Capítulo 4
Slade trocou o peso de Trisha levemente. Ela passou os braços por cima dos seus ombros, tentando sustentar seu peso e não deslizar pelas suas costas. Ele a tinha levantado mais alto em suas costas, enfiado os braços debaixo dos seus joelhos dobrados, e juntado as mãos na altura da cintura.
— Pode me colocar no chão. Eu posso andar. Meu joelho não está tão mau.
— Está ótimo. Quero andar mais uma milha antes do sol se pôr completamente. Vamos continuar enquanto estiver luz para que possas nos rastrear.
O céu se enchia de linhas rosadas acima deles enquanto o sol descia. O vento ganhava força e soprava frio detrás deles. Trisha estava com frio nas costas, mas estava superaquecida na frente do corpo onde este se pressionava a Slade. Seus braços doíam de segurá-lo e ela tentou ignorar os músculos doloridos entre suas coxas. Não estava acostumada a montar em algo por um bom período de tempo.
— Você deve estar ficando cansado, Slade. Vamos. Coloque-me no chão. Eu sou pesada. Sei que é forte, mas isso já é demais. Disse que já cobrimos algumas milhas. Ao menos diminua o passo. Vai acabar se esgotando.
— Cale a boca. — ordenou ele. — Estou tentando me concentrar dizendo a mim mesmo que não está aí. Você ferra isso toda vez que fala.
— Obrigada.
— Isso não foi um insulto, mas você não é tão leve quanto uma pena. Estou tentando esquecer que está aí para convencer meu cérebro que os meus músculos não estão doendo.
Mordeu o lábio.
— Desculpe.
— Calada. — suspirou ele.
Ela evitou falar quando deu uma olhada ao redor. Slade realmente conseguia correr, caminhando mais rápido do que conseguia fazer um cooper com suas longas pernas. Ele só diminuía o ritmo quando estavam subindo ou se tivesse que passar um tronco caído. Tiveram que fazer isso duas vezes.
BOOM! Pausa. BOOM! BOOM!
— O que foi isso? — O coração de Trisha acelerou.
Slade parou, inclinou a cabeça de leve, e ficou tenso.
— Eles devem ter encontrado Bart.
— Aquilo eram tiros, certo?
— Três tiros. É. — Slade voltou a andar. — Acho que no fim não se importaram se ele era completamente humano.
Trisha não pôde evitar as lágrimas que encheram seus olhos. Aqueles homens não atirariam em algo a não ser que quisessem matá-lo. Bart teve certeza que eles se importariam por ele não ser um Nova Espécie. Ele só era um garoto assustado que não merecia morrer. Laurann Dohnner Slade
42 | P R T
— Não chore por ele, Doutora. — rosnou Slade. — Eu sei que é duro, mas sobreviva primeiro, lamente depois. Não pode fazer nada por ele agora.
Lutou contra a vontade de chorar, sabendo que Slade tinha um bom fundamento. Os dois morreriam se aqueles homens os alcançassem. Slade se moveu mais rápido e Trisha se agarrou a ele enquanto a escuridão caía devagar. Slade diminuiu o passo eventualmente, mas continuou andando.
— Como consegue enxergar?
Ele respirava pesado agora.
— Minha visão noturna é melhor que a sua. Não posso ver realmente bem, mas ainda não tropecei nem bati em nada.
— Precisa descansar.
Slade soltou um palavrão baixo quando parou. Seus braços saíram de debaixo dos seus joelhos. Trisha grunhiu quando ela a colocou no chão até os seus pés tocá-lo. Seus joelhos seguraram o seu peso e ela o soltou, mas estava um pouco instável. Estava tão escuro que nem conseguia vê-lo. Pulou quando suas mãos tocaram-lhe a cintura.
