terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 016

CAPÍTULO DEZESSEIS 
Alli praticamente teve de lutar com os Espécies por uma posição cômoda no sofá e se sentou ao lado de Obsidian para o caso dele tentar atacar Justice ou Fury. Não deixaria isso acontecer se Obsidian começasse uma briga com qualquer um deles. Firmemente o segurou pronta para agarrá-lo se tentasse se levantar. Ele não tinha nenhuma ideia do quão importante os dois seriam para sua vida futura no ONE.
— Por favor. — Sussurrou, inclinou. — Deixe-me lidar com isto e apenas fique quieto.
Ira relampejou em seu olhar.
— Você confia em mim?
Doía, ver a expressão indecisa flutuando em seu rosto enquanto debatia a resposta.
— Sim.
Alívio a percorreu.
— Obrigada.
Relaxou ligeiramente, mas continuou o segurando. Deu sua atenção aos dois homens que estavam sentados no sofá do outro lado da mesa de centro. Justice parecia um pouco surpreso e Fury olhava fixamente, sua expressão sombria em suas mãos segurando o braço de Obsidian. Poderiam estar checando o mais novo membro do ONE, mas suspeitava que fosse sobre seu destino. Justice confirmou quando falou.
— Nós tivemos uma reunião esta manhã sobre o que você fez, Allison. — Parou, segurando o olhar dela. — Seu plano funcionou. Não pense que não estamos agradecidos por isso.
Seu estômago parecia como se tivesse preso em sua garganta. Uh-oh. Isso não soa bem. Mas? Existe sempre um quando alguém conversava daquele jeito. Ignorou seu coração acelerado enquanto exteriormente tentava parecer calma já que certamente não estava por dentro.
— Estamos. — Fury concordou. — Você foi muito valente em colocar sua vida em risco. Ele podia ter despertado selvagem e matado você.
— Você deveria ter contatado Trisha para detalhar suas ideias em como despertar o macho. Sei que ela estava na Reserva, mas temos procedimentos que você concordou em seguir. Regras. — Justice parou. — Você traiu a confiança de todos usando as amizades que você fez para tirar Obsidian de Homeland. A equipe médica sabia que você tinha acesso a ele e ninguém percebeu que era uma ameaça a sua segurança. Os oficiais no portão permitiram que você passasse sem vasculhar o caminhão porque você sempre mostrou a eles generosidade quando ficavam doentes.
Culpa pesada apareceu.
— Eu sei.
— Parte de mim quer ignorar as coisas que você fez porque acredito que as razões foram puras. Você não teve nenhuma malícia em seu coração. — Olhou para Obsidian antes de olhar fixamente para ela. — Você é uma médica excelente.
— Obrigada. — Não sabia mais o que dizer. Uma faísca de esperança que poderia manter seu emprego acendeu-se com o elogio. Morreu depressa quando Justice continuou falando. Laurann Dohner Obsidian
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— Infelizmente, a confiança foi quebrada. Não podemos ter alguém que faz coisas irracionais quando ela ou ele é informado que não pode fazê-las. Foi isso o que você fez. Entende o quão afortunado foi o fato dos membros da força tarefa acharam você, em vez dos nossos inimigos?
— Eu sei. — Lágrimas queimaram atrás de seus olhos, mas as piscou de volta, pouco disposta a desabar. — Em minha defesa, posso assinalar que ninguém além do ONE sabia que nós estávamos desaparecidos? Vocês eram os únicos nos procurando.
— Tivemos brechas de informações vazadas para nossos inimigos no passado. — Fury limpou sua garganta. — Pelos empregados humanos confiados. Pode haver mais deles que não descobrimos ainda. E se dissessem a alguém que você e Obsidian estavam lá fora ao alcance deles? Você arriscou a vida dele e a sua.
Não podia discutir com isto, embora quisesse.
