Jessie fechou a porta e segurou a grande sacola de comida para viagem do refeitório da ONE. Ela não comeu durante todo o dia e o cheiro do jantar fez seu estômago gritar.
Acendeu as luzes para estudar a sala de estar, debatendo se comia ou explorava. Seu estômago roncou novamente resolvendo o debate.
O sofá era fofo e confortável quando se sentou, colocando a sacola sobre a mesa à sua frente e a abrindo. O cheiro de costela a fez gemer. Justice devia ter pedido isso por ela, uma vez que não perguntaram a ela o que queria. Pelo menos esperava que ele tivesse feito algo pensando nela. Por tudo que sabia, costela podia ser o especial do dia.
Chegou a passar mais tempo com Tiny e Halfpint novamente. Isso foi ótimo.
Sempre achou seu trabalho gratificante desde que entrou para a força-tarefa, mas reafirmava ainda mais ao ver as mudanças nas duas. Estavam assustadas, feridas, mulheres abusadas que eram apenas conchas quando foram resgatadas. Agora estavam seguras, indivíduos prósperos que encontraram a felicidade.
O refeitório enviou tudo, desde talheres até guardanapos e dois tipos de refrigerantes. Ela comeu — quase engolindo a comida — e saboreou cada mordida. Ignorou a televisão na sala, uma tela de plasma de grandes dimensões que pairava sobre uma lareira, e se espantou de como seus aposentos eram bons. Era uma casa grande, totalmente mobiliada e nova.
Sua atenção finalmente se estabeleceu na sacola que trouxe e sabia que tinha que desempacotar. Queria suas roupas de casa, mas teve que se contentar com as que seu pai comprou numa grande loja de varejo. Ele tentou encontrar lojas sofisticadas, mas Jessie recusou.
Seu pai podia ser pior que suas amigas quando escolhia roupas.
Não podia apenas sentar em silêncio enquanto fazia compras, mas tinha que fazer comentários, especialmente quando não concordava com suas escolhas.
Agarrou a alça da sacola, levantou e caminhou pelo corredor. O primeiro quarto era genérico, agradável. Moveu-se para o segundo. Era um quarto grande, master, e ela sorriu.
— Posso me acostumar com isso — ela murmurou. Levantou as sobrancelhas pela altura da cama king-size. — Provavelmente vou precisar de uma escada para subir nisso. — O quarto tinha um armário de nove gavetas enormes e uma TV de tela plana assentada sobre elas. Era provavelmente uma TV de 40 polegadas. Legal. Ela sorriu. Dois criados mudos completavam o mobiliário. Se afastou, viu um closet abrindo para uma porta escura.
O banheiro era enorme. Espantou-se com a banheira Jacuzzi ocupando um canto inteiro e deixou cair sua sacola. Não resistiu à tentação de entrar, sentar e rir. Quatro pessoas podiam caber na coisa. Tinha jatos e decidiu que tomaria um banho, em vez de um chuveiro.
— Preciso me despir primeiro. — Não queria se mover. Foi um dia muito longo e sua dor de cabeça ameaçava voltar enquanto sentia um ligeiro latejar nas têmporas.
Levantou a mão para tocar suavemente a parte de trás da cabeça, encontrou o curativo lá e suspirou alto. Sua vida mudou porque foi baleada. Seu trabalho com a força-tarefa era história. Tinha Laurann Dohner Justice
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uma nova casa e ainda absolutamente nenhuma ideia do que esperar. O que precisava, percebeu, era, pelo menos, se familiarizar com seu entorno, começando com o resto da casa.
Jessie forçou seu corpo a ficar ereto, decidiu que era hora de explorar a casa e saiu da banheira. Havia uma bela cozinha e sala de jantar aberta perto da sala de estar. Abriu armários e gavetas, e descobriu que tudo, desde talheres a pratos, foram fornecidos. Um suspiro passou pelos lábios abertos quando abriu a geladeira para descobrir que foi abastecida com comida suficiente para alimentar uma família de oito pessoas, por uma semana, pelo menos. O freezer estava lotado com tudo — de sorvete a carne congelada.