— Ande por aqui. Irei na frente. Vamos sentar um pouco e descansar. Eles ainda podem estar atrás de nós se tiverem lanternas, mas irão se atrasar bastante. Também andei por pedras o máximo que consegui para apagar o nosso rastro e eles não tinham cachorros farejadores com eles. Também estamos a favor do vento e será mais difícil para eles sentirem nosso cheiro. Foi por isso que vim nesta direção.
Ele a colocou no chão onde sentou na grama macia. Ela se moveu e bateu em algo duro com o cotovelo.
— Eles não podem sentir o nosso cheiro, Slade. Novas Espécies têm essa habilidade, mas humanos não.
— Eu vivo esquecendo isso. — Ele pausou. — Tem uma pequena árvore ao seu lado, então tenha cuidado para não bater nela.
— Obrigada. Eu mal posso ver minha mão na frente do meu rosto. — Trisha deu uma olhada no céu. — Nem mesmo vejo uma lua.
— Floresta demais no caminho. As árvores são enormes nesta área. Isso é bom para nós.
— Não devíamos desviar e tentar achar a estrada?
— Não. — Slade se mexeu, tocando-a. Seus dedos roçaram seus seios e ele retirou a mão instantaneamente. — Desculpe. Dê-me a bolsa.
Trisha tirou a bolsa e estendeu-a sem ver na direção que achava que estava. O peso da bolsa sumiu e ela a soltou, sabendo que a tinha agarrado. Ela ouviu o zíper antes de Slade pressionar algo duro em seu braço.
— É tudo o que temos, então só tome um gole. Espero que passemos em breve por água.
Trisha tirou a tampa da garrafa pelo tato e tomou um gole para aliviar sua garganta seca. Tomou outro golinho antes de pôr a tampa de volta.
— Obrigada. Aqui.
A mão dele roçou a sua quando pegou a garrafa. Ela o ouviu beber um pouco.
— Por que não devíamos procurar a estrada? Laurann Dohnner Slade
43 | P R T
— Eles podem ter mais gente atrás de nós. Podem estar rodando a estrada esperando que apareçamos. Era isso o que eu faria se houvesse uma presa que quisesse caçar. Estamos mais seguros perdidos. Todos os nossos veículos têm sistema de rastreamento. Pode levar um tempo até o meu pessoal localizar o sinal já que não há recepção neste lugar, mas eles vão saber por onde procurar. Justice sabia a nossa trajetória. Agora já deve saber que algo aconteceu conosco. Devíamos ter chegado antes do anoitecer. Ele deve ter me ligado e quando eu não atendi, saberia que estamos com problemas. Vamos ficar por aqui. Com sorte o meu pessoal nos encontrará antes daqueles humanos.
— Acha que o seu pessoal nos achará amanhã?
Slade hesitou.
— Não sei, Doutora.
— Eu tenho um nome, você sabe. É Trisha. Mataria usá-lo?
Silêncio.
— Não me mataria.
Trisha respirou fundo. Tinha tido um dia infernal, não se sentia bem, seu corpo doía e a fome rasgava sua barriga. Seu nível de frustração aumentou.
— Mas não vai usar, não é? Por que se incomoda em ficar tentando me irritar? O que foi que eu lhe fiz?
Longos minutos de silêncio se passaram. Trisha sacudiu a cabeça, supondo que ele não iria responder. Uma mão tocou o seu braço e ela deu um pulo, assustada. Não tinha esperado aquilo.
— Vamos nos deitar. Devemos dormir algumas horas enquanto podemos.
— E se eles nos acharem? Devíamos nos revezar e um dormir enquanto o outro fica de guarda?
— Não. Estamos de costas para o vento. Eu sentiria o cheiro deles se eles se aproximassem o bastante para nos encontrar. Eu vou deitar ao seu lado. Pode me usar de travesseiro, Doutora. Precisa do calor do meu corpo para ficar aquecida.
— Não, obrigada.
Ela o ouviu ou bufar ou rir, mas não estava certa do quê.
— Está ficando bem frio e o chão é duro, Doutora. Quando se cansar dos dois pode vir para junto de mim. Boa noite.
