terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 017

CAPÍTULO DEZESSETE 
A aula de culinária não foi bem, mas boa comida encheu sua barriga. Obsidian olhava para as pontas dos dedos doloridos, uma lembrança que a chama não era para ser tocada.
— Como está o seu dedo? — Alli o olhava com preocupação enquanto enchia a grande caixa elétrica que lavava os pratos depois de cozinhar.
— Bem. Não farei isso novamente.
— Espero que não. Sei que chamas parecerem bem legais, mas queimam a pele.
Tentou pôr pomada nele e um curativo, mas recusou. O dano foi pequeno. A campainha tocou e ele se levantou, se movendo para respondê-la antes dela ir. Só machos pareciam visitar.
— Oi. — Moon sorriu. — Estou aqui para levar você a uma excursão.
— Por quê?
Seu novo amigo riu.
— Fui informado que você está se mudando para o dormitório dos homens de manhã. Você quer vê-lo primeiro? Você também foi colocado na lista de rotação.
— O que isso significa?
— Estou levando você para trabalhar comigo amanhã. Durante a semana toda você estará com machos diferentes para ver os tipos de trabalhos que eles fazem. Estamos esperando que você encontre algo que possa gostar em nossa sociedade.
— E se eu não gostar.
O outro macho curvou uma sobrancelha.
— Acharemos algo. Se não aqui, há sempre a Reserva.
— Alli não quer que eu vá para lá.
— Ela não quer que você seja enviado para a Zona Selvagem.
— Olhou para trás de Obsidian e acenou. — Oi!
Obsidian girou para descobrir que Alli estava atrás dele. Estava melhorando em caminhar suavemente para surpreendê-lo. Ela não estremeceu quando ele rosnou, não gostando dela muito perto do outro macho, apesar de Moon ser alguém que ele confiava.
— Não converse com minha fêmea.
Moon soltou a mão.
— O que é isso, Sr. Amigável.
— Isto é um truque para me afastar de Alli? Eu não permitirei que ninguém a tire de mim.
— Você está sendo paranoico. Não existe nenhum plano para tirá-la de você. Eu mesmo vi as ordens. Vocês dois vão viver no dormitório juntos. Eu realmente sugeri que vocês dois pudessem ficar em minha casa no meu quarto de hospedes até que uma das outras casas ficasse desocupada, mas Fury disse que era uma má ideia. Ele parece achar que você tentará me matar enquanto eu dormir só por estar muito perto da doutora.
Obsidian olhou com raiva para ele.
— Brass tem uma casa em Homeland e na Reserva, mas ele gosta mais de lá. Ele desistirá da sua casa aqui depois de sua próxima mudança de rotação de volta para lá. Laurann Dohner Obsidian
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— Quem é Brass?
— Ele é um amigo meu. O que eu estou tentando dizer é que ele não gosta de ficar aqui e prefere a Reserva. A cada poucos meses ele está de serviço aqui por algumas semanas, mas isto está para acabar. Ele ficará lá o tempo todo. — Moon sorriu. — Quer dizer você e a doutora podem ter a casa de vocês. Vocês não ficarão presos vivendo no dormitório por muito tempo. As casas são difíceis e não construímos mais por aqui. Há espaço e propriedade limitada e é muito caro nesta área. Estamos expandindo a Reserva o tempo todo.
— O que é Reserva?
— Reserva é uma área altamente coberta de árvores ao norte daqui com uma vasta quantia de terra. Diga a sua fêmea que você voltará em algumas horas e eu te mostrarei Homeland. Nós possuímos e vivemos em ambos os lugares. Homeland foi construída como uma base do exército humano, mas foi dada para nós quando foi terminada. Nós as chamamos de terras do ONE. Isso representa Organização das Novas Espécies, nosso título oficial.
— Vá. — Alli disse. — Ainda tenho um pouco de coisas para empacotar. Divirta-se. Estarei aqui quando você voltar. — Tocou seu peito. — Sem preocupação.