*****
Jessie limpou a sujeira do jantar rapidamente e tomou uma das pílulas para dor que seu médico prescreveu. Aquela banheira a chamava. Desempacotou e pegou um short largo e uma camisa de malha antes de retornar ao banheiro. Não demorou muito tempo para encher a grande banheira, se despir e afundar lentamente na excelência quente da jacuzzi borbulhante.
Os jatos contra suas costas eram celestiais e ela levantou os pés, os empurrando mais sobre os dois jatos opostos de onde estava sentada. A dor de cabeça lentamente desapareceu quando a inclinou suavemente na borda, com o corpo relaxado e soltou toda a tensão reprimida.
— Oh, nunca vou sair. — sussurrou em voz alta, seus olhos fechando. — Isto é que é vida.
*****
Justice olhou para o relógio, impaciente para deixar o escritório, mas foi informado que uma situação precisava ser tratada. Esfregou a nuca e pensou em Jessie. Foi deixada em sua casa e teve tempo para se instalar. Queria vê-la mais do que qualquer coisa, inclusive resolver qualquer problema surgindo.
Bateram na porta, ele abriu imediatamente e Fury e Tiger entraram. Os machos pareciam estressados e irritados quando a porta fechou — prova ainda maior de seu mau-humor. Caíram nas cadeiras em frente a ele.
— O que está acontecendo? — Ele olhou para eles.
— O de sempre — Tiger murmurou. — Ameaças de morte acompanhadas com uma intimação para comparecer num tribunal.
Fury rosnou, um som horrível, e pura raiva escureceu seus recursos.
— O pai de Ellie está exigindo que ela compareça perante um juiz para avaliar sua capacidade mental.
Descrença agarrou Justice.
— O quê? Laurann Dohner Justice
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— Ela teve que cancelar a visita dele. Ele está com raiva e acredita que quero que ela se afaste da família.
— Audiência de Capacidade? Isso implica que acreditam que não está com a mente sã, correto? — A raiva cravou Justice. — Será que a está acusando de insanidade por amar você?
— Sim. — As mãos de Fury agarraram a cadeira com força suficiente para fazer a madeira gemer.
— Está carregando nosso filho e é óbvio o suficiente que com seu enjoo matutino ele ia perceber se ficasse conosco por alguns dias. E dizem que ela está sendo abusada por mim. Ela não deve ficar chateada, mas tenho que falar com ela sobre isso. Vai ficar com raiva e isso vai me deixar com raiva.
Tiger lançou um olhar e suas sobrancelhas se levantaram.
— Você? Com raiva? Inacreditável.
Justice sufocou um sorriso pela piada e relaxou.
— Não diga a ela, Fury. Não há necessidade.
— Ela precisa saber. Entregaram uma intimação no portão em seu nome e eu sempre compartilho tudo com ela.
— É sua companheira, vive em Homeland. Isso faz dela Espécie. — Justice se inclinou e cruzou os braços para descansá-los em sua mesa. — As leis não se aplicam a nós. Eles não têm jurisdição e não podem aplicá-la.
Esperança encheu o olhar preocupado de Fury.
— Tem certeza?
— Sim. Não perturbe sua companheira.
— É seu pai. Tenho certeza que pode mencionar isso quando falar com ele ao telefone.
— Está certo. A informe que não há nada que o mundo exterior possa fazer. Não podem entrar em Homeland e é uma tática para causar ansiedade. Vai terminar uma vez que seu pai se acalme. Diga-lhe essas coisas antes de dar a notícia sobre ele ser difícil.
— Queria que o mundo exterior nunca descobrisse sobre Ellie e eu. — Fury suavemente rosnou. — Causa tanto sofrimento. Todo mundo acredita que estou a machucando ou que não deve ficar comigo. Por que não nos deixam em paz?
— Vocês dois pertencem um ao outro. — Tiger encolheu os ombros. — Seu amor um pelo outro é claro e, talvez, estejam com inveja. Além disso, os humanos podem ser realmente estúpidos quando se trata de nós.
Justice severamente concordou.
— Sua companheira e filho estão seguros, Fury. Ninguém pode tirá-los de você ou entrar em nossas portas para levá-la embora. Cuide dela, a ame e esteja lá para ela.
