sábado, 25 de outubro de 2014

Capítulo 1



CAPÍTULO UM
Zandy tentou silenciar a raiva, mas isso foi quase impossível de se fazer. Ela tinha uma hipoteca para pagar. Todas as suas economias foram para o pagamento para obter sua casa e ela precisava comer. Ter eletricidade e gás estaria bom também. Mesmo se vendesse a nova casa, o mercado estava em baixa e iria perder o patrimônio.
O pensamento de voltar ao sul da Califórnia e ter de viver com os pais na sua idade foi o suficiente para deixá-la desesperada. Eles iriam repreendê-la sobre fazer outra tolice, dizer quão desapontados estavam com ela e esfregar cada erro que já cometeu no seu rosto. Ela faria tudo para evitar isso, inclusive tomar qualquer trabalho, mesmo se ela se arriscasse a topar com alguém ligado a uma das noites mais embaraçosas da sua vida.
Olhou para a área de recepção onde aguardava e soube que ela atingiria aquele fundo do poço. Era o último lugar que queria estar, mas eles estavam contratando. Era um lugar grande. As chances de topar com ele tinham que ser quase nulas e só tinha que acreditar nisso se quisesse manter a coragem que tomara para chegar a Reserva.
O ódio por Jordan Parks fez suas orelhas quentes. O idiota havia a demitido depois que repetidas vezes se recusou a dormir com o sapo. Ele fizera sua vida insuportável por semanas, provavelmente esperando que ela se demitisse, mas ela era mais obstinada do que isso.
Era uma pequena cidade, oportunidades de trabalho eram escassas e a próxima cidade com empregos estava a uma distância de vinte minutos. Seu carro era velho. Não duraria seis meses de condução na montanha, e os ônibus só funcionavam uma vez por dia. Ela estava em um inferno de uma confusão, porque o imbecil tinha a demitido.
Ela engoliu a raiva e forçou um sorriso quando uma porta se abriu. Um funcionário de aparência feliz é mais contratado do que um mal-humorado, lembrou a si mesma.
A recepcionista era alta, as feições eram belas e ela sorriu de volta.
— Ele está pronto para entrevistá-la.
Zandy levantou-se e se sentiu pequena, mesmo nos saltos de dez centímetros, em comparação a mulher que passou. Uma olhada ao corpo ágil e atlético também a fez sentir-se lamentavelmente fora de forma. Entrou no escritório, manteve o sorriso no lugar e esperou que conseguisse o emprego. Era o único listado no papel, a menos que ela quisesse trabalhar meio período recolhendo animais atropelados para controle de animais. Duvidava que eles fossem contratá-la e não pagavam o suficiente para ela sobreviver.
Ela parou a poucos metros dentro do escritório para estudar o homem sentado atrás da mesa. Tinha cabelo castanho claro com mechas loiras passando por eles. Olhos azuis a encaram e ele acenou-lhe uma cadeira. Ela viu a aliança de casamento na mão bronzeada, observou os ombros largos e a forma como o terno agrupou sobre os bíceps. Ele estava tão em forma como sua recepcionista e ela esperou que eles não considerassem isso contra ela, que ela não estivesse.
— Sente-se, Srta. Gordon. Sou Slade North.
Ela passou-lhe o currículo quando se sentou na cadeira grande e tentou relaxar, mas foi impossível fazer. Precisava do emprego desesperadamente. O trabalho de meio período não pagava suas contas, mas este iria. Na verdade foi listado para mais do que ela havia feito no seu último trabalho.
Ele colocou o papel na mesa, não leu, mas ao invés a observou.
— Eu já tenho uma cópia do seu histórico de trabalho. Você teve de enviar por fax juntamente com outras informações que requisitamos para fazer uma verificação de antecedentes. — Ele fez uma pausa. — Você tem o trabalho.
Choque a atingiu.
— Mas você não falou comigo.
— Já sei tudo sobre você que precisamos. Tem as habilidades necessárias para o trabalho, não tem um registro de prisão e não está associada com qualquer um que nos causou problemas. Seus pais foram entrevistados e vocês não foram considerados racistas. — Ele encolheu os ombros. — É simples assim.
