CAPÍTULO DEZENOVE
Slade bateu o telefone fixo na base.
— Ótimo. Isso é exatamente o que precisamos.
Tiger ficou tenso.
— O que está errado?
— Alguns idiotas convocaram uma coletiva de imprensa no
portão principal, exigindo liberdade de expressão. Os repórteres estão
aparecendo em massa. Como nós precisamos desta merda no topo de todo o resto.
Este grupo nos quer nos portões dianteiros também. Disseram que têm algo para
nos dizer que vamos querer ouvir. Eu duvido.
Bestial suspirou.
— Tenho certeza que será apenas insultos que desejam jogar em
nós. Estas coisas nunca vão bem. Provavelmente são aquelas pessoas de direitos
humanos novamente alegando que nós estamos ameaçando seu estilo de vida.
— Temos cerca de quinze minutos antes que esta coisa comece.
Vou até lá para ver que diabos estes idiotas estão fazendo. Vou triplicar os
oficiais de plantão e chamar alguns franco-atiradores. Não quero nenhuma
surpresa desagradável. — Slade correu os dedos pelo cabelo.
— Eu odeio estes babacas.
Tiger levantou.
— Irei com você. Segurança é meu trabalho.
Bestial desdobrou o corpo da cadeira para se levantar.
— Você ainda está de licença médica, Tiger. Vamos todos. É
melhor que sentando aqui olhando às paredes enquanto nós esperamos pela palavra
de Tim.
— Eu concordo,— afirmou Slade. — Você é meu segundo, Tiger.
Lidaremos com esta porcaria juntos.
Os três deixaram o escritório de Slade e subiram em um Jipe.
Slade usou o celular para dar ordens enquanto Bestial dirigia. Eles alcançaram
o portão principal e tomaram os degraus até a passarela no muro onde podiam ver
tudo. Um dos oficiais passou a eles coletes à prova de balas, que vestiram.
Tiger avaliou os vinte atiradores de elite no muro e os trinta oficiais
reunidos abaixo na lateral do portão da ONE.
Tiger apropriou-se de um dos rádios de um homem e ordenou um
adicional de cinquenta homens para atender no caso de ataque. Ele os queria
preparados para correr até os portões se eles fossem necessários. Bestial os
observou severamente quando seus olhares se encontraram.
— Melhor ser
paranoico. — Tiger empurrou o rádio no bolso. — Overkill9 é
uma boa palavra quando os nossos machos estão segurando as armas.
9
ˇ Exagero; uso excessivo da
força.
— Todo mundo está usando coletes? — Slade gritou para ser
ouvido.
Tiger relaxou ligeiramente quando se asseguraram que todos os
protocolos de maior alerta estavam sendo seguidos. Ele notou a chegada do
xerife local e quatro dos seus assistentes. Estavam lá para ajudar com o
controle da multidão do lado de fora dos portões. Enviar oficiais para fora não
era algo que queria fazer, era muito perigoso.
Pensamentos de Zandy atormentavam Tiger. Perguntava-se onde
ela estava, se estava viva e simplesmente desejava que estivesse nos seus braços.
Raiva o agarrou por ter que lidar com a situação atual, quando tudo que
realmente queria fazer era efetuar mais ligações para ter mais recursos focados
em localizá-la. Ele se desculparia pelas coisas que não se lembrava de dizer e
ia fazê-la perdoá-lo. Não se importava quanto tempo levasse, mas a convenceria
que ele era seu macho.
Bestial rosnou.
— Olhe para todas as vans de notícias parando. Quem são estas
pessoas?
Slade deu de ombros.
— Nunca ouvi falar deles. Estão chamando a si mesmos de
Salvação do Pecado. — Ele bufou. — Eles disseram que querem contar ao mundo
sobre o quão mal somos.
Bestial riu.
— Eu não creio que nós podemos simplesmente atirar neles
quando chegarem, para prová-los corretos?
Tiger não estava de bom humor.
— Não me tente a dar essa ordem.
—Quero saber como eles conseguiram tantos repórteres aqui.
São obviamente excêntricos, — disse Slade. — Declararam que têm prova de que
somos perigosos para a humanidade e prometeram aos canais de noticias, alguma
coisa que eles querem mostrar no noticiário das seis, como a história
principal.
Tiger agarrou o rádio para se dirigir aos oficiais.
— Eles podem tentar provocar um ataque de nós. Mantenha seus
temperamentos em ordem. Não abram fogo a menos que eu dê a ordem, ou vocês
serem alvejados primeiro. Estão tramando alguma coisa uma vez que quiseram
tantas câmeras na cena. Basta está preparado para qualquer coisa. Nós temos
fumaça de gás pronto?
— Sim, — um macho respondeu. — Estamos preparados.