— Sempre. — Fury levantou. — Ainda gostaria que o mundo exterior nunca descobrisse sobre nós. Os vejo provocando sua dor por vezes, e me parte em pedaços por dentro. Quero protegê-la, mas este é o homem que ajudou a dar sua vida. Entendo sua decepção, mas me acusar de machucá-la ou dela ser louca por me amar é frustrante. — Ele olhou para cada homem. — Se cruzar com uma Laurann Dohner Justice
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humana, tente protegê-la melhor do que fiz com minha Ellie. Vou para casa agora. Odeio deixá-la por mais de algumas horas. — Ele saiu do escritório.
— Merda. — Tiger suspirou, afundando na cadeira. — Não invejo a conversa que estão prestes a ter. É por isso que jurei deixar as mulheres do lado de fora. Vêm com famílias intrometidas que parecem causar mais problemas do que essas associações valem. Faz-me parecer ter sorte por não termos pais.
O pensamento de Jessie passou pela cabeça de Justice. Seu pai era o senador que falava em reuniões pelas Espécies e lutou em Washington pelos direitos que tinham.
Preocupação começava a surgir. Teria o pai de Jessie uma reação adversa se soubesse que sua filha permitiu que a tocasse? Quantos problemas poderiam causar se o fizesse? Ele tinha poder real, não era apenas um humano protestando do lado de fora dos portões ou enviando mensagens desagradáveis. Ele caiu em sua cadeira quando se inclinou para trás.
— Temos sorte de ser solteiros.
Justice encontrou o olhar firme de Tiger.
— Será que temos? Acho que Fury discordaria. Sua Ellie vale a pena para ele. Seu amor é verdadeiro.
— É. Você tem razão, mas eu também. — Tiger sorriu. — Vamos fazer um pacto. Não vamos dizer a ninguém, se alguma vez nos apaixonarmos por uma mulher do lado de fora. Entre os humanos que pensam que somos idiotas retorcidas fazendo lavagem cerebral nas mulheres para ficarem conosco e nossa própria espécie nos observando para ver o que acontece quando estamos com os humanos. Vamos ignorá-los e mantê-las no armário.
— O quê?
— É um termo que aprendi com um humano. Isso significa manter em segredo. Não é da conta de ninguém e, portanto, não terão nenhum problema se não concordarem com o relacionamento. O homem disse que fez isso com uma mulher indesejável. — Seu rosto ficou solene. — Riu quando comentei que sua aparência devia ser irrelevante se ela o fazia feliz. Não tinha certeza de como lidar com isso, mas acho que ele se preocupa muito com as aparências. O termo é ainda o mesmo. Significa estar com alguém e ninguém saber.
Justice se levantou.
— Não gosto desse termo. Qualquer pessoa que escondesse alguém por causa de sua aparência não é alguém inteligente o suficiente para aprender.
— Vai para casa? — Tiger olhou para o relógio na parede antes de dar um olhar curioso. — Não está se sentindo bem? Nunca sai tão cedo.
— Estou cansado. Não consegui dormir muito. — Era parcialmente verdade. Não tinha dormido muito, mas queria ver Jessie. — Não fique até muito tarde.
— Claro. — Tiger encolheu os ombros. — Ainda tenho alguma papelada para fazer, mas vou para casa depois. Laurann Dohner Justice
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Justice saiu rapidamente da sala, os pensamentos em Jessie distraindo-o. Queria protegê-la e evitar problemas com seu pai, mas isso significaria não ficar com ela totalmente. Os dentes apertaram de raiva. Podia não ser um problema. Ela poderia apenas querer compartilhar sexo com ele outra vez.
*****
Jessie saltou quando a campainha tocou e percebeu que cochilou. Ela sentou e agarrou o lado da banheira para levantar seu corpo lentamente e agarrar uma toalha. A campainha soou novamente. Jessie amaldiçoou, se secou e colocou o short e a camisa de meia manga. Correu para a porta da frente. A campainha soou pela terceira vez.
— Estou chegando. — gritou. Esperava que quem estivesse lá não partisse. Abriu a porta.
Justice usava um terno azul-marinho com uma gravata cinza claro. Seu cabelo estava puxado atrás num rabo de cavalo, longe de suas belas feições. Seu olhar intenso e escuro desceu lentamente por seu corpo para observar sua pele úmida, sua roupa. Ele hesitou sobre seus seios. Jessie olhou abaixo para ver o que prendia sua atenção — os mamilos estavam duros. Não se secou bem, assim suas roupas se agarravam a ela em alguns lugares. Ela cruzou os braços sobre o peito e tentou não corar.
