terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 018

CAPÍTULO DEZOITO 
Alli estava preocupada. Não voltou para sua casa, mas ao invés disso foi levada para a Segurança. Não era uma cela, mas o quarto estéril não era exatamente a sala da recepção na parte mais agradável dos escritórios do ONE. Breeze a escoltou para lá, mas correu para arranjar água imediatamente. Segundos se passaram para minutos e então se transformaram em uma hora. A porta se abriu.
A fêmea Espécie não estava sozinha quando entrou no quarto trazendo uma garrafa de água. O Dr. Kregkor seguia logo atrás, vestindo calça comprida e uma camisa branca. Dois dos botões superiores estavam abertos e nem teve tempo para colocá-la dentro de sua calça. Não fazia nenhuma ideia do por que um terapeuta estava ali.
— Allison. — Deu a ela um curto aceno com a cabeça enquanto sentava-se à mesa. A pasta de papéis que colocou entre eles não parecia bem, nunca era uma boa coisa ver isso na mão do doutor quando estava com uma expressão severa. — Eu diria que é bom ver você novamente, mas não é.
Breeze agarrou uma das cadeiras no final da mesa pequena, a girou com sua mão livre e desmoronou sentando-se na parte de trás dela. Colocou a água na frente de Alli com gosto, o baque alto assustou Alli.
— O que está acontecendo?
Não gostava nem um pouco disso, o que quer que isso fosse. Sua pergunta foi dirigida a fêmea Espécie já que também não conhecia muito bem o doutor. O olhar escuro de Breeze encontrou o dela e raiva queimava lá, suas emoções claras.
— Eu tenho avaliado o comportamento de Obsidian. — Kregkor anunciou. — Fui mantido informado de seu progresso e seu estado mental.
Fazia sentido para ela. Ele estava na folha de pagamento do ONE e ainda que ele não fizesse muitas visitas a Homeland estaria ciente. Alli deu a ele sua total atenção.
— Certo.
Inclinou-se de volta na cadeira e cruzou seus braços sobre o peito. — Estou muito desapontado com você, Allison. Você é uma vergonha.
Foi um tapa verbal. Breeze rosnou baixo, ameaçando. O doutor lançou um olhar duro.
— Você fique fora disso. Ouvi sua opinião, mas sou o perito. A única razão que você foi permitida a se juntar a esta reunião é porque ela tem o direito de ter outra mulher presente estando em um quarto com um homem. Discutiremos as tendências de paranoias dos Novas Espécies outra hora.
— Você não é Espécie. — Breeze murmurou, mas soltou o olhar. — Allison não fez nada de errado.
— Discordo. — Examinou Alli com um olhar crítico. — Você dormiu com seu paciente enquanto ele estava em uma fase frágil de recuperação. Isso é o que acontece quando você cospe na face na conduta médica. Informei a Justice que eu podia prestar queixas ao conselho médico para ter sua licença retirada de você. Estaria arruinada. Laurann Dohner Obsidian
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Alli estava realmente contente por estar sentada. Suas mãos tremiam e agarrou a água na frente dela para deixá-las estáveis. Estava frio como gelo, mas longe de tão frio como a atitude vinda do outro homem.
— Não a ameace. — Breeze advertiu. — Justice lhe disse que não permitiria que você fizesse isso e você deve fazer o que ele disse. Você trabalha para nós. Você quebraria sua cláusula de confidência se dissesse a qualquer um o que acontece nas terras do ONE. Você estaria arruinado.
— Fique fora disso. — Kregkor respondeu de volta. — Essa é uma questão humana.
— Ela fez sexo com um Espécie. É de ambos. Você não tem nenhuma ideia do quão persuasivos nossos machos podem ser. Isto não é culpa de Allison. Ele a queria e a pegou.
Alli estava agradecida por Breeze tentar defendê-la já que perdeu sua habilidade de falar. Ficou meio tonta por ser atacada quando não esperava por isso. A ameaça de ser colocada na frente do conselho médico horrorizava todos em sua profissão.
O doutor ignorou Breeze.
— Vocês duas sabem que foi errado, Allison. — Bateu um dedo no arquivo fechado na mesa. — Você sequestrou o paciente para fornecer métodos não ortodoxos que desafiam seu treinamento e estão em oposição direta com os regulamentos da instituição que trabalha. Para piorar, você manteve relações sexuais com ele.
Sua boca se abriu, fechou. Não podia refutar nenhuma das suas acusações.
Ele se debruçou chegando mais perto.
