segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Capítulo 013


CAPÍTULO 13 Í
— Então, quando vamos começar a dormir na sua cama?
Jessie colocou o último prato na máquina de lavar louça e se virou. Justice estava sentado à mesa com o laptop aberto. Dormiu todas as noites na casa dela durante os últimos quatro dias, mas à noite ainda tinha horas de trabalho para completar. No período da manhã ia embora antes que ela acordasse e ficava fora o dia todo. Saía do trabalho a tempo de compartilhar o jantar com ela e apreciava isso, sabendo que era um workaholic. Seu pai não tinha essa consideração quando morava com ele, e Justice, obviamente, se esforçava para passar tempo com ela.
Ele não olhou para cima.
— Não podemos.
Ela franziu o cenho.
— Não vi sua casa ainda e gostaria.
Ele finalmente olhou acima da tela.
— Jessie, tenho muitas pessoas que visitam minha casa. Estão sempre entrando por um motivo ou outro, e tenho um macho Espécie que limpa minha casa. Não pode me visitar ou dormir lá.
— Por que não?
— Qualquer pessoa que entrasse na minha casa sentiria seu perfume e saberia que esteve lá. O macho que limpa meu quarto saberia que compartilhamos sexo quando arrumasse minha cama ou suspeitaria se começasse a lavá-la. — Deu um olhar de desculpas antes de voltar sua atenção para o computador. — Ninguém tem qualquer motivo para vir aqui e é seguro.
Ela o observou até seu celular tocar. Ele cegamente o alcançou e respondeu. Falou baixinho com alguém sobre um banquete e as medidas de segurança por cerca de dez minutos. O telefone tocou poucos minutos depois, alguém tentando marcar um compromisso com Justice — uma entrevista pelo que podia determinar a partir de partes das conversas.
Jessie deixou a cozinha enquanto ele lidava com eles e afundou no sofá. Tentou não sentir um pouco de autopiedade. Ele ficava no telefone e seu computador até pelo menos as dez horas nas últimas noites. Usava a mesa da sala de jantar como seu escritório em casa e ela suspirou quando as lembranças de sua infância vieram à tona. Jurou nunca se apaixonar por um homem obcecado com seu trabalho como seu pai era, mas Justice deixava todos os outros workaholics pálidos em comparação. Era irônico como o inferno e odiava ironia.
Sorriu. Pelo menos workaholics com namoradas podiam ter razões válidas para tirar uma noite de folga. Justice não podia permitir que ninguém descobrisse sobre Jessie. Ela não podia ver sua casa ou passar uma noite em sua cama. Era seu cérebro infantil querendo um encontro furtivo, mas a realidade era uma merda. Laurann Dohner Justice
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Vai ficar melhor, se consolou. Está acostumado a viver sozinho e talvez esteja adiantando alguns de seus trabalhos para ter a noite toda de novo... e você está tão cheia de merda. Ele não vai mudar e se alguém sabe disso, deveria ser eu.
Ela levantou, se esticou e caminhou até a porta deslizante de vidro. Havia uma brisa leve quando a deslizou aberta e entrou no quintal. Seu olhar se ergueu para o céu estrelado, a lua quase cheia e cruzou os braços sobre o peito.
Relações eram difíceis, sabia disso, e se apaixonou por um cara com um monte de responsabilidades. Era parte da razão pela qual o amava e fazia dele quem era.
Esperar que mudasse drasticamente estaria errado. Descobriu isso, em primeira mão com seu casamento com Conner. Ele casou com a filha de um senador — a imagem — mas a pessoa não era bem do seu gosto. A incomodava para que fosse mais parecida com a figura pública que devia ser, para benefício de seu pai, até que seu relacionamento se desfez.
— Jessie?
Ela se virou para ver Justice saindo, franzindo a testa. Desligou o telefone e estava longe do computador.
Ela sorriu.
— Oi.
— O jantar foi ótimo. Adorei. Obrigado.