— Olá, Justice. Estava no banho. Como está? Não esperava que alguém passasse por aqui ou teria posto roupas diferentes. Como tem passado? — Estava balbuciando? Jessie queria se chutar. Justice estava em sua porta e parecia bom o suficiente para atacar. Ela fechou a boca, respirou fundo e forçou um sorriso. — Gostaria de entrar?
Seu olhar baixou ainda mais e puxou um sorriso em seus lábios.
— São calções de pugilista de homem?
Ela olhou abaixo novamente.
— Os roubei de meu irmão mais velho quando nos hospedamos juntos no meu pai. — Ela riu, olhando para seu rosto. — O zíper é costurado e são confortáveis para dormir, meu pai colocou em seu avião com algumas das minhas coisas que trouxe para me dar da próxima vez que nos virmos.
Justice entrou e fechou a porta suavemente atrás dele. Jessie percebeu como era muito mais alto já que estava descalça. Suas botas davam-lhe alguns centímetros de altura. O fazia parecer maior que a vida em sua opinião.
— Vim para recebê-la em Homeland e ver como está indo. — Olhou seu cabelo. — Está com dor?
— Não mais. Tomei um comprimido para dor, não muito tempo atrás.
Ele hesitou.
— Posso ver sua lesão?
— Claro. Não há realmente nada para ver, exceto uma bandagem. — Ela se virou de costas e puxou os cabelos para retirar os grampos.
Os dedos de Justice roçaram os dela, os imobilizando.
— Permita-me. — Sua voz saiu apenas num sussurro. Laurann Dohner Justice
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O coração de Jessie acelerou pela mudança de sua voz rouca. Parecia sexy para ela.
Ela inalou e quase gemeu em voz alta. Ele cheirava tão bem que a fez querer virar e enterrar o nariz na sua camisa. Fosse qual fosse a colônia que usava era dinheiro bem gasto. Lembrou vividamente da noite anterior, quando estavam nus e se tocando. Uma imagem dele afundando seu pau passou pela sua memória e calor se propagou entre suas coxas. Começou a doer.
Pare com isso, ela se ordenou. Ele veio me verificar e me acolher em Homeland. Se não começasse a se controlar, tinha medo de girar quando ele terminasse de olhar sua cabeça, rasgar suas roupas e passar a língua sobre quaisquer partes interessantes do corpo com que se deparasse. Com Justice isso significava cada maldito centímetro de sua pele.
Justice puxou um grampo de seus cabelos. Seu corpo respondeu ao toque macio quando ele libertou seu cabelo e usou os dedos através deles. Jessie cerrou os dentes, lutando para conter um gemido.
— Não é tão ruim. Apenas uma ferida de carne. Alguns pontos, mas não posso tirar a bandagem por dois dias. Preciso mantê-la seca.
— Tiveram que cortar um pouco do seu lindo cabelo. — ele rosnou.
Jessie virou a cabeça para olhar para ele, se perguntando por que de repente parecia irritado.
Seu olhar era um que viu antes, o que tinha quando ela se empalou em seu pênis. Respirou fundo quando as mãos de repente agarraram seus quadris por trás e lentamente a puxaram contra seu grande corpo.
— Estava preocupado com você. Pensei que ia morrer. — Ele puxou uma respiração. — Tinha certeza que nunca conseguiria tocar em você de novo. — Ele respirou profundamente, enquanto um ronronar vibrava seu peito. — Quase fiquei louco, Jessie. Deixe-me ficar com você. Deve-me uma noite na cama.
Não havia nada que a fizesse negar a qualquer um deles mais tempo juntos, especialmente quando seu corpo doía por ele. Ele ronronou novamente quando a virou de frente para ele.
Braços fortes a levantaram até que seus pés deixaram o chão e ela colocou as pernas em volta de sua cintura. Um de seus braços enganchou em sua bunda para apoiá-la enquanto a boca encontrava a dela.