— Ótimo. — Ela sorriu, aliviada que foi tão fácil. — Isso é maravilhoso. Realmente preciso deste emprego, Sr. North. Você não vai se arrepender de me dar uma chance.
— Me chame Slade. Nós falamos com seus colegas de trabalho do último emprego. — Ele franziu a testa. — Você não anotou que o seu último empregador a assediou, mas deveria.
Não teríamos considerado isso contra você. Foi imperdoável o seu chefe assediá-la sexualmente, mas isso não vai acontecer aqui. Não quero compartilhar sexo com você. Estou muito bem casado e prefiro morrer a tocar qualquer uma, exceto a minha Trisha. Sem querer te ofender, mas é a verdade.
A boca de Zandy se abriu e olhou espantada para ele.
Ele franziu a testa.
— Eu fui muito brusco? Pensei que poderia ser uma das suas preocupações depois do seu emprego. Seus colegas de trabalho nos disseram o que o seu último chefe tentou e ele te demitiu porque se recusou a compartilhar sexo com ele. Não quero que você se preocupe.
Ela demorou um segundo para se recuperar.
— Você é franco. Eu lhe darei isso, mas obrigado. Estou aliviada de ouvir isso e, sim, após minha última experiência, acho que é uma preocupação.
— Você não tem nada a temer aqui. Meu povo, nossos homens, vão deixar você sozinha. Basta dizer-lhes para parar, que não tem interesse neles se algum se aproximar de ti. Apreciamos honestidade e franqueza. Não há confusão dessa forma. Há também um monte de palavras e frases que seu povo usa que ainda estamos aprendendo. Às vezes isso causa barreiras linguísticas ou mal-entendidos. Basta falar a sua opinião de forma clara e vamos ouvir. Você pode falar comigo imediatamente se surgir qualquer problema e eu vou lidar com isso. Queremos que você seja feliz trabalhando conosco.
— Obrigada.
— Você poderia começar a trabalhar agora?
Ele a surpreendeu novamente.
— Claro. — Ela não planejara mais do que a entrevista de emprego, mas não ia dizer não. Eram apenas oito da manhã. Ela não tinha nada melhor a fazer do que ir para casa e assistir jogos e não se importava de evitar isso.
— Isso seria ótimo.
Ele balançou a cabeça.
— Creek, minha recepcionista, vai chamar por um de nossos homens para acompanhá-la ao prédio C. Será informada de suas funções quando chegar lá. — Slade fez uma pausa. — Por causa de segurança você não está autorizada a deixar o prédio durante o horário de trabalho até o almoço. Um dos nossos homens irá encontrá-la no portão todos os dias quando chegar e acompanhá-la a partir dali e depois de volta ao portão no final do dia. No almoço, um homem vai acompanhá-la ao nosso refeitório. Peço desculpas, mas não podemos tê-la perambulando livre. Temos muitos inimigos e tem que ser assim para fins de segurança.
— Eu entendo. Poderia simplesmente arrumar um sanduíche então não precisarei de um acompanhante na hora do almoço.
Ele sorriu.
— Refeições são gratuitas, Srta Gordon. Servimos comida excelente e você deve aproveitá-la.
— Obrigada.
Ele se levantou e estendeu a mão. Zandy levantou-se para colocar a sua, muito menor, na dele para que pudessem balançá-las. Ele tinha um aperto firme, soltou-a rapidamente e assentiu.
— Aproveite o seu trabalho.
— Obrigada. — Ela pegou a bolsa e saiu do escritório.
Creek sorriu e acenou-lhe para tomar um assento.
— Um funcionário foi chamado para levá-la ao prédio C. Vai gostar de trabalhar aqui.
Zandy gostou da mulher Nova Espécie e sorriu.
— Obrigada. Tenho certeza que vou. Todos que conheci até agora têm sido maravilhosos.
Creek bufou.
— Exceto pelo fato de que você tem que ser revistada cada vez que entrar em nossos portões.
— Colocaram uma mulher para me revistar, mas não foi tão ruim. Foram realmente bons nisso.
— Tentamos. Nos sentimos mal por ter que tocar todos, mas é necessário. Apenas algumas semanas atrás, um homem veio para uma entrevista de trabalho e encontraram uma arma escondida dentro da cueca. Ele era de um grupo de ódio e queria filmar Slade morto.