Slade suspirou.
— Ótimo. Apenas lembre-se de ficar frio, todos. Somos
melhores que aqueles babacas. Querem dar algum tipo de discurso e tenho certeza
que isso vai testar a nossa moderação. Quanto mais tranquilos parecermos com
suas palavras de ódio, mais estúpidos eles parecem.
Tiger bufou.
— Verdade.
Bestial sorriu.
Tiger contou pelo menos quinze vans de notícias estacionadas
ao longo da rua, mas estavam longe o suficiente dos muros para não ser uma
ameaça. Os manifestantes foram retirados uns bons quinze metros longe dos
portões pelo xerife e seus assistentes. Xerife Cooper acenou e Tiger o
reconheceu com um aceno de cabeça.
— Então, quando é que esta merda deve começar? — Bestial
ficou impaciente.
Slade olhou o relógio.
— Em breve. Disseram que estariam aqui às 5:40.
— Há um trailer vindo e um carro. Acha que são eles? — Um dos
oficiais balançou a cabeça.
Tiger estreitou o olhar, assistindo os veículos se
aproximarem. — Sim. Eles têm uma bandeira de Salvação do Pecado na lateral
disto.
Bestial bufou.
— Olhe o quão velho aquela coisa é. Estamos sendo visitados
pelo passado.
Slade riu.
— Pelo menos podemos descartar que eles têm lança mísseis.
Não poderiam pagar por eles.
Tiger concordou.
— Talvez a gente não tenha que se preocupar sobre eles
disparando em nós também. Vê a ferrugem naquela coisa? Duvido que disponham de
balas.
Tiger ficou tenso quando dois machos desceram da cabine do
trailer. Uma caminhada até a parte traseira e usou uma escada para subir no
telhado onde ele estava na parte traseira. Ele se inclinou e ergueu um
microfone.
— Esta coisa está ligada? — A voz do macho transmitia pelos
altos falantes, obviamente, equipados ao veículo.
— Os altos falantes funcionam, — o motorista gritou do
para-choque dianteiro.
— Eu sou Irmão Adam da Salvação do Pecado. Sou o líder do
nosso grupo. Estou aqui hoje para lhe dizer que nós não vamos tolerar a desova
do mal do demônio contaminando nossas mulheres. Nenhuma mulher temente a Deus
se deitaria com um demônio. É errado e contra a palavra de Deus fornicar com um
animal. Nós queremos que as mulheres lá fora saibam que vocês estão condenando
suas almas ao inferno até mesmo por se associar com a desova do inferno que
chamam a si mesmos de Novas Espécies. Qualquer mulher que se associe com estes
demônios vai queimar no inferno e eu estou aqui para dizer a você que se
considerar ser uma noiva do diabo será castigada no fogo do inferno. Qualquer
mulher que ir perto destes seres vis está deixando o diabo tentá-la para ser
sua noiva. Deus falou e disse para mim fazer isto. Estou esperando que
outros peguem a palavra de Deus que eu prego hoje e faça o mesmo.
— Este é um discurso horrível, — Bestial murmurou.
— Eles gastaram seu dinheiro em oradores em vez de um
publicitário, — Tiger gracejou.
O humano segurando o microfone apontado para a parte superior
do muro.
— Vocês não devem
pôr mais suas mãos sujas em nossas mulheres. Tome cuidado com a nossa
advertência que homens tementes a Deus vão purificar suas almas. — Ele se moveu
e sentiu algo sob a lona. Ele arrancou com força o que quer que fosse.
Slade revirou os olhos.
— Nós viemos aqui por isto?
Bestial riu.
— Eu apreciaria uma mulher má na minha cama.
Um dos machos das Novas Espécies perto deles riu.
— Eu também. Pecadora é melhor.
— Merda, — Tiger murmurou, agarrando seu rádio. — Alerta. O
humano está desprendendo a lona na parte de trás do trailer. Ele poderia ter
machos escondidos sob isso com armas de fogo.
O macho humano na frente do trailer se curvou e o som de um
gemido suave começou. Slade amaldiçoou, pondo o rádio à boca.
— Alerta. Isso pode ser uma arma.
Tiger descansou uma mão na faca amarrada na coxa. Praticou
muitas vezes e se tornou muito preciso em lançá-la. A outra mão ajustou o rádio
no muro e pegou a arma sobressalente amarrada ao oficial na sua direita,
tirando-a do coldre como a lona subia mais alto.
O que quer que estivesse sob ele estava, pelo menos, sete
metros e meio de altura. A lona ondulou no ar e começou a cair quando esteve
completamente erguido.
