sábado, 11 de outubro de 2014

Capítulo 5

Capítulo 5 
Paul soltou um palavrão.
— Posso consertar isso. Podemos convencê-la a dizer à imprensa o que queremos, mas pode levar um pouco mais tempo.
— Não temos isso. — disparou Terry. — Nosso chefe vai acabar com nós quatro por causa dessa bagunça. Ferramos tudo.
Paul olhou para Tammy com raiva.
— Tudo o que tinha que fazer era ter vindo calmamente. Nós somos humanos, porra! Somos da sua espécie. O que aquele animal fez quando levou você? Ele te estuprou? Te deu uma mordida? Tentou transformá-la em um deles? Nos diga agora mesmo!
Tammy revidou o olhar.
— Ele foi um cavalheiro e me fez chá. Depois disso, perguntou como foi o meu dia. — mentiu. — Ele não me jogou na traseira de uma caminhonete, nem me esmagou até quase me sufocar, nem me arrastou para dentro da floresta e usou um cinto para amarrar as minhas mãos nas minhas costas. Na verdade ele foi inteligente e educado.
Esperava que não fosse para o inferno por distorcer a verdade, porque Valiant era inteligente, mas a parte do educado seria considerada um pouco duvidosa.
— Eles são animais. — Terry a fulminou com os olhos. — Está do lado deles?
— Estão chamando eles de animais? Isso é impagável vindo dos quatro brutamontes que me sequestraram. — Ela bufou alto e rolou os olhos.
— Vadia! — Ned gritou quando se pôs de pé. — Quebrou meu nariz. Vou te mostrar que tipo de animal posso ser. 47

Paul agarrou o braço dele.
— Sente-se.
— Ela está pedindo. — Ned resmungou, mas sentou.
Terry suspirou.
— Ela nunca vai fazer o que queremos. Devíamos nos livrar dela logo e dizer ao nosso chefe que ela morreu acidentalmente quando a pegamos.
— Não se contraria as ordens do doutor. Disse a ele que conseguiria e que, no fim, ele a receberia viva quando tivéssemos acabado com ela. — Paul olhou assustado para os seus homens, parecendo ser o líder deles. — Confiem em mim. Aquele é um homem que você nunca vai querer desapontar. Ele nos permitiu tirar uma declaração gravada dela, mas depois disso, planeja usá-la para um dos seus experimentos. O nosso informante acredita que algo sexual aconteceu entre ela e o animal que a pegou. Ele ouviu uma conversa entre Justice North e um dos animais que faz a segurança. Eles disseram que ela poderia estar machucada e que quiseram que um médico desse uma olhada nela, mas que ela se recusou a prestar queixa contra o animal por estupro. Eles não disseram tentativa de estupro. Ele foi claro a respeito disso.
Tammy sabia que suas faces tinham perdido a cor.
Alguém vazou informação para um grupo de Ódio. Alguém próximo a Justice North. Ela nunca conheceu, mas o viu nas entrevistas na televisão já que ele era o Espécie mais conhecido. Seu povo o elegeu seu líder como se ele fosse algum tipo de presidente. Ele é que tomava a maior parte das decisões que concerniam a eles.
Alguém obviamente estava lhe espionando e dizendo aqueles homens o que era dito. Pior, eles sabiam a respeito dela e Valiant. Nada bom.
Quatro pares de olhos a estudaram. Tammy devolveu os olhares. Achava que o único jeito de sair daquela confusão seria convencê-los que tinham informações falsas. Só poderia rezar para que não a matassem.
— Eu não sei com quem andaram falando, mas isso é conversa fiada. Isso nunca aconteceu. — blefou. — Eu encontraria alguém mais confiável se estão pagando para que essa pessoa forneça informações. Talvez devessem contratá-la para escrever livros de ficção já que parece ser boa em inventar histórias. O informante de vocês é algum repórter dessas porcarias de fofocas? Um alienígena também me atacou?
— Ela transou com um daqueles animais? — Terry soava chocado enquanto a olhava como se ela fosse algo que nunca tivesse visto antes, algo nojento. — Fodeu com um animal?
Ela fechou os olhos, contou até cinco, e os abriu.
— Escute, cowboy. Ouviu o que acabei de dizer? Quem quer que te disse essa merda está mentindo.
— Foi isso que nos disseram. — confirmou Paul. — Ele a pegou e a levou embora. Nosso informante ouviu a conversa entre o animal chefe e o seu cão de segurança.
— Eu acho que o chefe de segurança dele é gato. — Ned deu de ombros. 48