Ele se debateu ainda sem a certeza se ela ficaria segura sem ele para protegê-la. Moon andou para trás, chamando sua atenção.
— Vamos. Tem um oficial na rua para ter certeza que ela ficará bem. Você tem minha palavra de honra que ela ainda estará aqui quando nós retornarmos.
— Está bem. — Agarrou a mão pequena de Alli, ainda sobre seu coração, enquanto olhava fixamente seu rosto arrebitado. — Não demorarei. Não deixe a sua casa.
— Não deixarei.
Ele a soltou e seguiu o outro macho para fora.
— O que é base do exército?
— É um tanto quanto difícil de explicar. Arranjaremos para você alguns livros de história para ler. — Um olhar interrogativo foi direcionado. — Eles ensinaram você a ler? Você não foi criado da maneira que nós fomos. Eles ensinaram a todos nós a ler livros na infância. Isso os ajudou quando conduziam alguns dos testes de drogas em nós para poderem julgar se éramos prejudicados e o quanto. Precisavam ver se afetou nossa memória. As informações dos livros eram uma boa maneira de fazer isto. Também queriam que pudéssemos ler gráficos oculares para terem a certeza que não havia nenhuma perda visual dos efeitos colaterais.
— Eu posso ler palavras.
— Bom. — Moon parou num veículo estranho. — Isso é carrinho de golfe. Você já andou em um antes?
— Não. Não enquanto eu estava acordado pelo menos. Não estou certo de como cheguei a Homeland. — Estava cauteloso. — O que é golfe?
— Os humanos chamam isso de esporte, mas é principalmente perseguir uma bola branca pequena, usando bastões retos para bater na bola para persegui-la novamente. A meta é ter melhor pontaria que seu oponente. Eles usam estes carros para segui-la.
— Por quê?
O macho sentou-se no carrinho. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu não estou certo, mas suspeito que eles odeiem caminhar ou correr longas distâncias. Carros são divertidos. Entre e verá. Ensinarei a dirigir um logo.
O banco era mais macio que parecia quando se sentou, mas não havia muito espaço para suas longas pernas. Moon sorriu.
— Segure-se firme. Isso se move rápido e não quero que você caia.
Moon torceu uma chave e a coisa vibrou sob seu traseiro. O macho agarrou a coisa arredondada esticando para frente do seu peito enquanto sua mão se abaixou para uma coisa pequena de metal arredondada abaixo dele. Tremeu ligeiramente antes de andar, ganhando impulso.
Um sorriso formou em seu rosto na sensação do vento soprando seu cabelo enquanto se segurava.
— É rápido.
— Jipes são mais rápidos. Sabia que haveria algo que você gostaria. Pelo menos poderia conseguir um trabalho dirigindo um destes e entregando coisas ao redor de Homeland para departamentos diferentes.
Um pouco da ansiedade enfraqueceu sobre seu futuro.
— Eu quero me encaixar.
— Você irá. — Moon virou numa esquina, diminuindo a velocidade ligeiramente. — Vê aquele prédio lá em cima à direita? É o dormitório dos homens. Tem três andares e há um porão escondido debaixo do alicerce.
— Por quê?
Ombros encolheram. — Não faço nenhuma ideia, mas é divertido. Instalamos quartos de treinamento lá embaixo quando nos mudamos para evitar que alguém descobrisse que estávamos mantendo nossas habilidades de luta vivas. Tivemos um humano que era o pai do dormitório, mas ele bebia muito álcool. Ele foi demitido. Não precisamos de ninguém para nos ajudar a aprender.
— O que é um pai do dormitório? Não temos nenhum pai. — De repente experimentou uma sensação de apreensão. — Eu não tive. Você teve?
— É um termo honorário usado neste caso para alguém que te ensina lições de vida que você precisa para sobreviver fora de Mercile, alguém que está lá para cuidar do seu bem estar. Você é cheio de perguntas. Nenhum de nós teve pais. Fomos criados do jeito como você foi, mas tivemos mais interação já que traziam fêmeas para nossas celas. Podíamos sentir o cheiro de outros machos nelas às vezes. É como sabíamos que havia mais de nós. Só foi lhe dada uma fêmea.