Um grito surpreendeu a todos e a visão de uma mulher amarrada
a uma cruz foi revelada quando a lona caiu. Os joelhos de Tiger quase
desmoronaram quando olhou para Zandy. O choque de vê-la suspensa no ar em cima
do veículo demorou segundos para registrar em sua mente. Seu cabelo estava
bagunçado, uma contusão escurecia sua bochecha, e ela parecia muito pálida.
Cordas grossas feriam ao redor dos seus braços e pernas, prendendo-a lá.
Ela gritou novamente, lutando com as cordas. Seu olhar
apavorado focou nos portões.
— Dispare nele, — ela gritou. — Ele vai colocar fogo em mim!
O olhar de Tiger se afastou dela para o humano mais próximo
de Zandy. Ele estava segurando um recipiente vermelho e despejava o conteúdo em
um monte de madeira caoticamente espalhado por toda a extensão do telhado do
trailer. Os sentidos aguçados de Tiger estavam totalmente envolvidos com o
coração disparado e o fedor de gasolina enchendo o nariz.
— Dispare nele, — Tiger rugiu, imediatamente entendendo o que
o macho humano planejava fazer para Zandy.
Gritos dos seres humanos no chão encheram o ar quando
perceberam o que estava prestes a acontecer. Zandy deve ter ouvido sua voz. O
queixo dela ergueu e o olhar apavorado o procurou. As lágrimas deslizaram por
seu rosto quando o tiroteio irrompeu. O humano com a lata de gasolina sacudiu
quando Tiger disparou, observou como três balas atravessavam seu peito e
impulsionaram o corpo para trás para desaparecer de vista onde ele bateu no
pavimento.
— Não! — O humano na frente do trailer gritou antes de fazer
algo com as mãos, lançando um objeto para cima. Chamas acenderam em um whoosh.
Horror sacudiu
Tiger de sua posição congelada quando o fogo propagou através do topo do
trailer e cercou a parte inferior da cruz. Zandy soltou outro grito apavorado
que o colocou em movimento antes de dar-lhe qualquer pensamento. Empurrou os
machos para fora do caminho, correu em sua perna ainda dolorida e agarrou a
parede perto da guarita nos portões.
Saltou por cima do muro, o corpo bateu dolorosamente no
telhado inclinado e ele deslizou em seu traseiro até a borda. Atingiu a área
gramada ao lado da guarita com um grunhido, ignorou a dor e soltou a arma ainda
embreada nos dedos. Precisava de ambas as mãos para dar o fora, recuperar o
equilíbrio e correr até o veículo em chamas.
Mais tiros soaram e balas bateram no humano que tinha lançado
o isqueiro que começou o fogo. Tiger teve que se esquivar do corpo caindo
quando o macho deitou de costas, morto. Empurrou os seres humanos fugindo do
caminho para alcançar o trailer onde saltou e agarrou a ponta do metal dele.
Içou-se.
Ele sentiu o calor escaldante das chamas, mas ignorou, muito
focado em Zandy para se importar se queimava. Um corpo grande de repente
aterrissou próximo a ele e virou a cabeça para olhar a Bestial. O macho segurava
um extintor de incêndio, que apontou na frente deles. Arrancou o pino e
pulverizou as chamas. Encharcou-os imediatamente.
— Pegue ela, — seu amigo rosnou, girando o spray para fazer
um caminho até a cruz de madeira.
* * * * *
Zandy tossiu, sufocando com a fumaça do fogo abaixo enquanto
ela a cegava. Virou a cabeça, mas não conseguiu encontrar nenhum ar respirável
até que o vento mudou. Tiger tinha estado no muro acima dos portões da Reserva.
Ela o viu lá, ouviu ordenar aos oficiais para disparar no Irmão Adam,
entretanto ela perdeu o rastro dele.
— Zandy! — Tiger rugiu o nome dela e a cruz tremeu o
suficiente para fazer todo o corpo dela balançar.
Ela olhou para baixo até ver se o fogo tinha comido através
da madeira o suficiente para fazer a viga espessa desmoronar. Ela fitou Tiger
abaixo dela enquanto ele subia a cruz para alcançá-la. Foi seu peso adicionado
que causou o movimento bruto. Ele avançou mais perto até que alcançou os pés
dela.
Dor lanceou por ela, mas cerrou os dentes quando ele apertou
as cordas para puxar seu corpo mais alto. Elas mordiam a pele pela força do seu
peso, mas se recusou gritar. Ele a abraçou e a viga quando eles estavam no
nível de seu rosto.
Seus olhares se mantiveram. Seus surpreendentes olhos fitavam
profundamente os dela e ele esmagou contra seu peito. Uma de suas mãos soltou a
corda e ele de repente segurava uma faca. Ele desviou o olhar e serrou as
cordas que prendiam seus braços.
— Tenho você, pequenina, — ele falou rouco.
