quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Capítulo 15
Capítulo Quinze
— Você está indo muito bem. — Torrent riu. — Vê por que chamam isto de nadar cachorrinho? Nós somos bons nisto.
Shadow não estava achando graça.
— Podia ter dito para que mantivesse o queixo levantado.
— Você é esperto. Aprendeu antes de engolir muita água do rio. — O macho moveu-se para a água mais rasa, se levantando quando os pés tocaram o fundo. — Acho que isto é o suficiente por hoje. Está razoavelmente qualificado e não vai se afogar. É bom que aprenda as coisas depressa.
— A vida de Bela está em minhas mãos.
Torrent assentiu.
— Fazemos o que devemos para proteger nossas fêmeas.
— Minha fêmea.
Torrent tirou o cabelo molhado de seu rosto.
— Vai marcar pontos impressionando-a. Talvez eu devesse dar lições para Bela agora.
O grunhido foi imediato. Shadow olhou para o macho.
— Não fale ou se aproxime dela novamente.
— Está bem. — Suas mãos desapareceram na água. — Já me desculpei. Ninguém me atualizou que estavam vinculados. Acha que é sério?
Shadow nadou para a água mais rasa e se levantou.
— Preciso voltar para ela. — Andou a passos largos para fora da água, tirou o short molhado e pegou uma toalha para secar seu corpo.
— Como as coisas estão indo?
Shadow o encarou quando saiu do rio também.
— Isto não é da sua conta.
— Ela é como um humano, não é?
— Novamente, não é da sua conta.
— Passei um tempo com eles. Você quer algum conselho?
— Não.
Um sorriso dividiu os lábios do outro macho.
— Vá devagar. Somos assustadores para elas.
— Pare com isso. Obrigado pela lição de natação.
— Você precisa aprender mais. Não se afogará, mas não tem muita prática ainda. Acho que dar lições a vocês dois seria mais seguro. Não flertarei com ela, mas odiaria pensar em algo ruim acontecendo se isto chegar a um cenário pior.
Shadow decidiu ser direto.
— Não quero você perto dela.
— É por isso que me encontrou longe da cabana?
— Ela é frágil.
O macho agarrou outra toalha e esfregou água do rosto e do peito.
— Não diria isso na frente dela. Ela poderia ficar ofendida.
— Ela não é uma fêmea Espécie típica. 127
— Não mesmo. — Torrent riu. — Percebi isso imediatamente quando a encontrei na floresta naquela noite. Elas teriam feito aqueles lobos correrem por suas vidas em vez do contrário. Ela também me atacou.
Aquela lembrança não divertiu Shadow.
— Quanto perigo espreita por aqui?
— Além dos lobos, ursos, leões e tigres que já mencionei? — Parou com a toalha em cima do peito. — Alguns pumas, nós ficamos com alguns pitbulls que os humanos acharam muito difíceis de domar e também existem os residentes. Alguns são bons, mas há alguns que você não deveria dar as costas. — Assentiu com a cabeça. — Eles não estão todos bem.
— Insanidade?
— De sobra. Eles foram torturados e em alguns casos, não tiveram nenhuma interação com ninguém, exceto os imbecis que os abusaram. A liberdade é um conceito que alguns se recusam a acreditar. Todos os humanos são considerados ameaças para eles.
— Bela não é humana. Ela é Espécie.
— Ela é pequena e parece mais humana que a maioria. Eles podem ter problemas com ela. Valiant os advertiu severamente para evitar esta área. Ele os mantém no controle na maior parte. Leo também é bem intimidador. Ele é um selvagem bastardo, entretanto.
— Quem é Leo? Ele é um perigo?
— Outro felino. Ele não virá atrás da Presente. Eu me preocuparia mais com ele fazendo pegadinhas, mas tem coração. Ele é são, mas não segue as regras. Aprecia dar dor de cabeça para os oficiais.
— Que tal Vengeance? — Lembrou-se de como o macho foi atrás da fêmea de Wrath. — Ele ainda está aqui?
— Sim. — Torrent largou sua toalha e agarrou um par de calças cargo. — Ele tem um hábito de seguir atrás das fêmeas que sente que poderiam se acasalar com ele. Não virá atrás da sua fêmea.
— Eu o matarei se vier atrás de Bela. — Shadow falava sério. Ele viu o quão apavorada Lauren ficou depois de seu ataque na sede. Vengeance tentou forçar acasalar-se com a humana. Ele nunca daria aquele Espécie uma chance de pôr as mãos em Bela. — Ele é sortudo de estar respirando.