Zandy ficou chocada.
— Isso é terrível.
— Alguns seres humanos nos odeiam. — Creek encolheu os ombros. — Eles nos culpam por aquilo que somos embora nunca nos foi dada uma escolha. Agora só queremos viver em paz e isso ofende alguns da sua espécie. Tememos contratar seres humanos, sem ofensa para você; mas muitos de nós não têm as habilidades para fazer todas as tarefas necessárias. Aprendi como usar computadores e digitar para me tornar uma recepcionista. Uma humana fez esse trabalho antes de mim, mas ela vendeu alguns documentos aos repórteres por dinheiro. Eventualmente vamos ser capazes de fazer a maioria das tarefas conforme mais de nós aprendem habilidades, embora os humanos em que confiamos manterão seus empregos.
— Foi uma porcaria isso que ela fez.
Creek assentiu.
— Sim. Slade confiou nela. Ela parecia uma avó. É esse o jeito certo de dizê-lo? Eu vi filmes de Natal e ela parecia como a Sra. Papai Noel. Foi triste quando traiu a nossa confiança e realmente feriu os sentimentos de Slade. Ele gostava dela e isso o deixou muito deprimido.
— Eu não o culpo. Não há nada pior do que alguém que você confia te trair. Especialmente por dinheiro.
Uma expressão de interesse despertou nos olhos da mulher.
— Você foi traída por dinheiro?
— Eu fui traída, mas eu nunca tive dinheiro para roubarem e não houve tablóides para vender, essas coisas me fariam mal. Só imagino que isso seria pior.
Creek assentiu.
— Você tem filhos? Gosto deles.
Zandy sacudiu a cabeça.
— Não. Fui casada duas vezes, mas nenhum deles era do tipo paternal. Ou leal. — Ela encolheu os ombros. — Agora eu desisti de todo o plano de ter filhos. Passei dos trinta e desfruto de não ter um homem na minha vida.
— Você teve dois companheiros? — Os olhos de Creek se arregalaram. — Eles morreram?
— Eu me divorciei deles. O primeiro foi um babaca trapaceiro que agarrava qualquer coisa que dissesse sim. O segundo, bem ele foi um vagabundo.
— Ele vivia nas ruas?
Zandy riu.
— Ele provavelmente está agora que não estou por perto para sustentá-lo. Gostava de se sentar no seu traseiro o dia todo sem fazer nada e não conseguia encontrar um emprego para salvar sua vida. Era preguiçoso e eu me fartei disso. Eu me divorciei dele e ele foi morar com uma mulher dois prédios depois. Enquanto eu trabalhava e o sustentava, ele estava dormindo com ela. Sou uma horrível juíza de caráter quando se trata de homens, sei disso agora, e desisti de encontrar outro.
— Eu não culpo você. — Creek estendeu a mão e apertou a dela em apoio. — Nossos homens não são vagabundos. Eu ouvi que alguns dos seus machos não são muito fortes, mas os nossos se mantém em boa forma. Não vai encontrar nenhum fraco aqui. Nossos homens morreriam antes de esperar que uma mulher cuidasse deles como se fossem impotentes. Eles não têm esse traço ruim.
— Você é casada? Tem filhos?
Creek sacudiu a cabeça.
— Eu apenas tenho sexo com homens diferentes. Não tenho planos de acasalamento com um. Nossas fêmeas são incapazes de conceber filhos por isso não há razão para se estabelecer com apenas um macho. Eles são um pouco controladores. Lidamos com isso toda a nossas vidas e não desejamos ser anunciadas do que fazer.
Um sorriso curvou os lábios de Zandy e ela gostou muito da mulher.
— Isso parece sensato. Você não precisa de um homem para completar sua vida. Pelo menos é o que digo a mim mesma cada vez que um cara bonito me paquera. De jeito nenhum, não mesmo. Estou melhor solteira.
A porta do escritório se abriu e um homem alto vestido de preto entrou. Zandy sentiu a cor deixar o rosto quando fitou as feições dele. Ela o encontrara antes. Não conseguia lembrar seu nome, mas lembrava dele do mesmo jeito. Tinha sido algumas semanas atrás, mas nunca esqueceu seu rosto.