— Você se tornou prejudicial para a saúde mental de Obsidian. Você retardou sua habilidade de fazer uma conexão com outros Novas Espécies e agora ele quase matou um. Tenho consultado o seu caso desde que ele foi transferido para Homeland. Eu o vi decaindo progressivamente em questão de dias. Ele não é o primeiro que passou pelo processo de se ajustar depois do cativeiro e abuso, para fazer a transição e se tornar uma parte funcional da sociedade dos Novas Espécies. Eu monitorei todos eles desde que aceitei este cargo e é um absurdo você não ter sito imediatamente despejada na prisão. Você nunca deveria ter recebido acesso a meu paciente.
Suas palavras feriram, mas também a deixaram com raiva.
— Você falou com ele?
— Não. Seu comportamento diz tudo. Ele está irracionalmente obcecado em fazer sexo com você. — Olhou para seus seios antes do seu olhar subir. — Você obviamente o seduziu com seu conhecimento de sua mentalidade vil relativa a sexo. Tudo que você teve que fazer foi mostrar seus seios para ele e ele não poderia resistir a seus avanços.
Breeze rosnou novamente, um som baixo e rouco que não era agradável.
— Você está insinuando que nós fodemos com qualquer um que mostra sua pele para nós?
Kregkor a ignorou, mas um músculo em sua mandíbula se marcou.
— Você deveria ser presa por molestamento e estupro.
Sua mandíbula se abriu.
— Você… — Cerrou seus dentes para prevenir chamá-lo de um filho da puta de mente suja. Suas acusações eram insultantes e loucas. Laurann Dohner Obsidian
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— Imbecil. — Breeze disse. — Saia agora antes que eu perca meu temperamento. — Bateu na escrivaninha com ambos os punhos. — Então realmente teremos um crime de alguém que não quer ser tocado. Prometo que não envolverá sexo, mas será violento.
Kregkor quase atropelou sua cadeira em sua pressa de fugir da fêmea Espécie brava. Empalideceu e chegou mais perto da porta.
— Calma, Breeze. Eu vou sugerir sessões para você.
— Eu vou sugerir que você pare de insultar minha amiga. — Breeze se levantou também. — Chegue ao ponto do por que estamos aqui e seja educado. Você não quer que eu te ensine bons modos. — Breeze lançou o olhar para Alli. — Sou contra isso, mas as alternativas são ruins. Obsidian podia ter matado Destiny. Sabemos que ele não é selvagem, mas ele é perigoso.
O terapeuta ficou na porta, longe de Breeze.
— Certo. Você está deixando Homeland, Allison. Justice está te mandando para a Prisão Fuller.
Seu coração saltou para sua garganta. Prisão? Eles estão me prendendo? Oh Deus! Nunca mais veria Obsidian novamente.
— Como médica. — Breeze rosnou. — Você a está assustando de propósito e a enganando. Pare. — Breeze levou sua cabeça em direção a de Alli. — O terapeuta está predizendo que Obsidian é uma ameaça para as vidas dos outros Novas Espécies. Ele recomendou que você fosse separada do macho imediatamente a fim de dar a ele uma chance de se relacionar com outros. Ele está usando o material que leu nos livros para afirmar que Obsidian não fará isso já que você está aqui. Seu desejo de se acasalar parece ser sua prioridade.
— Já chega! — Kregkor gritou. — Estou conduzindo esta reunião. Você está fora de controle.
— Cale a boca. — Breeze continuou olhando fixamente para Alli. — A separação será temporária, mas necessária.
Descrença e desânimo passaram por ela, sufocando-a com emoção. Sua mão tremia tanto que a água se derramou sobre a mesa e o arquivo enquanto abria a garrafa para dar um gole realmente para evitar tossir já que sua boca estava seca. Engoliu a água, lutando para achar palavras que a manteriam com o homem que amava. Tinha que haver um modo.
— A decisão foi tomada. — Breeze olhou para ela com condolência enquanto seu tom suavizou. — A alternativa é ruim.
— Ele será enviado para a Zona Selvagem?
Ela odiou o pensamento, mas não era o fim do mundo. Podia viver lá com ele. Tammy amava morar lá com seu companheiro, Valiant. Só conheceu a mulher quando viajou para a Reserva depois de aceitar seu trabalho. A semana que passou lá foi boa. Teria uma possível amiga perto e outras companheiras regularmente.
— Pior. — Breeze respirou com lágrimas enchendo seus olhos.
Alli não entendeu e ficou alarmada que sua amiga estivesse tão chateada. O que podia ser pior do que ser enviado para viver com alguns dos mais indomados, não amigáveis Novas Espécies já salvos? Laurann Dohner Obsidian
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— Ele é perigoso e uma ameaça para todos os Novas Espécies. — Kregkor informou friamente. — Ele não pode ter permissão para ter outra oportunidade de matar alguém. Ele se integrará com a sociedade ou será executado.
Alli soltou a garrafa, seus olhos se arregalando enquanto olhava fixamente para o terapeuta.
— O que? — Deve de ter ouvido errado.
