sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Capítulo 08


Capítulo 8 
A pancada nunca veio. Trisha viu algo grande e rápido bater no homem que avançava quando este estava a poucos centímetros do seu corpo. Virou a cabeça para olhar de boca aberta para Slade, agora em cima do homem meio nu. Os dois rolaram e se separaram com um salto.
— Slade. — soluçou Trisha.
— Estou meio ocupado, Doutora. — Ele não olhou para ela. — Está bem? Ele a estuprou? — Rosnou as palavras, obviamente irado.
— Estava prestes a estuprar. — Lágrimas caíam livremente pelas bochechas de Trisha e um soluço se prendeu em sua garganta. Slade tinha vindo atrás dela.
— Porra de animal. — disparou Bill. Ele levantou a cueca e a calça, que estavam nos tornozelos, em um só movimento.
— Está me chamando de animal? — Rosnou Slade. — Isso tem muita valia vindo de um estuprador bandido que bate em mulheres. Quer me chamar de cruzamento entre homem e besta também, idiota, já que parece me chamar dos nomes que melhor se aplicam a você?
Bill tirou uma pequena faca de sua bota esquerda e a balançou entre seu corpo e Slade.
— Então você veio atrás da garotinha, não foi? Ela é a sua dona ou algo assim, Fido2?
2 Fido foi um cachorro italiano de rua que ganhou atenção pública em 1943 por causa de sua inabalável lealdade pelo o seu dono, já falecido.
— Acho que isso o torna realmente um bastardo doente se acha que ela é uma garotinha.
— Eu vou cortar a sua cabeça fora e pendurá-la em cima da minha lareira — provocou Bill. — Venha, Fido. Vou estripá-lo um pouco primeiro e se tiver sorte vou fazê-lo assistir enquanto a fodo para que veja como os humanos fazem.
Slade riu.
— Como se você soubesse como ser humano? E isso não é foder, cabeça cheia de merda. Isso se chama estupro. O único que precisa de uma lição é você. E sem querer mudar o assunto, mas a Doutora está certa. Da última vez que vi algo desse tamanho eu tinha uns oito anos e olhei para baixo. Você é altamente patético. Não é de se admirar que tenha que amarrar as mulheres em árvores e forçá-las. Uma mulher desamarrada iria morrer de rir quando mostrasse esse anãozinho. Parou de crescer aos oito? Eu com certeza não. Sou maior do que isso flácido e na água gelada.
— Ao menos posso ter filhos — gritou Bill. — Você não tem munição, animal. Nós rimos disso o tempo todo. Tudo o que temos que fazer é esperar até que todos vocês morram.
— Acha mesmo? — Os olhos de Slade estreitaram. — Podemos não ser capazes de gerar filhos, mas sabemos como tratar uma mulher.
Ele lutou contra a raiva dentro dele. O humano tocou em Trisha, tirado sua roupa, expondo seu corpo, e o cheiro do sangue dela pairava no ar. Ele se recusou a olhá-la, sabendo que ficaria louco se realmente visse algum dano de fato nela. Precisava esfriar a cabeça. Queria que o bastardo sofresse. Simplesmente rasgaria o filho da puta em dois se não se acalmasse. Ele morreria rápido demais. Bill balançou a faca outra vez. Laurann Dohnner Slade
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— Estamos esperando que a sua expectativa de vida seja a de um patético cão. É isso que é, não é, animal? Não tem os olhos de gatinho que eu vi na televisão do bichinho que colocaram na frente das câmeras.
— É — rugiu Slade. — Eu sou canino. — Mostrou os dentes afiados. — E vou viver mais do que você.
— Nenhum de vocês vai viver por muito tempo. — Bill recuou um pouco e trocou a faca de mão, mexendo os dedos, indicando que Slade se aproximasse. — Nós vamos caçar cada um de vocês. Vão se transformar em um esporte. Teríamos que soltar uma bomba em cima de vocês se pudessem procriar antes que conseguissem gerar ninhadas de filhotes. — Seu olhar foi para Trisha por um instante e então ele sorriu. — Acha que ela quer você? Acha que mulheres humanas iriam querer alguém estéril, esfregando-se no cio nelas?
— Ao menos eu tenho o equipamento para dar prazer a uma mulher — rugiu Slade para ele. — Pode ter a habilidade de gerar filhos, mas tudo o que passa adiante é a sua ignorância e o pau pequeno.
— Eu vou te deixar sangrando no chão para me ver fodê-la e lhe mostrar como uma mulher gosta de foder um homem de verdade. Vou ter algo que só vai poder sonhar a respeito.
