sábado, 25 de outubro de 2014

Capítulo 18



CAPÍTULO DEZOITO
Zandy lutou contra a vontade de chorar, recusando-se a dar ao Irmão Adam a satisfação de vê-la desmoronar. Raramente odiava as pessoas a ponto de desejar que pudesse matá-los, mas para ele ela faria uma exceção. A ideia de enrolar as mãos ao redor do sua garganta e observá-lo ficar azul enquanto apertava a acalmou. Teve que ouvir o ódio dele desmedido até que desistiu de insultá-lo. Só parecia encorajá-lo mais.
Um novo homem entrou no trailer para atender o Irmão Adam. Este parecia recém-saído da escola e precisava de um corte de cabelo. A camisa tinha buracos e a calça jeans desbotada estava da mesma maneira de forma pobre. O olhar a evitou completamente.
— Estamos prontos para testar, Irmão. Precisamos ter certeza que vai funcionar na realidade. Irmão Davey disse que ele deve manter o peso dela, mas não queremos que quebre durante a purificação.
— Não, não queremos. — O imbecil levantou da mesa e atirou a Zandy um olhar. — Queremos que ela queime sem qualquer falha. Não queremos criar qualquer má publicidade que prejudicaria nossa causa.
— É, cometer assassinato realmente vai valorizá-lo para as pessoas, — ela bufou.
— Cale a boca! — Irmão Adam passou os dedos pelo cabelo, parecendo enfurecido. — Ela nunca para. — Ele olhou. — Gostaria que nós tivéssemos tomado uma diferente.
— Eu também. Finalmente concordamos em algo.
— Você é uma mulher vil.
— Você é um idiota louco, atrás de uma Bíblia deformada.
O rosto dele ficou vermelho e deu um passo ameaçador na sua direção. O homem mais velho se colocou entre eles.
— Ela está te tentando a pecar, Irmão.
— Envie os Irmãos Bruno e Fred aqui, e nós vamos levá-la para fora.
Zandy não podia fazer nada, exceto deitar lá esperando até que os outros homens chegaram para amontoam-se nos limites apertados da sala do trailer. O banco que estava amarrada a lembrava de um maca de resgate. Eles a içaram e tentaram levá-la para fora da porta, mas era muito larga. A dor a agarrou onde os cintos cavavam a pele quando eles a viraram de lado.
Ela gritou por causa da dor. Isso pareceu divertir Adam e ele riu. A luz do sol cegou-a novamente quando atingiu em cheio seu rosto enquanto a endireitaram. A sensação de mal
estar a fez agradecida que eles estavam a fazendo passar fome, caso contrário poderia ter vomitado.
Os olhos se adaptaram à luz brilhante e notou todas as árvores em torno da clareira que o grupo transformou em lar temporário. Outros trailers e campistas estavam estacionados perto e o cheiro de uma fogueira encheu o nariz. As mulheres estavam do lado de fora olhando para ela enquanto os homens a levavam à parte de trás do trailer onde tinha sido presa. O plano deles ficou claro quando começaram a falar novamente.
— Como vamos levá-la lá em cima?
O olhar dela ergueu ao telhado e desespero atingiu. Tinha que escapar.
— Eu tenho que urinar!
Adam atirou-lhe um olhar.
— Mije nas calças. Não me importo.
— Irmão! — Uma voz severa latiu. — Que vergonha. — O dono daquela voz avançou – uma mulher de lábios finos na casa dos cinquenta. — Onde está sua compaixão? Deixe-a usar o banheiro.
— É melhor se a deixarmos presa, Irmã Deanie.
A mulher olhou ao seu líder.
— Eu o criei melhor do que isto.
A voz dele baixou.
— Vamos, Mãe. Não na frente de todo mundo.
Os olhos de Zandy alargaram em espanto. O homem idoso se envolveu.
— Filho, colocará seus seguidores contra você se abusar dessa mulher. Escute seus pais.