A mão dele a deixou e ele se deitou ao lado dela porque seu corpo encostou em parte de sua coxa. Sua visão se ajustou um pouco até quase poder discernir sua forma no chão. O vento soprava mais frio com o passar do tempo. Trisha se deitou, movendo-se alguns centímetros pra longe de Slade. Virou-se de lado e usou o braço como travesseiro. A fome e a exaustão a perturbavam. Quando se deitou outro problema apareceu.
— Slade?
— O que foi?
— Preciso usar o banheiro.
Ele suspirou.
— Tudo bem. — Sentou-se. — Me dê sua mão que a levo a algum lugar mais longe na direção que estamos indo. Laurann Dohnner Slade
44 | P R T
— Por quê?
Ele hesitou.
— Não quero sentir o cheiro de urina. E realmente não quero ficar contra o vento se for fazer mais do que isso.
— Oh. — Ela corou. Nunca tinha pensado nisso.
Ele puxou Trisha de pé com gentileza e ela o seguiu. Ele andou mais ou menos uns vinte passos antes de parar.
— Pode fazer bem aqui. Vou ficar a mais ou menos uns cinco metros daqui. Também vou poder mijar enquanto faz o mesmo.
— Como vou saber que não vai me espiar?
Ele riu de repente.
— Eu sou depravado, mas isso não faz o meu gênero, Doutora. Vou voltar bem rápido, então se apresse.
Fazia quinze anos desde que Trisha acampou pela última vez. Ela abriu a calça e a desceu junto com a calcinha. Estar cega não ajudava. Rezou para que Slade realmente não estivesse em algum lugar onde pudesse vê-la. Ouviu algo caindo e sorriu. Tinha inveja de ser um homem naquele momento. Terminou rapidamente e ajeitou as roupas. Andou alguns passos à frente e esperou.
— Espero que não tenha se enxugado com a mão. — bufou ele baixinho. — Me diga se fez isso para que eu não pegue na mão errada.
— Não fiz isso. — suspirou Trisha. — Você é simplesmente doente. Alguém já lhe disse isso? Quem faria isso?
Ele riu.
— Eu não sei, mas queria ter certeza.
Ele agarrou sua mão na dele e a levou de volta para o lugar onde dormiriam.
— Boa noite, Doutora.
— Pare de me chamar assim. É Trisha. Por que não diz o meu nome? O que foi que eu lhe fiz para que não goste de mim nem um pouquinho?
Silêncio.
A raiva aumentou.
— Vou continuar falando se não me responder. Achei que queria dormir um pouco.
— Não se atreveria. Eu salvei sua vida carregando-a por milhas nas costas hoje.
— Claro que me atreveria. Diga-me o que eu fiz para merecer que você nem mesmo diga o meu nome. Eu quero uma resposta. Não tem ideia do quanto isso é irritante. Vou começar a chamá-lo de 215 se não desembuchar logo isso ou ao menos me explicar porque sente a necessidade de me deixar fula da vida.
Um rosnado rompeu o silêncio da noite. Trisha instantaneamente soube que tinha ido longe demais. Soube disso no segundo em que as palavras passaram pelos seus lábios, mas era tarde demais para fazer algo a respeito. Leu em algum lugar que todos os Novas Espécies odiavam ser chamado pelos números que lhes deram. Não pretendeu realmente insultá-lo. Só achou que aquilo o irritaria do jeito que ele a irritava chamando-a de qualquer coisa, menos Trisha. Laurann Dohnner Slade
45 | P R T
—Desculpe. Eu não quis angustiar você. — Sua voz suavizou. — Só quero saber por que se recusa a dizer o meu nome.
A dor perfurou Slade quando ele se lembrou do seu passado. Raiva rapidamente a seguiu. Era assim que ela o via toda vez que o olhava? Como uma vítima? Com a criatura metade selvagem que tinha sido quando acordou dentro do hospital assumindo que ela era nova o bastante no complexo para ser tola a ponto de deixá-lo desamarrado?