Creek sorriu.
— Este é Slash. Slash, esta é Zandy Gordon. Ela vai trabalhar no prédio C. Você é o seu acompanhante para hoje?
Merda, a mente de Zandy gritou. Talvez ele não se lembre de mim. Ficou de pé quando o olhar do homem pousou nela. Os olhos azuis se estreitaram e ele inclinou a cabeça enquanto a estudava atentamente. Um sorriso subitamente curvou sua boca e ela quase estremeceu, sabendo que a reconheceu, com certeza.
Ela podia ver diversão no olhar dele.
— Você é a pequena mulher do bar que foi esmagada pelos homens bêbados, — ele confirmou. — Como você está, pequena fêmea?
— Zandy Gordon, — Creek corrigiu. — Você já a conheceu antes?
Slash sorriu sem rodeios.
— Brevemente. É bom ver que se recuperou completamente. — Ele estendeu a mão.
Ela não teve escolha exceto apertar a mão grande do homem. Sua pele era quente quando agarrou a mão dela com firmeza e deu-lhe um aperto. Ele a soltou, mas permaneceu perto. Ela teve de inclinar a cabeça para trás para olhá-lo.
— Me chamo Zandy. Você é muito alto.
Creek riu.
— Sim. Nossos homens são todos altos, mas assim é a maioria das nossas mulheres. Eu tenho um metro e oitenta e cinco. E você, Slash? Um metro e noventa?
Ele assentiu, ainda sorrindo para Zandy.
— Venha comigo. Irei escoltá-la ao trabalho.
A vontade de deixar o novo emprego e fugir agarrou-a. Pelo menos ele não foi o que ela molestara. Poderia ser pior. Esse pensamento mal a confortou. Ela se virou para Creek.
— Obrigada. Foi bom conhecer e conversar com você.
Creek sorriu.
— Gostaria que pudéssemos nos tornar amigas. Poderíamos almoçar juntas. Posso facilmente encontrá-la na cantina. Gostaria disso?
Zandy sorriu.
— Adoraria. Te vejo na hora do almoço.
Ela seguiu Slash para fora do prédio. Ele não se virou para garantir que ela o seguia até que estavam do lado de fora e ele parou ao lado de um jipe preto. Ele se sentou no banco do motorista e ela subiu no lado do passageiro, olhando-o com cautela quando ele encontrou seu olhar.
— Você está trabalhando aqui agora.
— Sim.
Ele riu e ligou o Jeep.
— Você causou uma forte impressão em Tiger.
— Quem? — Ela sabia, entretanto. Agora ela tinha um nome para o misterioso homem que molestara. Nunca esqueceu os impressionantes olhos felinos azul-dourados.
— Tiger é o macho que deu vida a você.
O coração dela quase parou.
— Me deu vida? — Foi um inferno de um ótimo beijo, mas isso é exagerar um pouco.
— Você não estava respirando quando ele afastou os bêbados do seu corpo, que foi esmagado contra o chão. Ele teve que colocar a boca na sua para forçar ar nos pulmões para você respirar de novo.
Choque a rasgou.
— Eu não estava respirando?
— Não. Tiger ajudou seu coração a bombear e forçou ar nos seus pulmões. Carregou você para fora para esperar a ambulância uma vez que lhe deu vida de volta. — Ele riu. —
Presumi que ele acreditou que precisava de mais ajuda, considerando que colocou a boca em você de novo.
Suas bochechas inflamaram.
— Podemos deixar este assunto? Por favor? Essa não foi minha melhor noite e continuo tentando esquecer todos os detalhes.
— Podemos deixá-lo. Não se preocupe. Tiger me disse para nunca mencionar o que aconteceu entre os dois a ninguém. Mantive minha palavra. Não escrevemos o que aconteceu na parte exterior no nosso relatório ao xerife ou a ONE.