Puta merda. O olhar disparou entre os três, vendo uma semelhança. Eles eram, obviamente, uma família realmente ferrada.
— Muito bem. — Adam acenou aos homens. — Coloque-a para baixo, mas se certifiquem que não possa fugir.
O banco foi solto no chão e os dois homens grandes soltaram suas amarras. Ela esteve esticada por tanto tempo que se sentiu um pouco tonta quando se sentou. A mulher idosa se aproximou, parecendo temerosa.
— Agora, não vire a cabeça para mim ou qualquer coisa.
A boca esperta de Zandy curvou.
— Acho que você assistiu muitos filmes de terror. Não estou possuída.
A mulher franziu o cenho.
— Você precisa fazer pipi?
Pipi? Serio? Apenas ótimo. Fui sequestrada por idiotas que usam vocabulário de dois anos de idade.
— Sim.
Eles não removeram as algemas que mantinham os pulsos unidos na sua frente. A mulher agarrou no meio e levou Zandy até um dos campistas, puxando a corrente como se estivesse levando um cachorro.
— Não tente nada do mal, — Deanie advertiu. — Estou te observando.
O olhar de Zandy varreu o interior, à procura de uma arma, mas o lugar era muito descoberto. Louças tinham todos sido colocadas nos lugares e a mulher se recusou a liberar a corrente sobre as restrições. O banheiro era minúsculo.
— Vá em frente. Se apresse. — Sua voz baixou. — Pare de dar ao meu filho tristeza, jovem. Está tentando fazê-lo ficar mal diante de seus seguidores. Você sabe o quanto foi difícil para ele reunir tantos?
Foi uma luta conseguir desamarrar a calça e usar o banheiro com as mãos amarradas juntas.
— Não. Para falar a verdade não. Eu não li muito sobre cultos.
Deanie ofegou.
— Que vergonha, mesmo de dizer isto. Nós somos... — A mulher olhou para baixo e ofegou uma segunda vez. — Pecadora! Eu vejo esta roupa íntima de prostituta em vez do que deveria ser cobertura decente para sua área privada. Tsk, tsk! Não admira que foi atraída para o lado negro.
Zandy piscou algumas vezes.
— Eles tinham realmente bons cookies e aprovaram lingerie fio dental. O que posso dizer? Não tinha a menor chance.
Seu sarcasmo ficou totalmente perdido em seu captor quando Deanie franziu a testa. — O que isso quer dizer? Que tipo de cookies?
— Oh, puxa. Vocês estão seriamente arruinados. Não admira que seu filho seja tão confuso.
— Você é uma pecadora do mal com uma boca suja. Que vergonha. — Ela se virou e abriu uma gaveta embutida na parede. Girou, segurando short azul claro. — Tire esta peça de prostituta e coloque isso.
— É um calção de banho?
— Sim.
— Não.
— Você irá. Você não pode purificar a alma quando está usando esse pecado vermelho brilhante tentador. Estamos tentando te salvar, não mandá-la para o inferno.
—Já estou lá, senhora.
O rosto de Deanie avermelhou.
— Troque ou terei os homens entrando aqui para fazer isto por você. Estes são limpos e puros.
O pensamento de Adam ou aqueles outros repugnantes tirando sua calça fez Zandy decidir concordar. O calção de banho de homem ficou um pouco grande, mas pareceu ter acalmado a mulher chateada quando ela quase sorriu.
— Muito melhor.
A ironia não passou despercebida a ela. Eles iriam queimá-la até a morte usando calções de banho. Fogo e água. Só continua ficando melhor e melhor. Ela foi conduzida para fora e empurrada de volta no banco. Zandy tentou lutar, mas não conseguiu fugir de quatro homens. Eles a amarraram abaixo firmemente.
— Agora, como levá-la lá em cima? — Foi o garoto com as roupas esburacadas.
Zandy percebeu que estavam falando sobre a parte superior do trailer. Ela não tinha ideia de por que a queriam colocada no topo do trailer, mas não gostou.
— Oh diabos não.
Irmão Adam olhou para ela.