— Eu realmente sinto muito. Era uma situação extrema. Ele estava enfraquecendo e Trisha não estava aqui. Eu realmente acreditei que meu plano funcionaria, mas fui impedida. — Olhou fixamente para Justice. — Você disse não, mas estava errado. — Seu queixo se ergueu, sabendo que não tinha nada a perder. — Você me contratou para salvar as vidas dos Espécies e foi isso o que eu fiz. Esse é o meu trabalho e eu estava fazendo isso, apesar das limitações que você colocou. Podemos pelo menos concordar que enquanto eu estava errada em levá-lo, você estava errado também, negando meus pedidos? Nós dois cometemos enganos. Eu não sou nenhuma ameaça para o ONE. Nunca machucaria ou de boa vontade arriscaria um Espécie se eu acreditasse que existia um perigo real para suas vidas. Estava certa de que estaríamos seguros naquela fazenda. Sei do fato de que me atrapalhei de alguma maneira porque fomos encontrados, mas o importante é que Obsidian está aqui conosco.
Justice não estava bravo, julgando por sua expressão tranquila e seu discurso. — Eu concordo. Nós dois erramos. É por isso que não prenderemos você criminalmente como a responsável por roubá-lo.
Rapidamente piscou para prevenir as lágrimas de escaparem. Não iria para a prisão. Seus ombros caíram.
— Obrigada.
— Embora não confiamos mais em você. Que tipo de mensagem estaria passando se permitíssemos que você continuasse a trabalhar para nós? — Fury inclinou-se para a frente. — Mas não queremos te jogar no mundo, desprotegida. Seria muito perigoso se alguém descobrisse sua associação anterior conosco. Justice fez alguns telefonemas esta manhã em seu nome e descobrimos uma solução. Somos agradecidos por você por tudo o que você fez.
— Falei com Jerry Boris. Ele lidera um departamento especial atribuído para nós pelo governo. — Justice parou. — Ele não é um homem fácil de trabalhar, mas eles podem usar uma médica na instalação que ele comanda. É independente, como o ONE, e você será atribuída ao alojamento. O pagamento e benefícios permanecerão os mesmos. Você estaria tratando humanos.
Fury segurou o olhar dela. Laurann Dohner Obsidian
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— Isto é informação secreta. Fuller é uma prisão que contém funcionários capturados da Mercile e outros que prejudicaram os Espécies. Eles seriam seus pacientes junto com o pessoal. É uma instalação completamente humana. Você pode aceitar o trabalho ou entrar no mundo lá fora. A decisão é sua.
Sua mente parou por segundos. Estavam oferecendo a ela um trabalho tratando criminosos, mas ela estaria vivendo em um local altamente seguro onde nunca teria que se preocupar com os inimigos do ONE vindo atrás dela por vingança pelo seu tempo em Homeland. Foi advertida daquela possibilidade antes de concordar em trabalhar para eles. Era uma solução boa e justa. Apenas a deixou triste que ela teria que deixar a casa e os amigos que fez.
— Você pode pensar sobre isto. — Justice se levantou. — Contratamos seu substituto e ele chegará amanhã à noite. Precisamos de sua resposta de manhã assim poderemos organizar a sua saída desta casa. — Tristeza encheu seus olhos. — Foi o melhor que pudemos fazer. Espero que você entenda.
— Eu entendo.
Obsidian ficou mudo o tempo inteiro, mas rosnou baixo, alarmando Alli. Girou sua cabeça para olhar fixamente para ele.
— Não faça isso.
Ele era muito forte para segurar quando se levantou quase a jogando pela beirada do sofá quando saiu do seu aperto.
— Eu vou aonde ela for.
Fury se levantou.
— Fuller é fortemente protegido e seguro, mas eles não são equipados para ter um de nós vivendo lá. É uma violação direta do propósito. Enviamos nossos inimigos para serem castigados por nossos companheiros humanos. Nenhum Espécie é permitido. Seria muito tentador matar os prisioneiros.
— Eu vou com Alli. — Rosnou e suas mãos se fecharam de lado, pronto para a batalha.
Allie agarrou sua coxa no caso dele saltar em um dos outros homens.
— Obsidian? Olhe para mim.
Ele olhou para baixo.