— Injeção letal, Allison. — O filho da puta cruzou seus braços sobre seu peito. — Acreditam que seria mais amável que o trancar dentro de uma cela de prisão até que ele naturalmente morra. Eu tenho que concordar. Eles não podem tê-lo andando por aí assassinando pessoas porque ele não consegue se curar. Você é responsável se a mente dele não puder ser salva. Você se orgulha de si mesma? Isso é o que acontece quando você decide jogar a sua ética no lixo por besteira.
Breeze girou, rosnando para ele.
— Saia!
O doutor bateu seu ombro contra a parede quando se retirou, terror alargando seus olhos enquanto gritava.
— Segurança!
A porta se abriu, quase atingindo o imbecil.
— Qual é o problema? — O oficial procurou por Allison primeiro depois olhou para Kregkor.
— Tire ele daqui. — Breeze ordenou. — Ele está sendo ofensivo.
— Você não dá as ordens aqui. — Kregkor achou alguma coragem para se defender da Espécie irritada agora que o oficial chegou.
Breeze estreitou os olhos e chegou alguns centímetros mais perto. O terapeuta parecia que iria se urinar enquanto se escondia entre a abertura da porta e o oficial Espécie.
— Tire ele daqui, Flame. — Breeze rosnou para Kregkor. — Ele está com mais medo de mim que de você, psiquiatra.
— Sem dúvida. — Flame sussurrou, girando para agarrar o braço do terapeuta. — Deixe-me te levar para tomar café. Você nunca deve enraivecer uma de nossas fêmeas. Você sabe muito bem disso. — Suavemente o empurrou, forçando o sujeito para fora do quarto, até sair da porta.
Alli estava pronta para partir enquanto esperava Breeze olhar para ela.
— Ele está mentindo, não é? Ninguém vai matar Obsidian, certo? — Sua voz se elevou, perto da histeria.
— Sente-se. — Breeze mandou, sentando-se a sua direita.
Seus joelhos desmoronaram e seu traseiro bateu na cadeira dura.
— Ninguém permitiria que isso acontecesse. Não aqui. Não depois de tudo que ele passou e sobreviveu.
Mãos quentes pegaram as mãos trêmulas dela, as segurando.
— Allison, tivemos alguns machos enlouquecendo e tentaram assassinar Justice e Jessie enquanto dormiam dentro de sua casa quando ele a escolheu como companheira. Eles eram Espécies que não estavam bem da cabeça. Foi uma decisão muito difícil que teve de ser tomada depois que isso aconteceu. Temos que proteger nosso povo de qualquer um que nos cause dano. Isso inclui outro Espécie com a mente muito quebrada para ser consertada. Laurann Dohner Obsidian
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— Não! — Lágrimas quentes correram livremente por seu rosto. — Obsidian não é perigoso. Ele não é. Ele e Destiny não se dão bem. Isso é tudo. Ele não sabe de mais nada. Ele só precisa de tempo. Conversarei com ele e o farei entender. Eu posso fazer isto. — Furiosamente assentiu. — Podemos viver na Zona Selvagem, longe de todo mundo se isso o fizer parecer mais seguro para vocês. — Sua voz se rompeu. — Vocês não podem matá-lo. Eu não permitirei isto. — Sua mente acelerou e o desespero arranhando suas entranhas. — Irei para a imprensa. Farei qualquer coisa para salvá-lo, droga. Vocês não podem fazer isso! Eu não deixarei.
Breeze se inclinou, tomando cuidado com suas próprias lágrimas que brilhavam em seus bonitos olhos marrons.
— Cale a boca. Respire profundamente agora.
O peito de Alli doía muito para fazer isto a princípio e ao invés só conseguiu ofegar.
— Não faça ameaças. — Breeze sussurrou. — Você seria vista como hostil, você pode não se importar agora, mas irá quando se encontrar presa dentro de uma jaula na Prisão Fuller, em vez de ir lá tratar dos doentes. Sei que você faria qualquer coisa para salvá-lo. Eu iria também. É por isso que você precisa me escutar. Não tenho nenhuma intenção de permitir que seu macho morra. Somos amigas e você o ama. — Estudou Alli de perto. — Você precisa se acalmar e me escutar enquanto estamos sozinhas. Você confia em mim?
A vida de Obsidian estava em perigo. Alli silenciosamente suplicou a Breeze, sua única esperança de salvá-lo.
— Sim. — Eram amigas. Sabia o quão ótimas e amáveis as mulheres Espécies eram. Ela tinha um grande coração apesar de seu exterior áspero às vezes.