— Você está se referindo ao que aconteceu com a companheira da Wrath. — Torrent assentiu. — Ouvi sobre isto. Tiger não era muito fã de Ven também, depois que ele foi atrás de Zandy uma vez. Mas eles resolveram isto. Ven tem… problemas.
— Não me importa. É melhor ele não ir atrás da minha fêmea.
—Ele está sendo mantido ocupado enquanto vocês estão na Reserva. Os humanos abandonaram uns filhotes de cachorro em nosso portão, então Tiger e Valiant decidiram dar-lhe essa tarefa. Eles precisam de cuidados por turnos devido a serem muito jovens. — Torrent riu. — Ven ficou contente com a tarefa. De jeito nenhum iria deixá-los para ir atrás de sua Presente.
— Bom. Ele viverá.
Um telefone tocou. Torrent fez uma careta, arrancando o celular do bolso de suas calças.
— Sim? — Pausou. — Merda. O quão ruim foi o ataque nos portões? Alguém está machucado? — Torrent escutou e rosnou a medida que os detalhes eram dados.
Shadow ficou tenso. Alguém atacou os portões? Isso não era bom. 128
— Onde? — O olhar do macho endureceu enquanto encontrava o olhar fixo e interessado de Shadow. — Eu os advertirei. — Fechou o telefone. — Um dos nossos machos foi baleado no portão da frente por um atirador, mas não foi com uma bala. Pareceram ter usado tranquilizante. A segurança ligou dez minutos atrás para nos informar para colocarmos bloqueios, mas estávamos na água. Um relatório acabou de chegar de um oficial patrulhando este lado da Reserva. Nós temos intrusos. Eles pensam que Moon e outros oficiais foram baleados para desviar nossa atenção para aquele local. Moon foi o primeiro a ser atingido, então os outros deram cobertura.
Os sentidos de Shadow ficaram em alerta imediatamente.
— Onde os intrusos foram descobertos?
—Algumas milhas daqui. Um oficial sentiu o cheiro de pelo menos quatro humanos diferentes na Zona Selvagem próximos de nossos muros. Retorne a sua cabana enquanto me encontro com a Segurança para procurar por eles. — Jogou a cabeça para trás e uivou. — Advertindo os residentes. — Decolou num piscar de olhos, correndo para longe.
Shadow virou, sem se preocupar em se vestir ou agarrar sua roupa descartada. A segurança de Bela vinha primeiro. Ela não estava sozinha, mas isso não importava. Ela era sua para proteger.
* * * * *
Bela sorriu.
— Você não tem que ser minha babá, Breeze. Estou bem. Estava realmente chateada ontem quando liguei. Agradeço que tenha largado tudo para vir.
— Estou aqui agora. — A Espécie sorriu. — Estou pegando seu estilo? Não se preocupe. Vou ficar no hotel uma vez que o “menino toga” retorne, assim vocês dois podem continuar o que interrompi. Imagino que esta será uma boa folga, se ficar alguns dias para passar um tempo com as fêmeas que trabalham aqui.
— Por que chama Shadow disto?
— Menino toga? Por que o incomoda. Mas — ela riu —, nunca esquecerei como ele ficou usando aquela bandeira. Era um tanto quanto sexy.
Ciúme surgiu dentro de Bela.
— Ele é meu.
As sobrancelhas escuras ergueram-se e Breeze sorriu.
— Sentindo-se possessiva? Você acabou de silvar para mim.
— Sinto muito. — Bela ficou surpresa por sua forte reação inesperada.
— Ele é todo seu. Posso olhar, mas não tocarei. Todos os nossos machos são impressionantes, por assim dizer. Ele está parecendo possessivo com você também? — sorriu. — Não importa. Ele irá. É o como todos são.
— Sinto coisas por ele.
— Como é o sexo?
Bela hesitou, mas depois respondeu.
— Maravilhoso! — Corou, mas recusou-se a desviar o olhar. — É tão melhor do que já imaginei.
— Ponto para o “menino toga”! — Breeze riu. — Estou contente.
— Por favor, não o chame disso. Você deve notar como os músculos em suas mandíbulas torcem toda vez que diz isto. 129
— Eu sei. É atraente, não é? — Breeze se levantou. — É bom para os machos serem provocados. Isso os lembra para não serem sérios o tempo todo. O que você tem para comer por aqui?
Bela a seguiu para a cozinha.