— Pare. Você não entende o que está acontecendo, mas eu entendo. Confie em mim. É muita bondade deles me oferecer este trabalho e não me mandar para a prisão… para o lado errado das barras. — Lançou a Justice um olhar agradecido. — Aceitarei o trabalho. Não preciso pensar sobre isto. Eu sei que na minha cláusula de contrato diz que se eu deixar o ONE sou banida daqui, mas posso visitá-lo? — Olhou para Obsidian, depois de volta para o líder do ONE. — Por favor? Fuller é uma subdivisão do ONE, certo? Isso significaria que a cláusula de “sem visitas” não tem nenhum efeito, certo? — Desespero a percorreu, apavorada quando percebeu que poderia escutar que nunca mais veria o homem que amava. — Por favor?
As características de Justice suavizaram.
— Podíamos organizar visitas.
As lágrimas não foram mais contidas e deslizaram por seu rosto.
— Muito obrigada. Laurann Dohner Obsidian
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Obsidian ruidosamente rosnou. A raiva se recusava a ser contida. Permitiu que ela aumentasse enquanto escutava sua Alli conversar com os dois machos. Pediu a ele para confiar nela, mas estava claro que ela não tinha nenhum controle do resultado do seu destino. Ele tinha.
Os machos recuaram, alarmados. Eles deveriam estar. Queria bater nos dois.
— Ela é minha! — Rosnou. — Eu vou aonde ela for.
— Obsidian? — Alli abraçou sua coxa mais apertado ficando de joelhos em seus pés. — Não faça isso!
— Silêncio. — Mostrou seus dentes e rosnou para os machos. — Tente tirá-la de mim e vocês morrerão.
— Maldição. — Fury sussurrou. — Acho que Moon suavizou o envolvimento deles. — Levantou suas mãos. — Calma. Ninguém vai atacar você.
— Ele não é selvagem. — Alli abraçou sua perna firmemente o suficiente para restringir o fluxo de sangue nela. — Ele é realmente possessivo comigo. Eu o acalmarei e explicarei as coisas depois que vocês partirem. Por favor, vão. Vocês só estão o deixando nervoso. Lidarei com isto. — Suavizou a voz. — Obsidian? Por favor, olhe para mim em vez deles. Por favor?
Ele olhou para baixo.
— Largue a minha perna e vá para seu quarto onde você estará segura. Ninguém tirará você de mim.
Freneticamente balançou a cabeça, recusando.
— Você não pode lutar com Justice North, maldição! Ele é o líder do ONE. Isso te dará uma viagem apenas de ida para a Zona Selvagem e eu não poderei visitar você lá. Nenhum humano tem permissão exceto um que é companheiro. Lá é onde eles mantêm os Espécies mais irracionais que não são sociais.
— Você é minha companheira. — Sua cabeça se ergueu e ele rosnou para os machos novamente, mas focou no de olhos estranhos. — Eu não me importo quem você lidera. Não eu. Ela é minha!
— Obsidian? — Justice permaneceu estranhamente sereno. — Ela é sua companheira?
— Sim. — Ele rosnou, tentou intimidá-los chegando mais perto, mas apenas arrastou Alli ao longo do chão. Parou já que ela não o deixaria ir e não queria machucá-la.
— Não a tiraremos de você.
Estavam tentando confundi-lo ou enganá-lo. Rosnou para o macho no comando dos Espécies.
— Você quer que eu abaixe minha guarda para roubá-la de mim.
— Não. — O macho balançou a cabeça. — Nunca separaríamos um macho de sua companheira. Temos as nossas e sabemos o quanto elas significam para nós. Apenas achamos que vocês dois estavam compartilhando sexo. Ela é considerada uma de nós, como sua companheira. Não permitiremos que ela seja uma médica aqui, mas ninguém a pediria para deixar nossas terras.
— Ele está dizendo a verdade. — Fury checou. — Sua companheira fica em Homeland com você.
— Saiam! Laurann Dohner Obsidian
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Os machos recuaram lentamente para a porta. Justice sorriu, mas estava tenso. — Pedirei a alguém para trazer a papelada. Preenchemos formulários, Allison pode ajudar você com eles para deixar oficial que ela é sua companheira. É simples assim.
— Moon os trará. — Fury ofereceu. — Você confia nele e ele explicará nossas leis relativas a companheiros. Você ainda não nos conhece bem ou confia em nós, mas você aprenderá.