Eles estacionaram e entraram no edifício. Obsidian seguiu o macho e olhou abertamente para a sala grande. Outros machos estavam sentados em sofás na frente de uma grande televisão, mas seus olhares deixaram a televisão para olhar de volta para ele. Seu corpo ficou rígido em ver uma dúzia deles, instinto o advertiu do perigo e uma possível briga.
Moon suavemente agarrou seu ombro.
— Ei, não olhe feio para eles. Eles são uma espécie de irmãos para você. Somos todos família aqui.
Um dos machos lentamente se levantou e se aproximou, sua posição inofensiva. Laurann Dohner Obsidian
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— Oi. Sou Darkness. Você deve ser Obsidian. Todos nós estávamos esperando por você. Essa é a sua casa agora e não há nenhuma razão para estar na defensiva. Bem-vindo ao dormitório dos homens. — O macho tinha cabelo muito curto e olhos pretos penetrantes que eram de formato semelhante a de Justice. Sua pele era mais escura que todos os outros machos.
— Você escolheu o nome por causa da sua pele?
— Não. — O macho sorriu, revelando dentes brancos, retos, inclusive duas longas presas que eram maiores do que as que Obsidian tinha. — Sofri muito em minha vida e desejei que meu nome refletisse isso. Sou um pouco diferente da maioria, do jeito que você é.
— Como você é diferente?
O macho parou um metro e meio afastado.
— Você foi escolhido para um projeto de acasalamento enquanto eu fui atribuído para fazer outra coisa. — Pausou. — Estou tentando me pôr em sua mente, pensar do jeito que você pensa. Sou bom nisso. — Seu olhar percorreu o corpo de Obsidian de cima para baixo antes de parar e olhar fixamente em seus olhos novamente. — Sua companheira estará protegida dos outros machos quando você a deixar em seu apartamento. Nunca a prejudicaremos e a protegeremos se houver perigo como se ela fosse uma de nós. Você achará amizade aqui e nenhuma hostilidade.
— Fale por você mesmo. — Uma voz de macho familiar murmurou.
A espinha de Obsidian endureceu enquanto girou sua cabeça, achando a fonte depressa. Rosnou para o macho que queria Alli.
— Droga, Destiny. — Moon balançou a cabeça. — Já tivemos esta conversa hoje. Recue e vá fazer algo além de irritar Obsidian.
— Ele é muito selvagem e instável para estar seguro ao lado da Dra. Allison. Ela é delicada e inocente dos nossos modos. — O peito do macho expandiu, os ombros empurraram para trás, e a raiva cintilou em seu olhar fixo. — Você a pega como um animal, não é? — Chegou mais perto e rosnou. — O cheiro dela está por toda parte em você. O que você fez?
— Ela é minha. — Obsidian rosnou de volta. O macho agiu como se ele tivesse uma pretensão por Alli, mas não tinha.
— Destiny! — Moon andou entre eles, rosnando também. — Retorne a seu quarto ou saia agora. Controle-se e não retorne até que tenha recuperado um pouco da compostura.
— Você a machucou? Deixou-a assustada? — Destiny se lançou para o lado para evitar ser bloqueado do seu alvo. — Você a curvou e a pegou em suas mãos e joelhos como se ela fosse um cachorro?
Darkness ficou entre eles, de costas para Obsidian.
— Ele é canino. Essa é uma pergunta besta. Você quer me perguntar se eu gosto se lamber? Talvez você pudesse perguntar a Smiley se ele pode subir em árvores? Todos nós carregamos características e instintos do que nós somos.
Darkness se virou para Obsidian e explicou.