— Realmente sinto muito por pedir para que viesse para cá ontem. Você tem uma vida ocupada.
— Foi bom cair fora. — Breeze acenou. — Sem problemas. Só sinto muito que cheguei atrasada esta manhã.
— Está tudo bem?
— Sim. Creek me ligou para dizer que você estava indo bem depois do choque inicial, e depois Justice marcou uma reunião de emergência.
— Espero que não tenha sido por minha causa. — A ideia que seu problema fazer o líder marcar uma reunião a fez se sentir um pouco enjoada.
— Não. Não foi sobre você. Nós tivemos algumas ameaças de alta prioridade chegando a Homeland. Isto acontece, mas estes imbecis soaram convincente o suficiente para ser alarmante, e os telefonemas foram localizados há alguns quarteirões de distância. Disseram que bombas foram plantadas e algumas foram fixadas para explodirem à meia-noite, então a força tarefa trouxe seus cães farejadores só para se certificar.
A ideia apavorou Bela.
— Alguém se machucou?
— Eles estavam falando merda. Não havia nenhum explosivo. Nós os teríamos achado. Embora Justice tenhas nos confinado. Ninguém vai esquecer que já tivemos um helicóptero abatido. Tive permissão para sair uma vez que estávamos certos que era seguro. — Ela puxou um lanche da geladeira e virou-se. — Então, o quão maravilhoso foi o sexo? Qual foi a melhor parte em sua mente? Ele te pegou de frente?
Bela abriu a boca, entretanto um som alto a distraiu, fazendo seu coração acelerar, enquanto algo grande parecia cair sobre a varanda. Um segundo mais tarde a porta da frente foi escancarada no outro cômodo e bateu na parede.
— Bela? — O rosnado era reconhecível.
Bela se apressou para a sala de estar e ficou boquiaberta com Shadow. Ele estava nu, seu corpo tenso, todo músculos, dos ombros até as coxas definidas. Ele fungou, sua cabeça empurrou em sua direção e andou completamente para dentro da cabana. A porta fechou com um empurrão forte de sua mão, trancou-a e revelou suas presas.
— Vá para o andar de cima para meu quarto.
— Porra. — Breeze murmurou. — Impressionante. Acho que o sexo é maravilhoso. Ele te quer muito.
A expressão furiosa de Shadow mudou para confusão antes de olhar para seu corpo. Merda. — Cobriu o pênis semiereto, tentando escondê-lo com uma das mãos, franzindo a testa. Seu olhar foi de Bela para Breeze. — Intrusos humanos foram sentidos há algumas milhas daqui dentro da Zona Selvagem. — Olhou para Bela. — Vá lá para cima, fique longe das janelas e jogue para mim uma calça. — Respirou fundo. — Por favor.
Virou-se, marchando em direção ao armário, revelando sua bunda corpulenta.
— Há uma espingarda e munição na cozinha em cima da geladeira, Breeze. Proteja essa área. 130
— Estou nessa. — Breeze soltou o pacote de lanche de lado e empurrou a cabeça em direção aos degraus para Bela. — Mova-se. Consiga para ele uma calça e evite as janelas. — Ela virou e abriu o armário que armazenava a arma. — Quantos Shadow? Eles estão armados?
— Pelo menos quatro, possivelmente mais. — Shadow abriu o armário e retirou uma mochila. — Os oficiais os estão caçando, mas isto é tudo o que sabemos.
Bela correu pelos degraus. Suas mãos tremiam enquanto escancarava as gavetas da cômoda para achar uma calça de moletom, e depois saiu do quarto de Shadow.
— Aqui. — Ela a jogou por cima do balcão para aterrissarem sobre o chão de baixo.
Shadow apareceu em segundos, uma arma agarrada em seu punho. Ergueu a cabeça para olhar diretamente para ela.
— Quero você dentro do banheiro, encolha-se na banheira. Estará protegida de uma bala perdida.
Ela queria protestar.
— Podia lutar com você se eles vierem.
Sua expressão horrorizada a magoou.
— Não. Fique onde é seguro. Agora, Bela.
Ele colocou a arma na mesa e se curvou para arrastar a calça de moletom para cima de suas pernas. Breeze parecia estar com a atenção presa na espingarda, e parou ao lado dele. Uma caixa de munição apareceu debaixo de sua camisa, onde a enganchou para manter suas mãos livres para usar a arma.