— Isso importa? Cachorro? Gato? Qual é a diferença? — bufou Terry. — Eles são animais que andam em duas patas achando que são tão bons quanto nós, mas não são. Não passam de ratos de laboratório que desenvolveram cérebros. Estou por aqui com eles respirando e de ver idiotas na TV batendo palma para essas abominações por estarem criando seus próprios ambientes. É como parabenizar um pássaro por fazer um ninho dentro da gaiola com pedacinhos de jornal. Eles estão manchando o nosso país e agora estão colocando as patas sujas nas nossas mulheres. Temos que pará-los.
Ned olhou para Tammy.
— Talvez ele tenha feito uma lavagem cerebral nela. Sabemos que é possível.
— Ele se inclinou, fitando-a. — É por isso que está protegendo o seu amante animal? Ele torturou você até que consentisse? Talvez ele tenha mordido ela e infectado com alguma doença que a torna um deles. É isso? Está infectada? Começou a crescer uma cauda ou pelo em você?
Tammy não podia acreditar que havia sido sequestrada por gente tão idiota. Isso fez com que sentisse vergonha por eles terem conseguido sequestrá-la.
— Por que não vem aqui dar uma olhada? — Ela queria chutar o filho da puta já que suas pernas não estavam amarradas.
Ele ficou de pé e caminhou na direção dela. Tammy ficou tensa.
Quando ele ficou perto o bastante ela se virou e o chutou com a maior força que podia na canela. Ele gritou, pulou para trás e caiu de bunda no chão.
— Sua puta! — ele gritou.
— Seu imbecil! — gritou Tammy de volta.
— Já chega. — exigiu Paul. — Fique longe dela. Obviamente está doente da cabeça se deixou um deles tocá-la. Vamos dá-la para que o doutor cuide dela. Ele é um filho da puta dos piores.
— É bom que aqueles animais não sejam homens de verdade senão ela poderia ter uma ninhada de filhotes se engravidasse daquela coisa. — Foi o homem que não estava machucado que falou enquanto a estudava. — Vocês acham que se fosse possível ela teria tantos quanto uma cadela? Minha pit bull teve seis da última vez.
— Cala a boca, Mark. — Paul olhou para ele com raiva. — Todo mundo sabe que eles são estéreis, então nem pense nessas coisas. Me deixa com vontade de vomitar. É uma benção que não possam ter filhos. Eles provavelmente se reproduziriam com ninhadas como animais. Vamos dormir um pouco, descansar, e de manhã vamos sair daqui e levá-la para a casa. Nosso pessoal vai chegar na cidade depois de amanhã com o doutor. Só precisamos mantê-la viva até que ele chegue. Isso deve nos dar tempo suficiente para gravar o depoimento dela e mandar para a imprensa para mostrarmos a todos que aquelas coisas são perigosas.
Ned se levantou com dificuldade e olhou para Tammy com ódio. — Dois dias com ela é tempo demais. Ela ama obviamente ama animais. Acho que sei como passar as horas.
— Ele colocou a mão na frente da calça e começou a desabotoá-la. 49

— Não. — ordenou Paul. — O doutor não ficaria feliz. Sei o tipo de experiências que ele faz. Vai castrar você se machucá-la de algum modo que possa ferrar com seus planos.
— Ela já fez com um animal. Quem liga para o que fazemos com ela contanto que não a matemos? — Ned abriu a calça, empurrando-a pelo quadril.
Tammy se encheu de terror quando percebeu que ele planejava estuprá-la. Mark, o cara não machucado, levantou rápido.
— Ninguém ferra o doutor. Levante as calças, porra. Eu nunca mais quero ver o seu pau.
— Mark tem razão. — Paul também se levantou e ficou entre Ned e Tammy. — O doutor ficaria enfurecido se a estuprasse. Você é novo no time e não sabe muito sobre o que ele faz, mas ele mataria você se colocasse o trabalho dele em risco. É ele que assina os nossos cheques. Ache uma puta se quer trepar ou vá dar uma volta e bata uma punheta.
— Mas ela é a puta que quebrou o meu nariz. Eu não vou aceitar isso sem descontar um pouco.
— Eu entendo. — Paul baixou a voz. — Também estou com raiva. — Levantou o braço. — Vou ter que explicar como isso aconteceu para a minha mulher quando chegar em casa. Ela não é burra e isso parece exatamente o que é. Marcas de unhas. Ela vai ter certeza que a traí. Isso me irrita, mas o doutor me assusta muito mais. Não pode estuprá-la.
Mark virou a cabeça para olhar com raiva para Tammy, seus olhos escuros estreitos, e ele sorriu de um jeito que fez seu sangue virar gelo. Uma alegria pura transformou as feições dele quando virou para encará-la. Qualquer que fosse o plano que tivesse bolado não seria bom para ela.
— Não vamos estuprá-la nem fazer nada que o doutor se zangue, mas precisamos arrancar aquela declaração dela. — Ele virou a cabeça para sorrir para Paul. — Está com a câmera aí? Não sei quanto a vocês, mas não estou cansado e estamos presos aqui até de manhã. Eu digo para usarmos bem esse tempo.
— Meu celular filma. — Paul tinha uma expressão confusa enquanto procurava no bolso de trás da calça. — Mas ela não vai concordar em dizer coisas ruins sobre eles. Você a ouviu. Fizeram algum tipo de lavagem cerebral nela.
Ned levantou e fechou a calça.
— O animal a infectou. Estou dizendo que eles têm doenças. O doutor provavelmente a quer porque sabe disso. Aposto que ele vai documentar quando ela virar um deles. Isso definitivamente colocaria o público contra eles e ajudaria a nossa causa. Todo mundo vai entrar em pânico, vão querer eles mortos antes que a doença atravesse os portões, e finalmente vamos vê-los morrer.
— Em que está pensando, Mark? — Paul se aproximou para estudar Tammy antes de olhar para o outro cara. — Não podemos machucá-la. O doutor a quer com saúde. Ele a chama de galinha dos ovos de ouro. Você sabe que ele está em dificuldades financeiras no momento. Todos eles estão.
O sorriso de Mark aumentou quando ele também olhou para Tammy. 50