A raiva de Slade fervia, mas ele a controlou com firmeza. A vontade de fazê-lo sofrer diminuiu rapidamente, mais em favor de simplesmente matá-lo. Mostrou os dentes de novo, querendo que o humano viesse até ele. Daria-lhe a vantagem que precisava.
— Ela já é minha. Ela sabe o que é ter um homem de verdade dentro dela e quis que a fodesse. — Sorriu friamente. — Eu não tive que amarrá-la e ela não me chamou de patético. Ela me pertence.
Um gritou enfurecido saiu de Bill e ele se arremessou com a faca. Slade desviou do golpe da lâmina afiada. Jogou o braço e Bill gritou. Um pop alto soou. A faca caiu e Bill gritou de novo, pulando para longe.
Slade tinha atingido o braço de Bill que empunhava a fraca forte o bastante para quebrá-lo. Ele sorriu, mostrando os dentes afiados, e então fechou a distância. Agarrou a camisa de Bill, esmurrando-o no nariz. O humano gritou quando sangue jorrou de seu rosto enquanto olhava apavorado para Slade.
— Isso foi por bater na minha mulher. — urrou. — Vai sofrer e sentir dor antes de terminar com você. Nunca deveria ter se encostado nela. Vai conhecer cada segundo da dor dela. — Rosnou. — E então vai morrer.
— Não. — ofegou Bill, seu terror se mostrando nos olhos arregalados e no rosto ensanguentado.
Trisha assistiu em choque quando os homens rolaram em combate. O medo a envolveu de que Slade pudesse ser ferido, mas em segundos percebeu que ele tinha velocidade e força contra o seu oponente. Facilmente tomou o controle da luta.
Slade segurava a camisa de Bill enquanto levantou a perna e chutou o joelho direito do imbecil. O som horrível realmente pareceu alto quando a perna quebrou. A visão foi perturbadora quando o osso rompeu a pele, sangue jorrou, e Slade empurrou Bill no chão quando ele tropeçou de lado pelo fato da perna ceder sob o seu peso. Bill soluçava. Trisha estava impressionada. Slade Laurann Dohnner Slade
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se agachou, descansando nos joelhos enquanto olhava a Bill com ódio. Sangue saía do nariz e da perna de Bill. O osso se projetava bem acima do joelho onde tinha irrompido até sua calça jeans. Slade continuou a observá-lo por um bom minuto.
— A dor e o terror que está sentindo agora foi o que fez minha mulher sentir. Ia machucá-la e estuprá-la. Então iria matá-la quando estivesse farto de usar o seu corpo. — Slade pausou. — Eu posso ser um animal, mas sou mais misericordioso do que você. Poderia deixá-lo aqui para que morresse lentamente. — Ficou de pé, virando as costas para o homem. Caminhou até a faca no chão, abaixou-se e a pegou. Parecia testar o peso dela. — Bill? Vá para o inferno — urrou Slade. — Nunca deveria ter tocado o que é meu.
Slade se virou e em um movimento fluido atirou a faca. Ela parou no peito de Bill. Choque e horror encheram o rosto horrível do homem quando ele abaixou a vista e viu sua própria arma enterrada fundo em seu corpo. Caiu para trás e não voltou a se mexer.
Trisha olhou o homem sem vida de boca aberta. Tinha certeza de que estava morto. Tinha gemido de dor pelos ferimentos que tinha até Slade enterrar a faca até o punho nele. Era preciso muita força e habilidade para arremessar uma arma daquelas e atingir o alvo.
Slade moveu em sua direção. Ela tirou o olhar do corpo e encontrou os olhos azuis escuros dele. Eram tudo o que podia ver enquanto se aproximava dela.
— Não me olhe assim. — ordenou Slade baixinho. Ele parou na sua frente e pegou um de seus pulsos. Rasgou a bandana. Um som de dor saiu rasgado dela quando o braço desceu porque realmente doeu. Experimentou aquela dor de milhares de agulhas e tachas fincadas na pele e na carne em seu braço e ombro quase que instantaneamente. Slade soltou o outro braço. Assim que a soltou, pegou-a nos braços.
—Está tremendo. Vamos, Doutora. Está a salvo. Estou com você e tudo está bem agora.
Slade foi até o saco de dormir e se abaixou com ela até que acabasse sentada em seu colo. Ele olhou para sua boca e tirou o braço de baixo dos seus joelhos.
Dedos gentis roçaram seu lábio. Ela estremeceu da dor. O olhar de Slade se estreitou.
— Maldição. Ele bateu com força o bastante para rachar seu lábio. Abra a boca para mim, Doutora. Vamos nos certificar que não tenha sofrido algo permanente.
Trisha abriu a boca e Slade tocou seus dentes. Seus olhos pareceram escurecer quando ele tirou o dedo e roçou a ponta na parte machucada de sua bochecha onde tinha levado a tapa.