— A porta da cozinha está trancada, e empurrei a mesa na frente dela. Nós os ouviremos se tentarem entrar na cabana de qualquer jeito. — Olhou para a porta da frente. — Quer cobrir a frente ou a parte de trás?
— Você fique com a frente e ficarei com a de trás. Os humanos tendem a espiar e pensam que somos estúpidos. Escolherão nos atacar por trás se suas intenções forem roubar a Presente.
As palavras de Bela surpreenderam Shadow.
— Por que viriam por mim?
Breeze olhou para cima, raiva clara em seu rosto.
— Você ouviu Shadow. Fique dentro daquela banheira e fique abaixada!
Eles pensam que sou inútil. Isso doeu enquanto Bela recuava de sua visão, mas ficou perto o suficiente para ouvir a conversa.
— Acha que eles estão realmente atrás dela? — Breeze abaixou a voz. — Como saberiam onde achá-la?
— Houve reuniões sobre nós virmos para a Reserva, não foi? — Ele rosnou suas palavras, obviamente ainda furioso. — Por que então, de repente, invadiriam esta área? É menos protegida que Homeland. Alguém deve saber que está aqui.
— Não sei. — A espingarda carregou com um som distinto. — Os humanos realmente estão curiosos sobre as fêmeas Espécies. Justice e o conselho, propositalmente, evitaram que nossas fotografias fossem publicadas usando leis de vítima para proteger nossa privacidade. Eles poderiam apenas querer tirar fotos. Os humanos sabem que ela não pode lutar muito. Ela seria o objetivo perfeito nesse caso. Poderiam também estar atrás dela para pedir resgate, se tivermos outro vazamento de informações. As presentes são nossos membros mais fracos e pensam que nós pagaríamos a mais por elas.
Shadow hesitou. 131
— O imbecil que a possuiu a quer de volta. Sei que eu faria qualquer coisa para recuperá-la se ela fosse tirada de mim. Fiz meu dever de casa para aprender sobre ele depois que conheci Bela. Os poucos guardas capturados quando foi salva, declararam que o humano estava obcecado por ela. Temeram serem mortos por ele por permitirem que ela fosse levada.
— Filho de uma puta. — Breeze rosnou. — Não pensei nisto. Ele era um dos ricos investidores da Mercile. Teria os recursos para enviar humanos atrás dela e nunca foi pego.
— Não acontecerá. — jurou ferozmente. — Ninguém vai tirá-la de mim.
O Mestre. Os joelhos de Bela desabaram e ela afundou no tapete, enquanto as lembranças a atacavam. Ele faria qualquer coisa para consegui-la de volta se sentisse que podia. Apenas o pensamento de retornar a sua antiga vida a fez se sentir enjoada. Seria trancada de volta dentro de um porão escuro, sendo retirada apenas quando ele quisesse vesti-la como uma boneca que achava que ela era. Os guardas iriam insultá-la novamente, apavorá-la e tentariam fazê-la passar fome em submissão.
Embrulhou os braços firmemente ao redor de sua cintura, abraçando-se com força, enquanto arrepios atacavam. Pior, os homens contratados para vir atrás dela teriam que matar Shadow e Breeze para poder levá-la da Reserva. De jeito nenhum um Espécie iria permitir que fosse levada de volta ao monstro que a manteve presa toda sua vida, enquanto estivessem respirando. Este pequeno reconhecimento repeliu o terror.
Não vai acontecer. Não! A raiva surgiu enquanto elevava-se em suas pernas instáveis, e entrava no quarto de Shadow. Ele mantinha armas lá também. Não iria voltar para aquele inferno. Nunca mais iria ser forçada a sofrer o toque de um homem que odiava. Nenhum guarda a chamaria de nomes cruéis, enquanto a atormentavam com ameaças de estupro e molestamento. Ela preferia morrer primeiro.
A sacola de Shadow tinha pelo menos seis armas de tamanhos diferentes. Agarrou uma das menores, testando-a em sua mão. Era pesada e fria. Devia ter uma trava de segurança. Localizou-a, tendo certeza de que estava descarregada e manteve o canhão apontado para longe do seu corpo. Não prestaria se acidentalmente atirasse em si mesma.
Rastejou em direção à janela fechada e espiou a floresta. Não havia nenhum movimento com exceção de que estava ventando um pouco. Apenas uma vez desejou que tivesse a sensação de olfato extremamente apurado dos Espécies — primatas não eram tão aguçados quanto caninos ou felinos.