— Sou misturado com leopardo preto obviamente. Smiley foi criado com a genética de chimpanzé. O cara é muito amigável em minha opinião, mas tendo a ser mal humorado o suficiente para achar isto chato. Não quer dizer que eu desejo que ele mude. Ele é o que ele é. Eu amo vagina. — O macho encolheu os ombros. — Consequentemente a parte de lamber. Laurann Dohner Obsidian
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— Supere isso, Destiny. — Darkness severamente o advertiu enquanto movia seu olhar de volta para ele. — A doutora obviamente o escolheu em vez de você. Não é da conta de ninguém se ele a fode como um cachorro ou ela monta nele como um pônei. Ele é novo e você está sendo um imbecil.
Moon olhou para o macho de cabelo curto.
— Isso foi sutil.
— É um dom. Sou franco e não tenho nenhuma paciência para besteiras.
— Destiny, eu preciso levar você para um dos quartos para uma pausa? É minha especialidade, fazer as pessoas falar e escutar, mas serem advertidas, você não gostará disso.
— Alli é minha. — Obsidian declarou dividido entre a gratidão pelos machos terem enfrentado a situação por ele e irritação por bloquearem o macho que queria sua fêmea.
Destiny se esquivou para a esquerda, encontrando seu olhar. — Estava dando a ela um tempo para se ajustar a mim. Não queria assustá-la. Ela era minha antes mesmo de você ser salvo. Ela merece um macho que não a machuque. Você já fez isto.
— Eu nunca machucaria minha Alli. — Insultou-o ser acusado.
— Ela perdeu o emprego por sua causa. — Destiny rosnou, suas mãos se fecharam de lado e deu um passo mais para perto. — Ela ama ser médica, mas o que ela é agora? Uma fêmea que você fode e a manterá como um animal de estimação dentro de sua casa já que ela não terá permissão para sair? Você já a machucou. Eu a conheço bem e a matará por dentro, viver desse jeito.
— Ela me salvou e eu não tirei o emprego dela. — Rosnou baixo, ameaçando o outro macho, com raiva em suas acusações. — Ela não é um animal de estimação. Eu conheço esse termo.
— Merda. — Moon suspirou. — Acalme-se. Sem luta na sala de estar.
— Deixe-os. — Darkness agarrou o outro macho pelo antebraço. — Isto não vai ser resolvido de outra maneira. É nosso jeito.
— Ele ainda está debilitado e se recuperando. — Moon saiu de seu aperto. — Não seria justo.
O de cabelo curto olhou para trás, estudando Obsidian.
— Ele está ainda um pouco magro, mas você pode ver o tônus muscular que ele manteve. É a fêmea dele que ele está defendendo. Eu apostaria meu dinheiro nele. — Lançou a Destiny um olhar. — Ele está muito bravo no momento para ser efetivo e eu treinei com ele. Não é o melhor lutador.
— Vá se foder Darkness. — Destiny cuspiu, arrancando sua camisa para despir seu corpo superior. — Limpe a área. — Olhou para Obsidian. — Vou acabar com você e te devolver para o Centro Médico onde você pertence. Eu prefiro que a Dra. Allison aceite o trabalho em outro lugar do que saber que você está a maltratando. Ela seria mais feliz fazendo o que ama.
— Você não é meu tipo então isso é um não na oferta de sexo. — Darkness se lançou, agarrando Moon em volta dos ombros para prendê-lo em seus braços. — Você também não é meu tipo, mas eu sei que você se meterá entre eles. Não me faça te bater. Apenas relaxe comigo e permita que a natureza tome seu curso. Só interviremos se um deles estiver prestes a morrer.
Moon não lutou. Laurann Dohner Obsidian
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— Você só queria me abraçar.
Um olhar repugnante cruzou o rosto do outro macho.
— Você e seus momentos sentimentais. — Ele o soltou. — Você está ficando ao redor de muitas fêmeas humanas.
Obsidian chegou mais perto da sua presa. Destiny queria uma briga e iria dar-lhe uma. Seria bom bater no macho que o acusou de abusar Alli de qualquer forma.
— Ela é minha. — Declarou.
Destiny foi para ele.
— Não por muito tempo.
