terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 08

CAPÍTULO OITO 
Alli puxou sua saia para baixo enquanto se sentava. A porta do banheiro permaneceu fechada, mas ouviu a água. O choque a fez ficar imóvel, seu cérebro se recuperando do que aconteceu. Não conseguia pensar diretamente até com 880 fora do quarto.
Por que ele estava lá? Ela o beijou ou tentou, o persuadindo a tomá-la. Olhou fixamente para a porta que os separava enquanto ele tomava banho. Ela deu-lhe sinal verde para fazer qualquer coisa que quisesse com seu corpo. Por que ele não a tomou?
Podia ser sua companheira morta. Aquela possibilidade a fez se sentir culpada. Ele acabou de despertar do coma depois de ver o assassinato da mulher que ele amava. Ele se feriu quando enlouqueceu tentando alcançar os assassinos e atacou as barras da jaula que o mantinha preso.
Seus braços abraçaram sua cintura enquanto olhava tristemente para a porta fechada entre eles. Passou meses o observando dormir e aprendendo tudo o que pode sobre sua vida antes dele ser salvo. Nenhum arquivo existia e os empregados da Mercile que foram presos não tinham muitas informações. Eles ouviram no noticiário que as instalações da Mercile estavam sendo invadidas pela polícia e roubaram alguns Novas Espécies. Aqueles imbecis tentaram usar seu esperma para vender para alguma companhia europeia que queria criar bebês mestiços para vender no mercado negro como se eles fossem alguma forma de animais de estimação para os ricos.
Provavelmente capturaram o casal de Novas Espécies com a esperança de que eles tivessem um filho. Havia apenas alguns casos conhecido da Mercile colocando os machos e fêmeas juntos tempo suficiente para eles criarem um vínculo. A melhor teoria até agora era que a Mercile esperava que um casal acasalado produzisse uma gravidez viável. Outro era que eles usavam as mulheres para controlar os homens. Os empregados que os roubaram devem ter desistido da fêmea ficar grávida e apenas a matou.
A água parou e Alli se preparou por seu retorno. Não tinha nenhuma ideia de como agir ou o que dizer, mas não iria embora. Seu estado mental a preocupava. Ele se sentiria culpado por tocá-la? Arrependido? Nem sequer sabia por que isso aconteceu em primeiro lugar se ele nem a queria.
Ele abriu a porta abruptamente, tirando-a de seus pensamentos. Seu cabelo estava molhado e ele usava só uma toalha amarrada ao redor dos seus quadris magros. Muito bronzeado, sua pele sexy, coberta por gotas de água. Seu estômago era plano, perfeito em exibição. Os mamilos escuros estavam enrugados, uma tentação para lamber e chupá-los. Uma de suas mãos estava na parte de baixo da barriga esfregando a água e desejou que fosse sua palma. Ou sua boca. Ela só queria explorar cada centímetro masculino dele. O silêncio se esticou, fazendo-a lembrar-se de que ele estava provavelmente vendo-a também. Alli olhou em seus olhos para julgar seu humor, mas ele a observou friamente, também inalterado pelo o que aconteceu ou apenas era realmente bom em esconder suas emoções.
— Você não pode tomar banho.
Isso não era o que ela esperava que ele dissesse.
— Certo. Laurann Dohner Obsidian
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Ele cruzou o quarto até a cômoda e abriu a gaveta superior. Suas costas estavam viradas para ela quando ele apenas soltou sua toalha para revelar seu traseiro nu, para entrar em uma calça folgada de moletom de algodão. Seu olhar se ergueu do material azul escuro até as fracas cicatrizes em suas costas. Ficou tentada a perguntar como ele as conseguiu, mas se conteve. A última coisa que queria era causar-lhe dor o fazendo reviver seu passado.
880 girou e se aproximou da cama. Ela ficou um pouco tensa, mas ele apenas se sentou fortemente na beirada. Sua atenção fixa na televisão muda. Tempo rastejou enquanto esperava por ele dizer ou fazer alguma coisa, mas apenas manteve suas costas para ela. Ele não se moveu, mas ela finalmente se moveu. Rolou e rastejou para fora da cama. Uma mão disparou e agarrou seu pulso.
Ele olhou fixamente para ela quando encontrou seu olhar.