— Achei isso, já que comeu tudo e quando enchi seu prato de novo, foi polido também.
— Me desculpe, estava no telefone o tempo todo, mas era uma chamada importante. Estamos tentando comprar uma propriedade no Novo México. Nunca é simples para nós. Não só temos que comprar a terra, mas temos que ganhar o apoio local e nos certificar que o estado está disposto a trabalhar conosco antes de comprá-la. É por isso que, até agora, as duas únicas propriedades que possuímos estão na Califórnia. Estamos tendo problemas com alguns estados.
— Parece um grande aborrecimento.
— Não tem ideia. Por que está aqui fora?
— Estou com calor. Talvez vá mergulhar na banheira.
Justice cortou a distância entre eles, sorriu e pegou a mão dela.
— Venha comigo.
Ele caminhou com ela mais fundo no quintal até a parede da casa ao lado.
— Para onde vamos?
Ele riu.
— Para o lado.
Ela olhou para cima.
— Por quê?
—Há uma piscina e disse que estava com calor.
Jessie riu.
— Hum, Justice? Acho que alguém se importará se usarmos sua piscina. Laurann Dohner Justice
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Ele virou e soltou sua mão.
— Vou te levantar. Fique em cima do muro. Eu pulo primeiro e depois levanto você. Pronta?
— Vamos ser pegos. — Jessie advertiu.
— Está pronta?
Sorriu, feliz que estivesse fazendo algo tão espontâneo e arriscado para passar tempo com ela. Ele agarrou seus quadris e a levantou facilmente para colocá-la sobre o muro. Ela jogou a perna por cima e observou Justice retirar a camisa após desabotoá-la. Sua gravata e paletó estavam na sala de jantar, junto com os sapatos, que sempre tirava logo que chegava em casa. Seu salto rápido e gracioso por cima do muro tirou seu fôlego, a impressionou profundamente e sorriu quando ele levantou os braços para ela.
Ele agarrou seus quadris, ela se inclinou para apoiar as mãos em seus ombros, e ele a levantou pela parede para arrastar lentamente seu corpo abaixo de sua alta estrutura. Era sexy, assim como ele, e sua libido instantaneamente disparou. Não era todo profissional agora e ligado ao seu laptop ou telefone. Era o homem que a olhava como se quisesse violentá-la, tomá-la nua numa piscina atrás de uma casa escura e esperava que quisesse passar tempo com ela.
— Vamos nadar. — Ele aliviou sua espera. — Boa água fria nos espera.
Ela não se importaria em abrir mão da piscina para beijá-lo. Um sorriso se formou pela perspectiva dele nu e molhado. O beijo podia esperar até lá.
— Não me culpe quando formos presos por invasão se o dono chegar em casa. Você providencia o dinheiro da fiança. — Brincou.
— Sou Justice North. Quem me prenderia em Homeland? — Riu.
Ela levantou os braços quando ele agarrou a parte inferior de sua camisa e a puxou sobre a cabeça. Jessie riu e o ajudou tirá-la de suas roupas. Ele descartou a calça e a boxer, se inclinou e a arrastou nos braços. Sabia o que ele ia fazer, apertou o nariz quando ele hesitou na borda e encontrou seu olhar.
Ela assentiu com a cabeça e mergulhou fundo da piscina. Mergulharam na água fria e ele a soltou para que conseguissem nadar até a superfície. Ela riu, jogando o cabelo atrás do rosto e a lua brilhou o suficiente para torná-lo fácil de ver. Ela chegou mais perto, até que ele passou um braço em volta da cintura, a rebocando para a parte rasa onde ele podia ficar em pé. Segurou Jessie em pé com as mãos nos quadris.
— Fresca agora?
Ela sorriu.
— Não. Estou mais quente.
—Mais quente?
Jessie alcançou entre os corpos até que segurou seu pênis. Ela o massageou até que cresceu grosso e duro. Ele fechou os olhos de prazer e um ronronar retumbou em sua garganta. Jessie passou o braço em volta de seu pescoço e envolveu as pernas frouxamente em torno de seus quadris e continuou a acariciá-lo. Laurann Dohner Justice
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— Você me deixa quente. — Jessie sussurrou.
