu colete e bateu no meu braço. Não doeu, se isso ajuda. Só uma picada e depois um monte de nada.
Justice girou e gesticulou para Joy sair. Ela hesitou, mas Moon estava sorrindo para Harley. Ele não pareceu nem se lembrar de que estava lá. A sensação de chamas em seu peito teve pouco a ver com o calor. Veio por saber que Moon não precisava dela. Afastou-se da parede e saiu do banheiro à frente do líder da ONE.
Era uma diferença drástica na temperatura quando abriu a porta e entrou no outro quarto. Calafrios torturaram seu corpo antes de andar três metros no quarto. Trisha, Treadmont, e quatro Novas Espécies olhavam fixamente para ela.
Cruzou seus braços por cima de suas encharcadas de suor e tremeu, sugando o ar muito mais gelado, mais fresco.
— Eu, hã, preciso de um banho e roupas secas.
Trisha, a doutora, deu-lhe um olhar simpatizante.
— Siga-me para o quarto de exames ao lado. Eu te ajudarei. Aposto que você está congelando. — Olhou para Justice. — Você sabe se virar.
— Eu posso me guiar sozinho e eu sei onde as coisas restantes estão armazenadas. — concordou.
Ted Treadmont girou para olhar o monitor.
— Eu fico aqui, Trisha. Não se apresse. Gritarei se precisarmos de você.
Embaraço era uma emoção estúpida, Joy decidiu. Ainda sentiu isto, entretanto enquanto evitava olhar para os machos Espécies que passava. Moon nem disse adeus ou agradeceu por entrar lá para ajudá-lo. Ele tem outras coisas em mente, debateu. Pessoas mais importantes em sua vida para conversar. Ai. Sim, dói. O que você esperava? Não teve nenhuma resposta. 113

Moon assistia Harley se despir até sua cueca preta e sorriu quando ele sentou-se no chão.
— Você não tem que ficar aqui e ser minha babá. Short legal.
Harley se sentou ao lado dele.
— Amigos sofrem com amigos. Humanos gostam desse calor em um quarto? Por que isto?
— Não faço ideia. — Era uma desgraça estar tão quente. Estudou o rosto do seu amigo. — Você sentiu minha falta?
— Você sabe que sim. — Harley limpou a garganta e apontou para cima. — Nós estamos sendo filmados.
Moon olhou para câmera.
— Quem está lá fora?
— Ted, Trisha, Justice, Flame, Jericho, e Fury. Todos nós estamos preocupados com você.
Moon absorveu a informação.
— Eles acham que isto vai funcionar?
— Estamos esperando.
— Eles pegaram a pessoa que este fez isto comigo?
— Ainda estamos procurando por ele.
— O que era que Justice estava falando sobre a Fuller então? — Moon esfregou seu tórax, odiando a sensação de suor cobrindo seu corpo. Fuller era a prisão onde os humanos que trabalharam para Mercile eram encarcerados. Fuller foi criada para alojá-los. Espécies queriam e precisavam ser mantidos longe deles então só humanos trabalham lá.
— Um dos imbecis que costumava fazer alguns dos seus testes de droga.
— Esta droga é algo novo?
— É isso que imaginamos. Ninguém se lembra de já ter sido submetido a uma droga como esta aqui. Provavelmente é algo que a Mercile estava inventando antes dela ser fechada.
— É pior que á droga de procriação. Pelo menos sabíamos que era temporário. — Esfregou seus braços depois, enxugando o suor que estava juntando em sua pele. — Fale-me sobre ela.
Harley franziu a testa.
— Joy. — Moon declarou suavemente. — Quem a chamou? Como ela reagiu? — Estava quase com medo de ouvir a resposta. — Quanto custou para suborná-la a vir?
— Eu não sei quem a chamou. Voei para a Reserva para ficar com você e ela já estava aqui quando retornei a Homeland. Eu estava atrasado alguns dias para limpar a bagunça depois que nossos muros foram invadidos.
— Alguma vida foi perdida?
— Nenhum dos nossos.
— Bom. Quanto custou? Não evite a pergunta. — Ficou irritado que seu melhor amigo não estava sendo acessível, mas entendeu o desejo de Harley de protegê-lo. — Seja sincero. É disso que eu mais preciso.
— Nenhum dinheiro foi envolvido. Ela deixou claro que não queria ser paga. 114