Normalmente, com aquela oportunidade, ele teria matado instantaneamente um macho humano, mas ela era fêmea. Nunca mataria uma fêmea. Ao invés disso, a agarrou. Nem tinha pensado em machucá-la. Assim que teve o seu corpo preso debaixo do dele, seu cheiro tinha enchido seu nariz, e ele viu aqueles olhos incríveis, os lábios em formato de bico, e seu corpo urrou de volta à vida. A desejou mais do que qualquer outra mulher que já havia tocado. Tinha desejado ficar com ela pelo maior tempo que pudesse.
Apreciar cada pedacinho dela e fazê-la arder com a paixão que sentia. Teria ficado dias sem comida e água só para poder conhecer o seu corpo. Para possuir algo tão maravilhoso e proibido. Qualquer castigo teria valido a pena o preço de encher os dois de prazer até que não conseguissem se mexer. Então e só então, a teria soltado de seus braços.
A lembrança do tempo que passaram poderia tê-lo feito durar anos quando sua mente ameaçava se fragmentar com a dor e a agonia que sofria regularmente. Claro que nada aconteceu do jeito que planejou. Tinha entrado em choque quando mais humanos entraram no quarto para imobilizá-lo, seus reflexos prejudicados pelas drogas em seu organismo, e acordou mais tarde para descobrir que seu mundo tinha mudado para sempre. Não estava mais preso dentro da cela, não estava mais acorrentado a uma parede, e os cheiros ao seu redor lhe garantiram que nada lhe era familiar. Eles o mantiveram amarrado, mas entendia por que isso foi necessário. Não teria os atacado, mas teria tentado fugir.
Quatro mulheres em uniformes entraram, encostadas às paredes do quarto do hospital para informá-lo que foi resgatado, seu povo liberto, e explicaram lentamente que precisava se acalmar. Mostraram-lhe vídeos em uma pequena máquina de mais de sua gente, a filmagem gravada do resgate, e jurado que nenhum mal lhe aconteceria. Levou tempo para que caísse a ficha de que estavam mesmo lhe dizendo a verdade. O choque o abalou. As mulheres não pretendiam lhe fazer mal, não trabalhavam para Mercile, e aquela vida não mais existia.
Tinha sido transferido do hospital para um motel em um lugar remoto no deserto com dúzias de sua gente. Todas as oficiais mulheres do exército foram designadas para protegê-los e garantir a segurança da locação. Os humanos logo perceberam que Novas Espécies não atacariam fêmeas humanas e tinham usado isso como meio de assegurar que não se sentissem ameaçados. Tinha funcionado. As fêmeas sequer levavam armas, a não ser as que faziam a patrulha do perímetro para manter os humanos afastados.
O governo dos Estados Unidos lhes prometeu um lugar próprio, onde seu pessoal poderia viver em segurança da imprensa e dos outros humanos que os viam como uma ameaça.
Tinham lido livros, assistido televisão, e falado com humanos que respondiam todas as suas perguntas. Os meses passados no deserto esperando que o tal lugar terminasse de ser construído os acalmaram, garantindo-lhes que tinham direitos humanos, e a sua nova vida tinha começado Laurann Dohnner Slade
46 | P R T
em Homeland. Ele foi de cobaia a homem. A Doutora obviamente não concordava. Para ela, sempre seria 215.
Aquilo machucava. Tudo que desejou era que o visse de uma forma sexual, como seu igual, e tinha ferrado isso para sempre a insultando, não a reconhecendo quando a encontrou de novo. Obviamente ela não tinha a capacidade de perdoar em seu coração. A dor se transformou em raiva rapidamente. Maldita. Se existe um homem que merece algum descanso, sou eu. A lembrança de tocá-la, de provar a sua pele, e do cheiro de sua excitação surgiu.