— Para onde você vai?
— Para o banheiro.
— Eu disse que você não pode tomar banho.
— Eu tomei um esta manhã. Irei usar o banheiro.
Seus dedos a soltaram.
— Não tranque.
— Está bem.
O espelho estava embaçado quando ela entrou no banheiro. Ele obviamente gostava de banhos muito quentes. Ela depressa usou o banheiro e abriu os armários para localizar uma escova de dente extra. Não levou muito tempo para escovar seus dentes, lavou o rosto, e finalmente pegou uma escova de cabelo no caminho de volta ao quarto.
880 a observava silenciosamente quando ela abriu a porta e cautelosamente se aproximou. Ele olhou para sua mão. — O que você vai fazer com isto?
— Pensei em escovar seu cabelo.
Suas sobrancelhas se ergueram.
— Eu fiz isso pelo menos cem vezes.
Surpresa tocou seu rosto.
— Você fazia.
Ela apoiou seu joelho no colchão e foi para trás dele. Sua mão tremeu um pouco quando começou na parte inferior suavemente trabalhando a escova pelos fios molhados. — Sim. Você ainda usa condicionador. Bom. Estava preocupada que eles se esqueceriam de mostrar-lhe o que era. Nós não queremos que se torne uma bagunça embaraçada novamente.
Ele girou seu rosto o suficiente para olhá-la. Ela encontrou seu olhar antes de voltar para sua tarefa. Havia algo íntimo, mas bom em cuidá-lo. Familiar. Embora não estivesse mais deitado de costas. Também era mais fácil alcançar tudo com ele sentado. Ela amava seu cabelo longo.
Ted Treadmont queria cortá-lo depois que seu paciente foi trazido, mas Alli lutou com ele com unhas e dentes. Ela pessoalmente o limpou da primeira vez e cuidou da bagunça nodosa que estava. Levou horas para tirar os nós já que eles estipularam na hora de seu salvamento que ele provavelmente não tomou banho em semanas. Valeu a pena todo o esforço enquanto estudava seu trabalho manual. Laurann Dohner Obsidian
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— Tudo pronto.
880 torceu seu corpo para enfrentá-la e sua mão disparou para tirar a escova de seus dedos. Ele franziu a testa. — Por que você escovaria meu cabelo?
— Por que eu não iria?
— Você não queria acariciá-lo.
Isso a fez lembrar que bateu nele e recuou de cócoras na cama.
— Você costumava escova-lo quando estava preso em cativeiro?
— Minha companheira cuidava do meu cabelo como eu fazia com o dela. Usávamos nossos dedos para pentear depois que tomávamos banho.
— Ela também tinha cabelo longo?
Ele assentiu.
— Os técnicos não cortavam nosso cabelo com frequência. Era muito perigoso.
— Por que seria?
Um estrondo baixo veio dele.
— Nós tentávamos matá-los.
— Oh. — Estava contente por estar sentada.
— Eles eram o inimigo.
— Certo.
— Humanos causam dano.
— Eu não.
— Você é uma médica. — Lançou a escova para o chão e se virou mais na direção dela, suas mãos se apoiaram na cama enquanto metade dele abaixava. — Estou cansado. Nós vamos dormir.
Dormia mal desde que foi presa. Não era mais de sete horas da noite, mas não salientou o quão cedo era ou como eles já deram um cochilo. A ideia de dormir não soou mal.
— Certo.
Seu olhar se abaixou. — Solte seus seios.
A respiração se prendeu em seus pulmões, mas assentiu, alcançando a parte de trás dela. Não levou muito tempo para abrir o sutiã e puxar as alças para baixo de seus braços. Alcançou a parte da frente de sua camisa e apenas o tirou. 880 o pegou de seus dedos para estudá-lo.
Ficou chocada quando ele ergueu o sutiã até seu nariz e respirou profundamente. Ele olhava fixamente em seus olhos o tempo todo e depois apenas o jogou para longe no chão. Seu punho agarrou os cobertores para puxá-los mais para baixo.
— Entre debaixo dos cobertores. Você não mantém bem o calor corporal.
— Sua temperatura corporal é mais quente do que de um humano típico. O meu é normal.
— Entre debaixo deles.