Um pouco de sua raiva aliviou. Também o deixou confuso.
— Então por que ela está aqui?
— É isso que eu quis saber. Fui grosso com ela quando nos conhecemos. Eu a peguei mostrando os seios para você.
Surpresa bateu em Moon.
— O que?
Harley sorriu.
— Sim. Foi isso que veio em minha mente. Estava pronto para jogá-la por cima do meu ombro e levá-la para o portão da frente, pensando que era uma pervertida se aproveitando de você ou te provocando só para ser cruel. Você não respondia a qualquer outra coisa, a não ser ela exibindo seus dotes, Moon. Isto é apenas a soma disto. Eu estava desconfiado a princípio de seu raciocínio, mas funcionou. Parece que humanas sensuais mostrando muita pele amansam a besta em você ou pelo menos faz com que converse para ver mais. — Ele riu.
Imagens nebulosas surgiram de Joy e seu decote muito atraente.
— Eu meio que me lembro. Não muito, entretanto.
— Você estava bem desligado aquele dia. — Harley estendeu a mão e afastou o cabelo do seu pescoço. — Posso sentir litros rolando para fora à medida que falamos. Sou só eu?
— Não. Humanos pagam por isto? Não abre seus poros da pele ou algum merda dessas?
— Meus poros estão tão abertos que minha pele quer cair.
— Mais dez minutos. — Ted gritou. — Você precisa de água?
— Estou em uma poça. — Moon respondeu. — Estamos bem. — Abaixou a voz e enxugou mais suor do tórax. Estava descendo seu corpo. — Faça-me um favor, Harley.
— Qualquer coisa.
— Tenha certeza que eu não tenha a chance de machucá-la se perder meu juízo novamente.
Harley hesitou.
— Eu não senti o desejo de matar, mas ainda tive a ideia de bater meu queixo na ponta do seu nariz quando ela entrou aqui e chegou muito perto de mim. Isso a teria matado imediatamente se eu tivesse impulso suficiente para enviar o osso em seu cérebro.
Harley estendeu a mão e agarrou seu pulso.
— Ela sabe dos riscos. Ela assinou um documento absolvendo a ONE da responsabilidade no caso de sua morte ou dano. — Ele soltou.
Moon estava contente que estava sentado. Isso era sequer possível? Surpreendeu-o que Joy de boa vontade faria algo daquela magnitude para ficar em Homeland.
— Ela está ciente do dano que podemos causar. Esta manhã eu li os arquivos que ela fez de alguns de nós. Justice me deixou lê-los depois que nós discutimos um pouco. Eu queria cuidar de você. Todas as notas da psiquiatra dirigida aos pacientes foram transferidas para Homeland quando nós fomos trazidos. Um de nossos machos disse a ela sobre como rasgou a garganta de um técnico que se debruçou muito perto 115

dele enquanto estava amarrado com correntes deitado em uma mesa. Ele só podia mover sua cabeça. Outro Espécie descreveu como conseguiu livrar um braço e quebrar o pescoço de um guarda antes do humano sequer poder reagir.
Harley engoliu, empurrando seu cabelo úmido para mantê-lo fora de seu rosto.
— Aquela fêmea sabe o quão perigoso você pode ser, ainda assim não afrouxou e se apressou para ajudar. O que isso te diz?
Frustração subiu em Moon. Ele estava com calor, irritável, e bravo.
— Ela está disposta a morrer por você. Eu não confiei nela a princípio e estava cauteloso com seus motivos, mas ela tem um sentimento forte e verdadeiro por você, Moon. Ela lamenta ter fugido de você no Setor Quatro.
— Ela nem sequer tentou me contatar uma vez que viemos para Homeland. Ou para a Reserva.
— Você devia falar com ela.
— Estou conversando com você.
— Certo. — Harley lançou um olhar hesitante em sua direção. — Eu acho que ela ama você.
— Amor? — Moon esfregou seus braços novamente, mais forte desta vez, tentando enxugar o suor e o sentimento intranquilo que o deixou um pouco tonto.
Seu dedo achou algo estranho e esfregou o lugar enquanto refletia sobre as palavras de Harley. Ele tinha ficado obcecado por Joy quando estavam no Setor Quatro. Ela era a fêmea que ele queria acima de todas as outras.
Ela partindo o deprimiu e chorou por muito tempo pela sua perda. Toda vez que sequer pensava nela era como se comesse algo ruim e dor roia seu intestino. Isso pode ser amor? Não estava certo já que nunca o experimentou.
— Amor. — Harley repetiu. — Eu não consigo pensar em nenhuma outra razão por que ela te enfrentaria quando você estava selvagem. Inferno, você me assustou e eu não sou um fraco pequeno humano.
Moon franziu a testa, distraído. Seu dedo sondou o lugar novamente. O pequeno caroço movido contra seu osso, realmente machucando.
— O que é isto?
— Há algo debaixo da minha pele.
Harley olhou para baixo.
— Foi aí onde você foi baleado?
— Sim.
— Era um dardo, não uma bala.
— O que você disse? — Era Ted, gritando do outro quarto.
— Eu achei algo em meu braço. — A voz de Moon elevou e olhou para Harley. — É pequeno e dói quando eu toco.
— Venha aqui. — Ted ordenou. — Vamos dar uma olhada.
Moon ficou de pé, mas ficou tonto quando se levantou, o quarto girando um pouco. Harley não teve esse problema, entretanto quando o agarrou em seus cotovelos para firmá-lo.
— Você está bem?
— Acho que o calor está me afetando. 116