— Tiger, — ela sussurrou, atordoada que ele estivesse
realmente lá.
— Segure-se em mim.
Um braço foi livre. Doía movê-lo, mas ela o colocou ao redor
do pescoço dele. Ele virou um pouco para transferir a lâmina para a outra mão e
agarrou a viga para apoiar o peso dele.
Suor enfeitava com
contas a testa e o rosto estava vermelho de exaustão ou talvez de inalar fumaça
demais. Ela não conseguia desviar o olhar dele. O puxão das cordas
assegurou-lhe que ele estava tentando libertar o outro braço.
— Se apresse, — um macho rosnou abaixo deles. — O recipiente
está quase vazio.
O vento mudou de direção e fumaça ondulou, fazendo os olhos
dela arderem. Ela tirou o olhar do rosto de Tiger e enterrou-o contra a pele
quente do pescoço. O odor masculino dele e a fumaça eram fortes. A corda cedeu
e ela embrulhou o outro braço ao redor ele, abraçando seu pescoço firmemente.
A viga sacudiu novamente e ela se perguntou se desmoronaria
com eles dois. Não fez. Ao invés uma mão agarrou seu tornozelo e as cordas das
pernas foram afastadas.
— Ela está livre, — alguém gritou. — Tenho as pernas livres,
Tiger. Se apresse. O interior está queimando agora e nós estamos perdendo a
batalha com o fogo.
— Agarre-se em mim, — Tiger exigiu duramente.
Levou a ela um segundo compreender o que ele quis dizer, mas
ergueu as pernas e enganchou-as em torno da cintura dele. Ele virou a cabeça
para olhar para baixo. Ela abriu os olhos, mas lamentou imediatamente. A
sensação de cair fez o estômago parecer rebelar-se em sua garganta antes do pé
de Tiger atingir o telhado. O corpo dele tomou o pior do impacto e quase o
dobrou, esmagando ela entre seus joelhos e peito onde ele se agachou.
Ele rosnou – um som feroz, horrível contra sua orelha.
Percebeu que ele tinha apenas caído com ela nos braços à medida que ele
endireitou, ambos os braços em torno de seu corpo. Ela olhou aos dois homens
Novas Espécies que estavam no telhado do trailer com eles. Um deles estava
chutando madeira em chamas para os lados e usando um extintor de incêndio para
conter as chamas enquanto o outro simplesmente pulava pela lateral.
Tiger seguiu ele até a borda, mas mancava muito, arrastando
uma perna. Alarme disparou por Zandy, sabendo que ele estava machucado.
— Jogue ela para mim, — Bestial exigiu do chão onde tinha
acabado de aterrissar. — Vou pegá-la.
— Vamos lá, — Tiger ordenou.
Ela odiou fazer isto, mas sabia que não tinham tempo para
discutir. A espessa fumaça fez respirar quase impossível e era provavelmente um
milagre que o telhado não tivesse cedido sob eles até agora. Tiger não permitiu
que ela levantasse, mas ao invés virou-a nos braços para embalá-la. Ele
ergueu-a sobre a borda e ela percebeu o que pretendia fazer. Não disse nada,
porém, o desespero nas feições dele deixando claro que não era uma escolha.
Ela caiu quando ele a soltou até que braços fortes a pegaram
sob a parte traseira dos joelhos e ao redor das costas. Doeu, mas não se
importou se a deixava contundida. A cabeça virou até olhar para Tiger,
apavorada pela segurança dele. Ele pulou e tentou pousar em pé. Um rugido veio
dele quando atingiu. As pernas cederam e ele deitou no pavimento.
Zandy lutou nos braços que a seguravam, mas o homem recusou
deixá-la ir. Ele virou com ela suficientemente rápido para deixá-la tonta e
correu. O movimento chacoalhando era áspero, mas ela conseguiu girar nos seus
braços. Perscrutou acima do ombro dele e viu o terceiro macho escapar do
telhado do trailer em chamas. Ele caiu em pé, inclinou-se e agarrou Tiger.
Vidro estourou das janelas do trailer, fogo disparou dos lados e Bestial a
puxou mais
apertado contra o
peito. Ela perdeu a visão de Tiger e do fogo enquanto foi levada através dos
portões ligeiramente abertos da Reserva.
— Tiger! — Ela gritou para ele, preocupada por sua segurança.
— Calma, — Bestial exigiu, parando a corrida louca deles. Ele
se virou para olhar de volta ao portão.
Zandy viu Tiger, então. Ele se inclinava fortemente contra o
Nova Espécie que ajudou a salvá-la. Evitava colocar peso numa perna, mas o
olhar era fixo nela quando entraram no portão. O macho segurou Tiger pela
cintura, sendo sua muleta. Ele veio direito para ela.