— Tudo no lugar, mas vai ficar com um belo hematoma. — Seu olhar estudava sua mandíbula e bochecha.
— Vamos agradecer por ele não ter batido uns centímetros mais acima, senão ficaria com um olho preto de presente.
Seu choque passou e ela começou a pensar de novo.
— Temos que ir embora. Tem mais homens com ele e eles vão voltar.
Ele sacudiu a cabeça.
— Não. Não tem.
— Tem sim. Um deles está ferido e dois foram atrás dele e de você. Se o cara perdido aparecer eles podem chegar a qualquer momento. Temos que ir antes deles voltarem. Eles têm armas, Slade. Eles... Laurann Dohnner Slade
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— Estão todos mortos. — Slade segurou o seu rosto com as duas mãos. — Eu os matei. Havia três e eles me bloquearam e chegaram em você antes de mim. Eu os ouvi dizer que a levariam para o acampamento. Você fez muito bem, doutora. Atrasou-os e me deu tempo de chegar aqui antes. Achei o primeiro dentro da barraca. Matei–o e carreguei o seu corpo para impedir que os outros o encontrassem.
— Mas... — Slade gentilmente pôs um dedo em seus lábios e ela fechou a boca.
— Eu sei que não iam machucá-la contanto que achassem que ele estava ferido e precisando da sua ajuda. Escondi o corpo, esperando que pensassem que ele tinha saído para mijar e se perdido. Segui o mais novo e o apaguei. Tive que rastrear o boca grande por horas. Ele era mais esperto e mais difícil de pegar. Então voltei aqui a tempo de ouvir o seu grito.
— Estão mesmo mortos? — Ela ficou em choque por Slade tê-los matado.
— Sim. Os homens com quem estavam mataram Bart e iam matar você. Teriam feito o mesmo comigo também. Confie em mim. Tentaram me matar quando os encontrei. Nunca teria deixado você sozinha se não achasse que estava segura. Sinto muito mesmo. Juro que nunca achei que fosse se machucar. Quando eu fui embora ele estava lhe dando de comer e de beber. Vi sinceridade em seus olhos.
— Eu também não esperava que ele me atacasse.
Slade pegou em seu rosto e estudou Trisha.
— Eu sinto muito mesmo, doçura. Você me perdoa?
Ela assentiu, ainda chocada por ele realmente ter matado aqueles homens para salvá-la.
Ele pegou seus pulsos e os olhou, franzindo o cenho.
— Vai ficar com um monte de hematomas. Está ferida em mais algum lugar? — Seu olhar encontrou o dela. — Me diga. Aquele bastardo a machucou mais?
— Não.
— Trisha. Diga-me. Ele fez algo com você além dos pulsos e do rosto? Ele a atacou sexualmente de alguma forma antes de eu chegar? Eu cheguei a tempo ou ele também a molestou antes?
Lágrimas a cegavam.
— Você chegou na hora.
— Então, por que as lágrimas? — Ele passou o polegar em algumas delas, olhando-as como se fossem algo totalmente estranho.
Trisha riu, parte de histeria e parte pela cara cômica que ele tinha.
— Você nunca chora, não é? — Fungou, sem rir mais. — Eu estava apavorada. Estou chorando por causa do que ele planejava fazer comigo.
— Não. Eu não choro.
Trisha não ficou surpresa com aquela confissão.
— Bem, eu sim. Merda. Estou nua. Vê em que estado estou no momento? Esqueci que não estou usando roupas. — Ela agarrou a camisa de trás do pescoço e a puxou para cobrir-se até o colo. Olhou em volta e achou o resto das suas coisas antes de olhar outra vez para Slade. — Eu vou me vestir. Laurann Dohnner Slade
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— Não se mexa. Ainda está tremendo. — Ele colocou os braços em volta dela. — Relaxe, Doutora. Eles estão mortos e você a salvo. Não tem mais ninguém por milhas. Certifiquei-me disso.
Ela virou e relaxou contra Slade, colocando os braços em volta da sua cintura e simplesmente colando-se a ele. Lutou contra a vontade de chorar quando os braços dele a envolveram. Sabia que estaria passando por um inferno se não fosse por Slade abraçando-a. Ele fazia com que se sentisse melhor.
— A propósito, nunca mais faça aquilo. — Suspirou Slade.
— O quê? — Trisha levantou a cabeça, olhando aquela expressão intensa dele.
— Provocar um homem para que a machuque. — Slade sacudiu a cabeça um pouco. — E se eu tivesse chegado depois? Não chegaria em você antes que ele a matasse. Teria vindo resgatar o seu corpo da carcaça ensanguentada dele, doutora. Da próxima vez faça o possível para ficar viva. Pode sobreviver a qualquer coisa, contanto que continue respirando.