— Tem muita coisa que dá para fazer com uma mulher sem machucá-la permanentemente ou lhe causar danos internos. Vamos fazer com que ela diga tudo o que quisermos e deixar nosso chefe feliz ao mesmo tempo.
Tammy choramingou sob o olhar horripilante, sabendo que o que quer que planejasse seria terrível. Lutou contra o cinto que segurava seus pulsos, mas era impossível se soltar dele. Quando Mark ficou de joelhos perto dela e suas mãos agarraram sua camiseta, ela gritou de medo quando a empurrou de costas e prendeu seus braços debaixo dela. Ele baixou até o rosto ficar a centímetros do seu e ela conseguiu ver os olhos cor de mel claramente com a luz da fogueira.
— O rosto não. — ordenou Paul. — Eu posso dar um close nela. Se for bater, bata do pescoço para baixo.
— Não faça isso. — implorou Tammy. — Eu não vou dar queixa. Vou jurar que foi uma brincadeira de amigos que me pegaram ou algo assim. Só me deixem ir.
O tecido rasgou quando ele pegou sua camiseta e abriu de cima a baixo. O choque fez com que ofegasse quando o ar tocou sua pele. As mãos dele não se contentaram em apenas rasgar a camisa. Ele destruiu totalmente a peça, jogando-a de lado quando a arrancou de seu corpo.
— Eu continuo dizendo que devíamos estuprá-la. — resmungou Ned, aproximando-se para ver. — Ela tem peitos lindos.
— Cale-se. — cuspiu Mark. — Eu gosto de silêncio enquanto trabalho. — Ele pegou uma faca de bolso. Abriu-a, enfiou o dedo em seu sutiã e o rasgou com a lâmina.
Lágrimas cegaram Tammy quando ela respirou fundo. Um grito rasgou de sua garganta quando mãos brutais continuaram a despi-la. Ele rasgou as alças, arrancou seu sutiã completamente e o atirou na fogueira. Quando ela tentou se virar, ele caiu em sua cintura, montando-a, e agarrou sua garganta com uma das mãos para mantê-la no lugar. Olhou para ele com horror quando percebeu que não podia respirar.
— Odeio gritos. — sibilou para ela. — Cale a boca. Você vai dizer a Paul que o animal que te pegou a estuprou brutalmente, surrou você sem parar e o que mais possa pensar para horrorizar o público.
Ela assentiu, incapaz de falar, só querendo respirar.
— Ela concordou. — Paul riu. — Saia da frente para que filme.
A mão afrouxou o suficiente para que pudesse respirar.
— Não acredito nela. — Mark de repente beliscou um dos seus mamilos com força, torcendo-o com o indicador e o polegar. A dor forçou outro grito de sua garganta. A agonia cedeu quando ele diminuiu a força. Ele riu. — Isso é divertido. — As mãos dele deslizaram por suas costelas até o seu estômago. Ele bateu de leve antes de remover a mão.
Tammy começou a soluçar. Seu mamilo latejava, doía muito, e não tinha certeza se ainda estava no lugar. Questionou aquilo por causa da dor que radiava dele. O monstro sentado em cima dela de repente bateu a palma com força em sua barriga, o som do tapa mais alto do que seu choro, e ela grunhiu.
— Está se divertindo? — Ned se aproximou. — Deixe-me machucá-la um pouco. Ela quebrou a porra do meu nariz. 51

