CAPÍTULO 2 Í
Lauren imaginou que iriam matá-la. Isto explicaria a sala onde estava sentada, amarraram seus pulsos numa grande mesa que parecia mais com algo achado em um necrotério. A coisa inteira balançava, tinha um aro ao longo de três lados e um grande tubo, que estava centrado acima de outro tubo no chão de concreto. As paredes eram igualmente ameaçadoras como a decoração de calabouço, com tijolos cinzentos sem graças. O único toque de cor vinha da luz amarelada que corria pelo comprimento da sala mais ou menos dois metros acima de sua cabeça. Estava no subsolo, o que apoiou sua teoria de que ali poderia muito bem ser um necrotério.
O loiro moveu-se de onde permanecia contra a parede. Os óculos escuros ainda escondiam seus olhos, mas sabia que não estava feliz, já que não parava de franzir a testa desde que foi levada para a sala.
— Ha quanto tempo você vem dormido com Bill?
Deixou o medo para trás e foi direto para a pura frustração. — Continuo lhe dizendo que nunca dormi com meu colega de trabalho. Você pode chamá-lo por qualquer nome que quiser, mas se estiver falando sobre Brent Thort, o corretor de imóveis, nunca o toquei.
— Onde está ele?
Respirou fundo, realmente desejando que o loiro parasse de repetir as mesmas perguntas. Ele era o único que falava com ela desde que a trouxeram para a sala. Horas devem ter passado e bocejou.
— Eu não sei. Falou em voz alta. — Realmente não sei. A resposta não vai mudar, não importa quantas vezes me fizer as mesmas perguntas. Eu lhe disse pelo menos umas cem vezes que não estou dormindo com ele. Nem sequer fui a um encontro com ele e só vejo seu rosto no trabalho. Ligue para minha chefe, digo novamente, e pergunte a ela. Ela tem de saber onde ele mora. Está em seus arquivos dos funcionários. Sua raiva de Mel aumentou, por tê-la mandando para este pesadelo. — Sequestre-a!
Ele suspirou. — O que ele disse a você?
— Nada. Não converso com o imbecil! Estou cansada, faminta, e quero ir para casa. Não sei onde ele está, mas diria se soubesse. Acredite em mim. Nós não somos amigos. Nós dificilmente dissemos duas palavras civilizadas um para o outro, desde que comecei a trabalhar lá á três meses atrás. Eu o evito, tá bom? Ele é barulhento e rude. Bruto. Faz piadas ofensivas no escritório, o que é muito antiprofissional.
Respirou fundo, tentando acalmar-se. Seu temperamento estava explosivo. Por que não a escutavam? — Ele vai para muitos bares e se gaba de todas as mulheres que pega. Também recentemente criou um hábito inadequado de tirar fotografias do celular, das mulheres que namora e mostra no escritório. Isto é tudo que sei sobre o cara. Juro que estou dizendo a verdade.
O homem de cabelo escuro se afastou do canto onde estava quieto desde que foi algemada na mesa. Franziu a testa enquanto se movia para mais perto. Já não usava mais suas armas e o cinto, mas isso não o fazia parecer menos perigoso. Parou próximo dela.
— Isso pode ficar muito feio se não parar de proteger seu namorado. Ele obviamente não se importa com o que acontece com você, ou não a teria mandado em seu lugar. Deve ter suspeitado que fosse uma armadilha desde que não apareceu. Pausou. — Mandou-a sozinha sem sua proteção, sabendo que algo estava errado. Você entende isto, fêmea?
— Pare de me chamar disso. Lauren se irritou. — Meu nome é Lauren e minha chefe, Mel 19
Hadner, me mandou para aquele armazém. Isto é tudo que sei. Ela ligou para meu celular enquanto estava no restaurante, para me dizer que Brent teve algum tipo de emergência. Estava ocupada e me ordenou que mostrasse à propriedade ao invés dele. Não queria, mas é meu trabalho. Fui à última contratada e você conhece o ditado. Último contratado, primeiro demitido. Precisava manter meu emprego, então deixei o restaurante e aqui estamos.