— Você, de boa vontade, vai permitir que eles a transfiram para a Prisão Fuller para ser médica lá. Vou ter certeza que Obsidian aprenda a se dar bem com os outros. Moon e alguns dos meus amigos me ajudarão. Cuidaremos dele, Alli. Teremos certeza que ele saiba que você não o deixou e que você vai voltar. O motivará a parar de atacar os outros. Eu conheço nossos machos e sei que eles são muito bons em conseguir o que querem. Ele quer você. — Pausou, soltou uma das mãos de Alli, e enxugou suas lágrimas. — Uma vez que todo mundo conseguir ver que ele pode ser calmo e se encaixar, Justice parará de escutar aquele psiquiatra. Eu conseguirei que você volte para cá, para Obsidian.
— Como? — Pode se recompor um pouco.
— Conseguirei. Confie em mim.
Mil coisas podiam dar errado.
— Quanto tempo?
Breeze enxugou o outro lado do seu rosto, usando sua calça para secar seus dedos.
— Eu não sei. Semanas. Talvez meses. Depende do quão teimoso Obsidian seja. Você precisa ser uma boa médica e manter seu trabalho em Fuller para eu ter acesso para te trazer de volta.
— Ele é muito teimoso. — Admitiu. — E se ele não escutar você ou Moon?
— Ele irá. Ele quer você de volta.
Alli queria desabar completamente, mas isso não faria nenhum bem. O lado lógico dela sabia isto.
— Você me promete algo? Laurann Dohner Obsidian
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Breeze inclinou-se para trás, soltando sua outra mão.
— O que?
— Você precisa me deixar vê-lo primeiro se o pior caso acontecer. — Mentalmente conspirou sequestrá-lo novamente. Contrataria quem quer que ela tivesse que contratar, não importava o quanto custasse para salvar Obsidian se sentisse que ele era muito perigoso para viver. Eles fugiriam do país. Os empregados da Mercile fizeram isto e estavam ainda livres. — Prometa-me. — Segurou sua respiração, rezando.
— Eu prometo.
— Jure por sua vida. — Alli iniciou.
Breeze sorriu.
— Prometo. — Seu sorriso enfraqueceu. — Você chegará a dizer adeus para ele se ele for muito teimoso para escutar a razão.
— Obrigada. — Ela teria que acreditar nela já que não tinha nenhuma outra escolha. Seu instinto dizia que Breeze não mentiria para ela.
* * * * *
Justice puxou Jessie para seu colo enquanto via Fury rastejar de quatro chegando mais perto das costas de Salvador. A criança cheirou, seu pequeno corpo ficou tenso e lentamente girou a cabeça.
— Não posso mais chegar de fininho perto dele. — Fury puxou seu filho para os braços, o menino deu uma risadinha, soltando seu brinquedo para agarrar seu pai. — Ele está ficando mais ciente dos seus sentidos aguçados.
— Ele continua tentando. — Ellie provocou, entrando na sala de estar com uma bandeja de lanches. — O papai está tentando roubar seus brinquedos novamente e faz você saltar quando assusta? Papai mal!
Jessie riu.
— Vou achar que é uma revolta se essas forem as primeiras palavras que ele aprender a falar. — Brincou. — Claro que isso é melhor do que algumas das coisas que nossas futuras crianças captarão em nossa casa. — Sua cabeça girou para estudar seu companheiro. — Elas serão de uma variedade de quatro letras julgando pela maneira que meu companheiro reage a telefonemas.
Justice balançou a cabeça.
— Eu tenho uma defesa.
— Você odeia que te liguem depois que você deixa o escritório. Qual era a emergência? Você saiu muito rapidamente para me dizer o que estava acontecendo.
Justice afastou o olhar para olhar fixamente para Fury.
— Obsidian tentou matar Destiny no dormitório dos homens.
— O que ele estava fazendo lá? — Fury acariciou a bochecha do seu filho, dando ele o caminhão de plástico. — Destiny está machucado? Obsidian? Laurann Dohner Obsidian
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— Destiny foi ferido, mas se curará. Obsidian foi levado para o Centro Médico para ser avaliado também. Trisha queria ter certeza que ele não iria voltar para o coma. Disse que é duvidoso, mas está sendo cautelosa. Eu concordei.
Ellie se sentou próximo a seu companheiro e filho no chão.
— Parece típico de machos recentemente libertados. Eles apreciam lutar e são agressivos.
— Oh-oh. Eu não gosto disso. — Jessie olhou nos olhos do seu companheiro. — Ele não está realmente se adaptando, não é? Você está preocupado? Houve a briga com Jericho, depois ele foi agressivo com você e Fury, e agora isso. O que ele estava fazendo no dormitório? Ele foi movido para a casa de Allison pelo que eu ouvi hoje. Eles tiveram outra discussão?