Lindos olhos se abriram para olhar para ela.
— Você me faz queimar. — Sua mão segurou seu eixo o posicionado sob ela e usou suas pernas para ajustar o corpo. Justice jogou a cabeça para trás quando Jessie o tomou dentro dela. Ronronou suavemente quando ela apertou as coxas ao redor de seus quadris, o tomando mais profundo dentro de sua vagina.
— Só de olhar para você fico molhada. Sente?
— Sim. — Justice andou para trás enquanto Jessie se movia, usando seu poder sobre os ombros e quadris como alavanca para lentamente transar com ele. Ela gemeu, se movendo mais rápido e ficou maravilhada com o quanto era gostoso entrando e saindo dela, atingindo todas as terminações nervosas. O sentia duro e grande dentro dela. Justice resmungou baixinho. De repente, a agarrou e soltou suas pernas do redor de sua cintura. Jessie protestou com um gemido quando Justice retirou seu pênis. Seus olhos se abriram.
— O que está errado?
Ele mostrou os dentes enquanto sorria e a sentava na escada, dentro da água. Virou Jessie em seus braços até as costas pressionarem contra seu peito. Ele a deslizou pelo colo lentamente. Jessie gemeu quando deslizou dentro dela novamente. Justice abriu suas coxas, as forçando abertas do lado de fora das dele. As mãos fortes que agarravam o interior de suas coxas foram ao redor de sua cintura. Justice empurrou. Jessie jogou a cabeça para trás contra seu ombro.
— Sim!
Uma mão deslizou mais abaixo e Justice roçou o dedo sobre o clitóris pela frente. Empurrou acima num ritmo mais rápido, pressionando contra seu feixe de nervos mais duro e gemidos rasgaram de seus lábios. Justice ronronou atrás dela, o hálito quente soprando seu ombro quando baixou a cabeça e mordeu o ombro. Jessie gozou gritando quando o estreitamento agudo da dor a enviou sobre a borda. Justice afastou a boca e rugiu sua própria libertação.
As mãos de Justice que envolviam a cintura a abraçaram com força e acariciou seu pescoço. Os dentes afiados rasparam seu ombro e a língua lambeu sua pele. Ela sorriu, feliz por ele a estar abraçando ou ela provavelmente teria derretido direto de seu colo para a piscina enquanto o corpo relaxava.
— Me fez sangrar de novo? — Ela não se importava se fez. — Está tudo bem se o fez. Foi bom.
— Não machuquei a pele. — Respondeu suavemente. — Mas estou certo que a segurança vai bater em sua porta novamente. — Ele ficou solene. — Acho que fomos muito barulhentos. Precisamos levar você de volta para dentro de sua casa antes que a verifiquem. Deixe destrancado para mim e vou...
Algo chiou alto e Justice ficou tenso. Seus reflexos foram rápidos quando a empurrou de seu colo, girou em seus braços e a arrastou para as águas mais profundas. Suas costas atingiram o lado da piscina, seu corpo grande preso ali e ele se inclinou perto, a protegendo.
— Saia. — rosnou Justice. Laurann Dohner Justice
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— Ouvimos um distúrbio. — um homem falou do outro lado do pátio.
— Saia agora. — Justice soou furioso.
— Mas ouvi, Justice. Está tudo bem? Ouvimos um grito feminino.
— Eu não estou sozinho. Agora saia. — rosnou Justice.
O portão bateu e Justice suavemente amaldiçoou. Afundou mais abaixo na água, permitindo que ela respirasse mais facilmente, e abaixou a cabeça. Ela ficou preocupada. Ele admitiu estar com uma mulher na piscina de alguém, uma invasão, mas impediu os oficiais de olhar ao redor.