Um relatório? Oh inferno! Só o pensamento a fez sentir-se ainda mais envergonhada. Slash tinha dito que não escreveram o que ela fez, o que significava que ninguém sabia que ela molestara... Tiger. Sim, esse nome se encaixa. Ela afastou essa linha de pensamento. Tinha se referido a ele como seu anjo caído e odiou as muitas noites que as lembranças do que eles fizeram juntos a manteve acordada.
Slash disse que ela tinha deixado uma impressão em Tiger, mas ele deixou uma enorme nela também. Ela mentalmente chutou a si mesma. Cada vez que pensava nessa palavra se lembrava da mão dela cavando na calça do homem e segurando o pênis. Tinha que ser o álcool. Simplesmente tinha que ser. Ele realmente não poderia ter sido tão atraente e bem desenvolvido.
Ela sorriu quando uma brincadeira filtrou através dos seus pensamentos. Como você transforma um homem qualquer em perfeição? Beba um pacote de seis de cerveja. Ela teve bebidas mistas, que eram mais fortes. Tiger não podia realmente ter parecido tão bom quanto se lembrava. Provavelmente não era nem mesmo tão excelente beijador. Tinha que ter sido a bebida.
Slash estacionou na frente de um prédio com um grande C acima das portas. Ela olhou para outros prédios, viu mais letras, e pensou alto,
— Por que os edifícios não estão numerados?
Ele segurou o olhar dela, parecendo sombrio.
— Nós já fomos conhecidos por números em vez de nomes dentro das instalações de teste, e vê-los nos faz lembrar momentos ruins. Optamos por usar letras ao invés de números.
— Sinto muito. — Ela se arrependeu de perguntar e simpatia surgiu.
— Você não sabia. Não há nenhum mal em fazer perguntas e as acolhemos. Nós mesmos perguntamos muito quando não entendemos alguma coisa. Sei que não quis me ofender e espero que nunca façamos qualquer pergunta que te ofenda. Não ia ser a nossa intenção. — Ele saiu do banco do motorista. — Vou retornar para acompanhá-la para o almoço. Precisa de um oficial ao seu lado enquanto estiver na propriedade ONE. Nos desculpamos, mas é necessário. Há câmeras dentro de todos os nossos edifícios e até mesmo fora. Tivemos de implementar esta medida de segurança, e é para sua segurança bem como para nossa. Trabalhar aqui fará de você um alvo aos nossos inimigos. Isso lhe proporciona um ambiente de trabalho seguro.
Ela deslizou do assento já que o Jeep não tinha portas.
— Eu sabia disso sobre as câmeras. Está no pacote de informações que eu tive de ler antes de me inscrever ao trabalho, e sei que preciso ser revistada todos os dias.
Ele parou perto dela.
— Vou te apresentar ao macho com quem trabalhará.
Slash abriu a porta para ela e Zandy entrou em um espaço de escritório grande e aberto cheio de armários de arquivos e duas mesas grandes. Um homem sentado atrás de um computador, olhou para eles e sorriu enquanto se levantava. Se aproximou deles.
— Olá. Sou Richard Vega. Você deve ser Zandy Gordon. — Ele abriu um sorriso a Slash. — Como está indo hoje, Slash?
— Eu estou bem, Richard. Aqui está ela. — Ele franziu a testa e os olhos se estreitaram. — Lembre-se do que lhe foi dito. Você não quer compartilhar sexo com esta.
A boca de Zandy abriu. Girou a cabeça para olhar com os olhos arregalados a Slash, mas ele só virou e saiu. Seu novo colega de trabalho gargalhou.
— Isso saiu errado. Eles apenas me matam de rir.
O homem retornou ao assento, sorriu, e ela ficou boquiaberta.
— Foi-me dito o motivo pelo qual deixou seu último trabalho. Ele quis dizer que eu não tenho que te assediar sexualmente. Eles meio que falam de um jeito que pode ir além de incorreto às vezes. — Richard riu. — Como está. Sinto muito, mas foi engraçado. Você devia ter visto seu rosto. Juro que não sou um lunático. Você vai ter um lugar? Aquela será a sua mesa.
Ela relaxou e se sentou. A cadeira era confortável e deixou cair a bolsa no chão, ainda observando o novo colega de trabalho. Richard Vega estava nos seus trinta e tantos anos, hispânico, com cabelos pretos levemente grisalhos e olhos castanho-claros, sorridentes.