Seus lábios retorceram em um esgar de desprezo. — Você acabou de mostrar a sua habilidade em mentir. Disse que não namorava. Estava comendo sozinha?
— Estava jantando com uma amiga.
— Sei. Chama os homens com quem faz sexo de seus amigos? Há quanto tempo você e Bill vêm sendo amigáveis? Um barulho estranho, animalesco veio dele. — Pare de mentir. Você é o tipo de fêmea de Bill. Entrevistamos muitas com quem costumava compartilhar sexo. Ele se curvou um pouco, chegou mais perto, e aqueles óculos escuros acabaram fazendo-o parecer mal. — Nós não somos facilmente enganados. Ele não é um macho que desejaria proteger, desde que não é dos que protegeria você. Ele está livre e você não está. Você parece inteligente. Isto machucará apenas a você.
— Estava jantando com minha amiga Amanda. Não torça minhas palavras e pare de me acusar de transar com aquele perdedor. Ele não é meu tipo. Direi isto novamente. Não o tocaria nem com um pedaço de pau de três metros! Encostou-se de volta em sua cadeira e olhou em seus óculos escuros, resistindo ao desejo de gritar com a frustração.
— Não a soltaremos até que tenhamos Bill. Isto é uma promessa.
Ela acreditou e a raiva se transformou em medo de novo. Iriam prendê-la como refém até que pegassem seu colega de trabalho. Estava além de chocada. — Não podem fazer isto. Por favor? Só quero ir para casa. Se isto é sobre dinheiro, quanto ele lhes deve? Tentarei pagar. O que for preciso, mas, por favor, deixe-me ir!
O homem chegou mais perto. Lauren sentiu medo, mas de repente ele se afastou.
— Eu não posso. Rosnou.
Ela engoliu em seco, mas o loiro tomou seu lugar. O cara se abaixou próxima a sua cadeira. — Está disposta agora a pagar as dívidas dele, mas não está dormindo com ele? Você é ruim em mentir.
— Não quis dizer isso. Estou assustada, você não acredita na verdade, e farei qualquer coisa que quiser se me deixar ir.
— Ele não nos deve dinheiro.
Lauren perdeu o último pedaço de esperança. Estes caras eram criminosos e provavelmente a matariam. Olhou fixamente para o sujeito, tentando transmitir sua sinceridade. — Você entendeu errado. A única coisa que fiz foi atender meu telefone quando minha chefe ligou, para que eu mostrasse uma propriedade. Isto é tudo. Não me importo se querem bater em Brent. Estou certa que merece isso, é um imbecil, mas sou inocente nisto.
— Você estava jantando com Brent? Apena diga, nos diga a verdade se quiser sair daqui.
— Você quer que eu minta? Mentirei. Estava jantando com minha amiga Amanda, mas direi qualquer coisa que quiser se isso o deixar feliz o suficiente para me soltar.
O homem respirou fundo. — Entendo.
— Você acredita em mim agora, certo? Não estou dormindo com Brent.
O homem moveu-se mais rápido do que imaginava que uma pessoa pudesse. Lauren nem teve tempo de ofegar antes de suas mãos agarrarem sua cintura, a levantou e suas costas bateram em cima da mesa. As algemas esticaram dolorosamente em seus pulsos, que estavam enganchados acima de sua cabeça agora. 20
Seu coração martelou e terror puro rasgou-a, enquanto ele se debruçou acima dela. Seu peso fez a mesa se inclinar até que sua cabeça estivesse mais alta que seus pés, quando seus dedos agarraram sua mandíbula. A manteve presa com uma mão em sua cintura e um grunhido veio de dentro de sua garganta. Imitou o som de um cachorro feroz.
— Estou cansado de bancar o bonzinho. Machucar uma fêmea não é algo que desejo fazer, mas irei. Viu o tubo no chão? Está lá para limpar o sangue mais facilmente.