O cara em cima dela colocou o peso no seu estômago e pressionou até que doesse. Ele colocou as mãos nas costas e ela o olhou nos olhos quando ele a olhou com ódio. Ele garantiu que não pudesse escapar enquanto remexia em seu jeans.
— Puxe a calça. Espere só até eu tirar essa calcinha se acha que os peitos dela são sensíveis. Não vamos estuprá-la, mas um pouco de ferimento naquela área não vai deixar o doutor chateado. Ele estará interessado no que ela tem por dentro.
Tammy tentou gritar quando seus sapatos e jeans foram puxados pelas pernas e pés, mas Mark apenas se inclinou para frente, olhou-a com raiva e pôs a mão no seu nariz e boca. Não conseguia respirar, os olhos arregalaram, e vê-la lutar para respirar pareceu agradar o monstro.
— Pronto! Já tirei. — Ned riu. — Ela está com uma tanga azul. É uma puta, eu sabia. É por isso que ela não nos disse que foi estuprada pelo animal. Provavelmente queria e implorou que a fodesse. — O divertimento dele passou. — Acha que o doutor ligaria se eu a fodesse no traseiro? Isso não conta não é mesmo?
— Cala a boca, seu imbecil. Nada de estupro. Esqueça isso. Ela vai ficar histérica quando eu acabar aqui e vai ficar ótimo no vídeo. Vão achar que realmente ficou traumatizada com aqueles animais bastardos quando nós mandarmos a gravação para as emissoras de TV.
Mark soltou sua boca para que pudesse ofegar e desceu mais em seu corpo, para se colocar em cima do seu quadril outra vez. Estendeu o braço e beliscou o outro mamilo com força, apertou e torceu.
O som que saiu de Tammy de fato machucou sua garganta. Não conseguia escapar da dor e pior, ouviu-os rindo quando ficou sem ar, deixando claro que sua dor os divertia imensamente.
* * * * *
A frustração envolveu Valiant quando caiu de joelhos, pressionou o nariz no chão e tentou captar o mau cheiro do inimigo. Os homens chegaram a uma área rochosa e o vento tinha aumentado. Ele se recusava a desistir mesmo que tivesse perdido o cheiro de Tammy. Estreitou os olhos quando vasculhou a área por qualquer sinal de perturbação recente.
— Espalhem-se. — ordenou aos outros Espécies. — Encontrem o rastro.
— Calma, Valiant. — sussurrou Tiger. — Está soando um pouco louco com o jeito que está rosnando.
Valiant virou a cabeça para olhá-lo com raiva.
— Eles estão com a minha Tammy.
— Entendido. — Tiger se afastou, indo para a esquerda para tentar encontrar a trilha certa.
Valiant duvidava que alguém entendia o que estava sentindo. Sentiu sua falta e ela havia ocupado todos os seus pensamentos. Seu cheiro saiu de sua cama e ele havia chorado a perda. Não encontrá-la seria inaceitável. 52

— Aqui. — Rider chamou baixo. — Achei uma pegada.
Valiant ficou de pé em um pulo, farejou a área e captou o cheiro fraco de um humano suado. Um deles tinha se esfregado contra o tronco de uma árvore. Ele andou e olhou na escuridão, procurando a maneira mais fácil por onde ir se fosse um humano mais fraco carregando uma mulher sobre o ombro.
— Sigam ele. — encorajou Tiger. — Não deixe que escape das suas vistas.
— Eu vou matá-los. — jurou Valiant.
— É por isso que estamos colados em você. Está tão agitado que pode acabar matando ela e nós também. — Tiger fechou a distância entre eles, mantendo-se bem perto. — Pense antes de agir.
— Eu farei o que for preciso para salvá-la.
— É disso que temos medo. — suspirou Rider. — Também queremos resgatar a fêmea, mas seja inteligente.
— Deixem ele em paz. — rosnou Brass. — Entendo a necessidade de proteger uma fêmea. Sou muito próximo a Trisha. Elas não são tão fortes quantos as nossas e essa Tammy não vai ser capaz de se defender. Foi por isso que eu quis vir. Harley e Moon também queriam, mas sabiam que você não queria assustar os humanos com tantos dos nossos. Se esses machos machucaram a fêmea de Val ele deveria matá-los sim. Eles são imbecis que precisam morrer.
Valiant rosnou em concordância.
— Ótimo! Ajudou muito Brass. — Tiger o olhou com raiva.
Brass encolheu os ombros.
— É a verdade.
Um grito agudo disparou no ar, vindo do leste, e Valiant respondeu ao chamado de dor de sua mulher. Jogou a cabeça para trás quando se adiantou para encontrá-la.
* * * * *
— Ela vai dizer o que você quiser que diga, Paul. Vê? — Riu Mark. — É tudo uma questão de convencer...
Um rugido alto sacudiu a noite. Os ouvidos de Tammy doeram pelo barulho. Ouviu aquele rugido antes. Valiant estava ali e perto.
Tammy olhou com raiva para o imbecil que a prendia ao chão. Ele girava a cabeça freneticamente em direção as árvores ao redor deles, procurando sua fonte.
— Que porra foi isso? — Ned se aproximou mais da fogueira, espiando em volta.
— Eu não sei. — sussurrou Terry. — Foi perto.
— Foi um leão? — sussurrou Ned. — Eles são comuns nessa parte da Califórnia? 53

