segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Capítulo 014


CAPÍTULO 14 Í
Justice bateu com o punho na mesa e olhou para o telefone que acabava de desligar.
Alguma nova igreja de ódio foi para o rádio reclamar sobre como Novas Espécies eram animais, não pessoas, e se referia à ONE como nada mais que um zoológico particular. Isso fazia seu sangue ferver.
Nenhuma Espécie pediu para ser alterada geneticamente com DNA animal, não foi uma escolha, e seu crime foi apenas sobreviver ano após ano de abuso nas mãos de cientistas, médicos e pesquisadores que usavam seus corpos para criar drogas para ajudar os humanos. Não que tivessem muito apreço por quaisquer avanços médicos que seu sofrimento forneceu.
A porta se abriu e Tiger enfiou a cabeça com cautela.
— Pude ouvi-lo rosnando da sala ao lado. — Entrou e fechou a porta. — Está bem?
— É apenas um dia ruim.
— Isso não é incomum. Aconteceu alguma coisa terrivelmente má?
— Só temos um novo grupo de pessoas a enfrentar.
— Sempre temos. — Tiger tomou assento, cruzou os braços sobre o peito e franziu a testa. —Você parece um inferno. Dormiu na noite passada? — Seu olhar baixou para mão de Justice. — Espero que o que socou pareça pior que sua mão.
Encolheu os ombros largos.
— Perdi a paciência.
— Isso é diferente de você. Precisa fazer uma pausa.
— Eu sei, mas quando tenho tempo?
— Como vai a construção de sua casa na Reserva? Pretendo ir visitá-lo e me sentar na varanda coberta que vi nas plantas. Parece bom e a vista do lago deve ser ótima. Podemos ir pescar.
— Cerca de três semanas para estar concluída e estou ficando com dor de cabeça só de pensar nisso. Os habitantes não estão felizes por ter equipes de trabalho em seu território. Slade está pronto para atirar em mim por fazê-lo lidar com mais humanos.
Justice levantou a mão e soltou o cabelo do elástico o prendendo num rabo de cavalo, sacudiu os dedos entre os fios e recostou na cadeira.
— Não que eu vá ter tempo para me divertir.
—Estamos trabalhando nisso. O Conselho está pronto para assumir algumas das suas responsabilidades. Tem a mim, Slade, e Brass também. Faríamos qualquer coisa por você.
— Sei disso e aprecio.
— O que diabos está acontecendo com você, cara? Honestamente, todos os dias vem aterrorizando qualquer um que chegue perto de você. Está agindo mais como um urso que um líder. Está fora do seu comportamento.
— Sente na minha cadeira e depois vamos ver como será amável com todos, todos os dias. Laurann Dohner Justice
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Tiger piscou algumas vezes e permitiu que o silêncio desconfortável crescesse antes de falar novamente.
— O que quer que seja que esteja errado, precisa encontrar uma maneira de trabalhar nisso. Todo mundo já percebeu sua raiva. Está começando a se ressentir de nós? Tive sete de nossos homens vindo até mim nas últimas horas para me fazer essa pergunta. É o stress?
Justice suspirou.
— Estou tendo um dia ruim. Todo mundo tem desses.
— Você não. É o homem mais controlado que conheço, e mantêm seu senso de humor. Só mostra esse lado para nossos inimigos quando precisa lembrá-los que não podemos ser confundidos. Quer lutar?
A surpresa cintilou através de Justice.
—O quê?
Tiger deixou cair os braços, segurou os braços da cadeira e se inclinou para frente.
— Lute. Precisa deixar sair alguma agressão? É bom e não faz isso há algum tempo. — Ele se levantou. — Vamos.
Justice hesitou.
— Agora. — Tiger rosnou. — Tire a máscara e lembre-se de quem realmente é.
Ele levantou lentamente e caminhou ao redor da mesa. Tiger abriu a porta e passou pela área de recepção. Justice olhou para a recepcionista.
— Vou dar um tempo.
Ela assentiu.
— Vou segurar suas chamadas. — Ela se recusava a encontrar seus olhos.
A culpa o encheu que pudesse ter assustado a fêmea com sua severidade.
— Obrigado. — Respondeu com sinceridade. — Fico agradecido.
— Vamos.