— Os machos estavam fazendo uma excursão em sua futura casa e Destiny o desafiou por Allison. Ele é protetor e se preocupa que Obsidian possa ser muito violento para estar perto dela. — Justice suspirou. — Aconteceu de Kregkor estar em seu escritório quando o relatório do incidente chegou para alertar o Centro Médico que ambos os machos foram levados para lá. Foi por isso que me atrasei para chegar aqui. Ele sugeriu que nós apagássemos Obsidian por ser muito perigoso.
O humor da sala mudou, o nível de tensão alta.
— Nós não nos matamos para localizar e salvar Espécies só para matá-los. Eu sei que temos que considerar a opção, mas Obsidian é um caso especial. Aquele cara passou pelo inferno e ele vai precisar de mais tempo para se ajustar a estar aqui. É simples assim. — Jessie esfriou seu temperamento. — O psiquiatra é um imbecil de qualquer maneira. Eu esbarrei com ele antes de sair do escritório. Espero que tenha dito a ele para ir a merda e sair. Ele mal está aqui de qualquer maneira. Ele é tão útil quanto um carrapato em meu traseiro.
O humor atingiu Justice.
— Um inseto sugador de sangue?
— Isto é exatamente como penso nele depois que ele me estressou. — Jessie encolheu os ombros. — Ele entrou em meu escritório para exigir eu prendesse Allison. Você estava em uma reunião então ele decidiu que seria eu quem ele incomodaria.
— Presa por sequestro? — Ellie soou irritada. — Não é da conta dele. Esse assunto já foi tratado.
— Ele não concordou com nosso castigo para ela. — Fury deu a seu filho uma bolacha. — Ele disse que era uma recompensa oferecer a ela um trabalho na Prisão Fuller. Eu lhe disse que ele não foi para aquela instalação e ninguém apreciaria passar tempo com qualquer um que costumava trabalhar para a Mercile. Aqueles prisioneiros seriam seus pacientes se ela aceitasse o trabalho.
Jessie olhou para todo mundo.
— Vocês vão amar isso. Estão prontos?
Ellie ergueu uma bolacha da bandeja.
— Eu sufocarei se isto estiver em minha boca? Você tem esse tom.
— Sim. Não coma ainda. — Sorriu. — Ele declarou que Obsidian está sendo molestado e estuprado pela Dra. Allison Baker. Ele o chamou de seu paciente impotente.
Todo mundo riu exceto Justice. Laurann Dohner Obsidian
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— Ele não disse nada sobre isso para mim.
— Bem, ele certamente disse para mim. — Jessie o enfrentou. — Eu tive que ouvir um delírio de quinze minutos. Eu afirmei que Obsidian é duas vezes o tamanho e peso dela, mais forte que três homens normais juntos, e expliquei que o sexo conduz os Espécies. Você acha que ele saberia disso já que ele é o psiquiatra do ONE. Eu disse a ele que estávamos contentes por ela não ter prestado queixas contra ele. Os machos Espécies vão atrás do que eles querem com tanto requinte como um touro em uma loja de porcelana.
Ellie riu.
— Verdade, mas acontece que amamos homens teimosos. — Se inclinou contra Fury, piscando. — Eu amo você.
Um dos braços de Fury envolveu a sua cintura para puxá-la mais para perto.
— Amo você também. — Olhou para Justice. — O que você disse para o psiquiatra quando ele sugeriu matarmos Obsidian? Espero que você tenha rosnado um pouco e mostrado o quão descontente você ficou.
Justice balançou a cabeça. — Eu tive que bancar o bonzinho com ele. E não o chame desse termo. Eu fui assegurado por ele que é ofensivo.
— Kregkor é ofensivo. — Jessie murmurou.
Justice assentiu.
— Concordo. — Segurou o olhar de Fury. — Recusei em matar Obsidian. Kregkor discutiu, mas chegamos a um acordo. Temos que fingir que sua opinião importa durante algum tempo. Nossa equipe de relações públicas acredita que seria bom termos ele como um de nossos funcionários, considerando o que todos nós suportamos. Faz os humanos desconfiados felizes ao acreditar que todos estamos na terapia.
— Vocês todos sofreram com essa merda quando as quatro instalações originais foram descobertas. — Ellie franziu a testa. — Não foi efetivo. Só deixou as coisas piores pelo o que eu ouvi.
— Não foi divertido. — Justice concordou. — Eles não nos entenderam e quiseram ouvir sobre nossos sentimentos.
— Nós ficamos irritados. — Fury murmurou. — Disseram que era natural. — Tinha uma aparência de repugnância em seu rosto. — Isso só nos chateou sendo forçados a conversar com o psiquiatra e perder nosso tempo.
Justice hesitou. — É por isso que os chamamos assim, mas vamos concordar em não dizer isto na frente de Kregkor. Ele é chamado assim frequentemente pelos Espécies que solicita conversar e odeia isto.
Fury bufou.
— Ele não nos entende. É um desperdício de tempo enviar nosso povo para ele.