— Boa ideia. — Justice sussurrou. — Vamos.
— Depois de você. — Fury abriu a porta e os dois saíram, fechando depois.
Era difícil deixar passar a raiva que crescia dentro dele por alguém ter ousado tirar Alli dele. Olhou para nela e notou o quão pálida seu rosto estava. Apenas ficou olhando para ele com a boca aberta, mas seu abraço em sua coxa soltou-se totalmente.
— Eu não posso acreditar que você fez isso. Eles acham que sou sua companheira. — A voz aumentou. — Estão trazendo documentos, Obsidian! Você não sabe o que isso significa, mas é uma ligação. — Ela o largou e caiu sentada no tapete, ainda o olhando como se ele tivesse feito algo tão chocante que ela não podia entender. — Legal. Para sempre.
Alli não mentiria para ele. Os documentos devem ser reais e também as palavras que os machos falaram. Eles não a levariam para longe dele para ser médica da prisão. Ele não teria que se preocupar mais.
— Bom. — Se afastou dela para olhar na direção da cozinha. — Estou com fome de comida. Você disse que me ensinaria a cozinhar. — Olhou para ela e ofereceu uma mão para ajudá-la a se levantar. — Agora é uma boa hora.
Ela não aceitou sua ajuda, sem se mover com exceção de piscar. Seu pequeno nariz se alargou algumas vezes enquanto respirava com força.
— Alli? Estou pronto para aprender.
— Você entende o que você acabou de fazer? Estão trazendo documentos de casamento.
— Significa que eles não podem tirar você de mim.
— O acasalamento aqui é para sempre, Obsidian. — Falou baixo, com palavras lentas. — Do tipo ‘até que a morte nos separe’.
— Bom. Ensine-me a cozinhar. — Olhou para ela e ofereceu sua mão novamente.
Ela o ignorou.
— Você ficará preso a mim. Você não poderá ficar com outras mulheres ou fêmeas do seu tipo.
— Bom. Eu só quero você.
— Agora. E no próximo mês? Próximo ano?
— Eu não irei querer outra. Aceite a minha ajuda para se levantar. — Curvou-se e agarrou sua mão, puxando, mas se recusou a endireitar suas pernas, ao invés disso apenas escorregou um pouco no chão. — Estou com fome.
— Obsidian! — Allie mudou de agitada para irritada em um curto período de tempo. — Você tem que lhes dizer que mudou de ideia ou que apenas disse isso no calor do momento. Não posso ser sua companheira. Você não sabe o que quer. Você não esteve livre por tempo suficiente até sair do Centro Médico exceto para vir à minha casa. Isto é loucura. Laurann Dohner Obsidian
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— Você é minha. — Ele lutou para acalmar sua irritação. — Eu digo isto frequentemente. Você entende?
Não esperou por uma resposta e se curvou, soltou sua mão, e a prendeu em seus braços. Alli ofegou quando ele a ergueu contra seu peito e caminhou para a cozinha. Ele esperava que o esmurrasse, mas ela apenas o olhava cautelosamente. Parou no longo balcão no centro da cozinha e a colocou lá.
— Qual é a primeira coisa que eu preciso ser ensinado para preparar comida?
— Você realmente quer ignorar esta discussão e não fingir que nada está errado?
Sua paciência acabou enquanto a girou para agarrar seus quadris, puxando-a para a beirada do balcão para ficar nariz com nariz com ela e olhar fixamente em seus olhos enquanto se curvava um pouco para deixá-los na mesma altura.
— Você é minha! Não há nada para brigar. Eu ganharei.
Sua mão se ergueu e ficou tenso esperando um tapa. Não chegou. Ela não era forte o suficiente para machucá-lo, mas temia que pudesse contundir sua pele sensível se jogasse seu braço. Nenhuma dor atingiu sua bochecha. Seus dedos deslizaram em seu cabelo e enrolaram em volta da parte de trás do seu pescoço.
— Escute-me. Você se arrependerá disso e eu não posso aguentar.
— Você não faz nenhum sentido.
Lágrimas nadavam em seus olhos.
— Eu amo você.