— Shadow. O de cabelo escuro agarrou seu ombro. — Posso sentir o cheiro do medo dela, mesmo acima desse perfume horrível. Recue. Já deixou claro o que pretendia, e está indo longe demais com sua tentativa de fazê-la concordar. Vamos dar-lhe um tempo para deixá-la absorver a situação. Podemos todos dar uma pausa.
O loiro a largou. — Certifiquei-me de não causar-lhe nenhum dano.
As mãos largaram seu corpo e ambos os homens deixaram a sala. A porta bateu com força, a torção de um ferrolho sendo jogado foi inconfundível, e olhou fixamente para a luz amarela pendurada acima de sua cabeça, enquanto a mesa de metal gelava seu corpo através de suas roupas.
— Oh meu Deus, sussurrou. Iriam matá-la e não acreditariam em nada que dissesse. Brent deve dever dinheiro para a máfia ou algo do tipo. Aqueles caras tinham uma sala para torturar pessoas, e era projetada para deixar suas matanças mais fáceis de limpar.
Tentou torcer para sair da mesa, mas era inútil. As bordas da mesa tinham aqueles cumes horríveis, provavelmente para impedir o sangue de derramar pelos lados, e a gravidade a segurou no lugar com seu corpo sendo pendurado pelos pulsos. Lauren olhou fixamente abaixo para seus pés e viu o tubo em sua posição com a mesa inclinada verticalmente.
A porta de repente abriu. Ofegou, virou a cabeça e olhou fixamente para o homem careca que entrou. Com as luzes brilhantes, conseguiu ver muito bem suas características e ainda pareciam estranhas. Algo não estava certo com suas largas maçãs do rosto proeminentes, e aqueles olhos azuis que estavam tão frios quanto se lembrava. Ainda vestia o uniforme, mas não usava mais suas armas. Cruzou seus braços acima de um tórax largo, exibindo os bíceps seriamente espessos esticando a camisa que vestia, e deu um sorriso que podia ter congelado o inferno.
—Fui informado que você se recusa a falar, e que está protegendo Bill. Eles não acreditam que quebrará com o medo que causaram quando tentaram intimidá-la.
Ele tinha uma voz áspera, grossa, e isso só ampliou sua aparência assustadora. Sua boca abriu, mas nada saiu.
— Não banco o bonzinho, e não me importo com o que o folheto diz sobre interrogatório e táticas assustadoras. Serei sincero. Lambeu os lábios. — Nós sabemos que é a fêmea de Bill. Seu cheiro a entrega. Ele tem um favorito que você usa. Seu olhar abaixou para seu seio. — Todas as suas fêmeas têm seios grandes, do jeito que você tem. Soltou suas mãos para os lados, e marchou adiante até que olhou para ela do lado da mesa. — Você fede como se pertencesse a ele.
Sua mente bloqueou muito assustada para fazê-la funcionar corretamente. — Que cheiro?
— O perfume que você usa. É raro, e é o mesmo que ele dá a todas as fêmeas que leva para a cama. É ofensivo, bagunça com nossos narizes, mas é provavelmente o porquê dele ter escolhido. É para esconder coisas de nós.
O terror atingiu Lauren quando o cara se debruçou para mais perto, e suas mãos desceram centímetros da mesa até sua cintura, empurrando para trás ficando quase na horizontal. Ela viu sua própria morte nos olhos frios dele, quando seu rosto chegou mais perto do dela também. Estava realmente bravo, falava palavras loucas que não entendia, mas era inocente, droga. Nunca dormiu com Brent. Ele era um asno, um imbecil convencido, e quanto ao seu perfume… 21
— Consegui isto nas trocas de presentes do trabalho no Natal, mês passado, disse a ele depressa. — Talvez tivesse sido ele quem comprou isto. Eu não sei! Juro que não sei. Este perfume foi um presente que recebi. Fomos todos informados para trazer algo para a festa de Natal e nomes foram designados. Se este é o favorito de Brent, se é difícil de comprar, então deve ter levado. Nunca dormi com aquele homem.