— Então qual foi o acordo? — Jessie esfregou seu peito.
— Obsidian é possessivo com Allison e não permitirá que ninguém chegue perto dela. Acho que algum tempo separados faria bem. Não podemos deixá-lo atacar nenhum macho que ele ache ameaçador tentando matá-los. Tirá-la da equação por um tempo irá prevenir que isso aconteça. Kregkor exigiu que ela deixasse Homeland imediatamente e concordei em envia-la para Fuller. Laurann Dohner Obsidian
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Jessie empalideceu.
— Como um membro do pessoal, certo? Não como uma prisioneira?
Ele estendeu a mão e acariciou seu rosto. — Allison trabalhará lá.
Soltou uma respiração aliviada.
— Quanto tempo ela ficará lá? Tive a impressão que ela e Obsidian poderiam estar sentindo algo um pelo outro. Você não pode esperar que eles apenas se esqueçam um do outro se esse é o caso.
— Eu não especifiquei um prazo. Kregkor ficou muito feliz por ela não ter acesso a Obsidian e achei que ir embora ajudaria a Obsidian a se vincular com nosso povo. Veremos como ele fica sem ela e poderemos trazê-la de volta a qualquer hora se ela trabalhar em Fuller. Também dará a Allison uma maneira de se redimir por roubar Obsidian. Seus motivos foram puros e salvou sua vida. Realmente gostaria dela no Centro Médico novamente.
— Nós tivemos que castiga-la. — Fury concordou. — Mas isso não significa que tem de ser para sempre. Ela é uma excelente médica que arriscou tudo para salvar um dos nossos machos. Nós a queremos do nosso lado. — Sorriu para seu filho e beijou sua testa. — Além disso, Salvador a ama e ela o faz sorrir. Eu confio nela com sua vida.
— Kregkor está manipulando dizendo que Allison que deve partir. Breeze insistiu em estar lá. Também quer dizer a Obsidian sobre a decisão que foi tomada. — Justice olhava para o bebê atentamente. — Concordei com ambos pois prefiro estar aqui com meus amigos e companheira.
Jessie se inclinou, seus lábios esfregando sua orelha.
— Ele é adorável. Você quer um filho?
Ele mascarou sua expressão antes de olhar.
— Você não consegue esconder nada de mim. Vejo seu desejo de ir até lá e brincar com ele. Acho que está na hora.
Um sorriso lento curvou sua boca generosa.
— Devemos trabalhar nisto.
— Você vai contratar Allison de volta, certo? Ela é realmente fantástica.
Ele assentiu.
— Definitivamente.
* * * * *
Obsidian queria ir para a casa de Alli, mas a doutora deu ordens para ele não sair. Moon estava próximo a sua cama no quarto pequeno, olhando para ele de vez em quando.
— Eu não devia ter escutado Darkness quando ele disse para permitir que vocês dois resolvessem isso com punhos.
— O macho queria lutar e ele me acusou de abusar da minha fêmea. — Uma emoção perto de arrependimento encheu Obsidian. — Não pretendia machucá-lo tanto. — Talvez não, mas estava com menos culpa depois que lhe disseram que o macho se recuperaria completamente dentro de uma semana.
A porta se abriu e a Dra. Trisha entrou. Laurann Dohner Obsidian
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— Boas notícias. Você não machucou mais sua cabeça do que antes. Nem precisa de pontos. — Cruzou seus braços sobre o peito. — Embora preciso lhe dar uma injeção.
— Não. Quero ir para Alli. Estou aqui há horas.
A porta se abriu novamente e uma fêmea familiar entrou. Lembrou-se dela e de suas ameaças.
— Breeze.
— Obsidian. Gosto do nome e vejo que se lembra do meu. — Segurava uma bandeja em uma mão. — Não seja um bebê e tome a injeção. — Olhou fixamente para ele desafiadoramente apesar do seu olhar bravo de alerta. — Não estou aqui apenas para ver você ser furado. Precisamos conversar sobre Allison.
— Breeze. — Trisha advertiu, removendo a seringa da superfície de metal.
— Tome a injeção. — A fêmea Espécie continuou a atenção nele. — Depois conversamos.
— Não.
— O que é? — Moon juntou-se a conversa.
Trisha lambeu seus lábios.
— Ordens da doutora. Você não vai sair daqui até que tome isso. Quer esperar por mais tempo, até que você decida? Está tudo bem por mim, mas vou para casa depois disso.
— Dê-me isso. — Apenas queria ver Alli. Ela ficou pálida quando viu seu sangue e não gostou do modo como olhou fixamente para ele depois de saber que lutou por ela.