Tiger abriu a porta exterior para a parte principal do edifício da ONE e andaram lado a lado na direção do sol. Brass estava sentado num jipe no meio-fio. Justice se surpreendeu por vê-lo lá, mas o macho apenas deu um aceno severo de cabeça. Tiger acenou para Justice sentar no banco do passageiro, em seguida, agarrou a barra de rolagem, pulou e caiu no banco de trás. Justice sentou, puxou os pés para dentro e o motor ligou.
Dirigiram-se ao edifício principal e de segurança, entrando na sala de treinamento que usavam para se manter em forma. Tiger olhou para os Espécies dentro.
— Todos para fora. Ninguém chega perto da porta. Brass e eu vamos mostrar a Justice algumas novas técnicas de treinamento e se ele gostar, vão aprender algumas habilidades novas em breve.
Todos os olharam, mas os oito saíram calmamente. Tiger trancou a porta e Brass atravessou a sala para bloquear a segunda porta. Não havia janelas na sala grande, apenas colchões no chão e um monte de equipamentos de exercício ao longo de uma parede. Justice hesitou. Laurann Dohner Justice
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Tiger voltou, se abaixou e arrancou as botas. Levantou a cabeça, se levantou e começou a remover suas armas. Um movimento à sua esquerda chamou a atenção de Justice para Brass.
O macho também tirava suas botas e armas.
— Deveria estar preocupado? — Ele manteve o tom calmo. — Dois contra um?
Brass deu um sorriso.
— Tire o terno. Odiaríamos estragá-lo. — Seu olhar desceu por seu comprimento. — É bom. Nós não somos. Vamos evitar seu rosto. Tem que parecer bonito para as câmeras.
Justice estreitou o olhar quando pegou a gravata.
— Bonito?
Tiger riu.
— Bonito. Amamos seu cabelo também. Qualquer mulher ficaria orgulhosa de ter essa cor agradável. Fizeram um bom trabalho de pintura.
Raiva vibrou através de Justice.
— Sabe o quanto odeio o fedor disso?
Tiger entrou no tatame maior, o encarou e puxou sua camisa sobre a cabeça. A jogou longe o suficiente para bater no chão na borda da área de formação.
— Conte-nos sobre isso. Temos que sentir seu cheiro por dias.
Brass tirou a camisa e pisou no tatame.
— Contudo, ele fica bonito. Viu a capa da revista de fitness que ele saiu? Fiquei impressionado. — Riu. — Porém, esse terno cobre seus músculos não é? Não o faz parecer em forma a não ser que ficar sentado atrás de uma mesa seja um treino forte.
A raiva ardeu mais forte por sua provocação quando Justice soltou a gravata, tirou o paletó e sua camisa. Aumentou a pilha de roupas até que ficou só de cueca boxer.
— Não posei para isso. Tiraram uma foto minha no evento de caridade e a colocaram lá. — Ele deu um passo ameaçador na direção deles. — Realmente querem fazer isso? — Os punhos cerraram.
— Deve pendurar seu terno sobre as barras lá atrás. Vai amassar. — Brass bufou. — Sairia no noticiário da noite, se usar roupas amassados que não foram tocadas por um ferro. Isso nos faria parecer ruins.
Um rosnado saiu de Justice e Tiger deu o primeiro soco. Seu golpe atingiu Justice no ombro e reagiu chutando, atingindo seu amigo no quadril e o fazendo voar para cair de bunda. Brass rosnou, agachou e Justice avançou. Seus corpos se entrelaçaram, bateram no chão e a luta começou. Trocaram alguns golpes de braços, rolaram ao redor e Justice finalmente jogou Brass longe dele.
Brass rolou no tatame e Tiger mergulhou em Justice. Rolou para fora do caminho, levantou e virou a tempo de bater em Brass, que vinha para ele também.
Os três lutaram, devolvendo golpe por golpe, evitando seus rostos, e misturando alguns golpes de kickboxer e luta livre. Brass saiu primeiro após Justice derrubá-lo de bunda. Ofegante, levantou os braços satisfeito. Tiger rosnou e se lançou para Justice, mas ele estava pronto para a mudança. Fugiu, Laurann Dohner Justice
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abaixou e jogou o braço para alavancar o macho que o perdeu por centímetros. Tiger bateu no tatame de costas, gemeu e olhou para ele.
— Água. — disse Tiger e levantou as mãos.
O suor escorria de Justice enquanto estava ali, olhando para os amigos e percebendo que teria alguns hematomas por dias. A dor era boa, se sentia vivo e um pouco de sua raiva se foi.
Tiger virou a cabeça para olhar Brass.