Ele balançou sua cabeça careca lentamente, rosnou baixo, e debruçou-se bem perto e sua respiração roçou em seu rosto. Ele tinha bebido café recentemente. — Resposta errada. Você me dirá onde ele está e vai me ajudar a achá-lo. Não conhece que tipo de monstro está tentado proteger, pequena fêmea. Rosnou as palavras. — Ele matou uma fêmea que era amada e conheço a mesma perda. Não achei o animal que assassinou a minha ainda, mas terei a vingança pelos outros.
Seus olhos se arregalaram, Lauren olhou fixamente para o homem muito bravo. Estava lívido além da razão e a assustou ainda mais.
— Não estou dormindo com Bill! Gritou em seu rosto. — Não importa o quanto tente me assustar, mesmo assim não dormi com Bill. Não estou protegendo ninguém. Não sei onde ele está ou diria a você!
A boca do homem apertou em uma linha firme. — Não diga que não avisei.
Um gemido escapou e nem tentou abafar. Ele iria torturá-la? Bater nela? Se soubesse onde Brent estava lhe diria em um piscar de olhos. Por que não acreditavam nela?
As mãos do homem de repente agarraram o material de sua saia e arrancou com força. Um alarme atravessou por Lauren, quando foi rasgada da metade para baixo e a coisa destruída foi largada no chão. O ar frio do quarto bateu em suas coxas, quadris, e em seu estômago descoberto. Sua boca abriu para gritar.
Seu olhar glacial bloqueou com o dela. Moveu sua cabeça, advertindo-a para não gritar. Estava tão petrificada que nada saiu e não podia nem respirar. Depois agarrou sua camisa, rasgou abrindo-a e separando-a. O homem a deixou de calcinha e sutiã. Recuou o suficiente para correr seu olhar pelo seu corpo observando todos os seus centímetros expostos.
Ele só estava tentando assustá-la, Lauren esperava. Olhava fixamente com horror, enquanto o homem segurou e rasgou o colete de seu tórax e o largou. Depois a camiseta tipo suéter foi retirada por cima de sua cabeça para revelar uma pele nua, muita pele, e músculos suficientes para assegurar que o sujeito provavelmente passou anos no jardim da prisão, levantando ferro enquanto serviu seu tempo.
— Oh Deus, finalmente saiu, capaz de respirar novamente, desde que o medo a fez arquejar. — Não faça isso.
Sua cabeça ergueu, enfurecidos olhos azuis olharam para nela, e seus dedos começaram a desafivelar seu cinto. — Onde Bill está?
— Eu não sei!
Ele rosnou. — Sua lealdade com ele acabou. Você me dirá o que quero saber. Ele não é mais seu homem. Eu sou. Meu nome é Vengeance e você é minha.
Retirou o cinto. Ela se perguntou se bateria nela com o couro preto, mas o soltou no chão. Gritou quando desabotoou a frente de sua calça, sem dúvida iria estuprá-la. Tentou fugir. O pânico ajudou que encontrasse forças para ignorar a dor em seus pulsos, causados pelo movimento frenético que fez as algemas escavarem sua pele.
Uma mão agarrou seu quadril, a empurrando para baixo na horizontal, e sua cabeça virou. Sua calça estava aberta, ele a abaixou enquanto chegava mais adiante, e não estava vestindo cueca. Viu seu pau, algo que não podia deixar de notar desde que estava duro e grande. Outro grito rasgou de sua garganta e ergueu seus joelhos, tentado chutá-lo. 22
Seu braço livre forçou suas coxas a ficarem planas, enquanto usou seu peso para prendê-la para baixo. Aqueles olhos azuis glaciais chegaram mais perto e curvou acima dela até seus rostos ficarem separados por centímetros.
— Não lute. Você não pertence mais a Bill. Não lhe causarei dor, mas aprenderá a apreciar meu toque.
Ela fechou seus olhos e gritou.
A porta foi aberta com força suficiente para bater na parede. — O que está acontecendo? As palavras vieram de uma voz severa, profunda, os olhos de Lauren abriram de repente enquanto torcia a cabeça. O sujeito de cabelos escuros se lançou em seu pior pesadelo.