Lágrimas não derramadas encheram os olhos dela. Tiger a
salvou arriscando a própria vida. Ele e o outro macho pararam a poucos pés
deles. Tiger se afastou do amigo e abriu os braços, o olhar deixando-a para
fitar na pessoa a segurando.
— Dê a ela para mim, Bestial.
— Tiger? — O homem protestou, mas foi cortado quando ela foi
arrancada dos braços do Espécie de cabelo negro.
Tiger cambaleou com ela nos braços. Dois oficiais das
Espécies em uniformes completos de repente estavam lá, agarrando-os para
mantê-los na vertical. Eles suavemente os baixaram até que ela acabou sentando
no colo de Tiger. Ele deslizou para fora os braços de debaixo das suas pernas e
costas e segurou seu rosto.
— Eu não quis dizer as coisas que eu disse no hospital. Eu
nem me lembro de acordar. — Sua voz suavemente saiu, dor clara no tom. — Eu
nunca quis te mandar embora.
— Você está bem?
Ele rosnou.
— Você ouviu o que eu disse? Foram as drogas que me deram.
— Consiga um médico, — alguém gritou. — Ambos estão
machucados.
As mãos de Zandy tremiam quando agarrou seus ombros. — Está
tudo bem. Não se preocupe com isso agora. Sua perna está bem?
— Eu quebrei de novo. — Ele lambeu os lábios. — Você está
bem? — Seu olhar desceu até a bochecha. — Onde mais está machucada?
Nenhuma das contusões importava.
— Estou bem. Você quebrou a perna novamente?
— Não estava completamente curada.
— Você me salvou de novo.
Seus olhos incríveis ergueram até os seus.
— Eu sempre farei o que for preciso para proteger você,
Zandy. Estou grato por estar segurando você em meus braços novamente.
O coração dela batia forte.
— Você quase foi transformada em uma vara de fogo e você está
preocupada comigo? — Tiger perguntou.
Ela assentiu.
— Sim. — O cérebro começou a funcionar. — Oh deus. Estou no
seu colo. Devo estar machucando você. — Ela tentou soltá-lo, mas ele segurou-a
no rosto, mantendo-a lá.
— Não me importa. Só quero você perto.
— Tiger? — Slade
limpou a garganta.
Zandy virou a cabeça para olhar para o homem que a contratou.
Ele estava próximo a eles, a expressão horrenda.
Tiger rosnou.
— Deixe-nos sozinhos, — ele advertiu.
— Vocês precisam ser levados para o Médico agora.
Tiger sacudiu a cabeça.
— Mais tarde.
— Ela está machucada, Tiger. Não sabemos o que eles fizeram
para ela. Os dois precisam ser examinados por nossos médicos. Vamos mantê-los
juntos. Posso levá-la de você?
Tiger fitou os olhos de Zandy.
— Deixe-o carregá-la. Eu não posso.
Slade alcançou abaixo e suavemente a ergueu. Tiger estremeceu
e o rosto contorceu em dor, imediatamente alarmando ela. Ela se mexeu para ser
descida.
— Eu posso caminhar, — ela declarou, olhando para a pessoa a
segurando.
Slade suavemente rosnou.
— Vocês dois combinam. Ambos são teimosos e irracionais
quando se trata um do outro. Fique quieta.
Ele virou, caminhando a passos largos até um Jipe esperando.
Ele suavemente a colocou no assento dianteiro e ela tentou olhar em volta do
grande corpo dele para encontrar Tiger.
Slade se inclinou perto para atrair seu olhar.
— Faça-me um favor, Zandy Gordon. Entenda que Tiger não tem
lembranças de te machucar e aceite minha palavra de honestidade total que ele
não quis dizer tudo que disse. Ele merece alguns problemas por algumas das
coisas que disse para os homens que escolheram fêmeas humanas, mas eu nunca
quero vê-lo amuado de novo. Foi doloroso assistir quando ele se preocupava com
a sua segurança. Tente perdoá-lo e talvez ele vai voltar a suas maneiras
racionais, despreocupadas novamente.
Slade se endireitou e empurrou a cabeça para alguém atrás
dela.
— Vá para o Médico. Se apresse assim ela pode ser examinada
antes de Tiger chegar. Duvido que ele esteja com humor de assistir Dr. Harris
tocar sua mulher.
O Jipe moveu e Zandy avistou Tiger finalmente. Dois oficiais
sustentavam seu corpo entre eles, carregando-o para manter seu peso fora das
pernas. A preocupação a agarrou de como machucado ele realmente estava. O
motorista fez uma curva e ela perdeu-o de vista.
— Zandy?
A voz familiar a fez virar no assento.
— Smiley.