— Viu por que eu disse para você vir? — respondeu asperamente. — Nunca poderia vencê-lo.
Brass gemeu, esfregou um de seus ombros e concordou.
— Ele pode parecer civilizado, mas tem uma capacidade de luta cruel.
Tiger encontrou o olhar de Justice.
— Sente-se melhor?
Ele sentia.
— Sim.
— Temos que fazer isso todos os dias?
— Merda. — Brass murmurou. — Espero que não.
Tiger riu.
— Eu também. É fácil esquecer que ele é mais que um rostinho bonito.
Justice balançou a cabeça.
— Está tentando me irritar de novo.
— Não, estou brincando. É o que os amigos fazem.
— Pensei que íamos ficar sem nossas bundas até ele extravasar sua agressão. — Brass ficou de joelhos, se ergueu e levantou. — É isso que os amigos fazem. — Se aproximou e agarrou o braço de Justice. — Não segure essa merda. Estamos aqui para você. Vamos fazer isso diariamente, se precisa bater em alguém.
— Fale por você. Eu estava brincando. — Tiger rolou, ficou de pé e se espreguiçou, fazendo uma pequena careta. — Preciso de um banho quente e uma mulher para beijar meus machucados. — Ele se virou para Justice e seu sorriso desapareceu. — O que quer que seja que está acontecendo com você, ou converse sobre o assunto com a gente ou lide com isso. Ultimamente está sempre sozinho, guarda as coisas e somos uma família. Está pronto para compartilhar o que está acontecendo?
Justice manteve a boca fechada. Jessie não estava em discussão.
— Foi o que pensei. — Tiger entrou na frente dele e sustentou o olhar. — Acho que vamos fazer isso de novo amanhã, se estiver de mau humor. E no dia seguinte. Não importa o tempo que for preciso. Vá para casa e saia assustando todos. Aproveite o resto do dia de folga.
— Obrigado. — Justice falou sério, olhando para os dois. — Precisava disso.
— Nós sabemos. — Brass deixou cair o braço. — Pegue o jipe. As chaves estão lá, perto das minhas botas.
Justice se banhou rapidamente no vestiário, se vestiu e acenou para seus amigos quando saiu. Pegou as chaves, mas sabia que voltar ao escritório não ia acontecer. A luta ajudou, mas a raiva ainda Laurann Dohner Justice
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queimava em sua alma. Estava zangado com a vida, com raiva por Jessie o ter expulso e que a tivesse perdido.
Pegou a estrada particular para sua casa, porque não queria ter que lidar com as perguntas dos policiais na entrada da seção das Espécies de por que estava em casa ao meio-dia. Quando estacionou o veículo emprestado em sua garagem, um som o fez virar e viu com olhos apertados como Jessie se dirigia até a rua, estacionava ao lado e evitava até mesmo olhar na sua direção.
Ela o ignorou e ele se irritou. Hesitou e olhou em volta. Não havia ninguém à vista. Virou-se para vê-la passear na direção da porta. Moveu-se rápido, manteve o ritmo rápido e ela sequer o viu quando chegou atrás dela. Ela abriu a porta e entrou. Se virou e então o viu e seus olhos se arregalaram.
Entrou antes que pudesse reagir. Sua mão disparou para fechar a porta e manteve seu corpo entre ela e o alarme que alertava os funcionários para se apressar para sua casa. Ela não ia se livrar dele tão facilmente de novo.
— Precisamos conversar.
Seus olhos azuis brilharam com espanto, mas se estreitaram pela raiva rapidamente. Estava feliz por não assustá-la, o que não era sua intenção e se aproximou invadindo seu espaço pessoal. O cheiro dela o torturava. Seus lábios se separaram e seu olhar caiu lá. A vontade de beijá-la o agarrou fortemente e apertou suas mãos para impedi-las de envolver seu rosto.
— Não tem uma mulher Espécie para atrair e ser sua companheira? Devo arrumar minhas coisas logo, assim ela pode se mudar?
— Não estou à procura de uma companheira. — Sua ira se intensificou. — Tentei te dizer isso na noite passada.
— Quer me levar para jantar em algum lugar não privado? — Ela o estava atraindo.
— Sabe que isso não vai acontecer. Já passamos por isso. É perigoso para...
— Sua futura companheira Espécie pode descobrir sobre nós? Prejudicaria suas chances dela aceitar uma casa onde vivia sua ex-amante?
— Jessie. — rosnou. — Pare.