— Ele ia fazer coisas horrendas comigo. Eu prefiro morrer do que passar por aquilo.
Slade rosnou para Trisha, mostrando sua raiva.
— Não. Você sobrevive do jeito que puder, mas se prende à vida. Seria um inferno para você e iria doer muito, mas contanto que respire, ainda tem vida pela qual lutar.
— Você não entende. Aquele imbecil não o amarrou a uma árvore e não lhe disse que ia estuprar você de formas que o faria gritar de pavor.
Slade respirava com mais dificuldade agora, com raiva e olhou com toda essa raiva para Trisha. Apertou os seus braços, virando-a para que o encarasse.
— Eu sofri várias coisas horríveis, Doutora. Não tem ideia do tipo de dor e de agonia que passei durante a minha vida. Eu os vi matarem meus amigos e eles eram tudo o que tinha. Sofri dores que deixaria a maioria dos homens insanos, mas ainda estou aqui. Eu luto. Eu esperei na esperança que um dia eu pudesse ter um dia como o de hoje. Eu sou livre. Toda a dor e a agonia, todo o inferno, toda a indignidade e humilhação está no meu passado agora. Estou aqui sentado com você no meu colo e eu agradeço, Doutora. Entende? Você sobrevive do jeito que puder, mas não desiste. Nunca provoque um homem para que a mate outra vez. — Ele respirou com força e suas belas feições suavizaram. — Por favor. Não posso salvar um cadáver.
Trisha assentiu sua compreensão, sem mais raiva. Ele tinha sofrido e ela não tinha ideia da profundidade daquela angústia. Passou ano após ano sendo uma cobaia de laboratório.
Tinha visto várias pessoas com quem se importava serem torturadas até a morte. Só um dia de terror e pesadelo pelo qual teve que passar realmente empalidecia em comparação a toda a vida de Slade.
— Eu prometo.
A tensão no corpo dele aliviou.
— Ótimo. Vamos comer a comida deles, levar os mantimentos, e dar o fora daqui antes que alguém apareça para ver como estão. Tenho certeza que há equipes da minha gente na área procurando por nós.
— Mas aqueles homens têm grupos de caça por aí procurando por você, Slade. Estavam falando de uma recompensa de cinquenta mil dólares. Laurann Dohnner Slade
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Slade soltou um palavrão.
— Para me capturar ou matar?
— Não sei, mas tenho certeza que não importa contando que o matem. Eles só disseram que era cinquenta mil. Mencionaram alguém chamado Thomas que não ia pagar nada a eles se algo acontecesse com o filho. Ele era o primeiro que você matou dentro da barraca.
Ela lhe deu um sorriso.
— Acho que Thomas não vai ficar feliz quando descobrir que o filho está morto.
— Azar o dele. — Slade encolheu os ombros. — Ele está definitivamente morto e eu espero que nenhum deles receba esse maldito dinheiro. Ouviu mais alguma coisa?
— Bill, o cara aí, usou um walkie-talkie para falar com o acampamento-base. Acho que eles ergueram alguns por aqui. Tem mais times aqui caçando você, mas acho que estamos a algumas milhas deles. Bill ficou de retornar a comunicação assim que amanhecesse.
Ele sorriu.
— Coisa que não vai fazer. Eles sabiam que eu era médica quando me encontraram.
— Suas coisas estavam no local do acidente. Provavelmente foi fácil descobrir quem você era e eles podem se comunicar e compartilhar informações. Tenho certeza que há uma busca por nós. Justice já deve ter divulgado as nossas fotos para ajudar a nos encontrar.
— Ah. Desculpa. Achei que pudesse ser importante.
— Bem, você é boa em detalhes. — Slade piscou para ela. — Com fome? Eu sim.
Ela assentiu.
— Tenho que fazer xixi primeiro.
— Encontre um lugar com privacidade enquanto eu procuro roupas limpas. Eles têm água. Estou vendo as garrafas daqui. Leve uma com você e se lave, Doutora. Vou cuidar do corpo e começar a juntar os mantimentos.
— Obrigada. — Trisha de repente segurou o rosto dele e se aproximou. — Você salvou a minha vida, Slade. Só… obrigada.
Um sorriso preguiçoso curvou os lábios dele.
— Já que eu salvei a sua vida isso significa que eu vou ter sorte hoje à noite?
Trisha riu. Não conseguiu evitar. Foi a expressão divertida no rosto dele.
— Não acredito que disse isso.
Ombros robustos se encolheram.
— Eu sempre a desejo, Doutora.