— Estou contente que está viva. — Ele olhou para ela e então
de volta à estrada.
— Eu também.
— Da próxima vez, você não deixa a Reserva sem uma escolta
completa.
Ela relaxou na cadeira.
— Sem problemas.
— Tiger vai ficar
bem. Somos fortes e curamos rápido. Ele não devia ter sido liberado do hospital
até que os ossos tivessem unidos firmemente, mas ficou um pouco louco quando
soube do seu sequestro. Isso retardou a sua cura, mas vai ficar bem. Pare de se
preocupar.
Ela abraçou o peito e lutou com o desejo de chorar. Tanta
coisa aconteceu que sabia que levaria tempo para se recuperar disto
mentalmente. Suas emoções estavam muito perto da superfície.
— Não derrame lágrimas. Tiger vai se curar.
Tiger alegou não ter lembranças do episódio no hospital. Seus
olhos fecharam quando aquelas informações se assentaram. Deixou-a imaginado se,
em seu estado drogado, ele poderia ter declarado o que estava em seu
subconsciente. Ele achava que eles não deveriam ficar juntos? Que ela era
realmente o inimigo?
O Jipe parou e Smiley a acompanhou dentro do edifício. A
equipe médica estava em alerta, todos esperando no prédio para lidar com
qualquer emergência enviada para seu caminho. Zandy foi levada a uma sala de
exame e uma doutora com um enfermeiro Espécie seguindo-a no quarto.
— Sou a Dra. Allison, — a mulher se apresentou. — Você é?
— Zandy Gordon.
— Ela trabalha aqui na Reserva, — o enfermeiro disse
calmamente. — Ela foi trazida uma vez antes para ser tratada pelo jovem Dr.
Harris depois de um incidente com os manifestantes nos portões.
— Obrigado pela história. — A doutora deu um sorriso. — Estou
geralmente em Homeland, mas as vítimas do acidente de helicóptero precisaram da
minha atenção, então fui trazida para Reserva. Estou assustada que eu não
conheço muitos dos funcionários aqui, mas é bom te conhecer. Só queria que as
circunstâncias fossem melhores. — Ela colocou luvas e suavemente segurou a
mandíbula de Zandy, girando a cabeça para estudar seu rosto. — Alguém te bateu?
Ela cuidadosamente detalhou o ataque na sua casa e o
sequestro consequente. Toda a história do que ela tinha sofrido veio à tona.
— Então, isso é tudo. Tiger precisa de você mais do que eu. Ele
acha que a perna está quebrada.
A mulher virou a cabeça para olhar o enfermeiro.
— Vá se certificar que Harris tem isso sob controle, certo?
Nós duas gostaríamos de uma atualização.
O Nova Espécie saiu do quarto depressa e a doutora sorriu
firmemente.
— Tiger estará melhor aos cuidados de Harris. Tivemos uma
grande discussão ontem. Ele quis deixar o hospital, mas eu fui inflexível que
ele permanecesse lá. Sou a última pessoa que ia querer trabalhando nele.
Provavelmente rosnaria para mim se eu dissesse “eu te disse”.
— Ele salvou minha vida. Ele podia ter queimado até a morte
comigo se a parte superior do trailer desmoronasse.
— Estou feliz por ouvir que valeu a pena a dor que ele deve
estar sentindo. Você está machucada em qualquer lugar além do rosto? — Os dedos
enluvados da mulher tocou sua
bochecha
machucada, franzindo o cenho. — O que são estas marcas vermelhas ao longo da
sua mandíbula?
— Eles
colocaram fita adesiva na minha boca. Usei a língua para molhar e trabalhei
isto para longe dos meus lábios, mas não consegui fazer nada sobre o resto
dele. O idiota responsável daquele grupo arrancou pouco antes de ele tentar me
matar. Doeu tanto que eu mal consegui respirar por alguns segundos. Ai! Agora a
área está sensível.
— A pele não rasgou, mas vai doer por um tempo.
— Minhas costelas e cintura doem também. Me prenderam com
cintos que cavaram em minha pele.
— Deite-se.
A doutora cuidadosamente a examinou.
— São apenas alguns hematomas. Não sinto nada quebrado. Você
se saiu desta provação muito bem. Você tem sorte. Nenhuma dificuldade para
respirar pela fumaça que inalou? — A doutora limpou alguns cortes que encontrou
em Zandy.
— Não. Estava ventando o suficiente para soprar a maior parte
para longe de mim.
— Você pode se sentar. — A doutora retirou as luvas. — Você
teve sorte, Zandy Gordon.
— Posso te perguntar algo?
A doutora arqueou as sobrancelhas.
— Claro.