— Amanhã vou falar com eles sobre a diferença entre fazer seu trabalho e serem chatos. Não os quero correndo para me encontrar cada vez que eu rugir.
Ela hesitou.
— Acha que me viram?
— Não. Estamos contra o vento e teve sorte. Os dois machos não sabiam que era você, Jessie. Vão assumir que trouxe uma de nossas mulheres pela entrada dos fundos para evitar que a vissem. Tenho uma entrada particular para a comunidade.
— Olhe pelo lado positivo. Não estamos em apuros por invasão, uma vez que não está preso.
— É minha casa e piscina. — De repente, ele sorriu. — Nunca estivemos em perigo por isso.
Surpresa, Jessie olhou para ele. Seu olhar se deslocou para a casa grande e escura. Era a maior na comunidade e se sentiu um pouco idiota por não adivinhar a quem pertencia. É claro que seria dele.
— Me colocou na porta ao lado da sua?
— A queria perto para te proteger. — Ela estudou seu rosto enquanto ele a olhava até que ele sorriu. — Estava esperando que me quisesse de volta em sua cama. Tem que admitir, isso torna mais fácil ficarmos juntos, sem ninguém saber. A próxima casa depois da sua está vazia e não há nada do outro lado da minha. Foi concebida desta forma pela privacidade para essas duas casas.
Jessie colocou os braços em volta do seu pescoço e sorriu.
— Por que há uma casa ao lado da sua se está tão preocupado com não ter um vizinho do outro lado?
Seu sorriso desapareceu.
— Queria uma companheira, eventualmente, e sabia que uma mulher não poderia viver numa casa comigo. A casa foi construída para abrigar minha companheira quando eu decidisse tomar uma. As mulheres precisam de seu espaço e liberdade. Só espero que ela não tenha problema por estar tão perto de mim, mas a quero perto o suficiente para proteger.
Jessie sentiu a dor esfaquear seu coração. Ele a colocou numa casa que um dia sua esposa iria viver. Sabia exatamente por que uma mulher queria sua própria casa e liberdade de viver longe de Justice. Ele contava que sua companheira fosse Espécie. Ela pegou o jeito como redigiu sua última frase — a fonte de seu desgosto. Ele tinha esperança, como algo que quisesse ainda. Nunca considerou Jessie como alguém para se manter.
Ela era apenas sexo para ele.
Jessie soltou seus ombros. Laurann Dohner Justice
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— Estou cansada e preciso ir para casa. — Se afastou dele para percorrer a água na direção das escadas.
— Jessie? Tem alguma coisa errada?
Além de você ser um bastardo? Ela queria dizer isso em voz alta, mas não, tinha muito medo que revelasse o quanto suas palavras feriram.
— O que pode estar errado? — A dor a torcia enquanto se arrastava até os degraus. O ar parecia frio quando saiu da piscina aquecida e correu para suas roupas descartadas.
— Jessie? O que está errado? — Justice pulou para fora da piscina.
Ela avaliou a parede enquanto vestia sua camisa e calça, empurrando a calcinha no bolso. Era muito alto para escalar de modo que se virou e viu as cadeiras de gramado. Levantou uma, a levou até a parede e subiu facilmente. Um pouco de dor atingiu seus tornozelos quando caiu sobre a grama macia em seu quintal e correu para chegar ao interior, longe dele.
Justice facilmente pulou o muro atrás dela.
Jessie? Droga, o que está errado?
Ela olhou por cima do ombro.
— O que pode estar errado? — Entrou pela porta deslizante de vidro ainda aberta e se dirigiu para a sala de jantar. Um Justice nu a seguia de perto, pingando água em seu tapete, mas ela mal notou enquanto se concentrava em seu alvo. Ela fechou o laptop, se inclinou para pegar a alça de sua pasta e a colocou aberta sobre a mesa.
— O que está fazendo? — Justice parecia irritado e confuso.