Ela saiu do seu colo e ficou de pé. Slade também se levantou. Seu corpo tremia pelo estresse e pelos músculos cansados, mas ignorou. Estava mais preocupada com o fato de que estava nua da cintura para baixo. Sabia que Slade não podia evitar notar isso quando se afastou dele. Pegou uma garrafa de água.
— Provocadora. — rosnou Slade quando ela se abaixou e pegou uma das garrafas para que se banhasse. Ela se endireitou e o olhou por cima do ombro. — Não devia estar procurando roupas limpas para mim ao invés de ficar vendo eu me abaixar?
— Estou fazendo os dois. — Ele foi até a barraca. — Quer se abaixar e pegar mais alguma coisa antes de eu entrar? Eu podia sair jogando as coisas para que tivesse que se abaixar de novo. Laurann Dohnner Slade
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Ela riu, caminhando até os arbustos que lhe dariam privacidade.
— Não, obrigada. Estou bem.
Rapidamente atendeu suas necessidades mais imediatas e então removeu a camisa e o sutiã rasgado. Ficou nua à sombra quando tudo a atingiu de uma vez. Trisha lutou contra as lágrimas quando examinou seus pulsos. Sua boca doía e a bochecha latejava bem quente, doendo no local em que foi golpeada. Também se sentia muito, muito suja. Bill a tinha tocado e só o pensamento do que ele quis fazer com seu corpo a deixava com vontade de vomitar.
Agachou, tentando abrir a garrafa. Não estava forte o bastante para desenroscar a tampa e sua tremedeira não ajudava. Fez um som baixo, lutando contra a vontade de soluçar, e abraçou o corpo enquanto fitava a garrafa.
— Doutora? — A voz de Slade veio bem de trás dela. Não se moveu. Ficou como estava, de costas para ele. Enchia-lhe de vergonha desmoronar do jeito que estava e lembrou que ele não era fã de lágrimas. Sabia que se o olhasse ele saberia o quanto esteve perto de desabar.
— Achei roupas para você. — disse, sua voz suave quando se aproximou.
Ela se abraçou mais forte. A vontade de romper em soluços ficou mais forte. Os eventos das últimas vinte e quatro horas eram simplesmente demais. Não estava acostumada com pessoas tentando matá-la nem com homens atacando-a.
— Trisha? — Slade se agachou atrás dela e passou os braços em volta do seu corpo. — Tudo bem, docinho. Eu estou aqui. Está tremendo.
Lágrimas quentes desceram pelo seu rosto. Ela ouviu praguejar baixinho e então sentar no chão, puxando-a para os seus braços. Não olhou para ele. Passou os braços em volta do seu pescoço ao invés disso, abraçou-o com força, e enterrou o rosto em seu peito.
Os braços de Slade a abraçaram com mais força e os dedos se enterraram em seu cabelo. Ele a aninhou contra o peito e descansou o queixo em cima de sua cabeça.
— Você foi muito corajosa. — disse baixinho. — Eu tentei manter você falante e guerreira, mas foi demais, não foi?
Ela assentiu contra o peito dele.
— Você odeia lágrimas. Desculpe.
As mãos dele pararam de esfregar o seu escalpo e ele suspirou.
— Não odeio as suas lágrimas. Não se desculpe. Você merece chorar. Na verdade foram dois dias péssimos. Me perdoe por deixá-la aqui. Eu o teria matado primeiro se achasse que fosse machucá-la, mas eu cometi um erro. Tinha certeza que a trataria bem até que eu voltasse e achei que era melhor deixá-la aqui com ele no caso de mais deles aparecerem. Meu raciocínio foi que eles já tinham você e não a machucariam porque precisavam que tratasse do outro membro do time deles.
— Não foi culpa sua. — Trisha usou o braço para limpar as lágrimas. — Você me salvou. Obrigada, Slade. Eu sei que não tinha que arriscar sua vida lutando com aquele homem para me salvar. Você o matou por mim. Matou todos eles para me resgatar.
Os dedos dele roçaram seu cabelo novamente.
— Você é minha, Doutora. Lutaria contra qualquer um para pegá-la de volta e mataria qualquer homem que a tocasse. Laurann Dohnner Slade
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As palavras dele fizeram sentido. Trisha levantou a cabeça, olhou para Slade. Olhos azuis encontraram os seus, chocados.
— Eu sou sua? Como assim?
Ele hesitou.
— Agora não é a hora, ok? Teremos essa discussão mais tarde quando estivermos em casa. Deixa eu te ajudar a se limpar. Vamos comer, pegar os suprimentos, e dar o fora daqui. Espero que amanhã já estejamos em Homeland.
Trisha o estudou.
— Ok. — Queria perguntar umas cem perguntas, mas deixou para lá. Por enquanto. Dele? Seu coração acelerou um pouco. Não se importaria em ser de Slade. Nem um pouco.