Jessie gemeu contra a língua, que mergulhou dentro de sua boca, e envolveu seus braços em volta do pescoço dele. Pegou o laço no cabelo dele e o puxou até o cabelo derramar pelas costas. A textura sedosa era algo que não conseguia ter o suficiente, assim como seu beijo apaixonado. Ela apertou os quadris contra a excitação dura aninhada contra o V de seu short. Justice rosnou contra sua boca. Interrompeu o beijo e afastou o rosto para trás enquanto seu olhar viajava atrás dela.
Justice atravessou sua sala de estar na direção do corredor e sabia onde ele a levaria. A boca aberta de Jessie roçou seu pescoço, deixando beijos sobre a pele quente que encontrava. Ela riu quando mordiscou sua pele levemente e lambeu a orelha quando ele tropeçou.
— Acha isso engraçado? — Ele riu. — Me distrai muito quando usa os dentes e língua. Laurann Dohner Justice
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Ele entrou no quarto principal e a colocou na cama alta. Ela odiava o deixar ir, mas sabia que era a única maneira de se despir. Seus braços e pernas o soltaram com pesar, amando estar envolta em torno dele um pouco demais. Viu quando se afastou, pegou a gravata e a afrouxou até que a puxou sobre a cabeça. O paletó bateu no chão ao lado e ele se recostou no colchão, usando seus cotovelos para segurá-la. Desabotoou a camisa em tempo recorde, a puxou e jogou no chão.
Os sapatos foram expulsos de forma rápida e ela sorriu, percebendo que ele não estava usando meias de novo.
— O que é divertido para você? — Suas mãos pararam na cintura da calça.
— Nunca usa meias, não é?
— Nunca. Não possuo um único par. — Ele arrancou a calça. — Por que sou o único a me despir?
— Porque amo ver você tirando a roupa. Vai amassar seu terno e parece caro. Quer um cabide?
Justice empurrou a calça e boxer abaixo por seu corpo. Saiu deles ficando nu ao lado da cama.
— Não me importo com o terno. Só quero você, Jessie.
Jessie se ergueu e puxou a camisa sobre a cabeça. A jogou fora antes de cair de costas. Agarrou a cintura de seus calções, ergueu os quadris e os deslizou abaixo o suficiente para chutá-los.
— Vai rasgar meu edredom? — Ela riu, apreciando cada centímetro nu de Justice enquanto ele estava em cima dela. Ela fugiu para o centro da cama, sem tirar os olhos de cima dele. Seu olhar vagou pelos ombros largos, braços musculosos e os mamilos duros. Seu foco desceu para saborear a visão de seu estado totalmente excitado.
— Isso tudo é para mim?
Justice rosnou em resposta quando pulou para frente da cama e a arrastou em suas mãos e joelhos, parecendo carnal e faminto. Ele parou, apoiou seu peso e agarrou ambos os tornozelos para abrir as pernas dela. Os soltou e subiu mais alto sobre ela até que estavam peito a peito. Seu grande corpo prendia o dela na cama e o olhar exótico se estreitou quando olhou profundamente em seus olhos.
— Nunca morra, Jessie. Nunca. — Sua mão roçou seu rosto numa carícia suave. — Não posso esperar. Tenho que ter você. Preciso estar dentro de você. — Um pouco atordoada pela emoção crua que viu em seus olhos e ouviu em sua voz, ela concordou. Nenhum homem jamais a quis ou precisou dela tão fortemente antes. Justice baixou a boca, roçou os lábios nos dela, e ela abriu a boca para o beijo. Ronronou profundamente com o peito vibrando intensamente e não havia nenhuma ternura ou brincadeira no beijo. Justice vinha por ela como um homem faminto e fosse sua última refeição.
Jessie gemeu quando cravou os dedos em seus ombros. Seu beijo a deixou tão quente que ardeu com o desejo, pressionou mais contra ele e arqueou os quadris contra a pressão dura e quente de seu pau preso entre a cama e sua coxa. Justice se moveu e levou a mão entre seus corpos. Jessie arrancou sua boca da dele para gritar quando o dedo golpeou sua boceta sem aviso.
Parecia tão incrível que não podia recuperar o fôlego quando ele quase saiu completamente de seu corpo acolhedor e então empurrou mais profundo, a estirando com um dedo grosso. Ele se moveu mais rápido, a fodendo duro e rápido e rosnou para ela. Laurann Dohner Justice
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— Está tão quente e molhada para mim. Malditamente apertada. — Rosnou de novo. Um som realmente assustador e arrancou o dedo de sua boceta. Seu corpo ficou tenso e se empurrou da cama, rolando para longe dela. — Droga! — Ele gritou as últimas palavras quando sentou na beira da cama, de costas para ela.