Moveu-se rápido, agarrou Vengeance, e jogou seu atacante para longe. Lauren estava deitada lá incapaz de fazer qualquer coisa, mas assistiu enquanto os dois se enfrentaram. O mais alto, ainda usando óculos escuros, pôs seu grande corpo entre ela e o outro homem.
— Saia Warth. Ela não é mais de seu interesse. O homem careca tentou dar a volta por ele para retornar para ela.
— Você não vai fazer isso. O homem de cabelo escuro tinha um nome, Wrath. Seus dedos enrolaram em punhos aos seus lados, enquanto se movia para ficar entre eles. Não usava mais as luvas e podia ver a pele bronzeada. — Não permitirei que a machuque. Não somos como eles. Estávamos dispostos apenas a assustá-la para fazê-la falar, mas você foi longe demais.
— Ela não vai protegê-lo mais, o careca rosnou. — Ela não falará, mas mudará de ideia quanto a nos ajudar a encontrar aquele monstro. Saia. Ela é a fêmea dele e ele nos deve uma vida. A vingança é minha, Wrath. Eu a reivindico. Ela tomará o lugar da minha fêmea assassinada.
Wrath não se moveu. — Ela não é nosso inimigo. Não pode pegá-la para substituir a fêmea que perdeu. Você não está pensando direito. Eu os odeio. Não posso olhar para ela sem reviver o que foi feito comigo. Ela tem uma pele pálida, um corpo suave, e lembro-me das horas sendo drogado enquanto me forçaram a dar-lhes amostras. As imagens daquelas que se parecem com ela, que usaram para obtê-las. Sei que ela não é responsável e não a machucaria pelo o que os outros fizeram comigo. Acalme-se, Vengeance.
Ele rosnou em resposta.
— Conheço a ira lá dentro. Sofro disso também. Ela não sabe de nada do que Bill realmente é, ou não estaria protegendo-o. Ele está fingindo vender propriedades, e ela acredita que nós sejamos homens contratados que batem nas pessoas que devem dinheiro. Ele a mandou em seu lugar, acreditando que nós a mataríamos. Isto não é algo que faria se gostasse dela de qualquer forma.
— Eu a quero. Ela é minha, Vengeance exigiu severamente.
Warth chegou mais perto. — Se fizer isto, ela o odiará. Não permitirei isto. Já me sinto culpado por assisti-la ficar temerosa, quando Shadow tentou assustá-la por submissão. Lembra-se da fêmea que prendeu seu coração?
O homem careca abaixou a cabeça e a dor relampejou através de seu rosto. — Sim.
— Esta aqui nunca será ela. Nunca olhará para você do jeito que ela fazia ou receberá seu toque. Não pode forçá-la a sentir o que você uma vez teve com outra e ela não pode substituir o que perdeu.
Lágrimas fluíram abaixo no rosto de Vengeance quando ergueu sua cabeça. — Sinto falta dela.
— Eu sei. Warth alcançou-o e agarrou seus ombros. — Acharemos todos eles, mas isto é errado. Não machucamos fêmeas. Uma coisa é usar seu próprio medo para fazê-las falar, mas forçá-las a se acasalar é algo que nosso inimigo faria. Dê um passeio, deixe sua ira refrescar, e cuide 23
das suas necessidades. Isso te ajudará.
O homem careca se curvou, agarrou sua roupa do chão, e se apressou para a porta. Lauren estava confusa, apavorada, e dolorida. Estava aparente que os assassinos eram loucos. Wrath lentamente virou e ela não estava certa do que faria.
— Você está bem?
— Não. Lágrimas quentes despejavam por suas bochechas, agora que o perigo passou. Chegou perto de ser estuprada. Ninguém estaria bem depois com isto.
— Calma. Sua voz abaixou para um tom rouco. — Cuidarei de você.
Ela não sabia se isso era uma boa coisa ou não. Isso era conversa de mafioso para matá-la? Não exporia nada para eles agora. Ele andou a passos largos chegando mais perto e um barulho suave veio de seus lábios separados.
— Seus pulsos estão sangrando.