— Vamos vira-la de lado. Dois de nós vão agarrar as laterais e subir a escada enquanto dois vão segurar a parte inferior e empurrar. Vamos levá-la lá. Ela não pesa tanto assim.
— Dói quando você faz isso, — Zandy informou a ele.
Irmão Adam sorriu e um olhar alegre cruzou suas feições.
— Eu sei.
— Seu bastardo, — Zandy silvou. — Sabe por que acho que você é tão mau? Aposto que tem um pênis minúsculo e tem que se comportar como se fosse um enorme, tentando compensar.
O homem cerrou os dentes e ira transformou seu rosto manchado vermelho. Seus lábios abriram, mas nenhuma palavra saiu.
— É o que pensei, pênis pequeno. Ou devo apenas começar a te chamar pinto?
— Sua cadela! — Ele gritou.
— Sem pau — ela provocou.
— Basta! — Deanie estalou. — Ela está te iscando, Irmão Adam.
— Iscando ele? — Zandy bufou. — Ele é muito pequeno. Teria que jogá-lo de volta se eu o pegasse.
Irmão Adam gritou e se lançou para ela, mas dois de seus seguidores o agarraram para segurá-lo. Ela severamente sorriu. Ele poderia deixá-la queimando mais tarde, contudo ele parecia pronto para ter um derrame. Podia só esperar que algo o matasse antes dele concluir a vida dela.
* * * * *
Tiger estava contente por estar fora dos gessos. A perna ainda doía um pouco e as costelas machucavam, mas não estava realmente com dor. Teve que jurar para Dra. Allison que iria com calma. A velocidade normal dos ossos curando para uma Espécie era de duas semanas. As aprimoradas drogas o remendou em dias.
Slade North apontou uma das cadeiras no escritório.
— Sente-se, Tiger. Pare de andar. Precisa da sua força quando nós a encontrarmos e seus ossos ainda não estão completamente curados. Manterão seu peso, mas não abuse da sorte. Sei que a Dra. Allison não quis te liberar por mais vinte e quatro horas, mas você se recusou a ficar no hospital.
— Zandy está lá fora em algum lugar e preciso encontrá-la.
Slade severamente assentiu.
— Eu sei disso, mas a boa notícia é que eles não a mataram logo de cara. Levaram a ela por uma razão e irão esperançosamente mantê-la viva até que façam, seja o que for que querem que nós vejamos.
— Funcionários da Mercile poderiam tê-la. — Tiger estava miserável quando se sentou.
— Duvido. Eles não teriam vandalizado a casa dela. Teriam apenas a levado. Esse não é o jeito deles.
— Eles nos mantiveram cativos pela maior parte de nossas vidas, — Tiger rosnou. — Poderiam estar a machucando se foram eles quem a roubaram de mim.
— Não são eles, — Bestial concordou. — Slade está certo. Isso tem que ser um daqueles grupos de ódio ou alguém que deseja o resgate dela por dinheiro se descobriram que ela é uma funcionária da ONE.
Richard se mexeu na cadeira.
— Dei todas as informações para o FBI e autoridades locais sobre os grupos que foram os mais enfáticos sobre funcionárias e mulheres que se ligam com Novas Espécies. Espero que possam persegui-los e encontrar Zandy logo. Espero que este seja o caso ou nós não temos pistas se foi o intento de criminosos em usá-la para chantagear a ONE por dinheiro.
Justice North e Tim Oberto estavam em uma conferência telefônica no viva-voz no escritório de Slade.
— Eles têm de saber que ela não é Jessie. Fizemos uma coletiva de imprensa aqui há uma hora para ter certeza disto. Minha companheira se dirigiu à imprensa e foi em todos os canais. Quem tem Zandy Gordon teria ouvido sobre isso ou visto.
— Ninguém nos contatou por uma recompensa? — Tiger parecia esperançoso.
— Ninguém. Um macho ligou para dizer que ela estava sendo prisioneira por alienígenas de outro planeta. — Justice suspirou. — Ele precisa de cuidado médico, mas estamos verificando cada telefonema que chega, Tiger.