Ira quente explodiu e Obsidian não se conteve ou tentou se acalmar. Alimentou as chamas imaginando o outro macho tocando em sua Alli. Os outros no quarto foram esquecidos.
Avaliou seu oponente. Destiny pesava ligeiramente mais que ele, mas ele era mais alto, mais cruel. Lembrou-se da vez que seis técnicos entraram em seu quarto quando ele quebrou uma das correntes da parede. Só um deles sobreviveu.
O lado humano dele fugiu, sendo substituído por algo puramente selvagem. Um punho balançou em seu rosto, mas sua mão se envolveu em volta dele, apertou até que esmagou. O macho gritou enquanto ossos se quebravam. Nenhuma piedade. Deu um soco enquanto o macho sofria, atingindo sua garganta. Bateu nas costas de Destiny e ele teria voado, mas sua mão estava ainda como prisioneira a mercê de Obsidian.
— Maldição. — Alguém sussurrou.
— Não o mate! — Moon rugiu.
Braços bloquearam ao redor de sua cintura, o empurrando com força, e foi forçado a romper sua conexão quando foi transportado pelo ar. Caiu sobre algo macio que capotou, o mandando para o chão. Sua cabeça atingiu algo impiedoso, mas escapou da dor e se ergueu. Um dos sofás estava de lado, o que amorteceu sua queda.
Darkness se abaixou onde Obsidian estava, a razão pela qual ele estava no chão. O macho rosnou, seus olhos quase pretos.
— Não mate.
Seu olhar se movimentou. Moon estava abaixado sobre Destiny, massageando a garganta do macho de costas com suas pernas se contorcendo em agonia. Obsidian lentamente se levantou, pronto para a batalha, mas percebeu que não tinha ninguém para lutar.
— Ligue para o Centro Médico. — Moon gritou. — Ele está respirando, mas está mal. Emergência médica! — Sua cabeça girou para olhar para Obsidian com um olhar sombrio. — Acho que você errou quando foi esmagar sua traqueia, mas ele está tendo dificuldades em respirar. — Olhou para baixo na mão do macho caído. — E você quebrou alguns dos seus dedos. — Olhou de volta. — Você realmente precisa aprender a lutar sem tentar matar alguém. Você é muito novo. — Olhou para Darkness. — Ótima ideia deixá-los lutar. Temos sorte de que este aqui não está morto.
Darkness encolheu os ombros enquanto se endireitava.
— Eu o parei antes de muitos danos serem feito. Eu o menosprezei já que você disse que ele ainda estava se recuperando. Eu diria que ele está cem por cento. — Franziu a testa, se Laurann Dohner Obsidian
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aproximando de Obsidian. — Você está sangrando. Deixe-me dar um olhar em sua cabeça. Você bateu na mesa de centro. Achei que você cairia no sofá, não que pularia.
* * * * *
Alli acabou de terminar de empurrar as últimas roupas em uma mala, só deixando um conjunto para vestir de manhã, quando alguém bateu na porta. Ficou surpresa que não tocaram a campainha. A madeira recebeu uma batida forte. O som a alarmou o suficiente para correr pela sala de estar para destrancar a porta, abrindo-a.
— Venha comigo. — Rusty ofegava, sem fôlego e suando como se tivesse corrido uma distância longa. Um kit de emergência médica estava pendurado em um dos seus ombros. — O novo médico não está aqui e não conseguimos achar Trisha. Ela e Slade deram um passeio, mas não temos tempo para localizá-los.
— O que aconteceu? — Alli saiu para a varanda, fechando a porta atrás dela. Era óbvio que alguém deve ter se machucado se precisavam de um médico.
— Uma briga no dormitório dos homens. Um macho está inconsciente. Se apresse.
Pânico tomou conta de Alli enquanto seguia a fêmea Espécie que corria, cujas pernas eram mais longas. Percebeu que não colocou sapatos quando alcançou à estrada, a superfície incomoda a contundindo. Obsidian foi visitar o dormitório. Era ele quem estava machucado?
