sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Capítulo 02



Capítulo Dois
Darkness se despiu do uniforme e colocou uma regata e calças de moletom com ONE impresso em branco no material preto. Isso não era o traje ideal para um interrogatório, mas os armários foram danificados na explosão. Ele descartou o uniforme e deixou cair em um monte no chão, coberto de poeira e pó de gesso. O quarto de trocas estava lotado de outros Espécies.
Bluebird se apressou com outro monte de roupas.
— Aqui vamos nós. Esse é todo o suprimento que temos em mãos. Está muito quente para agasalhos.
— Todo mundo está bem. – Flame entrou na sala. – O último dos nossos oficiais foi contabilizado. Há apenas pequenos ferimentos.
— E os humanos? – Darkness engoliu de volta um rosnado.
— Quatro morreram, mas um está quase vivo. – Flame segurou seu olhar. – Ele foi levado de helicóptero para uma unidade de trauma no mundo exterior. Ele sofreu queimaduras graves e ferimentos internos. Nosso time médico não acredita que ele vá sobreviver.
— Que pena. Eu tinha algumas questões para eles. – Nenhuma simpatia pelas mortes alcançou Darkness.
— Fizemos uma barricada nos portões da frente – Snow parou ao seu lado, retirando o uniforme. – Homeland está oficialmente fechada. Justice está lidando com a mídia enquanto Fury está esperando a força-tarefa se juntar para começar a investigação. Trey já está aqui, então ele vai falar com Tim. – Ele espirrou. – Acho que nunca mais vou cheirar nada em meu nariz. Inalei muito daquela merda.
— A poeira não era toxica. – Bluebird começou a recolher os uniformes sujos. – Pelo menos, foi o que Trey disse. Era mais densa por causa do colapso no prédio. Ele disse que os novos prédios não possuem materiais venenosos.
— Bom saber. – Snow espirrou novamente. – Mas eu estava falando sobre a fumaça do fogo.
— Oh. – Ela pausou os braços lotados. – Vou pegar mais roupas para o suporte. – Ela girou e correu para fora.
— Estão todos bem? – Rusty foi a próxima a entrar.
— Apenas alguns cortes e machucados. – Flame respondeu. – Não perdemos ninguém.
— Disse a você para ficar com a prisioneira. – Darkness deu um passo á frente, pegando a atenção de Rusty.
— Ela está trancada na sala de interrogatório numero três. Era a mais longe das danificadas. Ela não estava carregando nada na roupa, chequei e peguei como evidência. Ela quer água. Eu posso dar um pouco a ela?
— Sim, vá lá montar guarda. Estarei lá em um momento. – Ele se sentou, debatendo se sequer deveria colocar as botas de volta. Elas estavam coberta por pó de gesso. Ele parou. – Foda-se.
— Desculpe-me? – Snow estava se vestindo também, mas pausou e olhou para ele.
— Vou falar com nossa prisioneira assim.
— Você vai interrogar um suspeito descalço e fora do uniforme? – As sobrancelhas de Flame se ergueram.
— Se você quiser ir lá onde as luzes das celas colidiram com os armários de metal e se arriscar a ser eletrocutado para recuperar minhas coisas, fique a vontade. – Darkness apontou para onde a sala de roupas dos machos ficava. – Não tenho tempo para correr até em casa e voltar, tampouco. Nós precisamos de respostas. Nós fomos atacados.
Flame fechou a boca e acenou de modo afiado.
— Quer ajuda? – Flirt se moveu para frente, quase trocando o uniforme por roupas de corrida. – Dois de nós talvez intimide mais o homem.
— É uma mulher. – Darkness olhou para frente. – Vou lidar com isso sozinho.
— Pensei que você não interrogava fêmeas. Gostaria de me voluntariar para fazer isso. – Snow estava colocando a camisa.
— Vou fazer uma exceção dessa vez, eu vi o que ela fez. Ela foi muito bem treinada e um soldado não é apenas uma mulher. Eles são de longe os mais perigosos.
— Eu realmente quero interroga-la. – Snow persistia.
— Não.
Darkness não quis esperar um minuto a mais por mais conversa. Ele precisava de respostas e iria consegui-las, não importava o que tivesse que fazer. A raiva apareceu
enquanto ele manobrou ao redor do prédio. Todos os Espécies tinham ouvido as notícias e correram para lá. Ele os ultrapassou, sentindo um pouco de orgulho pela unidade e calma que eles mostravam apesar das circunstâncias.
Ele pausou fora da porta da sala de interrogatório e se afundou no fato de que tinha que entrar lá e fazer o que fosse preciso para fazer a fêmea falar. Homeland fora atacada e isso poderia ter custado á vida de muitos Espécies. Ele estava no caminho para retirar o motorista da van, mas admitia que isso provavelmente, custaria a sua própria vida. Ele tinha pulado do topo da parede para o telhado do prédio de segurança uma vez que ficou claro que as balas eram inúteis. A fêmea havia feito o trabalho dele, ao invés disso.
Por quê? As táticas dela foram claras, muito precisas. Ela tinha treinamento que não deveria possuir. Ele tinha que ser pressionado além do limite para fazer o que ela fizera, ele se virou e sacudiu o telefone, a Segurança atendeu no segundo toque.
— Conte-me tudo o que conseguiram sobre a fêmea que estamos retendo.
Ele ouviu sua raiva se construindo. Darkness precisava parar de pensar nela como uma fêmea. Ela era uma ameaça. Ele precisava se lembrar disso. As táticas normais não iriam funcionar. Ele teria que ser mais esperto que ela e a manter de guarda baixa, um plano se formou e ele puxou respirações calmantes. A raiva era a última coisa que ele precisava usar contra alguém com a provável base dela.
* * * *
Kat manteve os olhos fechados e tentou ignorar o ar frio. A adrenalina a havia drenado emocionalmente. Era uma reação normal sob circunstâncias tensas. Ela apenas tinha encarado a morte, tinha tomado á vida do motorista que atirou e provavelmente os companheiros dele. Pelo menos dois deles, com certeza. O cara saindo por trás não foi torrado.
Kat piscou com a comparação com comida que a mente dela criara e mudou o peso na cadeira de metal. Não a ajudava que não estivesse quente. Ela se debateu em andar pela sala, mas se decidiu contra isso. O risco de levantar mais suspeitas pelos ONE era muito alto se ela falhasse em agir e bancar a assustada e tímida ratinha. Era o que eles iriam esperar e o que ela precisava para dar a eles se tivesse alguma chance de recuperar sua identidade falsa.
O clique de uma fechadura precedeu a porta sendo aberta. Um homem de cabelos escuros entrou. Ele era mais bronzeado com hipnotizantes olhos escuros, que eram
negros. Ele olhou para ela, suas feições sombreando. Ela o mediu e tinha quase dois metros de altura. Darkness. Tem que ser ele. Ai caralho, ele é enorme e intimidante.
Kat tomou notas dos densos e musculosos braços dele e os ombros realmente largos. A regata se erguia acima da parte superior do corpo dele e descia abaixo, para onde ele tinha amarrado os laços da calça preta. Eles não estavam amarrados, os laços brancos apenas pendiam livres. Ele tinha pernas fortes e bem torneadas, evidentes mesmo através do material mais grosso, e pelo menos um pé gigantesco descalço. O olhar muito casual que atirou não era o que ela esperava.
— Quem é você?
Isso confirmou a identidade dele. Kat nunca esqueceria aquela voz profunda.
— Kathryn Decker, mas todos me chamam apenas de Kat, para encurtar.
A porta bateu, selando os dois lá dentro. Ela olhou para isso, esperando que se abrisse uma segunda vez.
— Ninguém mais virá para cá. Não haverá resgate.
— Não era suposto que uma mulher esteja presente? – Ela se focou no rosto dele. Darkness permaneceu lá, a poucos passos da porta.
— Você percebeu que não está mais dentro dos Estados Unidos? Você está no território da ONE uma vez que passou pelos portões. Diga-me a verdade porque, acredite em mim, você não quer que eu te faça falar. Suas leis de interrogatório não são aplicadas aqui. – Um som suave, ameaçador veio dele. Não era exatamente um rosnado, mas não era amigável também.
— Você não pode me matar. – Medo subiu pela espinha de Kat, mas ela o empurrou para baixo.
Darkness se aproximou e ergueu a cabeça o suficiente para que ela desse uma boa olhada no rosto dele. A respiração parou nos pulmões. Ele tinha um dos rostos mais masculinos que ela tinha visto. Os ossos da face eram pronunciados, possivelmente um índio americano. O queixo quadrado estava sob um par de lábios cheios em um ângulo severo, duelando com o pestanejar dos seus olhos. Foi á forma dos olhos dele, no entanto, que realmente a assustou. Justice North tinha a forma de gato, mas as dele não eram nem mesmo próximas em crueldade. Kat continuava não sabendo a exata cor daqueles olhos, mas ela apostava que eram castanhos escuros. Cílios inusitadamente longos rodeava-os.
Respire, droga. Kat sugou o ar, forçando os pulmões a trabalhar novamente. O jeito que ele se vestia era uma tática para tirá-la do jogo. Ela precisava se manter inteira, isso era difícil de fazer com aquela expressão de predador esperando que ela caísse na armadilha.
— Eu realmente poderia. Você está pronta para falar a verdade agora? Quem você realmente é? O que está fazendo aqui?
Ele está blefando. Ela esperava que sim.
— Meu nome é Kat Decker – Ela mentiu. – Cheque minha licença de motorista. Ligue para meu chefe. Pediram que eu viesse para Homeland por duas semanas para ministrar aulas forenses e mostrar a sua segurança um pouco das coisas novas no comportamento criminal.
— Você é do Exército? Marinha? Forças Especiais? – Ele deu mais um passo para perto.
— Laboratório de crimes. – Ela balançou a cabeça.
Darkness rosnou.
Kat tentou não reagir, mas falhou. Seu corpo se tencionou pelo som ameaçador e perigoso. O desenho da sala não a fez se sentir segura de jeito nenhum. Não havia câmeras ali. Ela procurara por todos os sinais de como eles poderiam monitorá-la, mas não encontrou nenhum. Eles estavam realmente sozinhos na sala.
— Onde você aprendeu a invadir uma van blindada?
— Assisti muitos filmes de ação e aprendi todas as coisas a se fazer.
A boca dele se pressionou em uma fina linha raivosa, assegurando que ele não estava acreditando naquela besteira. Ela tentou novamente.
— Eu amo ver filmes. Explodir tudo e atirar em tudo para salvar o mundo e esses tipo de coisa. Você acredita que quando eu era criança, eu queria ser uma estrela de filme de ação? – Ela não pôde resistir. – Bruce Willis é meu ídolo.
As mãos dele se fechados nos lados, á única reação dele. Kat talvez tivesse ido longe demais com sua resposta, mas esperava que ele tivesse senso de humor. Ele não tinha.
— Não estou no clima para ficar jogando. Leve minhas palavras como um aviso. Minha paciência está quase no fim.
Kat respirou fundo e exalou devagar. Ela sabia que estava em um gelo fino e que tinha que dar a ele algo válido.
— As balas estavam batendo na van. Não era preciso ser um gênio para descobrir que era blindada. Eu gritei para que parassem a chuva de balas, mas acho que ninguém me ouviu como todo aquele barulho. Talvez eles não tenham visto isso do ângulo que estavam, mas eu estava tipo muito perto e era pessoal, desde que eles estavam tentando liberar o portão. Percebi que eles iam precisar tirar meu carro do caminho para atacar seu segundo portão.
— Como você sabia os planos deles?
— Eu não sabia. Fiz uma aposta educada. Era apenas senso comum, eu apenas queria pará-los. Suas balas não estavam funcionando, então peguei a arma de Rusty e procurei por um ponto fraco. Eles não blindaram a trava da porta do motorista. – Ela hesitou. – Vi que o motorista e o passageiro estavam usando roupas de assalto completas. Algo devia ser feito bem rápido eu reagi antes que pudesse pensar nisso. Lembro da última vez que os veículos passaram pelos seus portões. Quantos morreram? Dezesseis pessoas?
— Dezessete. – Ele murmurou
Kat o estudou e estava claro que Darkness não apreciou ser lembrado da brecha que foi feita depois que Homeland se abriu primeiro.
— Eu vi um jeito de abrir a porta do motorista e fiz isso. Atirei na trava da porta e arranquei o motorista de lá, desarmar o motorista não ia pará-lo. O passageiro poderia ter apenas pulado para o motorista e vi movimentos lá atrás. Isso significava que eles tinham pelo menos mais um comparsa. Isso seria um banho de sangue. Você alguma vez viu o que caras maus com armas e roupas completas de invasão podem fazer? Eu já. Disse a você que assisto muitos filmes. Olhei para baixo e vi granadas próximas ao motorista. Eu as joguei para dentro e fechei a porta.
— Como você sabia o que eles eram?
— Porque eu não sou uma idiota. – Kat estava começando a ficar irritada. – Foi pelo jeito que eles pareceram pra mim. Eu não tinha muito certeza do que eles fariam, mas obviamente significava que eles fariam algo contra a ONE. Eu usei contra eles, ao invés disso.
— Por que você não tinha certeza do que eles iam fazer? – Uma das sobrancelhas dele se arqueou.
— Eles eram como explosivos caseiros com relógios é isso que quis dizer. Eu não vi nenhum cilindro, o que iria indicar uma arma química, então assumi que eles iriam entrar e boom! Eu estava certa. Eu não tinha exatamente muito tempo para lidar com isso, uma vez que eu estava na mira do passageiro, que estava tentando me matar.
— Quatro humanos foram mortos dentro da van e o quinto que sobrou não vai viver por muito tempo. – Darkness endireitou a postura e cruzou os braços acima do peito.
Eles eram caras maus, mas isso ainda a atingiu com força. Ela nunca tinha matado alguém antes. O treinamento que tivera não cobria a realidade de ter aquelas noticias.
— Você matou humanos, entende isso?
Kat acenou com força, não confiando na própria voz. Os idiotas talvez tivessem merecido aquilo, mas a realidade era cruel. Eles provavelmente tinham família e amigos que iam sofrer a perda deles. Mesmo o sem-coração tem mães.
— Responda. – Darkness mandou em uma voz rude.
— Sim. – Kat cresceu na defensiva porque isso cresceu seu acordo com o estresse. – Você entende que eles não iriam derrubar seus portões em um veiculo armado, usando roupas de combate militar, para trazer cupcakes e mensagens de amor? Eu estava tentando proteger os Novas Espécies.
Darkness se moveu rápido o suficiente para fazer Kat retroceder quando ele fechou a distância entre eles, se dobrou e agarrou os lados da cadeira dela. Ele colocou o rosto quase nariz com nariz com ela. Os olhos de Darkness eram sombreados com a cabeça para frente, mas eles pareciam muito ameaçadores, Kat tentou ir para trás, mas não havia lugar nenhum para ir com a cadeira de metal pressionada firmemente contra sua espinha.
— Você espera que eu acredite que você é uma técnica criminal de um laboratório, quando você apenas lidou sozinha com cinco homens? – Darkness rosnou profundamente pela garganta, provando que não era completamente humano.
— Sou realmente boa em meu trabalho. Eu vi um monte de coisas ruins e não esqueça meu amor por filmes de ação. – Kat forçou um sorriso e ignorou as batidas rápidas do seu coração.
Darkness assobiou, soprando nela com o cheiro de chocolate e menta. Kat esperava que sua respiração cheirasse tão bem quanto, desde que seus lábios estavam separados. A urgência de olhar para a boca dele era forte para superar, mas ela lamentou tão logo fez
isso. Seus olhos se arregalaram de surpresa e medo ao sinal das duas longas e terríveis presas.
— Ai, caralho. – Ela não queria ter dito isso tão alto.
O lábio superior de Darkness se ergueu para dar a Kat uma melhor visão delas. Tinha que ser de propósito. As próximas palavras mataram qualquer dúvida.
— Eu não sou como você. – O tom dele se aprofundou. – Vou te mostrar misericórdia se começar a me dar respostas honestas. Aqueles homens foram enviados aqui para morrer como idiotas para que acreditássemos em você?
— O quê? – Isso a arrancou do estupor causado pelas presas assustadoras dele. Kat olhou dentro dos olhos de Darkness.
— Você me ouviu. Foi um tipo de show planejado para ganhar nossa confiança?
— Você está drogado? – Ela estivera excitada em visitar Homeland, mas isso tinha se tornado um pesadelo. Sua cobertura estava muito ferrada, a menos que ela pudesse se sair dessa situação. Ser acusada de ser conivente com as intenções idiotas em matar os Novas Espécies ligou seu modo vadia. — Eu não sei se você correu da casa de guarda ou se já estava do lado de fora, mas aquele idiota no banco do passageiro tentou realmente me transformar em queijo suíço. Aqueles explosivos poderiam ter escapado de minhas mãos antes que eu os jogasse dentro da van. Eu poderia ter sido jogada para longe junto com aqueles idiotas. Como se atreve? – Kat olhou para ele. – Tá pensando que é o único que está tendo um dia ruim? Eu apenas queria vir para Homeland me divertir um pouco, conhecer Novas Espécies e ensinar algumas aulas. Essa era minha única agenda. Agora, estou trancada em uma sala com um paranoico idiota.
O silêncio era absoluto. Kat repassou o que havia dito a ele e fechou os olhos. Merda. Se controle, droga. Estou me quebrando tão rápido quanto um recruta no primeiro dia de treinamento.
Darkness soltou a cadeira, segurou as costelas de Kat e a ergueu do assento. Os pés dela não tocavam o chão enquanto ele caminhou pela sala e colocou a bunda dela na mesa. Darkness agarrou a corrente ligando os dois pulsos algemados na frente do corpo e forçadamente ergueu os braços dela, empurrando-os. Ele contornou a mesa e Kat caiu para trás quando Darkness puxou-a ao longo da superfície, só parando quando ela estava esticada em cima da mesa.
— Abra caminho para cima. – Ele rosnou, se aproximando o suficiente para pegar o rosto dela. – Te desafio. Mostre-me quão bem treinada uma técnica de laboratório é no combate mano a mano.
Kat permaneceu deitada, ele não a havia machucado. Ela talvez tivesse uma contusão ou outra na bunda para superfície dura quando ele a largou lá, mas era uma extensão dela. A superfície da mesa estava fria. Darkness manteve um aperto firme na corrente para manter os braços dela restritos acima da cabeça. Era imperativo que ela acalmasse a situação nervosa. Kat poderia usar as pernas, dobrando-as e chutando-o, tentando manda-lo para trás, mas isso iria apenas provar que ela não era quem dizia ser.
— Me desculpe se chamei você de idiota. Estava apenas chateada que você me acusou de uma coisa horrível. Arrisquei minha vida lá fora. Isso não foi encenação.
Darkness se abaixou e agarrou a frente das calças, Kat tinha esquecido que vestia apenas calcinha e um sutiã naquele momento. Medo real a pegou de que ele a atacaria sexualmente. Darkness era um enorme bastardo, realmente forte, e provavelmente pesaria o dobro dela. Ela era violenta, mas duvidava que pudesse lutar com ele por muito tempo. Todos os músculos se enrijeceram em preparação para, pelo menos, tentar. Darkness não expôs o pênis, ao invés disso ele arrancou o cordão do moletom.
Kat visivelmente relaxou até que ele começou a prendê-la a algo acima de sua cabeça. Ela se virou o suficiente para olhar pra cima e ver o anel parafusado e então olhou para o rosto dele.
— O que está fazendo?
— Tendo certeza que você vai ficar exatamente onde quero você.
— Quero sentar na cadeira. – Kat se sentiu exposta, deitada de costas, praticamente nua.
— Quero a verdade. – Ele se endireitou e deu um passo atrás.
Kat puxou as algemas, mas a corda a impediu. Ela olhou para os lados da mesa, mas não poderia rolar sem cair contra as cadeiras à esquerda ou à direita.
— Quem você realmente é? Vamos parar com esse jogo. Sua identidade era boa, mas meus oficiais são melhores. Alguém fodeu com tudo quando eles criaram sua história. Nossa checagem de segurança rastreou você até três anos atrás e então acabou. Não há nada sobre você.
Kat olhou dentro dos olhos dele, esperando que estivesse blefando, mas viu a verdade refletida neles. Merda. O rato bastardo do Mason tinha fodido com os papeis e, de fato, tinha explodido sua cobertura.
— Eu me divorciei. – Mentiu. – Passei a usar meu nome de solteira. – Foi uma tentativa melhor.
— Essa é uma mudança interessante. – Darkness sorriu, mas isso não alcançou os olhos. – Checando a base de dados você existia, mas quando procuramos dados fora dos sites com o número do cartão social, pertencia a uma Eleanor Brinkler. Ela era uma dona de casa com setenta anos, que morreu há dez anos. – Darkness vagarosamente correu o olhar abaixo do corpo de Kat e voltou. – Não sou um profissional em como uma mulher de oitenta anos deve parecer, mas tenho certeza que você não está nem perto dessa idade.
Kat entrou em pânico, mas tentou mascarar suas feições, fortemente pensando em algo para dizer.
— Você não parece morta. – Darkness deu um passo á frente e olhou para os peitos dela. – Está respirando. – Seu olhar se encontrou com o dela. – Qual seu nome verdadeiro? Quem mandou você e por quê?
— Deve ter havido um terrível engano. – Era tudo o que ela podia dizer. Kat foi pega e Robert Manson a tinha colocado em uma bagunça infernal. Sua identidade falsa fora um trabalho urgente e confuso.
— Não quero te machucar. – Darkness se colocou para frente, colocando o rosto próximo ao dela novamente. – A voz dele baixou para um murmúrio. – Não me faça fazer isso, doçura. Eu tenho memórias o suficiente para assegurar que tenho pesadelos quando todas as vezes que durmo. Apenas me diga quem você realmente é, e porque veio para Homeland. Você foi descoberta.
Kat lambeu os lábios, tentada a dizer a ele a verdade. Mason nunca deveria tê-la enviado disfarçada à Homeland. Isso provavelmente faria os dois serem demitidos, mas seria pior se ela falasse. Ninguém queria uma agente trabalhando para eles se ela quebrasse sob pressão. Darkness estava apenas fazendo seu trabalho e era muito bom nisso. Kat o respeitava.
— Você parece tão suave e frágil. – Ele pausou, olhando para ela. – Deixe-me dizer algumas coisas a você sobre mim. Você já ouviu falar de um humano chamado Darwin Havings?
Kat travou as feições, mas seu coração deu um pulo. Harvings era atualmente o número trinta e dois na lista dos mais procurados do Departamento de Segurança de Homeland. Ele tinha sido um bastardo rico com negócios baseados no Oriente Médio e ligação com os países de terceiro mundo. Ele também era suspeito de investir pesadamente nas Indústrias Mercile. A última associação que tinha ouvido falar dele sob o olhar duro das autoridades e o que eles tinham descoberto era algo muito ruim, mas não havia evidência. Os rumores eram de que Havings estava envolvido com o tráfico sexual e de
drogas, eles também encontraram indicações de que ele talvez fosse culpado por roubar do exército americano no Afeganistão e vender as armas roubadas aos rebeldes. Isso o colocou na lista de procurados.
— Não. Ele é uma estrela de ação? – Uma técnica de um laboratório criminal não deveria estar familiarizada com o nome, porque ele não estava nos noticiários.
— Ele foi um humano ruim que conheci.
Kat teve que se lembrar de regularizar a respiração, algo que era muito difícil de fazer desde que estava freneticamente tentando entender como aquele encontro era possível. Por quê? Como? Quando? Uma suspeita horrível a pegou de que seu estúpido chefe poderia estar certo. Eles têm negócios com Havings? A ONE seria o local ideal para ele se esconder. Nós não temos jurisdição em Homeland ou na Reserva. Ele pode se esconder de nós dentro dos portões e aqui não poderia haver uma droga de coisa que pudéssemos fazer sobre isso.
— Eu fui um no grupo de Espécies que ele levou de Mercile.
— Por quê? – Kat relaxou ligeiramente. Isso significava que tinha acontecido no passado, quando Darkness era um prisioneiro na companhia. Havings tinha tido acesso aos Novas Espécies então. Essa conexão continua ativa?
— Era um teste. – Darkness rosnou, levantando a cabeça e continuou a assistir os olhos dela. – Eles colocaram colares explosivos em nossos pescoços. Nós éramos irmãos biológicos e eles sabiam que estávamos avisados de nossas conexões, porque eles nos mostraram a prova. Nascemos do mesmo conjunto de embriões que eles criaram de dois humanos que tinham misturado. Eles sempre criavam embriões múltiplos, com frequência do mesmo par de humanos, algumas vezes pareando um ou os dois com outros doadores para diferentes características físicas. Nossas genéticas animais variavam, mas nosso DNA mostrou uma combinação familiar. Foi por isso que ele nos quis. Ele sabia que nos protegeríamos uns aos outros e faríamos tudo por nossos irmãos.
Jesus. Um pouco do controle caiu e Kat sabia que sua expressão revelava a simpatia que ela sentia.
— Por que colares explosivos?
— Nós sabíamos que tirá-los mataria nossos irmãos se nós não seguíssemos as ordens.
— Isso é fodido. – E também uma tática terrorista – uma muito extrema. Ela não mencionou a última parte.
Darkness balançou a cabeça e a ergueu novamente, o nariz dele se alargou enquanto deslizou contra a garganta dela. Darkness inalou, parecendo cheirá-la. Kat não protestou, mas isso a fez olhá-lo de um novo jeito. Isso era um pouco sexual.
— Somos protetores dos nossos por natureza e eles usaram isso. – Darkness sussurrou. – Quer saber o que eles fizeram conosco?
— Claro. – Seu estômago se retorceu com uma sensação ruim de que ela não iria gostar da resposta.
— Eles nos ensinaram como lutar e matar. Nós éramos quatro armas vivas com reflexos mais rápidos, corpos mais fortes e sentidos mais afiados que os humanos. – Darkness ergueu a cabeça e foi para o outro lado do pescoço de Kat, inalando novamente. Isso colocou o peito dele em contato com os seios dela. – Nossos professores eram mercenários com sotaques estranhos. Eles eram brutais.
Porra. Os sotaques estranhos que ele falou eram característicos. Darvin Havings apenas contratava seus guarda-costas dos contatos no Oriente Médio, eram os tipos usualmente ligados a assassinatos planejados. Eram realmente péssimas notícias que eles tinham treinado Darkness. Kat poderia apenas imaginar as coisas a que ele foi sujeitado.
— Aprendi tudo sobre como torturar alguém até que me contassem qualquer coisa que eu quisesse saber.
Suspeitas confirmadas. Kat puxou outra respiração profunda, tremendo por dentro, assustada. Tinha sido treinada para aguentar tortura, mas não ao tipo de coisa pesada que ele provavelmente aprendeu. Darkness iria usar isso para quebra-la? Se sim, ele iria fazer qualquer coisa que funcionasse para ter as respostas. Significava que isso poderia ficar feio e perigoso, com a possibilidade de perder partes do corpo ou a morte.