— Você poderia dizer ‘por favor '.
Ele rosnou, mostrando as presas. Ela se moveu, rastejando na cama e rolou, ficando de lado para ele. Ele arrastou os cobertores para cima de suas pernas até a cintura e se deitou de costas ao lado dela. Uma mão agarrou seu cabelo molhado para arrastá-lo para o topo do seu travesseiro e ele girou para olhar para ela.
— Erga sua cabeça. Laurann Dohner Obsidian
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Ela fez o que ele queria e ele esticou seu outro braço para oferecer o bíceps como um travesseiro. Era uma postura intima enquanto abaixou sua bochecha para descansar contra sua pele quente. Estava ainda um pouco úmido, mas ele cheirava bem.
— Mais perto.
Seu olhar segurou o dele enquanto se aproximava alguns centímetros até que sua camisa se apertou contra o lado de suas costelas. Ele era tão grande. Ele esticou seu outro braço e desligou a televisão. O quarto escureceu já que o sol estava quase se pondo.
— Durma.
Alli o viu fechar os olhos, mas ela não conseguia dormir. Sua mente estava muito cheia com perguntas e preocupações sobre 880. Ele se arrependia de tê-la tocado? Por que ele fez isto? Aqueles pensamentos não a deixavam em paz.
— 880?
— O que? — Ele não abriu os olhos.
— Por que isso aconteceu entre nós?
Seus lábios se apertaram e ela não achou que ele daria uma resposta. Longos segundos se arrastaram. A tensão ao redor da sua boca se aliviou.
— Distraiu você de sua raiva.
Ela deixou suas palavras serem absorvidas e odiou a dor que isso causou.
— Oh. — Ele não queria mesmo tocá-la e em vez disso usou seu corpo para manipulá-la. Fez parecer que o que aconteceu entre eles fosse sujo e frio. Alli de repente rolou para o outro lado, mas manteve o braço debaixo de seu rosto já que ele parecia inflexível sobre isto.
— Para onde você está indo?
— Parte alguma. Ainda estou aqui.
— Sua voz soa estranha.
— Eu estou cansada. — Mentiu.
— Eu quero você mais perto de mim.
Ela se mexeu voltando até que seu traseiro se apertou contra seu quadril e suas costas descansaram junto do seu tronco. — Assim está melhor?
— Você não pode me acariciar nessa posição.
Suas mãos se fecharam.
— Aí vai uma lição de vida para você. Você não pode conseguir sempre o que quer. Estou aqui e isso deveria ser o suficiente.
— O que isso quer dizer?
— Boa noite, 880. — Ela fechou seus olhos.
Silêncio se estendeu e ela tentou dormir. Ele não era um homem comum e talvez não conseguisse ver nada de errado no que fez ou a razão para isto. Ainda machucava, mas estava tentando superar disso. Levar isso para o lado pessoal apenas machucaria mais.
— Alli?
— O que?
— Acaricie-me. Laurann Dohner Obsidian
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Seus dentes cerraram e ela ergueu um braço até enrolar seus dedos ao redor da sua mão. Ela acariciou a parte de trás dela. Teria que fazer porque ela não queria enfrentá-lo. Seria muito tentador vê-lo até a luz do quarto sumir completamente.
— Alli?
— O que?
Ele cheirou.
— O que você está sentindo?
— Cansaço.
— Eu não acredito em você. — Ele rosnou. — Você está sendo desonesta e humana. Eu não gosto disso.
Ela se debateu em negar, mas se ele quisesse uma discussão, ela não iria recuar.
— Por que você quer saber?
Ele parou.
— Eu feri seus sentimentos? Minha companheira ficava muito calada quando eu fazia isso e se recusava olhar para mim. Você está agindo da mesma maneira.
Ela o largou e rolou até se sentar. Compartilhar com ele um pouco de seus pensamentos poderia esclarecer alguma coisa. Ele parecia sexy esticado na cama com seu cabelo caindo do outro lado do travesseiro. Isso a irritou.
— Eu sou uma pessoa com sentimentos, 880. Como você se sentiria se eu o tocasse apenas para mudar seu humor e por nenhuma outra razão?
— Eu pedi a você para me acariciar. Isso me ajudaria a dormir. É o que eu quero.