A doutora limpou a pele em seu braço superior e cerrou seus dentes, esperando dor quando a agulha perfurou sua carne. Os técnicos de Mercile sempre se certificavam de infligir tanta dor como possível quando davam injeções. Obsidian ficou surpreso quando só sentiu uma picada leve antes dela retirar a agulha e jogá-la em uma caixa na parede.
Breeze chegou mais perto.
— Como você se sente?
Pontos apareceram diante de seus olhos e a tontura o fez balançar onde estava sentado na extremidade da mesa. Um gemido baixo encheu o quarto e percebeu que ele fez aquele som. Mãos firmes o agarraram e caiu para trás, aterrissando na cama em vez do chão.
— Que diabos? — Moon rosnou. — O que você fez com ele?
— Precisamos que ele permaneça calmo. — Trisha sussurrou. — Dei a ele um sedativo forte. Vou sair daqui agora. O que for dito não é da minha conta. Não posso repetir algo que eu não ouvir. — Ela parou na porta. — Boa sorte, Breeze. Estou torcendo por ele e por seu plano. — A médica partiu, firmemente fechando a porta atrás dela.
— Que plano? Por que drogamos Obsidian? — Moon chegou mais perto, sua voz profunda de raiva. — O que você fez, Breeze? Esta piada não é engraçada.
— Notou que eu não estou rindo. Temos problemas. O psiquiatra etiquetou seu amigo raivoso como uma ameaça perigosa para todos nós. — Breeze se curvou nele, segurando seu olhar. — Não entre em pânico, Obsidian. Você está seguro. — Olhou fixamente para o outro macho.
— O que? — Moon soou chocado. Laurann Dohner Obsidian
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— A pior das hipóteses para um macho recentemente libertado. — Breeze assentiu, sua expressão severa. — Ele ameaçou atacar Justice e Fury, lutou com Jericho, e agora esta merda com Destiny.
— Destiny o desafiou e o estava insultando. Praticamente implorou para levar uma surra dele pelos insultos. — Moon rosnou. — Isto é besteira. Certo, Obsidian não devia ter tentado matá-lo, mas ele está ainda aprendendo as coisas. Viemos de uma vida de matar ou ser morto. O que o maldito do psiquiatra espera? Brigas com balão da água e tapas quando ficamos com raiva um do outro?
Obsidian lutou com seu corpo, mas não podia se mover. Voltou no tempo quando despertou com o cheiro desconhecido de Alli da primeira vez. Ele não podia nem mover um dedo dessa vez ou controlar a subida e descida do seu peito. Deram-lhe uma droga forte. Não tinha nenhuma escolha a não ser ferver enquanto escutava a conversa.
— Ninguém quer que chegue a isso. — Breeze olhou para ele novamente. — Pedi a Trisha para sedar você. Sabia que você ficaria muito bravo e macho quando tivéssemos essa discussão. Em outras palavras, irracional e violento. — Olhou para Moon. — Isso até que é legal. Queria poder deixar todos vocês contidos quando tiver que dar notícias ruins. — Seu olhar caiu para ele. — Você está tão dócil e atraente. Estou quase tentada a ver como é beliscar suas bochechas do jeito como as mães fazem com seus jovens na televisão.
Moon rosnou para Breeze.
— Não tire onda. O que nós vamos fazer?
Sua expressão se nublou com severidade.
— Desculpe. Tive um momento raro, mas acabou. — Respirou fundo. — Vou conversar e você vai escutar. Perguntaria se quer isso, mas você não tem escolha.
Ele iria rosnar para ela quando as drogas passassem. Apreciaria assustar a fêmea por vingança.
— Era uma vez em uma terra aqui mesmo. — Breeze sussurrou.
— Droga, Breeze! — Moon a agarrou, a puxando. — Isso não é engraçado!
— Não estava tentando ser. Todos nós ouvimos contos de fada quando éramos crianças. Acho que ele podia relacionar com o porquê temos a pior das hipóteses para os machos recentemente libertados, se entendesse o que aconteceu para causar isso. Ele precisa ouvir a história.
— Eu farei isto. — Moon se curvou, olhando fixamente em seus olhos. — Lá vai a versão condensada. Alguns de nós estava com muitos problemas na cabeça por causa da Mercile e alguns deles conspiraram para matar Justice porque eles não concordaram com ele por ter escolhido uma companheira humana. Você pode se relacionar a isso por causa de como você quer a Dra. Allison. — Sentou-se na extremidade da cama, usando seus braços para se apoiar em ambos os lados dele. — Eles quase o assassinaram e a sua companheira. Morreram tentando e nos fez perceber que nem todos estão bem da cabeça. Faríamos qualquer coisa para proteger nossas companheiras e nossos amigos. Isso inclui matar as pessoas que são um perigo para eles. Você mataria para proteger a Dra. Allison.
— Sua versão é muito direta. — Breeze murmurou. Laurann Dohner Obsidian
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Moon lançou um olhar repugnado.