Jessie o ignorou ao deslizar seu laptop dentro da mala e, cuidadosamente, pegou as pastas espalhadas sobre a mesa. Empurrou seu celular dentro e fechou a mala. Agarrou a alça, se virou e a levantou na direção dele quando seu olhar finalmente encontrou o dele.
— Leve seu trabalho e vá para casa.
— Jessie?
Ela olhou fixamente os belos olhos confusos. Ele não tinha ideia de por que estava chateada ou porque queria que ele saísse, estava tão claro como a carranca no rosto. Esse era o problema. Ela empurrou a mala para ele novamente.
— É pegar ou deixo cair.
Ele a agarrou pelo fundo.
— O que está errado?
Ela lutou contra as lágrimas enquanto olhava para ele. Estava realmente machucada e, pior, realmente louca. Não deveria ter que explicar isso para ele, mas via que ele não ia entender, a menos que ela o fizesse. Soltou sua pasta para colocar as mãos nos quadris, pronta para dizer a ele exatamente qual era o problema.
— Estou pronta, Justice. Não queria que ninguém soubesse sobre nós porque sabia que não ia durar. Disse que era para proteger a todos, mas assumi que era apenas enquanto ainda estávamos começando a nos conhecer. Como fui ingênua, e honestamente achei que queria ver se tínhamos um Laurann Dohner Justice
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futuro. Trouxe-me para a casa de sua futura companheira e deixou muito claro que está destinada a uma mulher Espécie. Bem, adivinhe? Foda-se, Justice. Tenho sentimentos. Entendeu isso? — Ela gritou a última parte.
Seus olhos se estreitaram. Ainda parecia perplexo com sua explosão.
— Não olhe para mim desse jeito. Não há nada de errado comigo. Você é o problema. Esta fêmea-humana-indigna-de-você está farta. Dorme comigo, faz amor comigo, me tem cozinhando seu jantar e ainda assim esconde o fato que estamos juntos.
— Discutimos isso e sabe que é para te proteger.
— Bobagem! — Ela não o deixou terminar. — Sim, entendo por que devemos esconder nosso relacionamento, mas pensei que uma vez que nos aproximássemos, talvez percebesse que era a longo prazo, que mudaria. Mas vai me despachar quando decidir tomar uma companheira. Será que ficaria com alguém que se recusasse a te reconhecer em público? Que tal isso? Ficaria com uma mulher que dissesse que ia jogá-lo de lado no segundo que encontrasse um homem que ela levaria a sério e deixasse claro que nunca seria você, porque tem vergonha de ficar com você? Bem, eu não fico. Saia daqui agora.
Jessie se virou, o rodeou e saiu da cozinha.
— Jessie! Espere. Não tenho vergonha de você.
Ela bufou quando girou para enfrentá-lo.
— Certo. É por isso que não consigo dormir em sua cama, ou inferno, até mesmo ir na sua casa. Alguém pode descobrir que está comigo. Não foi isso que disse?
— Não colocaria dessa forma grosseira. — rosnou. — Concordamos em manter nosso relacionamento privado. Você disse...
— Não dou a mínima para o que eu disse. Não sabia que planejava me usar e jogar de lado, independentemente de quaisquer sentimentos que pudéssemos compartilhar. Essa é a linha de fundo. Não quer que ninguém descubra que o grande líder da ONE prefere subir na cama com uma humana, por que apenas uma Espécie será sua companheira. — Ela olhou. — Saia e não volte. Não vou dizer mais isso, Justice.
Ele a seguiu quando entrou no quarto. Ela se virou, o viu chegando e tentou bater a porta na cara dele. Sua mão disparou e colocou aberta para evitar que a porta se fechasse. Ele a empurrou de novo aberta.
— Não tenho vergonha de você, Jessie. É que sou a pessoa que é o rosto dos Nova Espécies. O que vai acontecer se tornar público que prefiro uma humana? Estou arriscando muito para ficar com você por te querer tanto assim. Nem sequer a conhecia quando planejei a casa. Não pode usar isso contra mim. Eu a coloquei aqui para que pudéssemos ficar juntos.