Sua frequência cardíaca permaneceu instável, parte medo, parte raiva. Shadow e Breeze estavam em perigo. De jeito nenhum iria se enrolar e se esconder em uma banheira de metal enquanto eles lutavam, se isto chegasse a acontecer. Poderiam pensar que era inútil, mas não concordava. Ninguém nunca lhe deu uma chance de provar que não era indefesa, mas conseguiu atacar Torrent.
O tempo passou lentamente, enquanto um sussurro ocasional podia ser ouvido lá de baixo. Breeze e Shadow conversavam muito baixo para que captasse suas palavras, mas ficou tensa quando um deles rosnou. Tinha de significar que viram ou sentiram algo que não gostaram.
— Porra. — Breeze disse mais alto. — Troncos de árvores não se movem, mas foi isso que acabei de ver. Estão vestindo roupa de camuflagem cara. Tenho movimento em dois locais.
— Três deste lado. — Shadow rosnou. — Há mais de quatro.
— Estou fazendo uma ligação do meu celular. — Houve uma pausa. — Não tenho nenhum sinal.
— Deveria ter. 132
Bela teve que concordar. Ligou para Breeze de seu celular sem dificuldade.
— Eles devem ter tirado a antena que impulsiona o sinal até aqui. A voz de Breeze aprofundou de raiva. — Você tem um telefone por satélite? Eles não podem nos impedir de usar um desses.
— Está lá em cima.
— Estou nesta. — Bela gritou, feliz por fazer algo.
— Disse para ficar dentro da banheira. — Shadow rosnou ruidosamente.
Ignorou-o para andar a passos largos para a cômoda. Viu um dos telefones na gaveta superior e puxou-o. Levou alguns segundos para entender como ligá-lo. O número da Reserva estava programado na memória. Não conseguia um sinal.
— Oh não. Não funciona.
— Traga aqui em baixo. — Breeze estalou com sua audição aguçada.
— Não. — Shadow protestou. — Fique aí em cima onde é mais seguro.
— Nós precisamos de ajuda. — O tom de Breeze abaixou. — Estão se aproximando devagar, mas eu os vejo. Traga-o para mim, Bela. Se apresse.
Bela colocou a arma no chão, no caso de ficarem bravos com ela por ter uma, e se apressou para o andar de baixo. Deu o telefone para a Espécie. Breeze descansou a espingarda contra seu tórax, enganchou-a em um braço, e tentou usá-lo. Uma expressão de choque empalideceu suas características.
— Isto não pode estar acontecendo. — sussurrou. — Nenhum sinal está registrado. Como isto é possível? Nós estávamos seguros que este funcionaria o que quer que acontecesse.
— Eles devem estar bloqueando a área inteira. — Shadow rosnou. — Estes não são humanos comuns.
— O que isso quer dizer? — Bela olhou entre eles.
— A força tarefa tinha equipamentos de bloqueio que podiam abafar todas as rotas aéreas.— Ele parecia cruel. — Nível militar e não é barato ou fácil de conseguir.
— Acha que são membros de sua equipe? — Breeze empalideceu. — Eles nos trairiam deste jeito?
Shadow agitou a cabeça.
— Não. Não é a força tarefa lá fora. Estou só dizendo, que se conseguiram colocar suas mãos naquele equipamento, então não são um grupo normal de humanos. Eles têm dinheiro e contato. — Seu olhar deslizou para Bela. — Fique lá em cima.
— Você acha que o Mestre os mandou atrás de mim?
Ele rosnou.
— Disse que para parar de chamá-lo disto.
— É isso que acha, não é?
Ele nitidamente assentiu.
— Ele é rico e pode contratar os melhores mercenários. Vá lá para cima.
— Onde estão nossos machos? Onde está Torrent? Ele deveria estar caçando-os. — Breeze passou o telefone de volta. — Faça como ele diz Bela. Fique na banheira. Estou certa que estão armados. Pelo menos os tiros vão chamar a atenção de alguns dos residentes para cá, se não captaram o cheiro dos humanos no vento primeiro.
— Mais Dois. — Shadow rosnou. — Sete ao todo a menos que tenha avistado mais.
— Oito, Breeze silvou. — Um está nas árvores. Acabei de ver algo refletir. Ele provavelmente está usando binóculos para nos espiar. Estreitou-se mais à parede, tentando se esconder. — Nós 133
estamos em grande desvantagem. — Ela largou a espingarda com uma mão e usou a articulação para bater na parede. — Nada bom. As balas vão passar direto pela madeira. Esta é uma das cabanas originais que já estava aqui, não as de melhor qualidade que construímos.