Ele tirou as mãos do seu cabelo.
— Levante e eu ajudo a se lavar. Então vamos nos apressar. Não quero ficar por aqui. O acampamento é conhecido dos outros homens e, além disso, odeio o cheiro deles. O acampamento fede a eles.
Slade ajudou Trisha a se levantar já que ela não estava muito estável. Ele molhou sua camisa e começou nas suas costas, esfregando sua pele. Trisha tirou o cabelo do caminho. As mãos de Slade eram gentis conforme a lavava e depois ordenou que se virasse de frente.
Trisha encontrou seu olhar firme. Estava nua na sua frente e observou Slade baixar lentamente o olhar pelo seu corpo. Ele fechou os lábios com força.
Parecia furioso. Mais lágrimas ameaçaram se derramaram e ela teve que contê-las.
— Por que está com raiva?
O olhar dele encontrou o seu.
— Ninguém devia tocar em você do jeito que eles tocaram. Está cheia de hematomas. Estou furioso. Qualquer um que deixar marcas na sua beleza me deixa fulo. Não estou com raiva de você. Só furioso por não ter te protegido melhor.
Ela entendia. Slade lavou seus braços e ombros, mas suas mãos hesitaram em seus seios. Então ele rapidamente e com muita eficácia os lavou. Seu corpo respondeu à água e ao ar e seus mamilos endureceram. Slade grunhiu e se ajoelhou na sua frente.
— Não me olhe assim. — Suspirou audivelmente. — Por favor.
— Assim, como?
Seu olhar estreitou quando levantou os olhos para ela.
— Você não tem ideia do quanto eu a desejo, Doutora. Está machucada e foi quase abusada sexualmente. Eu tentei fazê-la pensar em outra coisa quando perguntei se teria sorte mais tarde. Seu rosto é muito expressivo. Eu gosto de poder saber o que está pensando na maior parte do tempo, mas no momento estou tentando não fazer isso. Não me olhe quando eu a toco. Fico honrado que confie em mim o bastante para querer o meu toque depois do ataque. Significa muito saber que enfrentaria o seu medo por mim. — Ele respirou fundo. — Precisamos nos vestir e sair daqui. Quero você também, mas essa não é a hora.
Trisha corou ao saber o quanto seus pensamentos eram transparentes para ele. Realmente o desejava. Seu toque a faria esquecer o que quase tinha sido feito com ela. Ansiava para envolvê-lo nos braços e ficar o mais humanamente possível perto dele. Laurann Dohnner Slade
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Ele lavou sua parte da frente, suas coxas até os pés, e se levantou. Seu olhar encontrou o dele e sabia que naquele momento precisava se sentir viva, tinha chegado perto da morte, e não iria se negar ao único homem que lhe fazia sentir.
Slade tentou esfriar seu corpo quente. Tocar Trisha sempre o deixava excitado, doído para possuí-la, mas agora não era o momento. Ela o olhou e de repente levantou os braço, depositando as mãos em seu peito. O ar congelou em seus pulmões.
— Me faça esquecer. Por favor? Eu quero você.
Ele teve que se forçar a respirar. Seu pênis respondeu instantaneamente, indo de semiereto a duro como pedra no espaço de alguns segundos. A sensação dos dedos dela deslizando até sua cintura fez com que contivesse um gemido. Apertou os punhos para se impedir de pular em cima dela, agarrar o seu corpo e tomar o que lhe oferecia.
Ela está traumatizada. Nunca vai e perdoar se eu tirar vantagem agora. Tentou ser lógico. Ela tinha acabado de passar por um trauma, quase tinha sido estuprada, e enquanto conseguia entender sua necessidade em se distrair, as repercussões daquilo poderiam arruinar qualquer futuro que pudesse ter com ela se mais tarde se arrependesse.
— Por favor, Slade? — Sua voz ficou baixa e rouca. — Eu sei o que eu quero e é você.
Ele apertou as mãos, agarrou sua cintura com gentileza, e amou a sensação macia de sua pele nua. Ao invés de olhar para o seu corpo tentador, manteve o olhar preso ao dela.
— Eu quero você, sempre, mas não tenho certeza se isso é a coisa mais aconselhável a fazer agora. Devia se acalmar primeiro.
Um sorriso curvando os lábios dela atraiu sua atenção para sua boca. Queria tanto beijá-la que de fato baixou o rosto, mas parou a centímetros de sua boca. Engoliu em seco e forçou o olhar a voltar ao dela.