— Nunca vou deixá-la sair da Reserva novamente se eu a recuperar, — Tiger rosnou. — Nunca. Nem mesmo a quero fora da minha vista.
— Houve alguma conexão com os machos quem abateram o helicóptero? — Bestial olhou a Slade.
— Nenhuma, — Justice respondeu. — Já pensamos nisso. Aqueles humanos simplesmente queriam matar alguns de nós. Não têm nenhum interesse em nossas mulheres. Eles vieram até nós como caçadores.
Tiger rosnou.
— Zandy não teria deixado a Reserva se não fosse por eles.
Smiley mordeu o lábio.
— Me desculpe, Tiger. Devia tê-la impedido e a forçado a esperar por uma escolta para levá-la.
— Minha mulher é obstinada e irrefreável quando se decide a fazer algo que ela se sente apaixonada. Queria chegar a meu lado o mais rápido possível. Isto é minha culpa. Ela estava segura lá até que eu a conduzi para longe.
— Foi as drogas, — Bestial lembrou-lhe. — Pare de culpar-se sobre isso, Tiger. Deveríamos ter a parado e acalmado antes de deixar o hospital, se você quiser atribuir culpa.
— Não importa quem deve sentir culpa, — Justice declarou. — Ela foi levada e nós precisamos recuperá-la.
— Temos equipes dos seus homens e dos meus, indo em torno da área perguntando, — disse Tim Oberto. — Alguns desses grupos de ódio são conhecidos que acampam no bosque já
que nenhum motel quer hospedá-los. Eles podem ainda estar próximos, se forem os responsáveis por este sequestro. Há muitos lotes de terra e nós não temos apoio aéreo suficiente com um helicóptero a menos. — Ele pausou. — Obrigado por nos emprestar seu helicóptero de Homeland, Justice. Ajudou, tendo dois pássaros no ar.
— Poderia contratar helicópteros e pilotos locais se isso vai ajudar, — Justice ofereceu.
— Vamos fazer isto, — concordou Tim. — Quanto mais terras procurarmos por aqui, melhor. Só diga-lhes para reportar quaisquer sinais de vida que encontrarem. Nossas equipes verificarão qualquer coisa que localizem.
— Estou nisto, — Justice declarou antes de quebrar a conexão da conferencia telefônica.
Tiger fechou os olhos, os pensamentos em Zandy. Onde está ela? Ela ainda está viva? A raiva dentro dele o consumiu. Ela precisava dele, mas não sabia onde encontrá-la. Odiava se sentir impotente e tinha experimentado essa emoção frequentemente desde que tinha começado a se importar tão profundamente sobre a fêmea humana.
* * * * *
Terror puro agarrou Zandy quando eles a amarraram à sua engenhoca louca. Lutou por um segundo contra um grito, mas depois o deixou solto.
Eles a mantiveram amarrada ao banco, mas amarraram isso a uma grande cruz que foi esticada em cima do telhado do trailer. Usaram um guincho da parte dianteira do veículo para elevar isto na vertical. A cruz foi conectada a algum sistema de dobradiça soldada.
Ela pendia aproximadamente uns bons quinze metros e meio do chão e soube que a qualquer segundo as cordas presas ao banco ou até mesmo os cintos mantendo seu corpo podia quebrar. Despencaria para o telhado do trailer ou pior, cairia mais distante até o chão. Ela freneticamente vasculhou a área, procurando ajuda a partir de sua posição elevada, mas não viu ninguém nos arredores da floresta. Milhas de árvores pareciam se estender em torno dela e os únicos sinais de vida vinham do grupo que a sequestrou.
— Você se sente mais perto de Deus? — Irmão Adam sorriu para ela de baixo, as mãos na cintura, parecendo satisfeito consigo mesmo.
— Foda-se. — Ela realmente queria matá-lo.