Oh Deus! Correu mais rápido, ignorando a dor. Tinha de ser ruim para a normalmente serena Rusty estar tão aflita.
— Quem? — Era difícil correr e conversar ao mesmo tempo.
A fêmea Espécie nem olhou para trás e pareceu ignorar a pergunta. Um motor rugiu por trás delas, ficou mais alto, e Alli diminuiu a velocidade, girando sua cabeça. A visão de um jipe se aproximando depressa era mais que bem-vinda. Book pisou nos freios. — Entre.
Alli desmoronou sobre o banco do passageiro enquanto Rusty subiu atrás. O macho pisou no acelerador, decolando rápido o suficiente para quase causar um trauma no pescoço, mas não iria criticá-lo por sua direção. Tinha de ser uma situação bem feia, com danos severos.
— Quem está machucado? — Precisava saber se era Obsidian, obcecada pelo pior.
— Destiny. — Rusty ofegava. — Ele estava em uma briga e está tendo dificuldades em respirar.
— Ele foi esmurrado na garganta. — Book preencheu. — Ele pode ter tido a traqueia esmagada. — Suas feições eram sem emoção, mas sua voz saiu estranhamente grossa. — Acho que foi um exercício de treinamento que deu errado. Agarre-se.
Alli apenas teve tempo de agarrar o apoio no painel e em cima dela na barra antes dele dar uma virada muito rápida, quase a jogando para fora do assento. Agarrou, deixando os detalhes serem absorvidos. Um acidente de treinamento. Não é Obsidian. Graças a Deus!
Sua mente se fechou enquanto entrava em modo profissional. Anos de treinamento entraram em jogo. Olhou para trás, para Rusty. Laurann Dohner Obsidian
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— Abra essa mochila no segundo que o alcançarmos. Você está procurando pela bolsa azul claro. Abra e coloque no chão para me dar acesso. Entendeu?
— Sim.
— Segure-se. — Book advertiu novamente, apertando os freios.
Adrenalina pura deu-lhe a força para evitar esmagar com força na colisão enquanto o Jipe dava uma parada violenta na frente do dormitório. Suas mãos machucaram quando largou o suporte para as mãos e se virou, quase caindo do veículo. Rusty apenas se levantou e saltou, aterrissando graciosamente na frente dela. Alli ficou bem na sua cola à medida que correriam, agarrando um dos bolsos de fora da mochila para pegar um pacote de luva presa lá.
Book ficou ao seu lado. Alguém do edifício esperava com as portas de segurança abertas para permitir-lhes entrar mais rápido. A visão de Moon em cima de um macho no chão foi a primeira e única coisa que focou.
Rasgou a embalagem da luva com seus dentes enquanto avaliava Destiny no segundo que seus joelhos baterem o chão no outro lado de Moon. Sua cor estava ruim, declarando sua condição hipóxica, e dor cobria seus olhos. Terror também. Seus lábios pálidos e azulados estavam abertos, ofegando com a quantidade minúscula de oxigênio, e olhou fixamente para sua garganta. Uma marca vermelha identificava onde ele foi atingido.
— Merda. — Se moveu, de joelhos, para o topo cabeça de Destiny. Estava anormalmente quieto, do jeito que ficava durante uma tragédia, mas Alli se recusou a permitir que esta se tornasse uma. Olhou fixamente nos olhos do seu enfermeiro enquanto ouvia o som de Rusty fazendo o que lhe foi dito. — Estou aqui. Só tente permanecer calmo, certo? Você não vai morrer. Vou pôr um tubo de respiração e ajudar você.
Colocar as luvas foi automático, algo que ela fez incontáveis vezes, nem mesmo pensava. Sentiu-se partida por dentro com o olhar dele quando olhou fixamente para ela com confiança absoluta. Parou de lutar no segundo que fizeram contato ocular e a aparência apavorada diminuiu.
O kit foi aberto, esticado no chão, e foi trabalhar.