Irritação chamejou.
— Você aceitaria se eu o acariciasse para te manipular para fazer o que eu quero? É como eu me sinto. Sexo não é algo que você usa desse modo. Eu entendo que você é diferente, mas vamos aprender a definição de decência amanhã, certo? Parece que você precisa aprender o que é isso.
Seus olhos se estreitaram.
— Dependeria de onde você me tocaria e o que iria querer de mim. Isso determinaria se ficaria com raiva ou não.
— Você é um homem. — Se virou e se deitou dando-lhe as costas.
— Eu sou um macho. Não sou humano.
Ela se absteve de chamá-lo de porco.
— Alli? — Ele rosnou seu nome. — Não me dê às costas. Estamos conversando.
— Não. Nós acabamos. Eu vou dormir.
— Alli.
O tom era ameaçador. Ela girou sua cabeça e o olhou.
— Não rosne para mim.
Ele se virou de lado, a enfrentando.
— Você quer me bater de novo?
— Não. Eu quero que você fique quieto e me deixe acalmar. Isto é tudo que você precisa fazer. Mantenha suas mãos para você mesmo. Nem pense em tentar a sua versão de terapia de humor em mim novamente. Laurann Dohner Obsidian
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— Você está estressada.
— E como estou! Um homem deveria tocar em uma mulher porque ele quer e ela quer. Não deveria ser para controlar alguém.
— Você gostou.
— Eu realmente não gosto de você neste momento. — Não podia acreditar que ele jogou isso em seu rosto quando ela estava brava.
— Você sabe por que eu não permiti que você tomasse banho?
— Você é um louco controlador?
— Eu gosto do modo como você cheira. — Ele inalou profundamente. — Eu não quero que você lave esse cheiro doce.
Ela ficou boquiaberta.
Seu olhar desceu para seus quadris.
— Você tem um gosto bom.
Ela ficou surpresa. Sua intenção era clara.
— Eu não pude resistir a fazer isso, mas deveria ter resistido. Você ainda está em minha língua. — Sua voz ficou rouca. — Deveria ficar assustada com o que eu quero fazer com você. — Aqueles olhos magníficos dele encontraram os seus. — Eu queria montar você, mas você se romperia.
Isso a tirou de seu estado atordoado.
— Eu, hã… — Não estava certa do que dizer.
— Deite-se e encoste-se a mim, Alli. Nós temos que dormir.
A tentação de discutir aquele tópico era quase irresistível. Ele era um grande homem, forte, mas achava que ele realmente não a machucaria se eles fizessem sexo. Claro que ela não estava certa sobre o que sua versão de montar significava. Poderia estar acostumado com sexo violento o que a deixaria contundida e dolorida. Esse não era um conceito atraente.
Ela engoliu com força e chegou mais perto dele enquanto ele deitava de costas. Ele estava quente quando ela se enrolou a seu lado e fechou os olhos. Ele não falou novamente e ela também permaneceu calada.
880 não conseguia dormir, mas Alli finalmente dormiu. Sua respiração mudou e seu corpo suavizou contra ele. O cheiro dela o enlouquecia um pouco e seu pênis endureceu dolorosamente depois que ele relaxou. Ele manteve um controle de ferro em seu corpo para esconder o quão fortemente ela o afetava. Era difícil manter suas respostas sob controle, mas não queria assustá-la, evitando que gritasse por ajuda.
Ele ergueu sua mão para pegar os fios suaves, leves do seu cabelo. A sensação não era a mesma que o dele ou de 46. O cabelo pálido de Alli o fascinava. Era tão claro e a textura muito macia. Ele levou uns fios até seu nariz. Ela cheirava a comida e ele queria comê-la. Apenas o pensamento de enterrar seu rosto entre suas coxas o fez lutar para permanecer quieto.
Ele tirou seu braço debaixo da cabeça dela quando soube que não conseguia mais ficar perto dela. Era tortura. Ela não se mexeu e ele rolou, ficando de pé. Andava pelo quarto e seu olhar continuou vagando até ela. O desejo de pegá-la ficava mais forte a cada minuto. Laurann Dohner Obsidian
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Ele abriu a porta e saiu no corredor. O macho no fim do corredor estava lendo um livro e sua cabeça girou até olhar fixamente para ele. 880 o abordou depressa.