— Vamos empilhar madeira e derramar gasolina por toda parte do telhado aí em cima com você. Uma lona vai te esconder e cobrir o cheiro até que seja muito tarde para alguém te ajudar. — Ele pareceu totalmente contente com o plano insano. — Vamos dirigir direito até os portões do inferno, içar você para todos verem e mostrar ao mundo o que acontece quando alguém se submete a pecar.
— Marquei a linha de cabo, — um de seus homens gritou. — Vamos ser capazes de conseguir a cruz levantada depressa sem medo de estalar a linha.
— Ótimo. — Irmão Adam sorriu. — Quantos segundos levará para levá-la lá em cima? Preciso preparar meu discurso de acordo.
— Vamos testar.
Zandy apertou os olhos fechados quando a cruz tremeu violentamente enquanto baixava. O estômago revirou pela sensação de mal estar com medo de que a madeira
simplesmente estalaria na base onde foi conectada ao topo do telhado pela dobradiça que criaram. A coisa toda finalmente descansada no telhado e ela deu um suspiro de alívio quando ela deitou novamente.
— Você conta, Irmão, — alguém gritou. — Pronto?
— Oh merda, — ela murmurou, com medo do que aconteceria a seguir, não querendo descobrir.
— Aqui nós vamos!
Seus olhos se abriram quando o motor do guincho aumentou em som. A cruz inteira e o banco tremeram e outro grito rasgou da sua garganta enquanto isso ergueu rapidamente, lançando-a para cima até que foi suspensa mais uma vez no ar. Madeira rangeu e gemeu, ela podia jurar que as cordas prendendo o banco fez um som de protesto, mas parou tão de repente quanto tinha começado.
— Seis segundos, — anunciou uma nova voz. — Isto é tempo suficiente?
— Claro, — Adam assentiu, não mais olhando para ela, mas cavando a calça para tirar uma caneta e um bloco de notas do tamanho da palma. — Qualquer tempo mais e isso poderia dar a eles tempo de reagir. Vou começar a dizer as minhas falas antes do show começar.
Show? Eles estavam falando sobre matá-la como se fosse uma produção da Broadway. Lágrimas quentes encheram seus olhos e piscou-as de volta enquanto algumas das pessoas abaixo dela começaram uma fila para passar gravetos e madeira cortada até o topo do trailer. Eles primeiro enfileiraram as bordas, até que alguém sugeriu abaixem a cruz.
O passeio para baixo a fez apertar os dentes para evitar dar a eles a satisfação de ouvir o seu grito novamente. Uma vez estendida, observou eles empilhar madeira mais perto aos seus lados, cobrindo toda a superfície do telhado com pelo menos duas camadas. O cheiro de madeira cortada normalmente a atraía, mas não nessas circunstâncias.
As cinco pessoas silenciosamente trabalhando evitaram fazer contado visual com ela. Ela decidiu tentar, entretanto.
— Por favor, me ajude. Vocês sabem que isto é errado. Meu nome é Zandy. Tenho uma família e uma vida. Não sou do mal.
Eles continuaram trabalhando, recusando-se a olhar ou falar com ela. Frustração subiu e ela fechou os olhos. O calor do sol batia nela, mas sentia frio por dentro. Em nenhum dos seguidores do Irmão Adam iria crescer um cérebro. Tinham uma mentalidade de culto e pensavam que o idiota não podia fazer nada errado.
— Devemos mergulhar a madeira com gasolina agora?
A voz pertencia ao adolescente com as roupas esburacadas. Ele subiu no telhado e segurava uma lata vermelha de gasolina em ambas as mãos. A visão disso fez Zandy hiperventilar, cada respiração uma luta para se controlar. Eles realmente estavam contando com deixá-la no fogo. Era bárbaro, terrível, e pior – idiota.
— Não. O irmão Adam acha que aquelas desovas do mal poderiam sentir o cheiro disto apesar de ter toda a parte superior coberta com a lona. Ele quer fazer uma abordagem mais dramática para as câmeras. Prevê que isso realmente chegará aos espectadores e tirará a expectativa se eles virem a gasolina sendo despejada.