Seu coração bateu forte e esqueceu como respirar.
— Eu estou apaixonada por você e é por isso que eu não posso permitir que cometa um erro tão grande. — As lágrimas se derramaram das pálpebras e deslizaram por seu rosto. — Eu faria qualquer coisa por você e queria realmente ser a pessoa com quem você quer passar o resto da sua vida. — Soltou uma respiração trêmula enquanto ele o fazia também. — Isso é muito rápido e você não tem nenhuma ideia do que está lá fora ou de como seu futuro pode ser se não estivesse amarrado a mim.
— Eu quero você. — Todos os seus instintos clamavam para reivindicá-la, beijá-la e montá-la. Não se importava em que ordem. Ela o amava. Sabia o que isso significava. Significava que seu coração pertencia a ele como também seu corpo.
— Uma pessoa egoísta assinaria aqueles documentos e manteria você. Não pense que eu não estou tentada. — Mais lágrimas caíram e limpou sua garganta depois que sua voz se quebrou. — Você não tem nenhuma ideia do quanto eu quero apenas te esperar e nunca te deixar ir.
Tentou beijá-la, mas sua mão puxou dolorosamente o cabelo na base da sua cabeça. Rosnou.
— Eu. Amo. Você. — Parou. — É por isso que eu não posso permitir que prenda-se a mim. Você precisa de tempo e liberdade para ter certeza se eu sou o que você quer. Diga-me em seis meses que quer que eu seja sua companheira e eu mesma digitarei os formulários. Emolduraremos em cima de nossa cama.
— Você é minha. Laurann Dohner Obsidian
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Alli estava se quebrando por dentro enquanto as emoções surgiam. Tudo nela gritava para calar a boca e o permitir beijá-la. Seria tão fácil dizer sim e apenas assinar os documentos. Estaria ao seu lado quando se aventurasse em Homeland. Todas as mulheres como Kit poderia olhar e desejar que ele estivesse disponível, mas ele seria dela.
Ele poderia se apaixonar por mim, seu coração discutiu, mas sua cabeça sabia o quão injusto seria prendê-lo a ela tão cedo em sua relação. Em uma questão de dias ele estava disposto a fazer um compromisso longo. Eu também, aquela pequena voz sussurrou.
A razão era cruel e a lembrança de outros homens tocou sua mente. Sabia que Obsidian era um em um milhão. Dormiu com uns dois caras e teve uma experiência de vida para estar certa que ele era quem ela queria. Tudo o que Obsidian tinha era a comparação com as lembranças de uma companheira que foi forçada a ser dele. Nem sequer outra mulher o beijou.
Ciúme surgiu em sua cabeça quando considerou ele colocando a boca nos lábios de outra pessoa. Afastou os pensamentos não desejados das outras coisas que ele faria com elas, incapaz de suportar a agonia de imaginá-lo na cama com uma mulher. Merecia uma chance de conhecer quais eram as suas opções antes de se comprometer por toda a vida com a primeira mulher que conheceu depois de ganhar sua liberdade.
— Você é minha. — Falou.
E queria que ele fosse dela.
— Não estou dizendo não. Só precisamos ir devagar.
— Você não vai me deixar.
Não queria de qualquer forma.
— Eu ficarei, mas sem documentos. Você pode me perguntar em seis meses.
— Isto é muito tempo.
Parecia uma eternidade.
— Quero que ambos tenhamos a certeza de que isso é o que fará você feliz e é o que você realmente quer.
— Eu já sei.
Parecia tão certo que sua resistência começou a derreter. Não, se advertiu. Ame-o suficiente para fazer a coisa certa. Soltou o aperto nos cabelos finos de seu pescoço.
— Divirta-me.
— Não há nada divertido em você se recusar a ser minha companheira.
— Eu quero dizer, apenas dê a si mesmo algum tempo para estarmos ambos certos disto.
— Você é quem está dizendo não. — Ele disse as palavras rudemente, obviamente um pouco bravo.
— Eu quero dizer sim, mas nunca quero que se sinta preso a mim ou infeliz. Partiria meu coração perder você desse jeito.
— Companheiros são para sempre.
— É por isso que eu estou insistindo em esperarmos.