— Eu sou uma médica que trabalhou na emergência por anos. Sei tudo sobre surtos de adrenalina e minha vida já foi colocada em risco antes. Eu enfrentei membros de gangue, idiotas malucos armados, e uma vez uma velha senhora com uma faca automática que não queria mesmo levar pontos. Eu quero viver o agora e quero fazer isso com você. Sobrevivi e agora quero celebrar isso. Não posso pensar em nada melhor do que tirar essa sua calça.
Para mim isso basta, pensou, sabendo que devia questionar mais, porém Trisha estava na sua frente, nua, e lhe oferecendo algo que ele queria desesperadamente. Sua boca desceu e tomou posse da dela. Abriu-se para ele, os lábios macios, e ele grunhiu quando suas línguas se encontraram. Ela era totalmente viciante e sua.
A sensação dela rasgando sua camisa, tirando-a da cintura da calça, e indo até o zíper dissipou qualquer hesitação que tinha. Ela precisava dele e lhe daria o que quer que procurava. Enxugaria suas lágrimas, abraçar-lhe-ia, ou usaria seu corpo para confortá-la. Nada poderia ser errado entre eles.
Suas mãos deslizaram no quadril dela, uma delas se enterrando entre as coxas para procurar o seu clitóris e massageá-lo. Trisha abriu sua calça desesperadamente, libertou seu pau, e fechou a mão no membro rijo. Teve que cair de joelhos na sua frente quando ela o acariciou com sua mão macia e tenra. Laurann Dohnner Slade
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A dele não foi tão delicada quando localizou furiosamente o ponto que sabia que a deixaria queimando por ele.
Trisha gemia em sua língua agora, a mão em seu pênis apertando, e ele agarrou suas nádegas enquanto notava o quanto sua mão tinha se molhado do desejo dela, pelo jeito em que manipulava o feixe de nervos. Sorveu o aroma da excitação crescente dela, outro rosnado se prendendo no fundo da garganta, e a trouxe para mais perto do corpo.
Queria levantá-la, exigir que passasse as pernas em volta de sua cintura e empalá-la com seu pau. A imagem disso só o deixou mais insano. Não duraria muito, estava excitado demais, e sabia que teria que fazê-la gozar primeiro. Ajustou os dedos e dois deles brincaram com a fenda na entrada de sua vagina. Ela se retorceu contra ele, balançando o corpo, e a mão em seu peito levantou-se desesperadamente para agarrar seu ombro.
Trisha afastou a boca da sua, jogou o rosto em seu peito e gemeu. Colocou os dois dígitos dentro dela. A sensação incrivelmente macia e sedosa do canal dela apertando seus dedos com força quase desfez seu controle. Queria fodê-la rápido, com força e metendo-se bem fundo, e gozar tanto que sabia que seu cérebro explodiria. A sexy doutora conseguia fazer aquilo com ele.
Ela levantou o quadril, ajudou-o a introduzir os dedos mais a fundo, e ele teve inveja dos seus dedos malditos. Acariciou-a por dentro, pressionou o polegar em seu clitóris, e começou a esfregar em um ritmo certo e curto. Trisha gemendo seu nome o incitou. Ela quase não tinha fôlego para dizer que já estava no limite. Tirou a mão, caiu de joelhos na frente dela e sua boca voou a um mamilo.
O movimento tirou as mãos dela de seu pênis, que latejava dolorosamente, mas estava excitado demais. Não queria gozar em sua mão. Queria estar dentro dela, enterrado bem fundo, quando chegasse ao paraíso.
Trisha puxou seu cabelo, as unhas enterrando em seu escalpo quando o apertou mais perto do peito. Suas mãos agarraram seu traseiro e a colaram em seu corpo, exigindo que sentasse em seu colo. Ela obedeceu facilmente, deslizando por ele até ter alinhado suas coxas abertas em cima das suas. A coroa do seu pênis roçou a vagina dela, ensopada agora de necessidade, tão quente e pronta. Puxou-a mais para baixo, fazendo com que o tomasse enquanto a guiava para abriga-lo dentro de si.
Jogou a cabeça para trás, teve que soltar seu seio para evitar morder o mamilo, e rosnou quando os músculos de sua vagina apertaram com força em volta de seu membro. Porra, vou gozar. Pare. Ela é tão gostosa.