— Eu entendo. — O garoto assentiu vigorosamente, sorrindo. — É uma ideia realmente legal. Vai ser épico.
— Estou contente que pense assim, — Zandy comentou secamente. — Quer trocar de lugar comigo, se é tão legal? Que diabo está errado com você?
Ele olhou para ela e encontrou seu olhar.
— Você é uma prostituta e pecadora contaminada por Satanás. Não fale comigo.
Ela tomou uma respiração profunda, calmante.
— Você é tão jovem. Não entende que está jogando sua vida fora por causa disso? Nenhum de vocês vai se safar me matando, especialmente se está na frente de um grupo de repórteres com câmeras. Você vai envelhecer na prisão. O Irmão Adam vale isso? Você não quer encontrar alguém e ter uma família um dia? Não tem sonhos que deseja realizar? Não é tarde demais. Somente me desamarre e nós dois vamos sair daqui. Não vou contar a ninguém que eu te vi. Você pode fugir desta bagunça.
Ele se aproximou e balançou a lata de gasolina para se certificar que ela pudesse ouvir chapinhar e tomou o tempo para lentamente prendê-lo em algum lugar perto dos pés dela. Ele deu uma piscadela quando se endireitou sem isto. — Este é meu sonho e nós vamos ser heróis. Estamos salvando almas.
— Está indo ir para a prisão por assassinato. É assim que isto vai terminar a menos que você me deixe ir e ambos fugiremos.
— Cala-se. Recuso-me a escutar você.
Ela olhou para as outras duas pessoas com ele, ambas evitaram seu olhar, e ela tentou fazer algum sentido para eles. — Vocês me ouviram? Todos irão para a prisão. Não tem que ser desse jeito. Só me desamarrem. Por favor?
— Eu disse para se calar, — o garoto murmurou. — Não estamos ouvindo. O irmão Adam sabe o que está falando e nós estamos em uma missão.
Zandy não disse nada quando o rapaz partiu, descendo a escada na lateral do trailer e saindo da sua vista. As outras duas pessoas o seguiram, deixando ela sozinha. O vento soprou e ela olhou para o céu azul acima. Não havia um indicio de chuva, algo que teria sido realmente ótimo para molhar todos os gravetos empilhados ao redor dela. Apenas não era seu dia.
Ela se concentrou com pensamentos de Tiger. Ele iria sobreviver aos ferimentos, mas eles tinham terminado. Foi provavelmente melhor. Doeu que ele tivesse ordenado que deixasse seu quarto de hospital como se tudo que compartilharam não significasse nada. Quebrou seu coração, mas pelo menos sua morte não o devastaria. Isso era a última coisa que queria.
Lágrimas derramaram pelos lados do rosto e ela não conseguiu nem enxugá-las. Amava Tiger. Tinha se apaixonado demais por ele e imaginava se ele se sentiria culpado quando descobrisse o que aconteceu com ela. O tempo passou enquanto tentava entrar em acordo com o que aconteceria com ela logo.
Ela se debateu, mas não conseguiu se libertar. O som de alguém subindo a escada chamou sua atenção e virou a cabeça para observar o Irmão Adam se juntar a ela. Ele teve que pisar com cuidado sobre a madeira, mas chegou ao seu lado sem cair. Mais dois homens subiram no telhado, ambos preparados com martelos e tábuas.
— O que você vai fazer agora?
Adam se recusou a responder.
— Façam.
Zandy abriu a boca para perguntar o que planejavam, mas os dois homens grandes como ele de repente desamarraram os cintos prendendo seu corpo ao banco. Eles a agarraram antes que pudesse lutar, puxando-a em pé, e um deles chutou o banco para longe. O corpo dela foi erguido e batido com força para baixo na cruz de madeira grossa. O ar dos seus pulmões sumiu quando dor disparou por sua coluna e a parte de trás da cabeça, onde tinha batido com mais força.