Jessie ficou ali atordoada, se perguntando por que parou e o que estava errado. Levou alguns segundos para se mover, sentar e olhar de boca aberta para ele. Percebeu então que tinha arranhado suas costas. — marcas vermelhas de sangue marcavam as pontas de suas unhas e sua boca se abriu.
— Sinto muito. Não tive intenção de tirar sangue.
A cabeça de Justice se virou em sua direção para olhá-la por cima do ombro. O olhar em seu rosto era assustador. Parecia completamente enfurecido e ela se esqueceu de respirar. Virou-se para ela, suas mãos fechadas em punhos e rosnou novamente.
— Justice? — Sua voz saiu apenas um sussurro. — Sinto muito. Não tive intenção de te machucar.
Ele se encolheu e seu queixo levantou até que seu rosto estava virado para o teto e não encontrava mais seu olhar. Soprou forte e rápido, ofegante.
— Sou o único que sente, Jessie. Podia ter te machucado. — Sua respiração desacelerou. — Não percebeu, mas quase perdi o controle.
— Como? — Ela estava perplexa. — Justice?
Justice se recusou a olhar para Jessie, com medo de ver o medo em seus olhos expressivos novamente.
Isso foi o que viu quando rosnou para ela. Seus olhos fecharam, enquanto tentava acalmar seu batimento cardíaco irregular e corpo em fúria. Seu pênis latejava, dolorido, e os punhos mais apertados até suas unhas entrarem em suas palmas.
Perdeu toda sua reserva quando ela se envolveu em torno dele enquanto se beijavam. Ela não era uma fêmea Espécie, mas se esqueceu desse fato importante, até sentir o incrível aperto de seus músculos em torno de seu dedo. Não era resistente o suficiente para lidar com um macho em plena luxúria e assim era exatamente como foi para ela. A queria virar, erguer seu traseiro e fodê-la até o esquecimento.
Apenas notar o quão doloroso seria para ela o fazia tremer de medo. Teria hematomas no quadril esquerdo, a segurando imóvel para mantê-la onde queria, poderia tê-la feito sangrar por sua entrada áspera quando começasse a transar com ela e não seria capaz de parar uma vez que começasse. As lembranças de como era boa o asseguravam disso.
— Justice?
Sua voz tímida e insegura o rasgou e abriu os olhos, olhou para o teto do quarto e soube que devia sair. Devia uma explicação, no mínimo. Baixou a cabeça e encontrou o olhar preocupado.
— Eu sinto muito. Te arranhei. Suas costas estão sangrando.
— Não é isso. Laurann Dohner Justice
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Sua voz saiu muito rude, com uma ponta dura que desejava poder remover, mas suas emoções estavam muito perto da superfície. Era esse outro lado dele que tentava manter preso, mas estava prestes a ficar descontrolado por trás da fachada que mostrava ao mundo, fora das paredes da Reserva e Homeland. Era um macho Espécie naquele momento, um com sentimentos por uma mulher que sabia que não podia ter e o rasgava por dentro.
Estava encolhida no meio da cama, parecendo menor que o normal, pálida, com o cabelo vermelho brilhante se derramando pelo peito, escondendo os seios. Parecia uma ninfa — tão inocente, a própria imagem de uma mulher que nunca deveria estar à sua mercê num quarto.
— O que há de errado? Por que parou? Ainda estou no prazo da injeção. Não estou tomando nada que a altere. Assegurei-me de perguntar no hospital antes de me liberarem.
Ela se lembrava que ele se preocupava com gravidez e isso o fez se odiar um pouco mais. Jessie levava tudo em consideração, se lembrava das pequenas coisas sobre ele que causavam preocupação, mas ele não conseguia lembrar seus hormônios em fúria de jogar limpo com seu delicado corpo quando a tinha presa sob ele.
Não seria capaz de detê-lo e não teria nenhuma chance de lutar quando a dor começasse. Isso o colocava ainda mais acima em sua escala de bastardo.