— Preciso correr agora.
Surpresa tomou conta do rosto do macho.
— Eu preciso fazer alguns telefonemas e...
— Eu vou montá-la se eu não correr agora. Você conhece Alli? Ela é humana e pequena. Eu preciso correr. — Odiou o modo como rosnou as palavras, mas prometeu não machucá-la.
O outro macho fechou seu livro e o soltou no chão.
— Eu entendo. Vamos. Não posso te levar para fora sem permissão, mas acho que eu sei o que ajudaria.
— O que?
— Se você não pode transar, você deveria lutar. — O macho sorriu. — Já estive lá. Você dever aprender de qualquer maneira. Nós iremos para o telhado. Vamos.
Ele abriu o elevador e 880 entrou. Ele olhou para o outro macho, uma combinação física dele mesmo.
— Como você é chamado?
— Moon. — Ele pausou. — Essa foi a primeira coisa que eu vi quando eles me tiraram de Mercile. Era tão bonita, tão alta no céu. Soube então que a minha vida mudaria para sempre.
O elevador se abriu e eles estavam no telhado. Havia um telhado estendido por cima dele para proteger do tempo. Moon o levou para fora sobre a superfície plana, que tinha paredes de um metro ao redor do perímetro do edifício. O macho apontou para cima.
— Olhe. Não é uma lua cheia, mas não é bonita? É um farol de esperança e luz para aqueles perdidos na escuridão. — Ele olhou para 880. — Foi por isso que escolhi este nome.
880 sentiu seu peito se apertar.
— Você escolheu bem.
O macho tirou seu colete do peito e se sentou para tirar as botas. — Eu odeio estas coisas. O uniforme inteiro é uma merda, mas temos que vesti-los. Dê-me mais um minuto para eu ficar confortável. Ensinarei habilidades básicas de luta. Isso libertará um pouco da sua energia em excesso. Eu vi a Dra. Alli e entendo por que você está no limite.
Ele não sabia o que dizer.
— Você sabe que alguns dos nossos se acasalaram com humanos, não é? — Moon removeu suas armas, soltando-as em sua camisa e colete descartados. — Elas não são como nossas fêmeas. Elas são todas suaves e pequenas. — Ficou de pé e caminhou para o centro da área grande. — Ouvir que você tinha uma companheira. Eu sinto muito por sua perda.
— Eu não sabia que alguns do nosso tipo tinham companheiras humanas. — Ele ficou surpreso. — Isso terminou bem?
— Sim.
— Eles assassinaram minha companheira na minha frente.
A boca de Moon se apertou em uma linha severa de raiva e isso transpareceu em seu olhar.
— Mercile é uma merda. Eu sei a raiva que você deve sentir. Eu não tive uma companheira, mas havia uma fêmea com quem eu me importava. Eles fizeram algo com ela, a encheram de Laurann Dohner Obsidian
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alguma droga experimental. Isso a matou. Eles não se importaram. — Ele respirou fundo. — Você ainda quer lutar ou conversar?
880 se debateu e se sentou.
— Converse comigo.
Moon se sentou alguns centímetros afastado.
— O que você quer saber?
— Como nos acasalamos com fêmeas que são tão frágeis?
— A médica te conquistou, não é? Elas são muito diferentes das nossas fêmeas. Mais suaves e não agressivas.
— Ela me bateu.
Moon franziu a testa.
— Por quê?
— Eu a deixei com raiva.
— Como você respondeu?
—Eu não a prejudiquei ou causei dor. Eu acalmei seu temperamento acariciando seu corpo até que ela não estava mais irritava. É por isso que eu quero montá-la. Elas cheiram tão bem quando estão excitadas.
O macho que ele olhava sorriu.
— Sim. Eu sei. — Ele lambeu seus lábios. — Muito gostosas também. Elas também não têm nenhum controle de seus corpos. Elas respondem sem restrição. — Moon riu. — Seus machos não apreciam seus corpos do modo que nós apreciamos. Você sentiu dentro dela?
Um grunhido saiu dele.
— Ela é muito pequena para me acomodar.