— Disse que esperava que ela não tivesse problema por viver tão perto de você. Você tem ESPERANÇA! ESPERANÇA! ESPERANÇA! Tempo presente, em vez de tempo passado. Entendi isso. Agora saia e vá encontrar uma mulher Espécie para ficar. Alguém que queira que todos conheçam. Deixe-me. Laurann Dohner Justice
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Justice rosnou.
— Droga, Jessie. Está perdendo o foco. Estou arriscando muito ao ficar aqui.
— Grande coisa. Não é risco quando sabe que não há muita chance de alguém descobrir. É por isso que me fez viver ao seu lado. Pode pular o muro de trás da maneira como fez na outra noite quando seus homens chegaram à porta. Isso foi o que fez, não é? Simplesmente pulou o muro e provavelmente respondeu em sua própria porta, quando verificaram você. Não posso fazer isso, e mais importante, não vou a menos que esteja disposto a dizer a todos que estamos juntos. Caso contrário, não quero você aqui de novo. Prove-me que significo mais para você que apenas alguém para dormir, enquanto passa seu tempo à espera de uma esposa.
— Não posso ir a público com nossa relação, Jessie. Nem mesmo por você. — Seu olhar escureceu, a raiva apertou os traços e um grunhido suave passou pelos lábios entreabertos. — Tenho uma raça inteira de pessoas que olham para mim e contam comigo para cuidar deles. Tenho que fazer o que é melhor para eles e dar aos fanáticos um motivo para nos atacar não vai ajudá-los nem um pouco. Aqueles humanos realmente odeiam quando descobrem que um de nós está com uma fêmea humana. Você estaria em perigo. Não poderia deixar Homeland sem ser incomodada na melhor das hipóteses, morta, na pior. Pense em seu pai também.
— Saia.
Justice balançou a cabeça.
— Vamos conversar sobre isso. Precisa ver a razão.
Jessie contou até dez, mas mal a acalmou.
— Vou pegar uma bebida.
— Vamos conversar primeiro. Quero resolver isso. Você significa muito para mim, Jessie.
— Não o suficiente para que as pessoas saibam que estamos juntos? Importa-se o suficiente para se arriscar a receber alguns e-mails de ódio sobre nosso relacionamento?
— Você significa muito para mim, mas não posso fazer isso. Tenho pensado sobre isso muitas vezes e não há como possa deixar vazar que somos um casal. Você estaria em perigo e poderia causar muitos problemas. Estamos felizes agora. Ninguém precisa saber que compartilhamos a cama à noite. Não tenho planos para tomar uma companheira em qualquer momento próximo e você está lendo muito sobre o que eu disse.
A dor era forte no coração de Jessie. Ele nunca ia admitir estar com ela e só porque não queria se casar com alguém de imediato não aliviava a ardência de saber que nunca seria ela com quem planejava um futuro.
— Estou com sede. Quer um refrigerante?
— Não. — Ele estava irritado.
— Vou pegar um.
Ela caminhou ao redor dele e, logo que chegou no corredor, correu para a sala de estar numa corrida rápida. Justice amaldiçoou ruidosamente quando percebeu que pretendia fugir e ela mal Laurann Dohner Justice
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chegou à porta da frente, antes que a agarrasse pelo braço. Sua mão apertou o botão, ele se iluminou e um alarme gritou do lado de fora. Encontrou seu olhar arregalado e atônito.
— Por que fez isso?
Ela levantou o queixo.
— É melhor pegar suas coisas e sair correndo Justice. Vou deixá-los entrar e vão encontrá-lo nu, se não sair. Tente explicar isso a um de seus oficiais.
Um rosnado rasgou de sua garganta. Ele a soltou e pegou sua pasta e casaco.
Lembrou-se de seus sapatos e gravata e os recuperou antes de fugir pela porta deslizante aberta. Jessie correu e a trancou atrás dele. Verificou as janelas e fez com que estivessem trancadas também, até que a campainha tocou.