— Novas Espécies, bem, — ele riu, — eles levam algum tempo para se acostumar. São pessoas muito boas. Só espero que você tenha um grande senso de humor, porque vai precisar.
— Isso saiu errado. — Ela sorriu.
Ele riu de novo.
— O último homem saiu porque se mudou para o Arizona para ajudar a filha com os netos. Eu não assediei sexualmente ele caso esteja se perguntando.
Zandy riu.
— É sempre bom saber. Há alguém aqui que não saiba por que deixei meu último trabalho?
— Provavelmente não. Eles estão cuidando de você, acredite ou não. Queriam garantir que isso nunca aconteça com você novamente. Como um funcionário, eles serão protetores de você. Jogue fora o código de normas da política de trabalho normal, se você tiver um. Está em um mundo completamente novo.
— Estou começando a ver isso.
Seu sorriso desvaneceu.
— Minha esposa adoeceu no mês passado com um caso grave da gripe e teve que ser hospitalizada. Temos dois filhos pequenos. A ONE não só enviou flores à minha esposa, mas convidaram meus filhos para vir trabalhar comigo já que eu insistia em trabalhar. Enviaram duas de suas mulheres para brincar com minhas crianças o dia inteiro para mantê-los entretidos. Eles são incríveis e ainda por cima, quando eu levei a minha esposa para casa, eles nos entregaram comida por uma semana. Disseram que era apenas para ajudar minha família. Esse é o tipo de pessoas para quem estará trabalhando e queria que soubesse disso.
— Obrigada por me dizer. Eles parecem ótimos.
Ele subitamente sorriu de novo.
— Sim. Assim quando eles deslizarem com as palavras, simplesmente saiba que não foi intencional. Ria muito. Eu faço.
— Entendo.
— Você está pronta para aprender o que fazer? Espero que tenha um bom senso de humor, porque vai precisar dele com este trabalho. Caso contrário pode ficar bastante chateada.
— Por quê? — Ela não gostou do som disso.
— Nós somos o departamento do correio de entrada. Todas as correspondências de ódio, as correspondências de fãs, tudo isso, vem direto para nós. É o nosso trabalho ler, separar e responder. E tenha em mente que devemos responder agradavelmente sem importar o quê. — Ele se levantou e apontou. — Vê esses armários de arquivos?
Ela estudou as poucas dezenas de armários de arquivo.
— Sim.
— É aí que toda a correspondência de ódio vai, as ameaças de morte, e a merda realmente assustadora.
Zandy deu a ele um olhar horrorizado.
— Há muito deles.
— Você deveria ver o segundo andar. É o depósito. Estes armários são apenas dos últimos cinco meses.
Choque passou por ela.
— Todos aqueles estão cheios de mensagens de ódio?
— E ameaças de morte. Sim. Mantenha o senso de humor, se tiver um. Vai precisar dele. Se algo entra que for realmente específico ou simplesmente lhe dá arrepios, o traga ao meu conhecimento imediatamente. Estes nós entregamos ao FBI. — O olhar dela vagou ao redor da sala grande em todos os armários e fez seu peito doer para ver o tipo de ódio que as pessoas eram capazes. — A parte triste é que esse povo é simplesmente incrível, inferno, melhor do que as pessoas que eu conheci por toda a minha vida. Eles têm de lidar com todo esse ódio a cada dia. A parte boa sobre o trabalho, porém, é que recebemos um monte de cartas de fãs também. Essas são divertidas e agradáveis. Pegue-o se encontrar algo realmente grande. Eu gosto de dá-los para a ONE, assim eles pensam que alguns de nós são pessoas decentes.
Ela olhou para dois sacos de correio perto da porta.
— É o correio de hoje?
Ele riu.
— Com certeza é. Você enfrenta a da esquerda e eu vou enfrentar a da direita. E não se preocupe. Todo o correio é examinado contra venenos e bombas.
Seu ritmo cardíaco acelerou por um segundo. Ela nunca considerou isso e engoliu em seco.
— É sempre bom saber.
Richard riu.
— Bem-vinda ao trabalho da ONE. Eu mencionei que eles te alimentam de graça e servem um ótimo buffet no almoço?