— A verdade é que quase a machuquei, Jessie. Queria tanto você, tão fortemente, mas felizmente me controlei o suficiente para liberá-la antes que fosse tarde demais. — Ele a encarou, sabendo que seu pau ainda estava duro pela necessidade. Ela notou quando seu olhar caiu lá antes que encontrasse seus olhos novamente. O medo não aparecia em seus traços ao ver o quanto ela o afetava, mas Jessie Dupree era uma mulher corajosa. Entre seu trabalho e o modo como lidou com o ataque do macho Espécie, admirava sua coragem. Outra mulher correria gritando para longe dele agora, mas se mantinha imóvel.
— Desejo não é uma coisa ruim e estou totalmente a bordo dele. — Ela soltou os braços de suas pernas e se inclinou para frente, com as mãos espalmadas na cama e expondo seus lindos seios arredondados para ele. — Aprecia a franqueza, assim é exatamente o que vou fazer. Inspire e saiba o quanto o quero, sinta como estou molhada se não for suficiente para convencê-lo. Use esse seu olfato apurado, se seu senso de toque não o convencer.
— Vim para você sem levar em conta sua fragilidade.
Para sua surpresa, ela sorriu e seus olhos azuis brilhavam com humor.
— Fui descrita de muitas formas na minha vida, mas esse termo não é usado com frequência. Pelo menos não mais que uma vez, porque costumo derrubar caras que dizem essa porcaria. Vou abrir uma exceção para você, porque é tão bonito quanto pode ser, e é diferente dos outros homens. Não acho que poderia derrubá-lo numa rodada de sparring, não com seus reflexos e força. Não vai me machucar na cama, contudo.
— Esqueci que era humana — admitiu.
— Existe diferença?
— Sim. — Ele fechou a boca, não querendo falar mais sobre o assunto. Laurann Dohner Justice
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— Sou menor que suas mulheres, não tão forte ou tão cheia. Isso não significa que sou menos dura, entretanto. Posso prometer isso.
Seu corpo queria acreditar nela, mas sua mente estava no comando.
— Eu poderia machucá-la de forma grave. Precisa entender isso.
— Tudo bem. Entendo, mas parou tudo por que pensou que ia me machucar. — Ela baixou o queixo um pouco e seus olhos azuis o localizaram quando rastejou um pouco mais. Ele não pôde evitar, apenas reagir à imagem incrivelmente sexy dela sobre suas mãos e joelhos, vindo para ele. Seu coração acelerou, o pau estremeceu em resposta à necessidade de tomá-la e resistiu ao desejo de jogá-la de costas e transar com ela.
— Vamos trabalhar nisso, vá com calma, para que não fique com medo. — Seu sorriso se alargou. — Fizemos isso uma vez e quero fazer novamente.
— Jessie. — ele rosnou em advertência. — Pare. Eu te toco e será difícil manter o controle dos meus impulsos.
— Seus impulsos pareciam muito fantásticos, até que parou. — Ela parou e sentou, abriu as pernas e as mãos agarraram suas coxas.
Sua respiração se tornou um arquejo, baixou o olhar e um ronronar rasgou sua garganta.
Ele se alarmou que não pudesse parar de fazer isso com ela, o embaraçava um pouco, mas o cheiro de sua necessidade o deixava louco. Queria empurrá-la de costas, enterrar o rosto entre suas coxas bonitas e saboreá-la.
— Você me quer — ela sussurrou. — Eu quero você. Qual o problema?
— Você não tem ideia. — Ele tremeu novamente e sabia que devia sair. Seu corpo não respondia à demanda para ir embora e seu olhar se recusava a ceder da visão da tentadora faixa mais pálida de cabelo vermelho, mal disfarçada, onde queria colocar a boca. — Sou perigoso.
— Sou uma viciada em adrenalina e é extremamente sexy, Justice. Nós dois somos adultos e estamos nus no meu quarto. Precisa de mais incentivo?
Ele quase perdeu a cabeça quando a mão dela soltou sua coxa, deslizou mais perto de seu corpo e o dedo deslizou sobre a fenda de sua vagina. Ela o puxou para longe, brilhando com seu mel e ele perdeu a capacidade de pensar. Laurann Dohner Justice
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Ocupada demais lendo pra escrever.
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