Ele agarrou a mesa inclinada e a nivelou até que seu peso não puxasse mais seus punhos contra as algemas. Dedos gentis, mornos cuidadosamente tocaram em sua pele próximo de onde doía. Destravou os punhos da algema e a soltou.
Lauren puxou seus braços para baixo, cobrindo seu sutiã com as mãos e olhou fixamente para o rosto pairando acima do seu. Encolheu-se quando ele a tocou novamente, mas sua mão só cobriu sua nuca, enquanto a ajudava se sentar.
— Vou tirar minha camisa para dar a você. Fique tranquila. Suas roupas estão destruídas e deve estar com frio. Hesitou. — Tenho um kit de primeiros socorros dentro do meu quarto. Nenhum dano acontecerá com você lá.
Lauren fungou, tentando lutar para que as lágrimas voltassem.
O cara hesitou. — Sinto tanto. Sua voz saiu rouca, quase soando sinceramente apologética, achando que entenderia. — Isto foi muito longe. Nós estávamos apenas tentando assustá-la. Você pensou o pior de nós e precisamos localizar Bill. Ninguém deveria machucá-la de verdade. Até Shadow foi cuidadoso para não contundi-la, quando a colocou em acima da mesa. As mãos dele a abraçaram para impedir que batesse a cabeça ou aterrissar muito forte. Ainda assim me preocupei o suficiente para pedir que dessem uma pausa em seu interrogatório, quando vi sua reação. Quase bati nele porque não conseguia vê-la tão apavorada. Você é pequena e sinto muito mesmo. É por isso que saímos. Estávamos discutindo como fazê-la colaborar conosco sem usar o medo.
Recuou e ela notou pela primeira vez que o colete que vestia anteriormente tinha sido removido. Retirou a camisa por cima de sua cabeça, conseguiu manter os óculos, e se perguntou por que os usava do lado de dentro. Talvez fosse para que não pudesse identificá-lo depois, e isso lhe deu a esperança novamente, de que em certo ponto poderia sobreviver a sua experiência terrível. Claro que viu o rosto do homem careca isso provavelmente foi uma coisa ruim.
Wrath a salvou de um destino horrível. Isso deveria significar algo e se desculpou algumas vezes. Talvez fosse um matador com uma consciência, apesar de ter um apelido tão horrível. Poderia lidar com isto. Sua mente começou a conspirar e quis que a visse como uma pessoa real. Leu uma vez que se um sequestrador começasse a se importar com a vítima as chances de sobrevivência eram melhores.
— Obrigada. Foi difícil forçar essa palavra sair.
Não podia evitar notar o quão bronzeado ele era. Talvez ele e Vengeance tenham dividido uma cela na prisão, já que os dois pareciam ter gastado muito tempo malhando. Devem ter feito isso para ganhar toda essa massa. Tirou a camisa enquanto ela olhava fixamente para seu abdômen malhado. O olhar ergueu para seus braços, viu seus músculos dobrarem e estremeceu. Não seria a pessoa que sugeriria que ele desistisse de uma vida de crimes, para talvez começar a competir em 24
competições de fisiculturismo. Provavelmente poderia ganhar deles.
Entregou a camisa para ela. — Aqui, fêmea. Por favor, permita que a ajude. Desejo acalmar um pouco seu medo.
— Meu nome é Lauren. Suas mãos tremiam quando aceitou a camisa. O material ainda estava morno do seu corpo, e segurava seu perfume masculino quando a colocou por cima de sua cabeça. Ficou grande nela, algo que a fez tremer já que não era uma mulher pequena, isso só enfatizava o quão grande ele era. Arrastou a camisa para baixo em seu corpo para esconder sua roupa íntima dele.
— Deixe-me te ajudar.
Ela congelou quando ele suavemente rolou as mangas muito longas até que suas mãos e pulsos machucados fossem revelados. Parou quando estavam quase em seu cotovelo. Eram um pouco largas, mas não manchariam de sangue dos arranhões dos punhos, que as algemas causaram.
— Seus pés estão nus e o chão estará frio. Não fique alarmada. Você está segura comigo.