— A mim também, mas não estou oscilante. Vamos sair daqui.
De repente Fury estava lá para ajudar, pondo um braço ao redor dele. Humilhou Moon um pouco em precisar de ajuda para caminhar, mas ambos os machos mantiveram um aperto firme nele enquanto o levavam para fora do banheiro. Ted apontou para a cama no lado do quarto de exame.
— Coloque-o lá. — Olhou para Flame. — Traga Paul. Diga a ele que a hora do recreio acabou e que nosso paciente não tentará matá-lo. Eu preciso da máquina de ultrassom. Seu povo não foi treinado nelas tão bem quanto ele.
— Estou nessa. — Flame anunciou, girou, e correu pelo corredor abaixo.
— O que você acha que é? — Moon quase desmoronou no colchão. Seu corpo estava molhado e foi de suar a estar frio. — Será que um pedaço do dardo quebrou em meu braço?
— Onde você o sentiu?
Moon mostrou ao doutor colocando o dedo indicador do humano em cima da área.
— Aí mesmo.
Paul chamou a atenção de todo mundo enquanto empurrava uma máquina com rodas no quarto. Sorriu quando Moon encontrou seu olhar.
— Aí está o cara que eu conheço. — Paul chegou mais perto. — Ouvi que você está conosco novamente. Estou tão contente. Sério. A última vez você tentou dar uma mordida em meu braço.
— Eu sinto muito.
Paul parou e se curvou para ligar um cordão.
— Sem problema. É tudo diversão e brincadeiras até que alguém perca um olho… ou um braço, em meu caso.
— Pare com isto. — Ted estalou. — Brinque mais tarde. Esse é o problema com vocês jovens. Estão mais preocupados com a consulta do que com o tratamento.
— Ninguém nunca te acusaria disto. — Paul murmurou enquanto ligava a máquina e a preparava. — O que estamos procurando? Ele foi ferido? Seu peito dói? Eu disse para que tivessem a certeza de não apertarem as cintas demais e ter certeza que você podia respirar sem dificuldade. Devíamos te fazer um Raio X se você achar que pode ter fraturado algumas costelas.
Ted produziu o que pareceu com um marcador e desenhou um círculo no braço superior de Moon.
— Procure esta área aqui mesmo.
— Isso facilita. — Paul retirou uma garrafa de gel do ultrassom e hesitou. — Você quer que eu amorne isto?
— Não. Eu tive suficiente calor para durar para sempre. — Moon nunca queria estar naquele calor novamente.
Paul assentiu e passou a substância clara em cima de um instrumento de mão preso a máquina. Empurrou-o contra o braço de Moon e olhou a tela, que Moon não podia ver. Lentamente moveu sobre sua pele, entretanto parou. Paul empurrou um pouco mais forte, ajustou a coisa, e suavemente xingou.
— Que diabo é isto? 117

— Droga. Preciso de um bisturi. Nós retiraremos o que quer que seja e examinaremos.
— A ponta quebrou no osso? — Moon não gostou da ideia que parte do dardo ainda estava dentro dele.
— Não, estou certo que não é a ponta do dardo. Nós não verificamos objetos estranhos porque o dardo estava intacto. — Ted falou com uma voz brava. Pareceu realmente preocupado. — É um objeto retangular, muito pequeno. Definitivamente não é nada que pudesse ser parte de um dardo.
— Oh-Oh. — Paul concordou. — Merda. É quase como um daqueles chips de animais de estimação que minha esposa implantou em nosso cachorro no caso dele um dia se perder. Talvez um pouco maior.
— Ele estava marcado com um sistema de acompanhamento de algum tipo? — Justice retornou. Ele vestiu o mesmo tipo de vestimenta de enfermeira, só de tamanho maior.
— Eu não sei o que é. — Ted admitiu. — Nós não saberemos até que eu o remova.
— Faça isto. — Fury exigiu.
Moon assentiu.
— Sim. Tire isto de mim. Eu não sei por que eles quereriam poder me localizar. Nossos inimigos sabem exatamente onde estamos. Aqui ou na Reserva.
Harley rosnou.
— E se eles tiverem algum tipo de arma que poderia alvejar um certo local? Um projétil de algum tipo. Podia estar enviando um sinal de direção.
— Tire isto dele agora. — Justice ordenou. — Estou ligando para Tim para fazê-lo vir aqui. Ele sabe tudo sobre armas do exército.
O primeiro pensamento de Moon estava em Joy quando olhou para Harley.
— Tire Joy daqui. Leve-a para a moradia humana e fique com ela. — Não a queria em nenhum lugar perto dele até que pudesse ter certeza do que estava acontecendo. Também não queria perder Harley se o Centro Médico fosse atacado.
— Não vou deixar você.
Maldito Espécie teimoso.
— Você é realmente um irmão?
Olhos escuros de Harley estreitaram e suavemente rosnou.
— Você está puxando esta carta?
— Sim. Leve-a para segurança e fique com ela.
— Porra. — Harley girou e marchou em direção à porta. — Você não joga limpo.
— Coloque alguma calça primeiro. — Moon gritou. A ideia de Joy vendo tanto de Harley não caia bem pra ele. E se ela o achasse mais sexualmente atraente? O conceito só o deixou pronto para chamar Harley de volta. Não disse nada, entretanto, e se deitou quieto. 118

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