Podia não pensar nele como um homem, mas seu corpo poderia ser persuadido ao contrário. Luxúria e desejo o invadiram. Talvez só precisasse ser ensinada sem sua mente bagunçando a verdade. Moveu-se antes de conseguir dizer a si mesmo que a ideia era louca.
Duas mãos agarraram Trisha de repente pelos ombros. Slade a levou ao chão, de costas, e acabou em menos de um segundo em cima dela. Trisha lutou, mas não conseguiu que saísse de cima. Ele a prendia com o corpo. Ela abriu a boca, mas a mão dele a fechou.
— Vai gritar e dizer àqueles assassinos onde estamos? O som pode ser levado a uma boa distância.
Tinha planejado gritar com ele. Sacudiu a cabeça. A mão instantaneamente a libertou. Trisha empurrou Slade.
— Saia de cima de mim agora — sussurrou.
— Você quer saber por que eu não digo o seu nome, Trisha? — Ele falou baixo com ela, quase sussurrou. Ela engoliu em seco, surpresa que finalmente houvesse falado seu nome.
— Por quê?
— Por que isso a perturba do jeito que você me perturba todo tempo. Acho que é justo se eu a perturbo tanto quanto você me perturba.
— Como eu perturbo você? É você que sempre tem uma gracinha para dizer e quem sempre faz algum comentário rude de natureza sexual.
— É você quem eu morro por foder e quem me faz ficar todo doído. — Rugiu para ela. — É mais perturbador do que as minhas gracinhas, Doutora. Confie em mim. Não a deixo tão dura que se preocupa se vai acabar rasgando a calça. É isso o que faz comigo.
Suas palavras a deixaram sem fala. Nunca esperou aquela resposta dele nem em um milhão de anos. De todas as coisas que poderia ter dito, aquelas nem teriam entrado em sua lista.
Com a sua história traumática podia vê-lo odiando qualquer um na profissão médica. Também achou que ele podia achá-la esnobe porque as pessoas sempre a acusavam de ser metida a besta. Não era sua intenção ser, mas simplesmente não sabia como se relacionar com as pessoas.
— Nada a dizer, Doutora?
Não sabia o que dizer.
Slade rosnou.
— Você é uma megera fria, não é? Às vezes me pergunto se sente calor. — Ele fez uma pausa. — Sente um pouquinho de calor de vez em quando?
— Eu não sou fria. Laurann Dohnner Slade
47 | P R T
— Sério? Consegue me enganar direitinho.
— Nem é justo de sua parte dizer isso. Não me conhece de verdade. Mal nos falamos a não ser para nos ofender ou dizer algo rude.
— Ummmm. — Ele se mexeu. — Fica quente para mim, Doutora.
Trisha ofegou quando Slade levantou a barriga do seu corpo. Sua mão deslizou entre eles e pegou sua camiseta. Ela tentou agarrá-la, mas Slade foi mais rápido. Ele puxou o tecido até seu pescoço e afastou suas mãos frenéticas. Seu dedo passou por baixo da alça do sutiã e deu um puxão. O seio de Trisha foi exposto ao ar frio que golpeou sua pele.
— Lindo. — Slade rugiu antes de baixar a boca.
Trisha empurrou desesperadamente o peito largo de Slade até que a boca dele se fechou em seu mamilo endurecido. Ofegou com a sensação chocante de lábios quentes e língua quente e áspera quando Slade sugou o bico do seu seio na boca. Ele rugiu, provocando vibrações. Trisha ficou imóvel, parando de lutar. Era uma sensação erótica, algo que nunca havia experimentado antes, e então Slade a sugou com fortes chupões.
O estômago de Trisha se agitou e ela não pôde evitar o gemido que passou pelos seus lábios entreabertos. A sensação do que ele fazia era incrível. Arqueou o torso contra seu rosto para lhe dar melhor acesso e o mesmo tempo percebeu que não estava mais empurrando seu peito. Ao invés disso, seus dedos agarraram o seu uniforme ONE para mantê-lo mais perto.