— Não sei. — sussurrou de volta Mark. — Eu sei que tem linces e pumas em áreas montanhosas. — Sua mão diminuiu a força no seio e ele remexeu no bolso de trás. — Mas foi bem perto. Preparem-se para um ataque. Os gritos dela provavelmente atraíram o animal e ele deve achar que há comida por aqui. — retirou uma pistola que tinha enfiado no cós da calça.
— Não pareceu um lince nem um puma. — Terry se abaixou, puxou a perna da calça e revelou um coldre. Puxou a arma e se levantou. — O que quer que seja, está por perto.
Tammy sorveu ar nos pulmõese gritou outra vez, apesar da sua garganta dolorida. Queria que Valiant a achasse e entendeu que seria mais fácil se o ajudasse.
— Cale a boca dela. — Ned soava em pânico.
Mark agarrou sua mandíbula para forçar sua boca a se fechar. Olhou-a com fúria. — Faça isso de novo e eu vou estrangulá-la até que desmaie.
Ned e Terry saíram de perto de Tammy. Seu alívio foi instantâneo por suas atenções não estarem mais nela. Eles tomaram posições ao redor da fogueira para vigiarem as árvores. Seu coração martelava com a esperança de que Valiant a salvasse. Como ele sabe que eu estou com problemas? Isso importa? Inferno, não. Ele está aqui.
Tinha que ser Valiant, a não ser que houvesse outro Nova Espécie que pudesse rugir como ele. Aquilo era possível. De qualquer modo, ela sabia que não vivia nada na área antes da chegada dos Novas Espécies que daria aquela espécie de rugido. Tinha que ser um deles e nunca ficou tão grata em toda sua vida por tê-los como vizinhos.
Um uivo quebrou o silêncio, assustando Mark. Ned praguejou em voz baixa, virou-se para fitar outras árvores, e levantou a arma.
— Merda.
Mark parecia aterrorizado enquanto jogava a cabeça para os lados.
— Isso foi um lobo?
— Um lobo e um leão? — Terry sibilou um palavrão. — Merda. Não são animais de verdade. São eles. Aqueles malditos animais de duas patas.
Outro uivo rachou a noite e mais um juntou-se ao primeiro. Tammy tentou se retorcer para longe do imbecil que ainda segurava sua boca, mas ele agarrou sua garganta de repente e a apertou com força. Olhou-a com raiva.
— Mexa-se um centímetro e eu estrangulo você. Não grite também.
Acreditava nele. Parecia assustado e ela pôde ver o suor encharcando o lábio superior e testa dele. Soltou sua garganta e levantou o quadril de cima dela o suficiente para que não ficasse mais imóvel. Deu a ela um olhar de advertência.
— Não se mexa ou mato você. Entendeu?
Ela assentiu com cuidado, mantendo os lábios selados. Ouviu dizerem que quem quer que os tivesse contratado a desejava viva, mas julgando pelo terror em que se encontravam, não estavam mais pensando claramente. Levantou o olhar para as armas que os homens seguravam. Até Ned e Paul tinham armas agora. Ficou preocupada e com medo pela segurança de Valiant. Ou, se não por ele, pelo outro Nova Espécie que estava ali na floresta vindo atrás dela. 54

— Se algum de vocês estiver aí e puder me ouvir — gritou Mark. —, vou matar a vadia se nos atacarem.
Ned se aproximou mais da fogueira.
— O que faremos?
Terry levantou a arma, observando a floresta escura.
— Esperamos até amanhecer quando pudermos ver melhor, porque eles têm a vantagem no escuro. Contanto que mantenhamos uma arma apontada para ela, não vão ousar nos atacar. Obviamente a querem. Mantenha o fogo alto para afastá-los.
— Talvez devêssemos vesti-la para que não saibam que mexemos com ela. — sussurrou Ned.
— Eu não vou sair do lugar. — Mark sacudiu a cabeça. — Não dou a mínima se estão putos por termos tirado até sua calcinha. Estou pronto para estourar os miolos dela se aparecerem.
— Podíamos atraí-los e assim matá-los.
Terry segurava a arma em uma das mãos e uma faca na outra, girando em círculos lentamente para ficar de olho nas árvores fora do alcance da fogueira.
— Um de nós poderia machucá-la para força-los a virem e assim teríamos a vantagem. Só há três deles e podemos cuidar de vários desses animais.
— Como sabe que são apenas três? — sussurrou Ned. — Pode haver dúzias deles nos olhando neste exato momento. Podem ter nos cercado.
— Eu ouvi dois uivos de lobo e um rugido. — Declarou Paul. — Concordo com Terry. Só há três deles, e se houvesse mais, teriam feito mais barulho para nos intimidar. Meu palpite é que estão se aproximando de nós e emitiram os sons para indicar suas posições. São táticas básicas de caça quando se usa animais. É para saber onde a presa está e não se atire nos colegas quando há outros grupos atrás do mesmo alvo.
— Eles estão armados? — reclamou Ned. — Ninguém me disse isso.
— Porra, sim. — assentiu Terry. — eu os vi quando me juntei àquele protesto alguns meses atrás em Homeland. Eles estavam no topo do muro como franco-atiradores defendendo os portões caso um de nós decidisse invadir outra vez.
Tammy sabia com toda certeza que os idiotas que a sequestraram atirariam nos Novas Espécies. Seus salvadores sabiam que os imbecis estavam armados? Passou o olhar pelos idiotas nervosos outra vez e lentamente inalou ar. Estava disposta a apostar a própria vida de que não a matariam de imediato. Sabia que se tornou a única ferramenta que possuíam para evitar que os Espécies viessem pegá-los.
* * * * *
Valiant saiu em disparada até o acampamento quando o cheiro do medo de Tammy encheu suas narinas. A necessidade de protegê-la, de ajuda-la, tornou-se tão opressora que não conseguia mais formar pensamentos coerentes. 55