De repente, ela estendeu as mãos achatando sua camisa e o empurrou.
— Saia.
Ele a pressionou para trás, seu corpo preso contra a parede e as palmas das mãos pousaram sobre a superfície ao lado dela, a mantendo lá.
— Sinto sua falta. Não dormi na noite passada. Será que não podemos discutir isso razoavelmente?
— Não. — Ela lambeu os lábios, chamando sua atenção novamente. — Não podemos. — Raiva, frustração e arrependimento arderam através dele e reagiu. Sua cabeça baixou, seus lábios selaram sobre os dela e quando ela engasgou, sua língua se aproveitou. Ela tinha sabor de café e chocolate quando a beijou. Ela ficou tensa e tentou se afastar de sua boca faminta, mas ele segurou o rosto dela para mantê-la imóvel. Laurann Dohner Justice
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Suas mãos apertaram a camisa dele, mas não empurraram. Ela respondia e ele rosnou quando a paixão substituiu tudo mais. Jessie era sua e seu pau estava cheio de sangue. Sua necessidade de mostrar a ela o quanto significava cancelou tudo e ele soltou seu rosto para tirar o casaco. O tecido rasgou, mas não deu a mínima.
Jessie alcançou os botões da camisa que voaram pela porta de entrada. Ela abriu sua camisa com força, sem tempo de desabotoá-los. As mãos dele deslizaram entre eles, agarraram sua blusa e facilmente a arrancaram.
Ela gemeu contra sua língua, o beijou loucamente e esfregou as mãos em seu peito nu. Ele segurou os seios, rasgou o sutiã que o impedia de sentir sua suavidade e empurrou o bojo abaixo o suficiente para libertar seus mamilos. Os dedos e polegares encontraram as pontas esticadas, os beliscaram suavemente e ela gemeu.
Ele a soltou, freneticamente trabalhando para abrir a frente de sua calça e enfiou os polegares no cós, agarrando as tiras finas de sua calcinha. Ele interrompeu o beijo quando deslizou de joelhos, beijando o caminho de sua garganta até o seio e chupando um mamilo na boca. Seus dedos deslizaram em seu cabelo molhado, o seguraram com força e ele apenas empurrou sua roupa, a libertando de tudo da cintura para baixo. Seu joelho se moveu, pressionando para movê-los e ela empurrou seus pés para fora do emaranhado de tecido.
O cheiro de sua excitação o deixou insano. A queria e, a julgar pelo cheiro pesado do desejo, ela o queria da mesma forma. Ele não podia esperar mais. Suas mãos localizaram a frente da calça, apenas as rasgando, e libertou o pênis dolorido. Ele puxou sua boca longe e agarrou seus quadris quando ficou em pé.
Jessie sabia que devia parar com essa loucura, mas estava perdida. Seus pés deixaram o chão quando o grande corpo de Justice a apertou com força contra a parede, a prendeu lá, e levantou as pernas para envolver em torno de sua cintura. Ela não conseguia se alavancar — suas malditas roupas estavam no caminho, mas uma pequena rebolada diminuiu o espaço entre eles. Suas coxas encontraram pele enquanto seus quadris ficavam à mostra.
Ele moveu seus quadris, a coroa de seu pênis cutucando sua boceta, encontrando o ângulo certo e ela gritou quando ele entrou nela com um impulso líquido que quase a fez alcançar seu clímax.
Estava queimando viva, tão excitada que se perguntava se perdeu totalmente sua cabeça, mas a sensação dele era incrível.
Ele se retirou, quase deixou seu corpo e a boca esmagou a dela. Sua língua entrou para encontrar a dela enquanto seus quadris batiam para enterrar o eixo grosso dentro dela até o punho e as mãos agarravam seu traseiro para esfregar a pélvis contra a dele. Ela gritou de puro prazer, mas seu beijo capturou o som, abafou, e ele a apertou com mais força contra a parede.
Os corpos se esfregavam enquanto a tomava fresca e suave contra a parede se alimentava dentro e fora de seu corpo num ritmo rápido que a deixou numa névoa de felicidade. Ele se moveu para passar o braço sob sua bunda. A outra mão mexia entre eles, o polegar pressionando contra o clitóris e a fodeu ainda mais forte. Laurann Dohner Justice
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Ela agarrou seus ombros, puxou a boca longe antes que o mordesse e enterrou seu rosto contra o pescoço dele. Sua camisa ainda estava aberta, apenas o suficiente para que seus mamilos esfregassem a pele enquanto balançavam juntos e ela inalou o cheiro de sabonete e xampu vindo dele. Ele revirou os quadris, descobrindo que esfregar determinado local com seu pau a fazia ofegar em assombro e continuou a golpear como se pudesse ler sua mente.