— Isso ajuda. É apenas a gente aqui o dia todo?
— Só você e eu.
Ela hesitou.
— Você se importa se eu tirar os sapatos? Usei salto alto para a minha entrevista, mas não estava esperando trabalhar todo o dia neles. Estes são os que apertam meus pés, mas têm uma ótima aparência.
Ele riu quando de repente levantou o pé para lhe mostrar as meias. Ela chutou os sapatos sob a mesa.
— Você não tem que se vestir tão formal também. Eles gostam de nos olhar casualmente agradáveis. Sem suores ou camisas manchadas, mas você não tem que dar o seu melhor.
—Obrigada. — Ela se moveu ao redor da mesa para o saco à esquerda.
Richard se aproximou e agarrou a parte superior do saco à direita.
— É mais fácil se você simplesmente arrastá-los para o lado da mesa.
Ela agarrou seu saco. Era do tamanho de uma mala grande. Puxou-o pelas cordas até a mesa. Era pesado.
— Nós vamos realmente terminar tudo isso em um dia?
— Sim.
* * * * *
Tiger suspirou, passou os dedos pelos cabelos e franziu a testa para os dois machos.
— Basta. Vocês estão me dando uma dor de cabeça.
Os dois machos olharam para o outro. As roupas estavam rasgadas e pareciam prontos para lutar novamente. Tiger se colocou entre eles e, finalmente, virou a cabeça para arquear uma sobrancelha interrogativa para a fêmea.
— Kit? Quer explicar por que convidou dois machos ao seu quarto para transar com você ao mesmo tempo? Tinha que saber que desafiariam um ao outro.
Ela mordeu o lábio e colocou as mãos nos quadris, uma expressão desafiante no rosto.
— Acreditaria em mim se dissesse que foi um simples erro?
Raiva subiu e Tiger grunhiu.
— Não minta. É inaceitável.
Ela teve honra suficiente para baixar o olhar e lhe dar uma posição submissa para mostrar remorso.
— Eu estava entediada. Pensei que eles poderiam lutar e o vencedor aquecer minha cama por umas poucas horas. Foi emocionante até que você chegou para separá-los. — Ela lançou a Tiger um olhar feio. — Arruinou minha diversão.
Um grunhido retumbou de ambos os machos e suas iras se voltaram para a mulher em vez deles mesmos. Tiger ficou tentado a deixá-la ao seu destino. Dois machos de saco cheio que foram propositadamente atiçados um contra o outro e queriam uma pequena vingança iria servi-la bem. Sabia que eles não a machucariam, os dois machos eram amigos que, geralmente, tinham um bom controle, a menos que fosse direcionado para outro macho. Ele tomou uma rápida decisão.
— Eu vou embora. — Ele girou, invadindo o corredor.
— Espere! — O pânico na voz de Kit foi claro. — Faça-os sair com você.
Tiger parou e lentamente a enfrentou. — Você queria que eles lutassem, queria emoção e agora tem. Você criou este problema, resolva-o por conta própria. — Ele olhou aos machos. — Vão machucá-la?
Ambos sacudiram a cabeça.
Tiger assentiu.
— Bom o suficiente. Tenho coisas para fazer, além disso. Resolva isso!
É por isso que ele evitava fêmeas. Elas lhe causavam dores de cabeça e estavam sempre fazendo o inesperado. Ele deixou o hotel e se dirigiu ao Jeep. A lembrança de certa mulher encheu sua cabeça e ele grunhiu. A humana. Só pensar nela fazia seu pênis contrair, assim ele empurrou as imagens de volta. Fêmeas eram más notícias, mas as humanas eram para ser evitadas a todo custo. Especialmente ruivas bonitas com assombrosos olhos verdes.

4 comentários:

  1. Parece que tiger vai ser pego de jeito kkkkk

    ResponderExcluir
  2. Tiger vai ficar de quatro por esta ruiva com os assombrosos olhos verdes kkkkkkkkk
    Já tô vendo , e nem preciso ser vidente pra saber kkkkkkkk

    ResponderExcluir
  3. Ela vai fazer ele ficar de 4 por ela

    ResponderExcluir