Os dois homens puxaram ambos seus braços completamente ao longo das vigas que tornavam a madeira uma cruz. Ela se recuperou e tentou torcer para longe, chutando-os de modo selvagem, mas isso não os intimidou. Eles a asseguraram a partir dos pulsos até a parte superior dos braços embrulhando cordas ao redor deles, amarrando-a com força à cruz.
— Não faça isto, — ela pediu. — É loucura. Você não pode fugir de um assassinato. Vai apodrecer na prisão ou receber a pena de morte.
Irmão Adam riu, um som doente, quando se inclinou o suficiente para ter certeza que podia ver seu rosto enquanto os dois seguidores começaram a amarrar as pernas no lugar.
— Estamos travando uma guerra contra o mal e estamos dispostos a morrer por nossa causa. Nós não vamos ter que fazer isto, entretanto. Sou mais esperto do que eles. Pensei em tudo.
Ele acreditava no que dizia. Estava claro no seu olhar louco. Zandy gritou, empurrou os quadris, mas os dois homens só a asseguraram com corda em torno da cintura. O olhar dela travou em Adam.
— As Novas Espécies vão perseguir seu traseiro imprestável e fazer você pagar por isso. É melhor esperar que a polícia te prenda no local quando dirigir-se até aqueles portões, porque eu sei que Tiger vai te despedaçar por fazer isto a mim.
Ele inclinou a cabeça.
— Quem é Tiger?
— Ele é um amigo. — Eles poderiam ter terminado sua relação, mas ela não tinha dúvida que Tiger vingaria seu assassinato se certificando que as pessoas responsáveis fossem castigadas. Tinha fé nisto. — Ele não vai deixar você escapar disso.
— Sabia que você estava fornicando com aqueles demônios. — Seu olhar estreitou. — Eles são as pessoas que vão morrer. O nome de Tiger vai ao topo da nossa lista de quem purificar em seguida. Obrigado.
Sua paciência estalou.
— Aquele demônio, como você o chama, vai arrancar seu coração e fazer você sufocar nisso.
O filho de uma cadela simplesmente sorriu.
— Eu sempre prevalecerei sobre o mal. Sou o instrumento de Deus. — Ele pausou. — Diga ao diabo que envio meus cumprimentos quando você o ver.
— Você é um perdedor, é o que é. Um louco demente que se delicia em magoar os outros. Que tipo de vida patética você levou que pensa que esta é a coisa certa a fazer? Você é o único que está indo para o inferno, Adam. Diga a ele você mesmo.
O rosto de Adam torceu em um horrível tom de vermelho de raiva.
— Vou apreciar observar você queimar. Vai ser música para os meus ouvidos quando as chamas começar a derreter sua carne e você começar a gritar.
Eles a deixaram amarrada à cruz enquanto Zandy lutava para se libertar. Ouviu o suficiente para saber que eles começaram a levantar acampamento e o que o próximo passo de seus planos era. O Irmão Bruno dirigiria o trailer até os portões da Reserva e ele trabalharia o guincho.
Irmão Adam tiraria a lona do telhado, enfrentaria os repórteres com o discurso que escreveu, ao despejar gasolina enquanto falava. Eles pensavam que o fogo que ele começou causaria suficiente pânico e desordem para escapar de serem presos.
A escada rangeu advertindo que alguém subia até o telhado. Zandy virou a cabeça para olhar a mulher magra e tímida que se recusou a encontrar seu olhar enquanto lentamente rastejava para frente. Esperança surgiu que a mulher a ajudaria a fugir, mas enfraqueceu rapidamente quando ela estendeu a mão no bolso da saia folgada para retirar um rolo de fita adesiva.
— Eu realmente sinto muito por fazer isso a você, — sussurrou a mulher a medida que retirava uma tira da fita. — Eles não querem você gritando. Fique quieta. Não quero pegar seu nariz. Você sufocaria e todo mundo ia ficar com raiva de mim por te matar muito cedo.
Zandy virou a cabeça longe para evitar ser amordaçada.
— Por favor, não faça. