Um pouco do pânico de Tammy diminuiu quando decidiu que o Nova Espécie provavelmente não mentiria para ela. Ele era grande o bastante para forçar a situação se quisesse estuprá-la. A essa altura, já poderia ter lhe matado. O fato dela ainda respirar tinha que ser um ótimo sinal de que ele não era tão cruel quanto os seus sequestradores acreditavam ou que ele sentiu o cheiro de Valiant nela e isso tinha algum significado para ele. Ela deixou que a levasse para a cama onde sentou na beira com cuidado.
O Nova Espécie se agachou na frente dela, os joelho bem abertos, colocando suas pernas entre as coxas. Ele parecia gostar de prender o seu corpo daquela maneira, ela notou, e não gostou como ele também tinha uma preferência por invadir o seu espaço pessoal. Estava perto demais para o seu conforto.
Os olhos dele procuraram os seus.
— Quantos?
— Não entendi.
— Quantos Novas Espécies foram soltos?
— Eu não sei o número exato, mas centenas.
Ele respirou algumas vezes, mas pareceu ficar com raiva outra vez.
— Quantas centenas?
Tammy hesitou.
— Eu não sei. Os Novas Espécies não querem que o público saiba disso, é, humanos. Eu diria que uns trezentos deles vivem na Reserva. Também tem Homeland, uma antiga base militar enorme que foi dada a eles, e é outro lugar onde mais Novas Espécies vivem. Tem que haver algumas centenas lá também. Provavelmente mais.
— Me diga os números que você sabe.
— Eu não entendo. Acabei de dizer que não tenho certeza do número total deles.
Ele rosnou levemente. Apontou para si mesmo.
— 927. Quais são os números que você conhece? Qual era o número de Valiant?
Ela entendeu.
— Não sei nenhum. Eles nunca usam os números dados pelas instalações de experimentos. Todos escolheram nomes quando foram soltos. Eu nunca quis perguntar a Valiant qual era o dele quando ainda estava preso. Não quis que ficasse triste lembrando da vida que levava antes. 158
Ele piscou.
— Eles escolhem os próprios nomes?
Ela assentiu.
— Sim. A maioria dos seus têm nomes como Justice e Breeze. — Ela pausou antes de listar os outros nomes que ouviu. — Tiger. Flame. Brass. Rider. Smiley. — Parou. — Me disseram que eles escolhem os nomes das coisas que amam ou de algo que tenha algum significado para eles. — Olhou-o nos olhos. — Eles teriam vindo tirar você daqui se soubessem da sua existência. — Sussurrou. — Eles não sabem sobre a instalação do Colorado. Acham que já encontraram todas e que já soltaram todo mundo.
Ele levantou de repente e deu as costas a ela. Tammy estremeceu quando rosnou alto e começou a andar de um lado para o outro da cela. Ela recuou até suas costas encostarem nas grades. Abraçou o peito e levantou os joelhos, só observando o comportamento dele, em silêncio. Ele parecia agitado e com muita raiva. Tinha respondido suas perguntas, mas se arrependeu de ter falado a última parte. Talvez ele estivesse irado pelos outros terem sido encontrados e ele não.
— Valiant não vai parar de me procurar. Isso que dizer que ele vai nos achar. Eu e você. Eles vão te libertar. — Ela disse em voz baixa, esperando que sua voz não chegasse aonde quer que o doutor e os seus dois capangas estivessem. — Nós realmente nos amamos e ele não vai desistir.
O Nova Espécie parou de andar para olhá-la. Ele se aproximou lentamente e se agachou perto da cama. — Os técnicos vão levar você embora se eu não montá-la logo.
— Ele sussurrou as palavras.
Tammy sacudiu a cabeça desesperadamente, com medo, e soube exatamente o que ele queria dizer. Sexo.
— Não.
— Vou ficar cheirando você e isso vai nos fazer ganhar tempo.
— O que isso quer dizer?
Ele de repente estendeu a mão e agarrou Tammy pela panturrilha, deu um puxão forte, e sua outra mão agarrou o braço para virá-la na cama, onde caiu de costas. Ela ofegou, mas tinha vários quilos de um musculoso Nova Espécie prendendo-a no lugar quando o corpo dele caiu por cima do seu.
Tammy levantou os olhos para ele e choramingou, achando que estava a salvo, certa de que não fosse lhe machucar depois de terem conversado. O rosto dele estava a centímetros do seu e ele parecia totalmente sério. Ele abaixou o rosto e o enterrou em seu pescoço.
— Relaxe. Não vou machucá-la. — ele disse bem baixinho em sua orelha. — Eles sempre escutam. Perto e baixo assim não conseguem ouvir. Não montarei você, mas preciso fazer com que acreditem que estou interessado. Eles a tirarão da minha cela se não for o caso e poderiam te matar se acharem que o experimento falhou. Você entende? 159
— Sim. — ela disse baixo, lutou contra o medo, mas forçou os músculos tensos a relaxarem. — Eles têm microfones aqui na cela? — Ela manteve a voz tão baixa quanto à dele.
— Também assistem com câmeras, mas não as procure com os olhos. Eles irão suspeitar.
Ele se mexeu em cima dela, prendeu-a mais perto, cobrindo-a completamente com o corpo. Teve o cuidado de não esmagá-la. Tammy experimentou muito medo por se sentir tão pequena, tão indefesa, e não tinha escolha a não ser confiar que ele não a machucaria. O homem era enorme, tinha cheiro de um sabão forte e de suor. Não era um cheiro ruim, mas era estranho.
Estava acostumada ao cheiro de Valiant. Colocou as mãos no peito dele. A pele parecia tão quente quanto à de Valiant, quase como se estivessem com febre, mas apenas tinham uma temperatura maior que a dos humanos. Resistiu à vontade de empurrá-lo, já sabendo que o esforço seria inútil.
Ele enterrou o rosto em seu pescoço outra vez, cheirou bem alto, provavelmente para ter efeito nos microfones, antes de voltar a falar baixinho.
— Valiant virá mesmo atrás de você e não irá parar?
— Sim. — Tammy não tinha dúvidas. — Todos eles virão. Digo, os Novas Espécies.
Um rosnado baixo saiu da boca dele.
— Farei o melhor para mantê-la aqui. Eles a matarão se acreditarem que não farei o que querem montando você. Se eu não fizer isso você não terá valor para eles. Me levarão daqui de volta para onde lugar de onde vim, e considerarão o experimento de me fazerem procriar com outra humana um fracasso.
Tammy fechou os olhos e lutou contra mais lágrimas. O homem colocou o rosto no seu pescoço e ajustou o quadril até se encaixar entre suas coxas. Medo e exaustão finalmente a dominaram. Quis chorar, aceitado um pouco de autopiedade por aquilo estar acontecendo com ela, e agarrou a pele dele, apenas para encontrar algum conforto.
— Fique aqui deitada comigo e descanse. Está a salvo de mim, pequenina dos olhos bonitos.
— Meu nome é Tammy.
Ele inalou a pele do seu pescoço.
— É bom sentir o cheiro de outro da minha espécie em você.
— Não o deixam ver outros?
— Não.
Ele estava sozinho. Ela mexeu os braços e rodeou o pescoço dele. Ele não protestou contra o meio abraço que ela deu. Ele a tinha completamente presa debaixo do seu corpo enorme, mas ela não se sentia ameaçada.
Lá no fundo ela entendeu uma coisa. Ele estava só e também precisava abraçá-la, provavelmente ansiava por aquele conforto tanto quanto ela. Fechou os olhos e relaxou. Sua 160
mente instantaneamente vagou para Valiant. Ele a encontraria, de algum modo. Tinha que encontrar. Um bocejo a surpreendeu e toda a adrenalina começou a se esvair de seu corpo.
* * * * *
Tiger fulminava Charlie Artzola com o olhar. O homem foi encontrado amarrado dentro do carro próximo à Reserva. Ele alegou ser inocente de ter levado Tammy por vontade própria, mas Tiger não acreditava naquilo. O humano não tinha ideia do olfato que possuíam ou simplesmente achava que eram burros.
— Eu te disse. Estava no meu escritório e de repente esse homem entrou. Ele apontou uma arma para mim até que a Srta. Shasta e o oficial chegarem. Não tive tempo de alertá-los antes que ele matasse o segurança. Fiquei horrorizado. Ele me forçou para fora com ela e explicou que se eu não passasse com eles pelos portões, estouraria os meus miolos. Estava tentando salvar a vida dela quando ele a empurrou no porta-malas, entrou lá com ela e me disse para fechá-lo. Eu sabia que ele a mataria se eu alertasse os oficiais do portão. Temia pela vida dela então fiz o que mandou.
Tiger rosnou e deu dois passos ameaçadores na direção do advogado. Nem sequer olhou para Justice para pedir permissão. Alcançou o humano e deu um tapa em sua cara com força.
— Está mentindo. — rosnou. — Farejamos seu escritório e seguimos a pista até o seu carro. Também farejamos seu carro. Só ela entrou no porta-malas. Não havia outro macho humano. Você a levou e você vai nos dizer onde a está mantendo refém. Para onde a levou?
O homem grunhiu de dor e lambeu o lábio ensanguentado onde havia cortado, próximo ao canto. Uma marca vermelha manchou sua pele pálida. O olhar arregalado de Charlie Artzola se fixou em Justice.
— Sabe que eu jamais mentiria para você. Trabalho para vocês há quase um ano. Sou confiável, e tudo que eu disse é verdade. Foi isso que aconteceu. Eu não tive escolha. O cara com a arma me disse para onde dirigir e foi isso que eu fiz. Talvez ele usasse algo que camuflasse o cheiro. Ele tinha mesmo roupas estilo militares e uma boina na cabeça. É por isso que provavelmente não sentiram o cheiro dele. Outro homem esperava no lugar onde me mandou ir e apontou outra arma para mim, me mandou abrir o porta-malas, e o amigo dele saiu. Eles levaram a Srta. Shasta, me amarraram, e foram embora com ela. Fiquei lá esperando até que o seu pessoal me achasse. Juro Justice. Sou uma vítima tanto quanto aquela mulher.
Justice levantou a mão devagar e afrouxou a gravata. Ele mantinha uma expressão calma nas feições. Puxou a gravata por cima da cabeça e começou a desabotoar os botões do paletó em seguida, um por um. Tirou o paletó e desabotoou a camisa branca. Também a tirou e ficou com o peito nu. Em seguida tirou o cinto enquanto chutava os sapatos para fora dos pés.
— O que está fazendo? — A voz do advogado tremia de medo. — Justice? Por que está tirando a roupa? 161
Justice levantou o olhar e olhou para Charlie Artzola com ódio. — Esse é um terno de dois mil dólares. Não quero manchá-lo todo de sangue. Meu povo o encontrou porque nós colocamos rastreadores em todos os veículos, mas infelizmente não conseguimos a sua localização até que eles foram ativados. Não sabemos para onde a levou porque já havia parado onde estava quando percebemos que ela foi levada. Mas você sabia disso, já que foi você mesmo quem elaborou os contratos que nos permite que todos os empregados humanos concordem com a instalação desses aparelhos e você sabia que o seu carro seria encontrado. Devia ter desaparecido. Ao invés disso, você contou com a minha confiança e com a sua habilidade de mentir para protegê-lo da nossa fúria.
— Sinto muito por ter perdido um dos seus homens, mas não fui eu. É culpa daquele cara que me forçou a levar ele a e Srta. Shasta para fora daqui. Eu não me amarrei sozinho. Vê? Isso é uma prova que eu não estou mentindo.
Justice dobrou as calças, agora vestido apenas com a cueca samba-canção preta. Ele se virou e passou toda a roupa dobrada para um dos oficiais Novas Espécies posicionado à porta.
— Por favor, leve-as para outra sala. Sangue respinga.
— Jesus Cristo! — gemeu Charlie Artzola. — O que está fazendo? Sou eu, Justice. Sou seu amigo. Sabe que jamais trairia seu povo. Jamais. Sei que estamos todos tristes com o sequestro da Srta. Shasta, mas eu só a levei para fora daqui para evitar que eles estourassem a cabeça dela.
Justice se virou, rosnando.
— Amigos não sequestram uma das nossas mulheres e a entregam para o inimigo.
— Ela não é Nova Espécie. É uma humana. Eu não faria isso com a sua gente e com certeza não faria com a minha.
— Ela é uma de nós, não importa a sua genética. Fale Charlie. Fale agora ou eu farei com que desembuche. Ninguém que não é Nova Espécie sabe que estamos com você. Tem muito lugar na nossa Reserva para desovarmos seu corpo quando terminarmos. Vai nos dizer onde encontrar a mulher se quiser viver. — Justice se aproximou, rugiu e mostrou os dentes. — Aprendemos o que é tortura por termos sido vítimas dela. Eu sou um protótipo de experiências, Charlie. Eles me machucaram muito e há milhares de maneiras de fazer com que grite e sangue sem precisar matá-lo. Você vai sofrer.
— Justice, eu juro. Havia outro homem e ele...
— Você não matou o meu oficial. — rosnou Justice. — Ele sobreviveu. Quem quer que seja a pessoa para qual trabalha, e estamos cientes disso já que alguém o amarrou e você tem ao menos um parceiro, ou é um idiota ou armou para que você morresse. Ele ou ela foi quem te deu a droga que usou em Flame? Era um sedativo muito forte, mas não o bastante para parar o coração dele. Ele vai acordar em breve, e quando o fizer, será capaz de nos dizer exatamente o que aconteceu quando escoltou a Srta. Shasta para o seu escritório.
* * * * * 162
Valiant saiu dos braços de Brass, que o seguravam, tinha visto mais do que o suficiente pelos monitores, e queria rasgar o humano em pedaços para conseguir as respostas. Tinha dito a Justice que lhe daria uma chance, sabia que sua fúria era intensa demais naquele momento, mas aquilo estava levando tempo demais. Ele entrou na cela. A dor explodiu no caminho. Valiant rosnou quando entrou como um raio na sala. Sua atenção presa ao homem amarrado à cadeira no canto. Valiant jogou a cabeça para trás e rugiu para o humano que levou Tammy.
— Jesus! — Charlie Artzola gritou, encarando Valiant.
— Não o mate. — ordenou Justice em voz baixa. — Ele precisa nos contar para onde a levou e para quem. Ele tem um parceiro.
Valiant rosnou, mostrou os dentes e seu corpo tremeu. Apertou as mãos em punhos.
— Eu entendo. Controlarei minha raiva, mas é difícil.
Justice limpou a garganta.
— Eu estava prestes a mostrar a ele quanta dor vai sentir para que nos dê a informação que precisamos.
— Permita-me esse prazer. — Valiant rosnou. Abriu bem a boca, e os músculos se contraíram quando seu corpo ficou tenso na antecipação de tirar a verdade do humano no braço. Queria o seu sangue. — Farei com que nos conte tudo.
— Jesus Cristo. — gemeu o advogado. Ele se urinou e uma poça de xixi se formou na cadeira até escorrer pelas suas pernas. Seu olhar aterrorizado se moveu para Justice. — Não deixe que chegue perto de mim. Ela disse que ele arrancaria as minhas tripas e me faria comê-las.
Justice olhou para Valiant com as sobrancelhas erguidas. Justice se virou de repente, ficando de costas para o advogado, para revelar seu sorriso exclusivamente para o Nova Espécie.
— Então ela disse o que Valiant faria com você? — Ele rosnou as palavras. — Ela o alertou o que a traição iria te custar. — Dominando sua expressão, Justice voltou a encarar o prisioneiro. — Onde ela está? Para onde a levou? Para quem a entregou? Eu quero respostas ou Valiant fará exatamente o que ela disse que ele faria. Iremos assisti-lo fazer sem levantar um dedo sequer para que pare. Sofrerá uma agonia incontável e levará horas para morrer.
— É muito doloroso. — rosnou Valiant. Lambeu os lábios e mostrou os dentes afiados para provar o que dizia. — Carne é bem fácil de rasgar.
O advogado assentiu em desespero.
— Só me prometa que ele não vai tocar em mim. Eu quero viver.
Justice fez uma pausa.
— Você viverá se nos ajudar a trazê-la de volta ainda viva.
— Ele não tem intenção de matá-la, mas não é minha culpa se o Nova Espécie para quem ele a levou acabar matando ela. — Charlie Artzola gaguejou rápido. — Ele queria entregá-la para um de vocês. O homem para quem trabalho é o Dr. Adam Zenlelt. Ele trabalhou para as Indústrias Mercile e me abordou depois que consegui o emprego em 163
Homeland. Ele me ofereceu muito dinheiro e eu precisava. Tenho uma ex-mulher e uma tonelada de cont...
Valiant rosnou outra vez, se aproximou e seus dedos se curvaram em forma de garras.
Justice olhou para ele e depois para o advogado.
— Ele não está nem aí para o motivo que o levou a fazer isso. Pare de tentar justificar a sua traição e nos diga onde a mulher está e mais sobre o humano que está com ela.
— Eu não sei muita coisa sobre ele. Queria a Srta. Shasta porque eu lhe disse que um dos seus planejava casar com uma mulher humana. Ele me paga para contar esse tipo de coisa. Ele tem um Nova Espécie e está tentando fazer uns experimentos com ele, mas é do tipo insano que continua matando qualquer mulher que é posta dentro da sua cela. Zenlelt gosta de ser chamado de “doutor”. Ele percebeu que dois Novas Espécies não podem procriar e planeja testar com um de vocês e uma humana para ver se ela pode engravidar. Zenlelt achou que já que um de vocês a fodeu, esse cara também a foderia. É por isso que ele precisava tanto dela e me pagou para que a levasse até ele. Ele vai prendê-la numa jaula junto com aquela coisa para ver se ele vai fodê-la ou matá-la do jeito que matou as outras. Aquele Nova Espécie que ele tem é mesmo um animal, Justice. Eu o vi uma vez e ele não tem uma pitada sequer de humanidade dentro dele.
Valiant se arremessou. Justice se moveu, o agarrou e o levou de volta à parede. Justice lutou, mas conseguiu contê-lo.
— Não a acharemos se matá-lo. — rosnou.
Valiant fechou os olhos e assentiu. Justice soltou o macho maior. Ele virou para olhar com ódio para o humano em quem confiou erroneamente.
— Conte tudo o que sabe.
O advogado assentiu desesperadamente.
— Contarei. Eles tem uma casa que alugaram e foi lá onde os vi alguns dias atrás. Estavam com o Nova Espécie preso e sob o efeito de tranquilizantes, mas ele não estava dormindo completamente. Ele me matou de medo porque tem uns olhos frios e mortais. Do tipo assassino em série. Mandaram que a levasse para a casa, o que eu fiz. Zenlelt tem dois caras trabalhando para ele e eles a levaram para dentro. Existe outra locação, mas não sei onde fica, nem o lugar onde estão mantendo o Nova Espécie. Só sei que os ouvi dizer que iriam esperar até anoitecer para preparar o Nova Espécie para ela antes de a levarem até ele. Eles o chamam de 927 e às vezes de besta. — Charlie Artzola engoliu em seco. — Eu ouvi Zenlelt dizer que de todos os machos que tinha, aquele apresentou a maior quantidade de espermas. Eu não sei de onde o trouxeram nem onde Zenlelt opera normalmente, mas ele veio para cá procurando por uma mulher que havia transado com um Nova Espécie.