Um grande e inesperado peso aterrissou em suas costas e seus joelhos cederam. Dois braços fortes o rodearam. Um em volta da garganta para cortar o oxigênio e outro em volta do peito debaixo dos braços. Ele agarrou o corpo masculino, mas as palavras sibiladas em seu ouvido o impediram de lutar.
— Estará morta antes que chegue até ela. Acalme-se agora. — exigiu Tiger. — Pense meu amigo. — O braço ao redor da garganta afrouxou. — Respire fundo algumas vezes, lute contra seus instintos e confie em mim.
Valiant sorveu o ar pela boca, conteve um rugido e soube que Tiger estava com razão.
— Os humanos a matariam. Preciso chegar até ela. — Manteve a voz baixa para evitar que chegasse até o acampamento.
— Precisamos chegar até ela sem que a matem primeiro. Eu entendo e posso sentir sua fúria. Sinto o cheiro dela. Você quer salvá-la e eu também. Temos que fazer isso direito. Olhe. Vê a fogueira? Percebe o macho armado sentado em cima dela? Ele está lá para atirar nela se aparecermos.
Valiant notou mais do que o humano prendendo sua Tammy ao chão. Eles tiraram sua roupa. A pele pálida estava exposta ao ar frio da noite e as vistas dos machos que a roubaram. Uma raiva homicida o encheu até que seu corpo inteiro se sacudiu de emoção.
— Eu sei. — sussurrou Tiger em voz baixa. — Posso sentir o cheiro da sua vontade de arrancar os corações e as cabeças deles de seus corpos. Isso fará com que ela morra. Está controlado?
Ele sacudiu a cabeça antes de assentir.
— Sim. — disparou.
Tiger tirou o braço que rodeava o seu peito como também o peso de cima de suas costas ao se levantar. Um uivo de Rider soou do outro lado do acampamento. Ele estava posicionado. Ficou mais fácil para Valiant pensar ao saber que os humanos estavam cercados. Os Espécies atacariam de outra direção para atrair atenção. Ele só precisava esperar um pouco antes que pudesse alcançar Tammy. Protegeria a ela e mataria os machos que a sequestraram.
Tiger ficou agachado ao seu lado.
— Vou deixar que mate o macho em cima dela. Use sua faca. Vamos abrir fogo quando atacar. Ela está mais segura no chão, Valiant. Deixe-a lá e não entre no confronto. Eles vão atirar em você. Não poderá ajudá-la se estiver morto. É um filho da puta dos grandes, mas meia dúzia de buracos vão te derrubar. Você me entendeu?
— Sim. — Mas não queria entender.
— Prepare-se, mas espere pela oportunidade perfeita.
Valiant se levantou, a mão indo para a faca amarrada à coxa e testou seu peso na palma. Sua atenção se fixou no macho sentado no quadril de Tammy, a raiva ferveu, e ele sabia que não erraria.
— Vá até ela quando estivermos prontos. Leve-a daqui que limparemos a área.
— Quero todos mortos. Quero matá-los. 56