Jessie pegou o frasco de perfume escondido dentro da jardineira na porta e pulverizou forte. Tossiu e fez uma careta pelo forte aroma de flores quando o jogou fora da vista e abriu a porta. Dois oficiais estavam segurando armas.
Era óbvio por sua respiração pesada que correram para a casa dela.
— Sinto muito! Acidentalmente bati e não sabia como desligá-lo.
Um dos oficiais Espécie franziu a testa. Inalou e saltou atrás com um espirro.
— Como acidentalmente o atingiu? — Ele chegou lá dentro, apertou o botão e o alarme silenciou.
— Sai para pegar algo no meu carrinho de golfe que esqueci e quando voltei bati nele em vez do interruptor de luz. Realmente sinto muito. — Ela sentiu uma pontada de culpa por usá-los para obrigar Justice a sair, mas ele podia a ter convencido a dar-lhe outra chance. Ela merecia mais que ser companheira de cama temporária de alguém. — Isso não vai acontecer de novo.
— Tem certeza que está bem?
— Sim. Realmente sinto muito por causar uma perturbação.
Ele hesitou.
— Pode não usar tanto... — Ele fez uma careta. — Que cheiro é esse?
— Velas perfumadas. — mentiu. — Não gosta delas?
Ele espirrou novamente e recuou.
— Acho que sou alérgico. Por favor, encontre outra coisa para usar se quer mudar o perfume de sua casa.
— Eu vou. Obrigada. Sinto muito por apertar o botão errado e fazer você espirrar pelas minhas velas. — Fechou e trancou a porta.
Cinco minutos depois ouviu o controle deslizante de vidro e entrou na sala de estar. Justice estava de jeans e camiseta. Silenciosamente ficou do outro lado do vidro e apontou para a fechadura. Ela balançou a cabeça e apagou as luzes da sala de estar, não disposta a discutir mais. Entrou em seu quarto.
— Jessie? — Ele estava do lado de fora da janela do quarto. — Deixe-me entrar. Laurann Dohner Justice
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— Vou chamar a segurança novamente se não sair. Vá embora! — Puxou e fechou as cortinas e apagou as luzes.
Ele xingou, mas ficou em silêncio. Ela esperou um longo tempo, mas ele não tentou chamar sua atenção. Subiu na cama, puxou a calcinha de seu bolso e a jogou no chão. As lágrimas encheram seus olhos e deslizaram por suas bochechas. Ela se apaixonou por um homem que nunca se permitiria amá-la de volta. Seu trabalho e as pessoas vinham em primeiro lugar e sempre o fariam. Doía.
*****
Justice socou a parede e rosnou. Os nós dos dedos abriram pela força enquanto se dirigiam através do gesso. Jessie estava magoada, se recusava a falar com ele e não podia culpar ninguém além de si mesmo. Falou sem pensar, mencionou os planos originais que tinha e ferrou tudo respondendo suas perguntas.
Puxou seu punho para trás, estudou o sangue e apertou a outra mão sobre ele. A pele rasgada queimava, doía e adorou a dor. Merecia isso e muito mais.
A memória da dor de Jessie era tão clara em seus olhos que o perseguia. A vontade de ir até ela, mantê-la em seus braços se tornou uma necessidade física.
— Droga! — Murmurou quando se virou e encostou-se à parede danificada do escritório em casa.
É o melhor, o lado lógico dele argumentou. O outro lado dele protestava em voz alta enquanto seu corpo ficava tenso, a vontade de rugir o agarrando e teve que respirar fundo pelo nariz até que passou. Jessie era teimosa. Não ia vê-lo novamente, a menos que tornasse sua relação pública e tinha argumentos válidos quando gritou com ele.
Lutou contra o desejo de irromper em sua casa, pular o muro e estraçalhar o controle deslizante para alcançar sua Jessie. Faria isso se acreditasse que poderia seduzi-la para permitir que dormisse em sua cama, mas ela o odiaria pela manhã. Colocou na cabeça que não ia vê-lo mais secretamente.