Slade sugava com força e seus dentes raspavam seu mamilo sensível. Trisha gemeu mais alto. Encontrou seu cabelo e enterrou os dedos em seu escalpo, segurando sua cabeça no lugar. Seu coração acelerou e sabia que o seu corpo respondia de uma forma chocante quando o desejo quase a queimava viva.
A outra mão de Slade empurrou sua coxa quando ele ergueu o corpo para deixar um pouco de espaço entre os dois. Empurrou suas coxas para abri-las mais. Ela ofegou quando ele a agarrou entre as pernas. Pressionou o polegar no centro de sua calça e esfregou com firmeza bem em cima do seu clitóris. Ela reagiu imediatamente quando a sensação se rasgou pelo seu corpo.
— Isso. — gemeu.
Slade ficou imóvel, seu corpo inteiro enrijecendo sobre o dela. Sua mão saiu do seu sexo na mesma hora em que soltou seu seio com a boca. O ar frio atingiu seu mamilo molhado quando ele se afastou dela. Os olhos de Trisha se abriram e ela tentou vê-lo no escuro, mas ele só era uma sombra escura acima dela.
— É, você fica quente, mesmo. — disse ele baixinho que quase não o ouviu.
— Slade? — Sua voz saiu estremecida e sem fôlego.
Ele soltou um palavrão pesado e rolou para longe de Trisha. Sua forma sombreada ficou de pé.
Ela se sentou, estremecendo com a dor repentina que rasgou seu ombro. Olhou em choque conforme sua forma seguia para longe dela. Mal se lembrava do seu seio exposto e rapidamente ajeitou o sutiã. Desceu a camisa para cobri-lo.
— Eu volto. — declarou ele de maneira brusca. — Vou me certificar que ninguém nos ouviu.
— Mas…
Trisha fechou a boca. Tremia e seu corpo doía. Aquele filho da puta. Laurann Dohnner Slade
48 | P R T
Raiva se derramou dentro dela. Ele a excitou de propósito e dado o fora, deixando-a para que lidasse com sua rejeição. É isso exatamente que aquilo foi. Praticamente havia implorado para que a possuísse. Pode não ter dito as palavras, mas o seu corpo tinha falado por ela.
— Bastardo. — soltou.
Trisha voltou a se deitar. Seu corpo formigava em todos os lugares errados. Seus seios estavam inacreditavelmente pesados e o que ele tinha tocado ficou tão hipersensível que o sutiã contra ele quase doía. Apertou os dentes. Trocaria a calcinha se tivesse outra já que a que usava estava ensopada de desejo. Virou-se de lado e levantou os joelhos para abraçá-los junto ao corpo.
Aquele bastardo! Gritou em silêncio. A excitou só para ver se podia.
Ela tentou achar uma posição confortável no chão duro e frio. Devia ter vasculhado as roupas que se espalharam pelo local do acidente atrás de uma camisa de mangas longas, mas durante o dia tinha sido quente por ali. Estremeceu e se abraçou mais.
Horas pareceram passar e Slade não voltava. Eventualmente, ficou com medo. Ele tinha simplesmente me abandonado ali? Algo aconteceu com ele? Aqueles homens o encontraram? Lágrimas encheram os seus olhos, mas ela lutou contra elas, piscando rapidamente para conseguir. Com a minha sorte ele vai voltar bem em tempo de me ver chorando.
Ele odiava lágrimas. Tinha-o visto reagir à dor de Bart e tinha uma boa ideia de que a maioria dos Novas Espécies não tinha muita paciência com fraqueza. Eles viveram vidas muito difíceis e foram instigados em todos aqueles anos de cativeiro que aguentaram que fraqueza era algo ruim. Apostaria a própria vida que Slade nunca chorou. Laurann Dohnner Slade
49 | P R T
Nenhum comentário:
Postar um comentário