— Onde fica essa casa? — Justice se aproximou, os punhos fechados.
Charlie Artzola parou.
— Jura que não vai me matar nem deixar que ele me machuque? — Voltou o olhar para Valiant, que estava contra a parede onde Justice o havia empurrado, antes de olhar outra vez para Justice. — Eu quero que jure pela vida dos Novas Espécies que sairei daqui andando vivo e inteiro se ajudar a encontrá-la. 164
— Eu não desonro a minha palavra. — rosnou Justice. — Sou um homem de honra. Juro que você não será morto e que não permitirei que Valiant o tenha se ela ainda estiver viva. Quanto a sair daqui andando, isso me recuso a prometer. Você traiu o meu povo, mas estou disposto a entregá-lo ao seu sistema de justiça. É bem mais gentil que o nosso.
O advogado deu o endereço da casa, mas parou de repente.
— Mas a essa altura ela não está mais lá. O sol estava se pondo quando os seus homens me acharam.
— Em que iriam transportá-la? Você viu outro carro?
— Era uma van branca enorme sem janelas. Não tinha nada escrito e eu não olhei as placas. Aqueles não são caras com os quais vai querer dar uma de curioso. As duas portas traseiras também não tinham janelas. É tudo que posso te dizer.
— Não sabe para onde a levaram?
O homem hesitou por um segundo bem demorado.
— Não. Não sei.
Valiant rugiu. Justice o fulminou com os olhos.
— Está mentindo outra vez. Você fede a desonra. Me diga para onde a levaram ou eu deixarei que ele te faça comer as tripas. — Olhou para o oficial na porta. — Tiger? Achou um bom lugar para enterrar os restos do humano se tivermos que matá-lo?
Tiger sorriu friamente.
— Claro. Bem dentro da Zona Selvagem. Nunca serão encontrados.
— Eu realmente não sei. — o advogado quase soluçava. — Só sei que fica perto da casa. Ontem passei informações para Zenlelt e um dos homens dele saiu para ir alimentar a besta. Ficou fora apenas por uns vinte minutos. Eu juro, Deus é minha testemunha, que isso é tudo o que sei.
Justice relaxou. Virou e encontrou o olhar de Valiant.
— Vamos.
Do lado de for a da porta alguém passou para Justice um jeans e uma camiseta. Pediu que levassem roupas antes de entrar na sala. Acenou em obrigado quando aceitou a roupa e estudou Valiant.
— Bem, estava viva quando ele a deixou. Ela é forte, Valiant. Ela ameaçou aquele homem a ponto dele sentir terror no segundo em que você entrou na sala. — Justice sorriu. — De onde ela tirou o arrancar as tripas?
Valiant encolheu os ombros, preocupado e com raiva demais para achar graça naquilo.
— Eu não sei, mas essa é a minha Tammy. Ela é inteligente. — Sua voz falhou.
Justice estendeu a mão e agarrou seu braço. — Vamos encontrá-la.
Tiger assentiu.
— Vamos trazê-la de volta, Valiant. Os carros estão prontos. Vamos nessa. 165
Ooie....O 927 tem algum nome depois?
ResponderExcluirHeróis,o livro dele é o "Numbers"
ExcluirHero *
ExcluirOnde eu consigo ler numbers?
ExcluirAmos esses livros
ResponderExcluirAmo os livros já tem esse livro?
ResponderExcluirVc pretende colocar todos os livros dos novas esoespéc aqui? Eu amei seu blog tô muito agradecida pq é difícil achar eles em Português obrigada e vc tá se parabéns eu indiquei pras minhas amigas seu blog 💗❤️👑
ResponderExcluireu tenho os dois últimos livros lançadas ate 2021, caso alguém queira envie mensagem para airessamyra851@gmail.com/ ou baixe
ResponderExcluirNumbers e melhores amigos no doceiro.
Esse livro cada dia me entereso mais
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