— Você pertence a mim, Alli.
A maneira triste que disse seu nome a magoou. Honestamente não parecia entender o sacrifício que ela fazia sendo forte o suficiente para dizer não. Laurann Dohner Obsidian
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— Nós esperaremos até você ir para o dormitório masculino e conhecer mais Espécies. Se ajuste a estar livre e ao novo mundo antes de tomar esse tipo de decisão séria.
— Eles não vão tirar você de mim. Vamos nos mudar para o dormitório masculino juntos.
Ela não teria mais uma casa uma vez que o novo médico chegasse, nem estava certa se teria permissão para ficar em Homeland se não fosse companheira oficial de Obsidian.
— Preciso usar o telefone.
— Por quê?
Não queria que ele enlouquecesse se mencionasse que era possível ela ser escoltada das terras do ONE se não assinassem os documentos.
— Preciso cuidar de algumas coisas com Justice ou Fury. Tenho minhas coisas empacotadas, mas não sei para onde deveria mandá-las. — Não era mentira, mas não era completamente a verdade.
— Irei aonde você for.
Tudo era preto e branco para ele. Reforçou sua convicção de que estava fazendo a coisa certa. A vida não era tão simples. Aprenderia quando os limites do seu mundo forem expandidos.
— Farei seu almoço e darei esses telefonemas enquanto você come.
— Você não está com fome?
— Não. Eu não posso comer tanto quanto você.
Afastou-se dela e o soltou, saindo da borda do balcão.
— Trabalharemos em suas habilidades de culinária mais tarde. Que tal alguns sanduíches? Eu tenho batatas fritas também.
Obsidian virou sua sombra enquanto preparava seu almoço mais cedo. Era uma coisa boa que Novas Espécies forneciam mantimentos porque custaria uma fortuna alimentá-lo no mundo lá fora. Alli o deixou na cozinha no balcão para ir ao seu quarto.
Suas mãos tremiam enquanto ligava para o escritório central e pedia para ser transferida para o escritório de Justice. Eles a colocaram direito com ele.
— Allison? O que eu posso fazer por você?
— Eu realmente sinto muito pelo comportamento de Obsidian.
—Ele é recentemente libertado. Esperamos agressão. Você não devia ficar entre machos nessa situação. Eu posso lidar com ele.
Não duvidava que Justice North pudesse lutar, mas não queria que Obsidian fosse machucado ou pior, enviado para a Reserva. Ele não era naturalmente antissocial, apenas não sabia se entender com os outros ainda.
— Quero conversar com você sobre os documentos.
— Eles estão sendo preparados e devem chegar dentro de uma hora.
Hesitou, debatendo suas palavras cuidadosamente enquanto suavemente falou, esperando que sua voz não chegasse ao outro quarto.
— É muito cedo. Ele não entende que tem muito mais opções que apenas ficar comigo.
— Você não quer ser sua companheira? Laurann Dohner Obsidian
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— Eu quero. — Você não tem a mínima ideia do quanto. — Eu… amo Obsidian, mas tive meses para passar com ele e namorei homens o suficiente para saber o que eu quero. Tudo o ele já teve foi uma companheira e agora eu.
A resposta muda fez torcer seu intestino.
— Eu sou a primeira mulher que o beijou. — Sussurrou, com o olhar na entrada. — Sua experiência é muito limitada, Justice. Eu não quero que ele lamente se unir comigoe depois conhecer outras mulheres Novas Espécies. Ele deve ter escolhas e a liberdade para crescer sem prender a si mesmo em uma situação permanente. Por mais que eu queira passar o resto da minha vida com ele, não seria justo me aproveitar dele. Sentiria que estou fazendo isso se eu não desse a ele a oportunidade para se ajustar a sua nova vida primeiro.
— Entendo e agradeço a sua sinceridade. — Parou. — O quão limitada são as experiências dele? Ele teve uma companheira. O que você quer dizer, você é a primeira fêmea que ele beijou?
Levantou-se e suavemente fechou a porta do quarto e correu para o armário para trancar a outra porta entre ela e Obsidian. A audição dos Novas Espécies era incrivelmente sensível. Era uma conversa que não queria que ele ouvisse.