— Você está assustada, posso sentir o cheiro disso. Apenas me diga a verdade. – Darkness se moveu novamente até que pudesse olhar diretamente nos olhos de Kat.
— É por isso que está me cheirando? – Ela não tinha certeza do que fazer.
— Eu posso ter um tempo para pensar sobre isso? – Kat realmente não precisava da lembrança.
— Quer que eu espere enquanto se recupera para vir com mais mentiras convincentes? – As sobrancelhas dele se ergueram.
— Quero te falar a verdade, mas não posso.
— Sabe o quão animalescos alguns de nós podem ser? – Darkness colocou ambas as mãos na mesa, uma em cada lado do peito de Kat, e se aproximou até que estivesse quase metade em cima dela.
— Não realmente. Li os jornais e assisti algumas entrevistas.
— Você viu o que queremos que veja. Eu não sou Justice North.
Kat podia acreditar nisso. O senhor North parecia muito amigável, até mesmo fofinho na televisão. Ele mostrava um rápido senso de humor e uma personalidade fácil de lidar. Darkness não tinha nenhuma dessas coisas.
Ele separou os lábios e mostrou as presas novamente. Kat olhou para elas e então esperou que ele não estava implicando em usá-la para mordê-la. Isso provavelmente iria doer como o inferno.
— Imagine os instintos predadores aprimorados, combinados por ser encorajado a ser melhor que a humanidade. Foi para isso que fui feito quando fui tirado da Mercile e enviado para aqueles humanos, se eles podem ser chamados disso. Diga-me a verdade ou verá do que sou capaz de fazer. Pode ser brutal.
Lágrimas reais encheram os olhos de Kat e não havia nada que ela pudesse fazer, mas piscou-as de volta. Darkness era um mestre em infligir medo, desde que ela acreditou em cada palavra que ele disse.
— Honestamente. Eu não tenho nenhuma intenção oculta. Queria apenas impedir aqueles homens de machucar seu pessoal. – Kat olhou dentro dos olhos impressionantes de Darkness, esperando que ele visse a verdade. – Não quero que nenhum Nova Espécie se machuque. Estava ansiosa para ensinar algumas aulas e passar um pouco de tempo aqui em Homeland. Pensei que isso seria legal, quase umas férias.
— Não faça isso, doçura. – Os olhos de Darkness se estreitaram.
— Juro por minha vida que cada palavra que disse é absolutamente verdade.
— Quis dizer para não chorar. – Darkness fechou os olhos e ergueu o queixo para olhar para longe. – Porra.
A reação dele deixou Kat atônita. Darkness ou era um ator maravilhoso ou um mestre na decepção. Por outro lado, ela pensou que ele estava sentindo um pouco de simpatia. Darkness olhou para ela novamente e a expressão torturada no rosto dele esfaqueou o coração dela.
— Não posso fazer isso. – Ele balançou a cabeça. – Não vale a pena minha alma, ou o que sobrou dela.
— Não pode fazer o quê?
— Fingir que você é uma mulher do meu passado, então posso fazer efetivamente meu trabalho. Eu realmente admirei suas habilidades lá fora. Não acho que poderia ter feito tão bem como você fez ou lidar com aqueles humanos tão rapidamente. Ou você pensa rápido em seus pés ou eram brilhantes e estratégicos movimentos. Você é uma das melhores assassinas que já conheci, se esse é o caso. Se eu estou errado... – Ele olhou para o peito de Kat. – Isso faz você excepcionalmente sexy.
Kat não sabia se deveria estar lisonjeada ou ofendida. Ela não disse nada.
— Você representa um problema para mim, Kat. Se esse é o seu nome.
— É. Todos me chama assim.
— Eu duvido.
— Por quê? O que é tão inacreditável em meu nome?
— Você está na ONE e tem o nome de um felino?
— Isso é soletrado com um K. – Isso afundou nela.
— Não me importo. Porque não usar um nome mais humano como Mary?
— Não foi o que meus pais escolheram, realmente foi uma homenagem a minha avó. Ela morreu enquanto minha mãe estava grávida de mim. – Isso também era verdade. – É apenas uma estranha coincidência.
Darkness não parecia convencido.
— É muito óbvio, se você pensar sobre isso. Eu teria que ser idiota para escolher esse nome e eu nem mesmo fiz conexão com gatos até que você tocou no assunto. Eu não sou uma idiota. Eu teria feito um trabalho perfeito construindo uma identidade falsa para mim mesma.
— Nisso eu acredito.
— Bom.
— Para quem você trabalha?
— Departamento de Polícia de Bakersfield, laboratório de criminalística.