Os sons que fazia enquanto a enchia, dava-lhe seu pau inteiro, quase acabaram com ele. Sua bunda ficou tensa, respirou instavelmente, e começou a se mover, balançando o quadril. Um braço ficou em volta das costas dela para mantê-la contra o peito enquanto colocava a mão entre eles, localizava o broto inchado de seu clitóris, e furiosamente o tocava como a um piano de uma só tecla. Os músculos dela o apertaram e então ela gritou alto, conseguiu sentir seu orgasmo—um jorro quente de seu gozo banhando seu pênis e tremores na cabeça. Enterrou o rosto em seu pescoço quando puro êxtase fez o seu corpo estremecer. Suas bolas estavam bastante esticadas e o primeiro esguicho de sêmen explodindo nela quase o fez rugir. Apertou-a, abraçou-a com força, e experimentou do prazer dilacerador que o consumia. Laurann Dohnner Slade
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Ela é tudo para mim. Seu abraço perdeu um pouco da força quando seu corpo começou a relaxar, o resultado de um sexo tão intenso começava a passar, e ele a abraçou com gentileza. Beijou sua pele, fungou do lado do seu rosto, e sorriu. Tinha conseguido se conter até ter certeza de que gozasse primeiro.
— Uau — ofegou ela.
Grunhiu baixinho.
— Se sente viva, doçura?
— Ah sim.
Faria qualquer coisa para protegê-la, para ter outro momento como esse que tinham compartilhado — ela em seu colo, seus corpos ligados, e os braços em volta dela. Ela brincou com seu cabelo, os dedos passando pelas madeixas, e ele quis poder levá-la para uma cama. Podia passar horas explorando seu corpo e fazendo com que gozasse várias vezes.
Seu pênis começou a endurecer, a necessidade de possuí-la voltando, e se forçou a contê-la. Ela estava em perigo. Precisava tirá-la do acampamento, colocá-la em algum lugar seguro. Minha para proteger e eu matarei qualquer um bobo o bastante para tentar tirá-la de mim. Segurou seu rosto, notou um pouco de sangue onde a cortou com um dos dentes durante o sexo, e usou o polegar para dissipá-lo. O corte era mínimo. A visão do sangue em seu polegar fez com que tivesse vontade de provar até mesmo ele, mas resistiu à vontade.
Não queria quebrar a conexão que tinham, odiava ter que trazê-la de volta a situação infeliz em que se encontravam, mas o inimigo não podia encontrá-los numa posição tão vulnerável. Levantou a cabeça e seus olhares se encontraram.
— Temos que ir, Doutora.
O sorriso doce no rosto dela sumiu e odiou ser a causa.
— Certo.
Recusava-se a soltá-la naquele momento, apertando-a para mantê-la no lugar.
— Faremos isso depois, mais demorado, e vou beijar cada machucado que sofreu. Assim que voltarmos a Homeland vou recompensá-la.
— Não tem nada pelo que recompensar. Obrigada.
Ele urrou, raiva acendeu um pouco pela distância que viu nos olhos lindos dela como se estivesse tentando erguer uma barreira emocional entre eles.
— Vamos falar disso depois. Agora precisamos vesti-la e partir.
— Ok.
Trisha permitiu que separasse seus corpos, lamentando que aquele momento houvesse passado. Ele a ajudou a ficar de pé, vestiu a calça, e olhou ao redor da clareira. Seu cabelo estava bagunçado por causa dos seus dedos e ela escondeu um sorriso, mais do que um pouco divertida pela sua aparência.
Slade tinha lutado e depois ainda parecia quase perfeito, mas sexo selvagem em seu colo o deixou todo descomposto e desarrumado.
— Fique bem aqui.
Slade achou uma calça jeans e usou uma faca para cortar parte das pernas para que coubesse melhor em Trisha, mas a cintura continuou bem folgada. Ele usou cadarços de uns Laurann Dohnner Slade
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sapatos como cinto para deixá-las no lugar, acima do seu quadril. Também achou uma camiseta preta que dava duas dela, mas estava agradecida por ser tão folgada, uma vez que seu sutiã já era.
Slade vasculhou os suprimentos dos homens e arrumou suas coisas recém-adquiridas dentro de uma mochila que um deles havia trazido. Levou um saco de dormir, comida, e ficou com as armas deles. Também levaram água e outras bebidas leves. Bem rapidamente, Slade estava pronto para ir. Trisha o estudou.
— Não vou mais brincar com eles. — Slade tinha uma expressão determinada no rosto. — Você se feriu. Não vou mais ser o caçado, Doutora. Vou encontrar um lugar seguro para você se esconder e vou acabar com o resto desses bastardos.
Trisha simplesmente o estudou. Sabia que podia ser perigoso e tinha a habilidade de matar. Tinha visto em primeira mão quando a salvou de ser estuprada. Assentiu.
— Tudo bem. Laurann Dohnner Slade
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2 comentários:

  1. Mds Slade tu conversa demais, na parte do Bill eu tava agoniada com todo aquele papo

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  2. Uma curiosidade sobre o hot como ela conseguiu segurar o membro dele sendo que ele estava fazendo um 0r4l nela? E tipo ela falou que ele é muito maior que ela mas ok kakakakakakka eu amei mas fiquei tipo que? Kakakkaka

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