— Suavemente incline sua cabeça para trás. — Ordenou a Moon enquanto agarrou uma lâmina Macintosh e subiu para o lado da cabeça de Destiny. Inseriu a ferramenta grande e pressionou na língua, mantendo achatada. Suavemente começou puxando de volta o instrumento rígido enquanto o inseria em sua garganta, abrindo suas vias aéreas. Se não houvesse nenhuma lesão por esmagamento para deter o progresso, isso devia adiantar. — Fique imóvel, Destiny. Eu sei que você sentirá como se estivesse engasgando, mas lute. Você não deve vomitar. Está quase lá.
Achou resistência, inchaço na área onde foi atingido, e rezou enquanto suavemente mexia o instrumento. A alternativa era realizar uma traqueotomia. Fazer um buraco em sua garganta não era sua primeira escolha, especialmente com ele consciente o suficiente para sentir ainda mais dor e medo. Aumentaria o risco de infecção e complicações.
O instrumento deslizou passando pela área afetada e entrou. Agarrou um tubo endotraqueal e o inseriu depressa pela lâmina, sendo cuidadosa para não ir muito longe. Não queria destruir um pulmão. Olhou em seus olhos. — Respire. Laurann Dohner Obsidian
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O som foi horrível, mas conseguiu ar. Removeu a lâmina Macintosh, deixando o tubo no lugar. Alli agarrou um estetoscópio, colocou contra seu peito, e escutou. Bons sons de ambos os pulmões. Segundos se passaram enquanto seu corpo se curvava à medida que lutava contra seu reflexo de ânsia, mas respirava pelo tubo. Sua coloração voltou ao normal. Olhou para Moon.
— Precisamos levá-lo para o Centro Médico agora. Preciso que tragam uma maca para cá e uma vez que chegarmos ao Centro Médico, eu o sedarei e o conectarei a um respirador enquanto descubro se é apenas um inchaço ou se ele teve danos mais severos. — Olhou para Rusty. — Bom trabalho. Ache um pacote verde claro que contém uma bolsa de respiração. Teremos que usá-la se ele tiver problemas para respirar sozinho. É maior do que a maior parte das coisas então deve ser fácil localizar.
— O que é isto? — Moon olhou fixamente para ela.
— É um dispositivo que podemos usar para respirar por ele se ele precisar de ajuda.
— Saia de frente! — A voz de Trisha assustou a todos.
Alli ficou feliz em ver a mulher, ainda que quase empurrou Moon do seu lado para tomar seu lugar ao lado do paciente. A outra médica depressa avaliou a situação antes de erguer o olhar para ela. — Obrigada, Allison. Ótimo trabalho. Você salvou a vida dele.
— Ele estava respirando um pouco. — Sua negação foi rápida. — Ele podia conseguir sobreviver até que você chegasse aqui.
Trisha piscou antes de olhar fixamente para Destiny. Sorriu, usando sua voz de brincadeira para deixá-lo à vontade e não dava importância a situação para mantê-lo calmo.
— Você não podia ficar longe de problemas enquanto eu apreciava o parque, não é? Apenas pisque uma vez para sim, duas para não. Você bateu a cabeça?
Alli rastejou para trás para dar espaço enquanto mais pessoas da equipe médica chegavam. Trisha tinha a situação sobre controle. Removeu as luvas, apenas as empurrou em seu bolso, sem disposição de procurar um lixo. Alguém chegou próximo a ela e olhou para cima.
Obsidian tinha sangue escorrendo por seu rosto de uma fonte em seu couro cabeludo próximo a têmpora. Virou-se, o enfrentando alarmada.
— O que aconteceu com você?
Ele era tão alto que teve dificuldade em alcançar sua cabeça e suavemente inclinou seu queixo até dar uma visão melhor. O corte não era profundo, mas estava sangrando. Ferimentos na cabeça sempre são assim. As pistas bateram nela imediatamente, adicionando um paciente ferido ao outro para liga-los.
— Você estava treinando com Destiny? — Raiva veio em seguida. — Quem deixou isso acontecer?