Essa foi à única advertência que teve antes que a pegasse em seus braços, apertando-a contra sua pele quente, e virou-se. Ele andou a passos largos para a porta e a levou pelo corredor. Lauren fechou sua boca firmemente, não protestou, e lutou contra seu medo.
Seja legal com o sequestrador e talvez o sequestrador seja legal comigo.
Wrath estava furioso enquanto levava a fêmea pelo corredor até seu quarto. Estava contente por ter decidido dar uma olhada nela e a ouviu gritar. Sentiu-se muito culpado enquanto assistia Shadow usar suas suposições sobre eles contra ela. O medo fazia os humanos falarem mais facilmente, mas foi difícil vê-la tremer às vezes.
Seu sangue enfureceu com o comportamento de Vengeance. O macho não podia forçar uma fêmea a ser dele. Por que ele não entendeu isto? Talvez não devesse ter sido designado para a equipe. O fato de Vengeance tê-la feito sangrar, a despido, o fez querer bater no macho. Ninguém deveria machucar uma fêmea fisicamente.
Inalou e mordeu de volta um rugido. Ela era tão suave, seu aroma era tão bom, e a sensação dela em seus braços o excitou. Descansava sua bochecha contra seu tórax, seu cabelo sedoso fazia cócegas levemente, e suas presas cavaram dentro de seu lábio inferior. A última coisa que ela precisava era temê-lo mais, e iria se percebesse o quanto o afetava. O confundiu se sentir atraído por ela.
Foi difícil de abrir a porta com ela em seus braços, mas deu um jeito, chutou abrindo-a, e virou-se para fazê-los entrar. Fechou a porta com seu pé e olhou ao redor de seu quarto estéril. Era um quarto quadrado com tijolos sem graça nas paredes e o chão de concreto. Só tinha uma cama com uma cabeceira e um banheiro para chamar de seu. Suavemente a colocou no colchão, desejando que o cobertor fosse mais suave, e a soltou.
— Fique aí.
Grandes olhos azuis olhavam fixamente para ele com receio. A culpa o comeu. Ela era pequena comparada às fêmeas que estava acostumado, mais suave, e obviamente não acostumada ao estresse. Suas mãos tremiam quando vestiu sua camisa, tentando esconder sua calcinha azul e os topos de suas coxas cremosas. Parecia que se preocupava que fosse atacá-la. Não era uma extensão de sua imaginação depois do que Vengeance fez.
— Calma, sussurrou e tentou expressar que não era uma ameaça quando recuou. — Não corra. Não existe nenhum lugar para ir e Vengeance está lá fora. Odiou usar aquela ameaça, mas imaginou que seria efetivo. O terror que alargou seus olhos o assegurou que estava certo. — Vou 25
pegar o kit de primeiros socorros para cuidar de seus ferimentos.
Virou-se depressa para se enfiar no banheiro e ligar a luz. O kit era uma caixa branca com uma cruz vermelha nela, e estava enganchada em um cabide de madeira atrás da porta. A fêmea não tentou fugir em sua ausência. Sentava-se amontoada em sua cama com seus braços embrulhados firmemente ao redor sua cintura.
Assustou-se quando ele se agachou diante dela. Seu coração martelava com força com a aproximação, mas ela precisava de atenção médica. A equipe de Tim não retornaria até amanhã de manhã, e só sobrou ele para cuidar dela. Brass estava lá em cima, usando o telefone para falar com Justice, enquanto Shadow foi comer. Certamente não permitiria que Vengeance chegasse perto dela novamente.
Colocou o kit no chão, abriu e tentou ignorar a resposta do seu corpo pela fêmea. As lembranças vieram à tona de como os humanos pareciam quando nus. Uma série de imagens dos filmes que foi forçado a assistir tocou sua mente—imagens deles tocando em seus próprios corpos. Outro rosnado cresceu dentro de sua garganta que quase não engoliu. O temor surgiu rapidamente. Ele foi condicionado a reagir com fêmeas humanas e não estava certo se podia confiar nele mesmo, sozinho em um quarto com uma.