— Nós temos que supor o pior. — Shadow falou calmamente, mas parecia furioso. — Há mais deles do que Torrent sabia. A Segurança não estava ciente ou teriam lhe dado informações mais precisas.
— Está presumindo que Torrent e os oficiais nesta área estão mortos? — Breeze severamente encontrou seu olhar.
— Sim.
— Teríamos ouvido se tivessem atirado em nossos machos. Eles não conseguiriam derrubar um Espécie numa briga mão a mão. São humanos.
— Silenciadores. — Shadow olhou pela janela. — Não teríamos ouvido nada também se tiverem atiradores os derrubando à distância. Nossos machos não teriam nem os avistados até que fosse tarde demais. Podem ter atirado antes que seus odores fossem captados.
Breeze empalideceu, mas focou sua atenção longe da janela também.
— O que nós faremos?
— Bela? Vá lá para cima. — Shadow soou calmo quando falou.
Ela hesitou, assistindo-os. Medo e terror assolaram dentro dela. Sua amiga e o homem que amava estavam em perigo por causa dela e de seu passado. Shadow admitiu que estavam em desvantagem, e viu o medo espreitando nos olhos de Breeze antes dela afastar o olhar. Ela era a mulher mais destemida que conhecia.
— Eu podia ir lá fora e me render para eles.
A cabeça de Shadow chicoteou em sua direção e seu olhar cheio de fúria.
— O que?
— Eles partirão comigo. Vocês estarão seguros. — Era um sacrifício que estava disposta a fazer. Segurou o olhar de Shadow. — Você me achará novamente com a força tarefa. Sei que irá. Tem que viver para poder fazer isto. O Mestre não me matará. Ele obviamente me quer muito de volta para contratar aqueles homens. — Ela abraçou sua cintura. — Não posso deixar que morra.
Ele rosnou.
— Vá lá para cima. Não chame aquele bastardo de “Mestre” novamente e de jeito nenhum permitirei que retorne para ele.
Uma vez teria corrido de seu tom severo, mas conhecia Shadow agora. Bela se manteve firme e continuou o contato visual com ele.
— Faz sentido. Você morrerá tentando me proteger, mas ainda assim me recuperarão no final. Este é o único caminho para evitar isto. — Olhou para Breeze. — Diga-lhe que estou certa. Vocês dois precisam sobreviver. Aqueles homens lá fora precisam de mim viva para serem pagos. Conheço o homem que costumava me possuir. — Cuidadosamente evitou seu nome. — Ele só me quer de volta. A força tarefa me achará do jeito que fizeram antes.
A boca de Breeze abriu depois fechou. Lágrimas encheram seus olhos, mas as piscou de volta.
— O que a faz pensar que perderemos? Estou tão orgulhosa de você agora, por ser valente o suficiente para oferecer sua vida pela nossa, mas isso não vai acontecer. — Suas feições ficaram tensas. — Agora leve sua bunda lá para cima e para aquela banheira. Somos Espécies. Nós lutamos. De jeito nenhum a mandaremos lá fora para retornar a uma prisão.
Os ombros de Bela afundaram em derrota. 134
— Você sabe que estou certa.
— Nós somos teimosos por natureza. — Breeze de repente sorriu. — E amamos uma boa luta.
— Lá para cima. — Shadow ordenou.
Ela encontrou seu olhar. Ele ainda estava enfurecido. Nenhuma tipo de conversar mudaria seu modo de pensar.
— Faça isto antes que te amarre e a coloque lá. — ele falou. — Farei qualquer coisa para protegê-la, até isto.
Ela virou-se e correu pelos degraus. A arma parecia um pouco melhor em sua mão quando a recuperou do topo da cômoda. A segurança estava feita e entrou no banheiro. Um olhar para a banheira a fez virar e entrar em seu quarto. Espiou pela janela, procurando por sinais dos homens que o Mestre devia ter enviado atrás dela.
Ela era Espécie e lutaria também.
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My God 😱
ResponderExcluirAiii Mds... Vou chorar 😭😭 ... coitadinha 😪😪😪💔
ResponderExcluirTava demorando, affs
ResponderExcluirTodo livro isso de sequestro
ResponderExcluirQue inferno viu
Deixem os ne em paz!
Sem isso não tem enredo.
ExcluirSabia q algo ia acontecer, as coisas tavam calmas demais
ResponderExcluirVdd
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