— Hum... — Zandy hesitou. — Algo aconteceu que está me
incomodando. Tiger me disse algumas coisas no hospital quando acordou e ele
alega não se lembrar disto. Acha que as drogas o fizeram soltar coisas que
poderia sentir bem no fundo?
A mulher suspirou e olhou a porta, então de volta a Zandy.
— Não tenho certeza do que você foi informada, mas trabalha
para a ONE assim vou presumir que pode ser confiável. Alguns dos coquetéis de
droga descobertos nos arquivos Mercile eram experimentais. Isso é o que eles
faziam. Criavam drogas para testar em Novas Espécies. Alguns deles reagiram com
muita violência quando as drogas foram dadas para eles. Ficaram agressivos ao
ponto de serem perigosos, enquanto que outros tiveram alguns efeitos colaterais
únicos que variam desde desmaios até severas alterações de personalidade
enquanto sob a influência de algumas das drogas. O que ele disse foi normal ou
algo que você esperaria que ele dissesse?
— Eu não penso assim.
— É a sua resposta. Se isso está te incomodando, pergunte a
Tiger. Novas Espécies são conhecidas por sua honestidade. Tenho certeza que ele
vai querer esclarecer qualquer questão que você teve com ele. Ele te ameaçou ou
tentou atacar? Passei muito tempo com ele e isso não é normal para ele. Ele é,
na verdade, um amor.
Um pouco de ciúme surgiu.
— Vocês namoraram?
Dr. Allison sacudiu a cabeça.
— Não. Você não é só uma funcionária, não é? Estou achando
que está envolvida com ele?
— Estávamos antes
do acidente. Ele... hum, tipo que terminou comigo quando acordou. Ele disse que
não se lembra de dizer qualquer coisa e se desculpou.
— Você já tem sua resposta. Fale com ele. As drogas estão
fora do seu sistema, mas ele vai precisar voltar para elas. Aceleram a sua
cura.
— Como?
Dr. Allison hesitou.
— Você está com Tiger? Pensei que aquelas eram marcas de
mordida quando eu estava examinando seu ombro.
— Sim.
— Você está apaixonada por ele. Vejo isso nos seus olhos
quando você fala dele. — Ela sorriu. — Eles foram geneticamente alterados. Seu
DNA foi entrelaçado com vários genes animais. Mercile conseguiu manipulá-los o
suficiente para, bem, em termos leigos, fazer seus corpos se assemelharem com
certas funções fisiológicas. Seus sistemas imunológicos são incrivelmente
resistentes à enfermidade, doença, e eles curam muito rápido. O coquetel de
drogas que descobrimos nos registros provoca uma rápida cicatrização. Ele vai
precisar de mais doses, se ele de fato, quebrou a perna novamente. Curará em
dias ao invés de semanas. Eles odeiam adoecer e são pacientes terríveis. — Um
olhar melancólico suavizou seus olhos. — Na maioria dos casos. Eu tenho um
paciente que a droga não parece funcionar em tudo. Ele está em coma e nós não
temos sido capazes de despertá-lo.
— Sinto muito. Espero que ele se recupere. Estava no acidente
de helicóptero com Tiger?
— Não. 880 foi resgatado e levado a Homeland há algumas
semanas. Odiei deixá-lo aos cuidados de outros, mas precisavam de ajuda aqui.
Eu ainda tenho meus privilégios hospitalares nesta área. A maioria dos outros
médicos que trabalhavam mais tempo para a ONE não faz, já que foram trazidos de
diferentes partes do país. É por isso que eu fui chamada. — Ela se afastou por
um momento, então a encarou novamente segurando uma seringa. — Eu preciso lhe
dar isso. Você tem alguns cortes e isto é um antibiótico. Me sentiria melhor
dando isto para você. Posso dizer que aqueles não são frescos, provavelmente
aconteceu quando você foi levada, e germes infeccionam em questão de horas.
Quando você teve sua última vacina de tétano?
— Tudo bem. Estou em dia com todas as minhas vacinas. Eu
nunca perdi um check-up anual. — Zandy estremeceu e desviou o olhar como a
agulha afundou em seu braço.
Ela odiava vacinas.
— Isso foi um antibiótico forte e vai estragar seu controle
de natalidade.
— Não estou em nada.
As sobrancelhas da doutora ergueram.
— Não está?
— Não.
— Tudo bem. Vou poupá-la do discurso sobre os preservativos
então, desde que Tiger já está os usando. Estas vacinas têm sido conhecidas por
estragarem o ciclo. Você pode pular um período ou ter dois consecutivos.
— Eu não tenho nenhuma doença. Tiger não tem de usar
preservativos.
A outra mulher se
afastou para eliminar a seringa e algodão embebido em álcool que tinha usado
para limpar o local da injeção.
— Eu não fui informada que você era sua companheira. Eles
realmente precisam nos dizer estas coisas.