— Deixe-me ver seus pulsos. — Estremeceu quando sua voz saiu mais profunda do que pretendia.
Ela cautelosamente parou de abraçar sua cintura para mostrar seu braço. Os cortes não eram profundos, apenas arranhões, e alívio varreu por ele. Ela não precisaria de mais atenção médica do que podia lhe dar. Wrath tomou seu tempo para desempacotar o kit e pegar o que precisava, enquanto lutava com o desejo que crescia dentro dele.
— Você vive aqui? Olhou ao redor.
— Sim.
Seus dentes morderam seu lábio inferior e chamou sua atenção. As lembranças de outras fêmeas fazendo aquilo o atingiram, enquanto gemiam. Suas mãos viajavam acima de seus seios e paravam em suas bocetas espalhadas. O sangue foi para seu pau, fez seu coração bater, e o ar congelou dentro de seus pulmões. A voz dela o forçou a se concentrar em algo além das respostas de seu corpo com as retrospectivas que sofria.
— Por quê? Quero dizer, estamos no subsolo, certo?
Recusou-se responder, abriu o álcool, e umedeceu uma das bolas de algodão. — Isso pode arder.
Um pequeno som veio dela. Ofegou quando aplicou o algodão molhado em um dos arranhões mais profundos. Lembrou-se de algo que viu na televisão, quando tentou se acostumar ao mundo lá fora. Uma mãe soprou um ferimento de seu filho para aliviar a sensação de queimação. Debruçou-se e soprou em cima do machucado.
— Isso ajuda?
— Sim. Obrigada.
Wrath se apressou na limpeza e colocou curativo em ambos os pulsos. Pegou o material médico, fechou a tampa, e ficou de pé. Queria colocar um pouco de espaço entre ele e seu perfume, que o deixava um pouco enlouquecido.
A fêmea olhava fixamente para ele quando parou na porta do banheiro e virou-se para olhá-la. Seu rosto em forma de coração era atraente, seu nariz era estranho, mas não deixava de ser atraente, e pareceu que tinha uma mania de mastigar seu carnudo lábio inferior.
— Não identificarei você para a polícia. Quero deixar isso bem claro. Não me importo com o que faz com o não sei o nome, Isso não é da minha conta, mas quero sobreviver a isto. Diga-me o 26
que isso vai me custar. Quer que assine uma declaração de juramento ou algo assim, de que não irei à polícia? Farei isto.
— Não estou preocupado que vá até a polícia.
Ficou chocado quando lágrimas encharcaram seus olhos e deslizaram por suas bochechas. Ela não sem incomodou em enxugá-las. Deu um passo hesitante para frente, alarmado que limpando seus ferimentos pudesse ter lhe causando dor. Suas próximas palavras o interromperam depressa.
— Farei qualquer coisa que quiser, mas, por favor, não me mate. Tenho uma lista inteira de coisas que quero fazer antes de morrer e não fiz nenhuma ainda.
— Não vou te machucar.
— Certo. É por isso que está escondendo seu rosto. Apontou para ele. — Está se certificando que não veja seus olhos. Isto deveria aterrorizar-me mais? Porque está funcionando. Isso pode ser algum tipo de diversão doentia para você, mas não é para mim. Estou com fome, cansada, e assustada. Você não tem nem mesmo um coração? Sua mão ergueu para enxugar suas lágrimas.
— Não estou usando-os para assustá-la. Minha intenção é exatamente o oposto. Uso os óculos para manter você à vontade comigo.
— Grande falha.
Ele hesitou. — Não fique alarmada. Juro que não a machucarei. Os humanos têm medo de nós.
Os olhos dela arregalaram — Humanos? O que você é? Um alienígena? Franziu a testa. — Merda. Você é louco também? Sério? Merda.
Wrath alcançou a parte de cima e lentamente removeu os óculos. Olhou-a fixamente com calma enquanto ela empalidecia. Sua boca abriu, fechou, mas nada saiu. Imaginou que isso fosse um bom sinal quando não gritou. 27
Que tortura pra esses novos espécies, foram condicionados a desejar humanas 🙆
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