— Sim. — ela ofegou. — Não pare.
— Nunca. — rosnou.
As paredes vaginais apertaram com força, seu corpo tremia e sua barriga também. Ela estava presa, não podia se mover pela forma como ele a segurava e podia sentir como manipulava seu corpo. O polegar acariciou seu clitóris, acelerando sua paixão e ela gritou quando atingiu o clímax, a rasgando.
— Jessie. — ele gemeu, os quadris sacudiram forte e sêmen quente a banhou profundamente por dentro quando ele começou a gozar.
Ele abaixou a cabeça, escondeu o rosto no ombro dela e gemeu mais alto. A acariciou mais lentamente com seu eixo grosso, finalizando o ato de amor e, finalmente, apenas a abraçou enquanto tentavam recuperar o fôlego.
A realidade penetrou lentamente. Ela acabava de ter sexo alucinante com alguém que jurou estar fora. Podia culpar a raiva, que definitivamente desempenhou seu papel na sua ida do frio ao quente num flash, mas principalmente, tinha que admitir que era porque o amava.
Queria sexo com ela, a única coisa que aceitaria e ela deu a ele. Ele era muito sexy, seus beijos muito irresistíveis e sua boca devia vir com uma etiqueta de aviso, na sua opinião. Um beijo e podia fazer uma mulher perder a cabeça e sua calcinha.
Justice deu um beijo em sua garganta quando virou um pouco a cabeça e seu hálito quente e pesado fez cócegas no pescoço quando se moveu a sua espera novamente, puxando a mão por entre seus corpos para embalar a bunda com as duas mãos.
— Segure-se em mim. Vou levar você para a cama. Vamos comer mais tarde. Quero você de novo.
A parte triste era que queria deixá-lo levá-la lá. Passar horas tocando e se perdendo em seus braços era tão tentador que machucava resistir. Não queria ser um capacho — a mulher com quem dormia até decidir que queria sossegar — e tinha que tomar uma posição. Não seria usada por nenhum homem.
— Coloque-me no chão.
— Você não é pesada. — Ele se afastou da parede e ela teve que segurar em seus ombros para permanecer em pé e não cair quando a puxou com ele.
Balançou freneticamente, se levantou pressionando os braços sobre os ombros dele e apertou os músculos vaginais. Isso forçou seu pênis ainda duro a deslizar para fora dela. No segundo que se separaram, ela soltou as pernas de sua cintura e o empurrou.
Tropeçou, mas não a deixou cair. Em vez disso, rosnou quando ela afastou a cabeça para olhar em seus olhos surpresos. Laurann Dohner Justice
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— Jessie?
— Me solte.
A confusão veio em seguida, a emoção relacionada. Ele a fazia se sentir assim, então era justo que sofresse também. Ele a desceu, mas não a libertou inteiramente.
— O que está errado?
Ela teria rido se não fosse tão triste.
— Isso não muda nada. Foi apenas uma despedida sexual.
— O quê? — Ele olhou boquiaberto para ela.
— Despedida sexual — repetiu. Soltou seus ombros para empurrar o peito. — Isso acontece. Temos algo entre nós, mas não era para ser. Você tem seus planos e não sou parte deles.
Justice foi rápido em rosnar.
— Não foi isso. Não estamos terminando. Vamos para a cama e conversar. — Tentou puxá-la mais perto. — Somos felizes juntos.
— Pareço feliz? — Ela olhou para o rosto dele. — Quero mais que apenas ser a mulher com quem passa as noites. Gostaria de estar lá durante os dias também. Quero conhecer seus amigos e talvez até mesmo ver seu escritório. Quero sair com você, e se tiver que ir à Reserva por alguns dias, não temos que ficar separados. Que funcione. Isso é o que quero, Justice. Direitos plenos de namorada.
Outro grunhido retumbou dele.
— Não é seguro. Já falamos sobre isso.
— Sim, falamos. Você tem sua opinião formada e eu também. Sabe como isso é chamado?
— Teimosia de sua parte por não ver as razões lógicas por que seria ruim se alguém soubesse que estamos juntos?
Ela desejou poder sorrir, mas doía muito.
— Deixe-me ir, Justice.