— Fique quieta. É assim que os machos se relacionam um com o outro. Ele me entende bem. — Virou sua cabeça de volta para segurar o olhar de Obsidian. — Você bateu em Jericho, ameaçou Justice e Fury, e agora quase matou Destiny quando deveria ter apenas batido nele até que ele não pudesse se levantar ou bater em você de volta. Você é considerado perigoso e isto é uma coisa muito ruim. Não podemos ter alguém caminhando por aí que poderia matar outro Espécie.
— Agora é minha vez. — Breeze empurrou Moon. — Saia.
O macho indecisamente se levantou, andando para longe da cama.
— Seja direta.
— Certo. — Ela se curvou, seu cabelo caindo criando uma cortina ao redor do seu rosto. — Eles mandaram Allison embora para ser médica. Ela está bem, mas a caminho de algum lugar longe daqui onde você não pode vê-la.
Ira ferveu e lutou freneticamente, mentalmente gritando sua frustração. Seu corpo não respondia ao comando de se levantar e encontrá-la. Os instintos martelavam para caçá-la.
Mãos agarraram seu rosto firmemente, deixando-o ciente da fêmea Espécie.
— Seus olhos estão rolando para trás da sua cabeça. Olhe para mim e se concentre.
Ele queria bater nela, mas suas mãos não enrolavam em punhos. Ela ficou em seu caminho, todo mundo ficou, para alcançar Alli.
— Você não pode tê-la de volta a menos que aprenda a se juntar a nossa sociedade.
Ninguém poderia mantê-lo separado de Alli. Ele sairia de Homeland se a levassem. Não importava quanto tempo ou a que distância ele tinha que ir, mas a acharia.
— Eu posso imaginar o que você está pensando e conspirando. Estaria fazendo o mesmo. Eles terão que matar você antes de permitirem que você escape de Homeland. Você é perigoso e os humanos iriam entrar em pânico em ter um Espécie selvagem livre no mundo lá fora. Eles têm armas que você nunca viu antes e sua força não importaria. Você não sobreviveria um dia. Você a quer de volta? Pode tê-la, mas deve controlar seu temperamento. — Alisou o cabelo em sua testa. — Você pode morrer ou pode aprender o que precisa para sobreviver aqui. Nós traremos Allison de volta para você se você mostrar-lhes que não é perigoso.
Moon de repente caminhou em volta da cama, jogou o cabelo de Breeze para trás e curvou seu rosto para mais perto para ficar em sua linha de visão. — Estamos do seu lado e vamos ajudá-lo. Você precisa controlar seus impulsos. Pense no passado nas vezes que você queria matar um técnico, mas resistiu porque causaria dano a sua companheira.
Obsidian mais que se lembrava disso, fez isso incontáveis vezes.
— Vai ser assim. Pareça esfriado e controlado, razoável quando não estiver e poderemos trazê-la de volta para você.
— Não somos seus inimigos. Isso é algo que você precisa aprender. Você deixou todo mundo com medo e agora precisa mostrar a eles que você não está tão ruim que não possa se adaptar a seu próprio povo. Somos uma família, Obsidian. Eu sei que você esta enfurecido, mas a única maneira de ter Alli de volta é se adaptando. Não é justo, não foi nossa decisão, mas é a verdade.
— É. — Moon concordou. — Pense nisso. Aprenda a se controlar enquanto as drogas saem do seu sistema. Quando sair dessa cama vai determinar se você vive ou morre. Laurann Dohner Obsidian
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Breeze assentiu.
— Queremos que você tenha Alli. Ela está dependendo de você para isso, então eles a trarão. Ela não queria deixar você, mas a obrigaram. Ela está apavorada com o ideia de você morrer. Devia ver suas lágrimas. Eu prometi a ela que faríamos qualquer coisa para ajudar você a sobreviver. Não a decepcione.
Aquela declaração o fez fechar seus olhos. Ela está sendo machucada? Quem está com ela? Onde ela está? Ela está com medo? Odiava a impotência que sentia.
Uma mão masculina agarrou seu ombro e abriu os olhos olhando fixamente para Moon.
— Você está preocupado com ela? Ela está segura. Ninguém ousaria prejudicá-la. Ela só não está mais aqui. Ninguém a está mantendo prisioneira ou abusando dela. Ela receberá moradia semelhante a que tem agora. Relaxe. Prove que você não é mortal e ninguém sentirá a necessidade de protegê-la de você.
Ele nunca prejudicaria sua Alli.
— Nós a traremos de volta. — Breeze suavemente jurou. — Ela é minha amiga e você vai ser meu amigo também. Você pode ser teimoso, mas eu também sou.
Seus olhos se fecharam novamente. Precisava pensar. Laurann Dohner Obsidian
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