— Não estou acasalada a Tiger. Sei o que as mordidas costumam
significar, mas ele simplesmente perdeu controle.
A doutora girou, um olhar confuso no rosto.
— Vocês estão tentando engravidar? Nunca ouvi falar de um
Nova Espécie tentando isso antes de ser acasalado. — Ela encolheu os ombros. —
Acho que eles estão ficando cada vez mais modernos em seus pensando.
Confusão encheu Zandy.
— Ele não pode me engravidar.
Os olhos da Dra. Allison arregalaram.
— O que? — Zandy perguntou.
— Ele não disse a você?
— Dizer o que?
— Filho da mãe. — A doutora pareceu brava. — As regras
estabelecem que ele tem de usar preservativos se você não estiver acasalada e
ele tem que informá-la que você pode engravidar se ele parar de usá-los depois
de você estar acasalada.
Zandy ficou atordoada.
— Vou falar com Tiger sobre isso e então terei que informar
Trisha. Ela pode levar isso a Justice.
Os braços de Zandy agarraram a doutora quando a mulher tentou
partir.
— O que você está dizendo?
Indecisão cintilou nos olhos da outra mulher, mas ela
suspirou.
— Você trabalha para a ONE assim eu sei que teve de assinar e
ler uma pilha de cláusulas de confidencialidade. Isto são informações
confidenciais. É completamente possível que homens da Espécie podem nos
engravidar. Seres humanos. Tiger deveria ter usado preservativo ou a advertido
que era uma possibilidade. Eu não deveria ter dito nada, mas achei que você
soubesse. Droga. Eu poderia entrar em sérias dificuldades por isso, mas
irrita-me como uma mulher que ele te colocou em risco. Você tem o direito de
saber já que está dormindo com ele.
— Nós fizemos sexo enquanto eu estava ovulando.
— Como você sabe disto?
— Acredite em mim. Eu sei. Está dizendo que eu poderia estar
grávida?
— Merda. — A doutora se afastou e andou até o armário. — Eu
espero que não. Duvido que o antibiótico que eu lhe dei prejudicaria o feto
nesta fase inicial, mas não lhe daria isso se houvesse uma possibilidade. — Ela
abriu um armário e retirou um kit embalado. Ela virou. — Abra a boca e deixa-me
tomar um cotonete. Descobriremos agora mesmo. É por isso que existem regras e
Tiger não as seguiu. Sou uma doutora em primeiro lugar e eu acabei de te dar
medicação que não teria se soubesse todos os fatos.
— O quê?
— Apenas deixe-me
fazer este teste. Posso dizer imediatamente se estiver grávida. Novas Espécies
são diferentes de nós e você teria resultado positivo pelos hormônios mais
elevados dentro de vinte e quatro horas de gravidez. Eu sei que você não teve
relações sexuais com ele desde o acidente.
Zandy estava em choque quando a doutora abriu mais armários
depois de imergir a amostra em um frasco claro com líquido. A doutora se
inclinou, observando o final do algodão. Um bom minuto passou antes que a
mulher se endireitou.
— É negativo, — Dra. Allison informou a ela, mostrando-lhe o
frasco. — Teria ficado vermelho se fosse positivo. Está claro.
— Você tem certeza? — O coração de Zandy ainda estava batendo
rapidamente.
— Tenho certeza. — Ela suspirou. — Ou Tiger realmente confia
em seu nariz para dizer a ele quando é seguro ter relações sexuais com você ou
ele tentou engravidá-la. Eu sugiro fortemente que tenha uma conversa com ele.
Reportarei isso a minha supervisora e ela informará Justice North. Trisha vai
garantir que isso não aconteça novamente.
— Por favor, não, — disse Zandy depressa. Ela ainda estava
chocada com o que aprendera. — Eu não quero que ele entre em apuros.
— Isto é sério. Sabe o que aconteceria se alguém descobrisse
que Novas Espécies podem ter filhos?
— Tenho uma ideia muito boa. Acabei de passar um tempo com
fanáticos loucos que os odeiam.
Elas olharam uma para a outra. — Tudo bem. Eu não vou dizer
nada. Invoque sigilo médico-paciente. Dessa maneira, meu traseiro está coberto.
Você precisa falar com ele sobre isto, entretanto.
— Confie em mim. Eu vou. — Ela não tinha ideia do que dizer,
entretanto.
Ahhhhhhh achei que ia vir mais um bebezinho 😢🤭
ResponderExcluirEu também😳😍
ExcluirEu também😳😍
ExcluirAinda tem tempo para providenciar um... rs
ResponderExcluirMe irrita demais q os machos não tomam cuidado e nem falam pra mina q ela pode ENGRAVIDAR
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