Seus dedos flexionaram, mas ele aliviou o aperto até que suas mãos caíram dos lados.
— Aí está. Não vou tocar em você.
— Quero dizer, deixe-me ir. Não quer me machucar, certo? É tão paranoico sobre fazer isso. Estar com você do jeito que estamos não funciona para mim. Não pode ou não vai me dar o que preciso. Isso está me machucando. — As lágrimas encheram seus olhos. — Você está me machucando.
Ele balançou a cabeça.
— Não.
— Sim. — Ela puxou a camisa rasgada para cobrir os seios, desejando que fosse outra hora, porque se sentia muito exposta naquele momento, tanto física como emocionalmente. — Por favor, saia, Justice. Se gosta de mim, vai pegar suas roupas, pular o muro e sair. — Ela se virou, não suportava o olhar torturado em seu rosto, e caminhou até a porta dos fundos. A abriu, se recusando a olhar para ele de novo. — Vá. Por favor! Não podemos fazer isso de novo. É muito doloroso. Laurann Dohner Justice
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— Eu machuquei você? Fui muito áspero? — Raspou as palavras, soando tão atormentado quanto parecia. — Jessie? Olhe para mim.
Ela se recusou.
— Vá, Justice. Apenas... vá.
— Não posso. — sussurrou. — Penso em você. Eu...
Justice estava sem palavras. Desapareceram ao ver como Jessie parecia abatida. Seus ombros caíram e abraçava a camisa rasgada como se confortando de algo triste. Por que não podia encontrar as palavras certas para fazê-la entender o quanto era importante para ele? Escreveu discursos para enfrentar o mundo dos humanos muitas vezes, mas não conseguia encontrar uma forma de expressar seus sentimentos para a única deles que ganhou seu coração.
—Vá. — sussurrou, o som das lágrimas em sua voz. — Não me faça gritar ou apertar esse maldito alarme novamente. Isso me faz parecer uma idiota quando aparecem aqui e tenho que fingir que fiz por acidente. Preciso de espaço. Se você se importa, prove. Saia.
Agonia rasgou através dele quando se virou com as pernas dormentes, recolheu sua roupa e hesitou ao seu lado.
— Jessie? Por favor, fale comigo. Não me faça sair. Quero ficar com você. — Estava tentado a agarrá-la, jogá-la por cima do ombro e amarrá-la na cama.
Podia fazê-la ver que se pertenciam, mas a dor o impediu. Vê-la dessa maneira o rasgava por dentro.
— Jessie, eu...
— É o fim.
— Não aceito isso. — A raiva se agitou. Não tinha acabado. Não ia aceitar isso.
Ela virou e correu para a porta da frente. O movimento repentino o surpreendeu e demorou a reagir, até que ela girou, voltou para a parede e levantou sua mão sobre o botão de alarme. Ela encontrou seu olhar em seguida, com os olhos cheios de lágrimas.
— Realmente tenho que pressionar essa coisa de novo? Sério? Vá.
— Não.
Seu dedo o tocou levemente.
— Não vou pulverizar perfume desta vez para cobrir seu cheiro. Todos saberão sobre nós se eu pressioná-lo. Não vou te poupar. — Seu queixo se ergueu em desafio, a raiva brilhava em seus olhos. — Não volte a menos que seja para me convidar para um encontro em público. Essa é a última coisa que tenho a dizer, exceto que tem cinco segundos para sair.
— Jessie, não faça isso.
— Um.
— Droga, mulher. Podemos resolver isso.
— Dois. — Suas costas endureceram e ela puxou ar.
A raiva tomou conta dele.
— Não vou ser ameaçado. Laurann Dohner Justice
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— Três e quero dizer isso, Justice. Em cinco vou pressionar esta coisa e deixá-los entrar na casa. Não terá escolha depois. Todo mundo vai falar sobre nós e provavelmente até mesmo abrir caminho para a imprensa. Sabe que amam rumores suculentos e correm por eles.
Ela estaria em perigo. Rosnou.
— Quatro.
Ele girou, saiu de sua casa, e saltou sobre o muro. Queria rugir para ela. Queria destruir tudo. Ela vai se acalmar. Vai sentir minha falta, tanto quanto eu a dela. Só precisa de tempo. Este raciocínio ajudou quando entrou pela porta dos fundos e se atirou na cadeira mais próxima. Jogou suas roupas no chão e fechou os olhos. Raiva e tristeza lutavam em seu coração e mente. Laurann Dohner Justice
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