— Ela, Valiant. Concentre-se nela. Leve-a para longe assim que tiver chance de pegá-la quando abatermos os machos com tiros, mas não antes. Não pode ajudá-la se estiver morto. Lembre-se disso, porra.
— Eu vou lembrar. — Ele estreitou os olhos, lutou contra outro rugido e mal podia esperar para matar o bastardo sentado na sua Tammy.
— Eles estão armados. — Tammy gritou, garantindo que os Novas Espécies fossem avisados do que estariam enfrentando se entrassem no acampamento.
Mark colocou a mão em sua garganta, mas era tarde demais. Ela foi capaz de avisar os Novas Espécies. Eles tinham que ter ouvido. Ao menos era o que esperava enquanto olhava com raiva para o imbecil em cima dela. Se olhares matassem, sabia que sua vida teria terminado com aqueles olhos cor de mel fitando-a com ódio.
— É triste quando alguém coloca um animal acima de sua própria espécie. — grunhiu Paul. — Juntem as costas homens. Atirem em qualquer coisa que se mover.
Tammy lutou desesperadamente com o cinto que segurava seus pulsos. Não ajudava estarem presos debaixo do seu traseiro, tornando mais difícil se libertar. Teve cuidado para não tocar nas coxas abertas de Mark. Ficou ciente de que ele continuava apertando e de que não conseguia respirar. Quando os segundos passavam percebeu que ele não planejava soltar.
O pânico a dominou e ela jogou os dois joelhos para cima. Ele disse um palavrão quando atingiram suas costas e teve que soltá-la para se segurar antes que caísse para frente, escolhendo soltar sua garganta ao invés da arma.
Tammy arfou e deixou as pernas caírem.
— Não faça isso, vadia. — sibilou ele para ela.
— Não conseguia respirar. — ofegou.
Ele a olhou com ódio.
— Porra de pu...
Tammy fitou Mark quando suas palavras foram cortadas e seus olhos arregalaram. Abriu a boca completamente, como se fosse gritar, mas só um chiado baixo saiu dela. Ele desceu o olhar lentamente para o punho da faca que estava enfiada em seu peito. De repente, o sangue fluiu de sua boca e caiu em Tammy. O sangue quente, molhado e viscoso se espalharam por sua pele nua.
Tammy reagiu depois de uma fração de segundo de absoluto terror.
Virou-se com força e levantou o quadril, movendo-se em direção à fogueira. O peso de Mark mudou de posição, desmoronou, e Tammy rolou na direção oposta para se livrar completamente dele. Assim que ficou livre, usou o ombro para apoiar a parte de cima do corpo na grama já que suas mãos estavam atadas às costas.
Apoiou-se nos ombros e nos joelhos, ignorando os detritos no chão que se enterravam em sua pele. Ouviu alguém disparar uma arma, o som realmente alto, e os portões do inferno se abriram quando mais tiros surgiram um segundo depois. Não sabia se atiravam nela ou não. Lutou para se levantar em desespero e disparou para a escuridão da floresta. 57

Tammy continuou se movendo mesmo quando algumas balas cravaram em troncos de árvores à sua volta, mas não parou. Deixou o acampamento para trás sem sentir nada atingindo seu corpo e conseguiu evitar bater nas árvores. Quando a fogueira se apagou ela ficou completamente cega.
Correu até seu ombro bater num galho baixo e o impacto fez com que caísse de joelhos. Ela lutou para ficar de pé e inclinou-se dolorosamente contra a casca grossa da árvore, tentando recuperar o fôlego que tinha se esvaído dos pulmões e ignorou a aspereza contra a pele.
Um homem gritou atrás dela — um som horrível e sofrido, mas que a motivou a continuar correndo. Sacudiu os punhos, mas o couro ainda se recusava a ceder. Frustração e medo travavam uma batalha enquanto tropeçava pelo caminho. Queria colocar distância entre ela e as balas.
Caminhou e rezou para que sua visão se ajustasse à escuridão. Parecia que uma guerra estava sendo travada atrás dela com as armas disparando e todos os gritos que sacudiam a noite. Tammy finalmente conseguia avistar formas turvas e seu passo se tornou um trote rápido. Não conseguiu ir muito além quando de repente algo surgiu em seu caminho. A sombra surgiu de um lado — algo grande. E o que quer que fosse, veio direto para cima dela.
Abriu a boca para gritar quando tentou mudar de direção, mas a sombra era mais rápida. Mãos enormes agarraram sua cintura.
— Tammy. — disse Valiant.
Ela congelou. As mãos a puxaram contra um peito vestido. Inalou o aroma masculino que não havia esquecido. Naquele momento admitiu que sentiu falta do cheiro e dele. Seu corpo grande era morno e imenso com os braços ao redor de sua cintura em um abraço. Seus joelhos cederam, mas ela não caiu. Ele a manteve com firmeza contra ele.
— Estou aqui.
Os dedos de Tammy coçavam para se agarrarem a ele, mas não conseguiu. Fungou e lutou contra as lágrimas de alívio por tê-la encontrado e salvo. Tinha ficado aterrorizada. Aqueles homens a machucaram, mas ela conheceu a segurança nos braços de Valiant. Seu pesadelo acabou. Ele garantiu que eles não tivessem chance de levá-la outra vez. Tinha fé absoluta nisso.
— Eu vou sentá-la e te dar minha camisa. — falou baixo com a voz rouca. — Sua pele está fria. Você entende?
Ela assentiu contra o peito dele e Valiant rugiu baixo quando a colocou em um monte de grama gelada. Ela fitou sua sombra escura quando se agachou na frente dela. Não era mais que uma sombra grande e reconfortante na escuridão com aquela voz rouca. Um tecido roçou sua perna.
— Levante os braços para mim.
— Não posso. Minhas mãos estão presas às minhas costas.
Ele praguejou.
— Esqueci. Estou com tanto ódio que é difícil pensar direito. 58