— Vá muito lento e seja gentil. Elas se esticam e poderá receber você. Eu estive algumas vezes com fêmeas humanas. Apenas tenha em mente sua força. Se conter é a palavra chave. Eu nunca fiz sexo com uma tão pequena quanto ela, mas alguns dos nossos machos se acasalaram com fêmeas humanas que são do tamanho dela.
— Eu fui informado que os humanos que assassinaram minha companheira estão sendo mantidos em cativeiro. Eu os quero. Como eu faço isto?
Moon suspirou.
— Eu te entendo. Você nunca vai conseguir acesso a eles. Eles não estão sendo mantidos aqui pelo ONE. Os humanos os têm presos no que eles chamam de um sistema de prisão privada há alguns quilômetros. Eles são mantidos dentro de jaulas pequenas com um banheiro e pia. Eles não têm nenhuma liberdade. Lá eles sofrem por seus crimes contra nós. Estão separados de tudo que eles prezam e não vão ser libertados. Eu fiz uma visita quando abriu. É tão ruim quanto ao que nós éramos sujeitos, mas de jeitos diferentes.
— Que diferenças?
— Jaulas abertas com barras onde eles podem ver um ao outro. Eles não têm nenhuma privacidade. Tivemos isso pelo menos. Mas eles não são acorrentados nas paredes constantemente. Suas jaulas são menores que os quartos nos quais ficávamos presos. Os humanos que os guardam são da mesma maneira cruéis pelo o que eu entendi. Eles estão sofrendo. — Laurann Dohner Obsidian
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Moon parou. — Morte seria um castigo muito rápido. Eles nunca serão libertados e terão que sobreviver muito tempo naquelas condições. Você entende?
— Eu ainda quero matá-los.
— Eu sei e simpatizo.
880 ergueu sua cabeça para olhar fixamente para o céu.
— Você já se acostumou com isso?
Moon olhou para cima.
— Não. Tira meu fôlego toda vez. A liberdade é uma coisa maravilhosa. Tente apreciá-la e liberte-se do passado.
880 suavemente rosnou.
— Eu não posso.
O outro macho encontrou seu olhar e o segurou.
— Você tem uma fêmea em seu quarto. Essa é uma nova vida. Viver no passado significa que você nunca poderá se abrir para ter um futuro. Eu levei meses para chegar a essas condições. Para abraçá-la. Dê a você mesmo uma chance de conhecer a paz.
— O que acontecerá comigo quando eles permitem que eu deixe este edifício?
— Você será levado ao dormitório dos homens. É assim que é chamado apesar de nós sermos ‘machos’. Os humanos construíram este lugar como uma base para o exército, mas em vez disso nos deram. Você terá uma casa lá dentro e viverá com outros machos no edifício grande. Nós acharemos algo que você goste de fazer assim poderá se tornar uma parte de nossa comunidade. Você viverá 880. Você florescerá e sobreviverá com seu próprio povo. É o que nós fazemos e somos bons nisto. — Seu olhar se moveu para seus itens descartados. — Eles farão com que você use uniforme enquanto trabalha. — Ele riu. — Você odiará o calçado, mas se ajustará. — Olhou de volta para ele. — Você precisa de um novo nome. Será o passo final para ganhar sua liberdade. Mercile deu a você um número. Tire isso deles também.
— Eu não sei como chamar a mim mesmo.
O macho lentamente ficou de pé e ofereceu a sua mão.
— Venha comigo. Existem estas coisas eletrônicas chamadas computadores. Eles têm dicionários dentro deles e nós discutiremos como você se sente e vê a si mesmo. Estou certo que nós podemos achar algo que ajustará.
880 apertou sua mão e foi puxado para ficar de pé.
— Dicionário?
— Uma fonte de todos os significados e palavras. — O macho o soltou e pegou seus pertences. — Vamos fazer uma pesquisa.
880 seguiu o macho até o elevador. Eles entraram e ele olhou fixamente para Moon.
— Obrigado.
— Nós somos uma família. Tomamos conta um do outro. Estou aqui para ajudar você.
Emoção encheu 880.
— Eu agradeço.
— Sem necessidade. — Um sorriso se estendeu nos lábios do macho. — Estou apenas contente que não lutamos. Não estava certo se poderia te derrubar. Laurann Dohner Obsidian
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880 riu. Era bom estar livre.

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