— Sua companheira só permitia que ele a tocasse quando desejava sexo. Ela era apaixonada por outra pessoa antes deles se conhecerem, pelo o que me informou. Ela não permitia que ele explorasse muitas experiências sexuais. Ela foi a única mulher além de mim.
Silêncio se esticou novamente.
— Você quer que nossas fêmeas se ofereçam para compartilhar sexo com ele?
— Não! — Odiou o modo como sua negação saiu. — Quero dizer, eu não espero que ele durma com outra pessoa… eu o amo, mas ele deveria ter essas opções disponíveis para saber que tem escolhas. Eu tenho medo de que esteja assim porque sou a única que ele conhece. Isso faz sentido?
— Você não é Nova Espécie.
— Eu sei disso.
Ele riu.
— O que eu quis dizer é que nós sabemos o que queremos e não nos importaríamos se alguém que nós amássemos tivesse opções ou não. Somos ciumentos por natureza e possessivos. Eu não quero minha Jessie perto de outros machos para dar-lhes uma oportunidade de seduzi-la. Eu teria que matá-los.
Fechou os olhos e descansou a testa contra a parede do closet. — Eu só não quero que ele se apresse em nada, Justice. Estou tentando fazer a coisa certa. Estou sendo estúpida? Eu o amo tanto, mas estou apavorada com o fato de estar tirando vantagem se eu concordar em assinar esses documentos. Eu o quero.
— Você tem um bom coração e esta sendo generosa com seu amor. Essa é uma característica nobre, Allison.
— Você vai me ordenar a deixar Homeland ou eu posso ficar com ele apesar de nós não sermos companheiros oficiais? Estou pedindo tempo a ele. Eu sei que não mereço isso depois do que eu fiz e que eu perdi sua confiança. Ele quer que eu me mude para o dormitório dos homens com ele, entretanto, eu tenho medo dele atacar qualquer um que vier para me levar. Laurann Dohner Obsidian
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— Você quer ficar com ele?
— Sim.
— Você não pode trabalhar para nós e seus privilégios serão retirados, mas você pode ficar. Isso quer dizer que você precisará de uma escolta quando deixar seu alojamento. Seu acesso ao telefone para o mundo lá fora será monitorado e limitado. Você pode viver desse jeito?
Isso ia contra a maré concordar com aquelas condições. Ela era uma médica que trabalhou duro para chegar onde estava em sua profissão. Significaria desistir de sua carreira para se sentar em casa com Obsidian o dia todo. Sua imagem relampejou em sua mente e tomou uma decisão.
— Sim.
— Você o ama.
— Eu realmente amo.
— Arranjarei para se mudar com ele logo de manhã. Iríamos esperar uma semana antes de colocá-lo no dormitório, mas as circunstâncias mudaram agora que ele saiu do Centro Médico e quer que você more com ele. O dormitório será mais confortável que um quarto no Centro Médico. Eu vou preparar um dos apartamentos e o colocar para vocês dois.
— Obrigada. — Respirou um suspiro de alívio.
— Não será o ideal. Sua casa é o único espaço disponível que nós temos no momento para dar ao novo funcionário e não podemos colocar o doutor humano no dormitório dos homens. Eles não terão muito prazer em ter uma fêmea vivendo lá, mas não verão você como uma ameaça.
— Eles se sentiriam ameaçados pelo novo médico?
— Alguns deles iriam. Ele é macho e humano. Não o conhecemos ainda e a confiança não foi ganha. Você fez amigos aqui que são indulgentes. — Pausou. — Nós moveremos vocês dois para algum lugar mais adequado para um casal uma vez que algo ficar disponível.
— Obrigada, Justice.
— De nada.
Desligou e colocou o aparelho em seu peito. Só concordou em ser o equivalente a uma dona de casa de Obsidian.
— Merda. — Sussurrou. — Acho que é melhor eu escolher um passatempo ou começar a assumir um ofício ou enlouquecerei. — Viu aqueles apartamentos de um quarto no dormitório. Eles eram minúsculos, mas eram melhores do que viver em um quarto de hospital. Laurann Dohner Obsidian
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