— Eu deixei. — Uma voz profunda declarou atrás ela.
Olhou para trás, olhando fixamente para Darkness. Ele a assustava um pouco desde o dia que o encontrou. Ele não era amigável e sabia que trabalhava como um interrogador para os Novas Espécies. O arquivo dele era uns do que não foi dado acesso a ela, uma advertência que algo não estava certo, mas ouviu outro Espécie mencionar que ele não era exatamente amigável.
— Eles não gostam um do outro. — Sua voz tremeu um pouco. — Você não deveria tê-los colocados juntos. Laurann Dohner Obsidian
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Sua expressão permaneceu mascarada, sem dar nenhuma indicação se sentia remorso ou irritado pelo sermão.
— Destiny estava correto. Você é ingênua. — Olhou fixamente para a cabeça de Obsidian. — Vou levar você para o Centro Médico. Eles vão querer olhar o corte.
— Alli cuidará de mim.
— Ela não trabalha mais aqui. Moon a levará para casa para esperar por você, mas você vem comigo. Vivemos por regras e essa é uma deles. Sua fêmea não tem acesso a todas aquelas máquinas que usam por lá e tenho um pressentimento que vão querer escanear sua cabeça já que você acabou de se recuperar de um coma.
Alli olhou fixamente para Obsidian, disposta a soltar o assunto de como isso não deveria ter acontecido.
— Ele está certo. Precisamos ir para o Centro Médico.
— Ele. — Darkness clarificou. — Você tem acesso limitado e a menos que esteja machucada, você não tem liberação para entrar no edifício.
Era um tapa no rosto, mas aceitou. O Espécie estava apenas sendo sincero, não cruel.
— Vá para o Centro Médico fazer essa avaliação. Estarei esperando por você em casa quando acabar. — Olhou para Darkness. — Por favor, cuide dele por mim.
Ele suspirou.
— Fêmeas. Elas se preocupam com tudo. Vamos novato. Discutiremos a diferença entre humanos ruins e Espécies protetoras a caminho de lá. Você não pode ir por aí tentando matar sua própria espécie.
As palavras enviaram horror para Alli enquanto seu olhar caiu em Obsidian, rezando silenciosamente por uma negação de que ele quase causou a morte de Destiny. Embora evitasse olhar para ela enquanto respondeu a Darkness.
— Ele me desafiou por Alli.
— Verdade. Isso só significa que você deveria bater nele, mas não o matar.
Moon de repente estava lá.
— Eu o levarei para o Centro Médico.
Alli estava em choque enquanto soltava Obsidian. Ele poderia ter matado Destiny. E também foi machucado. Eu sou a razão. Não havia nenhuma dúvida disso depois de ouvir que foi algum tipo de desafio entre eles. Seus piores medos estavam se realizando.
— Vocês dois o levem. — Murmurou. — Rusty me leva para casa.
Olhou fixamente para Obsidian, incapaz de tirar o olhar do sangue. Ele sofreu um trauma na cabeça e poderia ter voltado direito para o coma. Ou pior, o matado. Precisava de tempo para se curar e ficar mais forte, não arriscar sua vida. Sua dominância por ela também estava pondo uma separação entre ele e os outros machos. Era imperativo por sua perspectiva de que ele se encaixaria em Homeland em longo prazo.
Um novo medo se instalou. Obsidian estaria em apuros se Destiny não sobrevivesse? Girou sua cabeça para ver o que estava acontecendo com o Espécie ferido. Trisha tinha sua equipe o removendo para fora do edifício em uma maca. Laurann Dohner Obsidian
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Era difícil ver Obsidian ir embora. Todo sentimento protetor, de carinho a persuadia a ficar a seu lado. Queria estar lá para ter certeza que fariam os testes corretos, uma lista de complicações possíveis já a estavam apavorando.
— Allison?
Girou, olhando fixamente para uma Breeze de cara sombria.
— Eu ouvi o que aconteceu. Precisamos conversar. Laurann Dohner Obsidian
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