— Maldição! — Rosnou, fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás contra a parede.
A queria, precisava estar com Jessie, tanto quanto a próxima respiração, mas seu povo sofreria. Ela ia sofrer. Ele lidou com grupos de ódio e a imprensa por muito tempo para ser ingênuo sobre como se desdobraria. Repórteres correriam com a história, seria notícia em todo o mundo que Justice North estava namorando uma humana e haveria um inferno a pagar.
Sua imagem seria estampada em todos os jornais e emissoras de notícias. Cavariam seu passado, não deixando pedra sobre pedra para expor sua vida e oferecê-la para consumo público. Ela então se tornaria alvo de alguém que acreditava que era uma humana vil dormindo com um Espécie. Seria rotulada de nomes horríveis e alguns lunáticos desejariam vê-la morta. Começaria a odiá-lo pelo caos que sua vida se tornaria.
O senador, possivelmente, perderia sua posição, ou pior, a manteria para se manifestar contra a ONE se ficasse chateado por sua filha preferir um macho Espécie em vez de um humano. O apoio que Laurann Dohner Justice
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ainda recebia de Washington secaria. O dinheiro vinha dos processos contra as Indústrias Mercile, mas era lento e podia levar anos até que fossem cem por cento financeiramente solventes. Seus contatos do governo atribuíram a força-tarefa humana para ajudar a recuperar Espécies em cativeiro e deu-lhes acesso para rastrear todos os registros corporativos financeiros de investidores da empresa farmacêutica.
Espécies morreriam, nunca mais seriam encontradas, onde quer que estivessem presas se perdessem as equipes de força-tarefa. Os funcionários da Mercile que evitaram a prisão nunca seriam levados à justiça se as equipes parassem de caçá-los. Seria um desastre. Vidas seriam perdidas e jurou fazer tudo que pudesse para seu povo. Amar Jessie arriscava tudo isso.
Seus joelhos dobraram e deslizou pela parede até que se sentou no chão. Achava que os anos vividos na instalação de testes foram os mais dolorosos que já sofreu. Não tinha esperança, nem futuro para olhar, mas agora tinha algo maravilhoso.
A perda da felicidade deixou um gosto amargo na boca. Simplesmente não conseguiria ficar com Jessie. Custaria muito e o preço não seria apenas para si. Morreria por ela, mas não era só sua vida em risco.
Seu pai pode aceitá-lo, sua voz interior sussurrou. Pode não ser tão ruim. Poderia tê-la e ficar com as equipes de trabalho. Ela poderia não se importar com o que acontece no mundo lá fora se estiver aqui, onde a feiura não pode tocá-la. Seus olhos se abriram e olhou para a parede do outro lado da sala. Era um risco — um enorme — e simplesmente não podia correr esse risco. Não com seu povo e, definitivamente, não com a vida de Jessie.
A dor invadiu seu coração e soube que era melhor se não aproveitasse a oportunidade.
Preferia perder Jessie que tê-la o odiando quando tudo à sua volta fosse tocado pela feiura que o mundo exterior podia se tornar. Preferia que sofresse um pouco que vê-la sofrer por perder tudo que amava. Dobrou o joelho, descansou o braço lá e baixou a cabeça contra ele. Recusou-se a permitir que as lágrimas que enchiam seus olhos caíssem.
Ele encontrou o amor, mas não podia tê-la. Tinha que ser suficiente vê-la de longe, seu único conforto. Laurann Dohner Justice
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5 comentários:

  1. Todas as séries de livros tem um casal complicado,sempre acontecendo algo para conspirar contra eles sendo que na verdade não devia ter,(lembrando que é uma história ficcional e são seres feitos em laboratório eu entendo a complexidade da história), quando eu li a história de Valiant eu achava que o romance dele e da Tammy seriam o mais complicado mas não,foi fluido e rápido ótimo de ler. Valiant é um amor meu preferido.

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