Valiant passou os braços em volta dela mais uma vez. Tammy apreciou e se sentiu confortada pelo calor e pela segurança de estar envolta em seus braços. Desatou o cinto com dedos gentis e o abriu para libertar seus pulsos. Ela moveu os braços para frente e choramingou com a dor que atingiu os dois. Até seus ombros doíam por ficar presa naquela posição por muito tempo.
— Eu vou matá-los. — ele rugiu. — Cada um deles. — Se inclinou para trás até abrir algum espaço entre seus corpos e agarrou seus pulsos gentilmente para roçar os polegares na pele machucada. — Sinto cheiro de sangue em você.
Valiant trouxe suas mãos para o rosto e inalou. Ele fez a última coisa que esperava que fizesse. Ela deu um pulo, mas não se afastou quando a língua dele lambeu com gentileza a área dolorida e queimada do seu pulso. Isso de fato fez a sensação excruciante passar. Ele se voltou para seu outro pulso e usou a língua nele.
— O que está fazendo, Valiant?
— Está doendo menos?
Assentiu, mas lembrou que ele provavelmente também não podia ver bem no escuro.
— Sim.
Ela notou quando tudo de repente ficou quieto. Os sons da floresta morreram completamente junto com os do tiroteio. Somente a brisa suave nos galhos das árvores acima soava no momento fantasmagórico.
— Eles virão logo e preciso vesti-la. — disse Valiant baixo. — Vou colocar o meu suéter em você. — Ele soltou suas mãos.
— Quem está vindo? — O medo a envolveu e ela esperava que não estivesse falando dos homens que a sequestraram.
— A minha gente virá atrás de nós e não vão demorar muito. Não se preocupe. Eles cuidaram daqueles homens que roubaram você de um jeito ou de outro. Levante os braços para mim.
Conseguiu passar o suéter por sua cabeça e pulsos machucados. O tecido grosso e macio ainda estava quente do corpo dele e tinha o cheiro de Valiant. Ele a ajudou a se levantar e ela percebeu que o suéter batia na metade de suas coxas. Era mais como um minivestido em seu corpo menor. Ele enrolou as mangas até a altura de seus cotovelos.
— Não quero que o tecido roce nos seus pulsos feridos. — explicou.
— Obrigada. — Tocava seu coração que fosse tão atencioso.
Tammy viu sua forma mudar no escuro quando Valiant se afastou uns passos e levantou os braços. Os poucos raios da lua que passavam com esforço pelas copas das árvores refletiram algo branco. Tecido se rasgou.
— Fique quieta, Tammy. Eu vou carregá-la e usar minha regata para proteger sua intimidade. Vou fazer um tipo de short para você.
Ficou de joelhos na frente dela. Sua cabeça na altura do peito mesmo com ele de joelhos. Era estranhamente alto, lembrava-se. Ele levantou o suéter até debaixo dos seus 59

seios. Ela não ficou nem com vergonha de estar nua diante dele. Ele a pediu baixinho que segurasse o suéter.
Pela sensação, deslizou parte da regata entre suas pernas e amarrou cada lado em seu quadril para cobrir a calcinha. Isso a lembrou da peça que um lutador de sumô usava. Ele se levantou e ela soltou o suéter. Valiant se aproximou mais.
— Vou colocá-la nos braços. Está descalça e machucada. Está segura agora e ninguém irá feri-la.
— Eu sei. — disse baixinho. — Obrigada.
Ele permaneceu calado por muito tempo.
— Nunca me agradeça por te proteger, Tammy. Você é minha. É meu dever e minha honra.
Suas palavras a assustaram tanto que ficou muda. Nunca nenhum homem lhe disse aquilo. Também nunca esperou que algum falasse, mas tudo em Valiant era especial. Não podia ver nenhum dos seus ex-namorados entrando na floresta à noite para tentar salvar sua vida. Lágrimas encheram os olhos quando ela rapidamente piscou para contê-las. Temia que fosse ficar mais chateado se desabasse completamente em soluços aos seus pés enormes.
Ele se inclinou e passou um braço muito gentilmente em volta das suas costas, passando o outro atrás dos joelhos para aninhá-la nos braços. Ele fez com facilidade, como se ela não pesasse nada. Sem hesitar, Tammy passou os braços em volta do seu pescoço e o abraçou com força.
A pele nua dele a confortava. Descansou a cabeça na parte quente próxima à curva do ombro quando Valiant caminhou com ela nos braços. Dor e exaustão a drenavam tanto fisicamente quanto mentalmente. O balanço dos passos cuidadosos de Valiant a consolaram...

8 comentários:

  1. Valiant é um verdadeiro cavalheiro, meio rude e bruto, mas um cavalheiro 😍😍💓💓👏👏

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  2. Meu livro predileto 💖💖💖😶😶😶

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  3. Chorei na parte da tortura, Valiant é a personificação do "princípe encantado". Fico triste em saber que nunca vou encontrar alguém assim.

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  4. Valiant tá sendo meu personagem preferido até agora♥

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  5. Valiant é muito fofo e cuidadoso com ela .....

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