— De que cor é seu sutiã?
— Preto. – Ele estava testando-a, tentando avaliar expressões faciais ou no seu tom de voz para determinar se ele poderia pegar um sinal de que ela mentia. Kat tinha feito a mesma coisa com suspeitos. – Meus cabelos são castanhos, assim como meus olhos. Tenho um metro e sessenta, não me irrite perguntando meu peso. Não vou falar. Todo mundo mente discriminadamente sobre isso.
— Você tem sessenta e quatro quilos, não precisa. Ergui você da cadeira.
Ele era bom. Kat realmente pesava sessenta e quatro quilos.
— Você aparenta ser mais leve, talvez quarenta e cinco, mas você tem um bom tônus muscular. Isso me diz que você malha ou treina com frequência. – Darkness estudou os seios de Kat. – Sem cirurgia plástica. – Ele ergueu a cabeça e parou, o olhar correndo acima do estômago dela e pernas. – Sem crianças.
— Como sabe disso?
— Você tem cicatrizes. Seu antebraço, uma próxima a panturrilha. Elas são notáveis. É isso que estou dizendo. Uma gravidez iria marcar você tanto e deixaria sinais. Seu baixo-ventre e coxas são impecáveis, nenhum sinal de estrias.
— Nem todas mulheres as tem. – Kat admirava o treinamento de Darkness em observação. Isso foi tipo, quente.
— Nem todas, mas a maioria tem pelo menos um pouco.
— Eu não tenho filhos. – Kat confirmou.
— Não usa maquiagem. – O foco de Darkness retornou ao rosto dela. – Isso também explica suas roupas simples. Nenhum laço nelas e seu sutiã não é desenhado para dar aos seus seios uma aparência maior. Você não deseja chamar a atenção de um homem para você mesma. Por que isso?
— Talvez eu não tenha tido tempo de me maquiar essa manhã. Assim como meu sutiã, enchimentos são desconfortáveis como o inferno.
Darkness a olhou, sem expressão, e Kat iria amar saber o que ele estava pensando.
Darkness esperou que medo providenciasse o último puxão que ele precisava para que a fêmea quebrasse. Tudo o que havia contado a ela era verdade. Ele a admirava. Uma imagem passou do que iria acontecer se ele a transformasse em ossos quebrados. Ela
teria gritado. Ele se sentiu como o monstro que os humanos tinham tentando criar. Não poderia bater nela.
Ela tinha olhos expressivos e bonitos. Darkness esperava que pudesse lê-la corretamente e que os machos que haviam atacado os portões não estivessem com ela. Iria irritá-lo muito se ela fosse má, ele já havia caído por uma fêmea que o havia traído. Poderia usar aquela raiva em Kat, mas um olhar para a fragilidade crescente dela o deixou gelado. Não haveria honra em machucar Kat. Ela era inútil e, droga, realmente gostava dela.
A frustração veio depois. Era seu trabalho conseguir respostas e descobrir quem ela realmente era, ele apenas não poderia fazer isso efetivamente. Considerou suas opções. Outra pessoa iria ter que assumir seu lugar. Ele nem mesmo queria estar no prédio, sabendo o que iria acontecer na sala de interrogatório. Uma onda de compaixão e proteção o engolfou, um enjoo cresceu em seu estômago, pensando em outro macho infligindo dor para fazer Kat falar.
Olhou dentro dos olhos dela, dividido entre o dever e o inesperado desejo de apenas escolta-la para os portões. Isso colocaria um fim em tudo aquilo, mas não era possível. Darkness decidiu tentar mais uma rodada de intimidação e medo.

9 comentários:

  1. Todas as mulheres nesses livros tem 1,60 de altura, são clones ? Americanas baixinhas ? Meio repetitivo

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  2. A Jeanie , a Tammy e a Bela não são... E a Jessie pinta o cabelo... rs

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  3. Não tem uma pessoa preta nos livros. Tipo, em toda série e nenhuma pessoa. Eu gosto das séries mas seria mais legal se a autora diversificasse os personagens.

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    1. pior q eu reparei isso so agr ...KKAKAKAK eu achava q todos eles tinham uma cor escura.....

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  4. Gente os padrões dos EUA são diferentes dos daqui do Brasil. Aqui nós temos diversidade em todos os apectos lá nem tanto. Então sim, é normal que a autora tem colocado mulheres baixas e normalmente loiras nos livros pra ela é normal. Tanto que normalmente nos filmes que assistimos de origem americana reflete muito isso.

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  5. Ao invés deles serem sempre ditos como bronzeados, podem ser mais brancos, ou pretos, ou só pele meio escura sem parecer que foi o sol

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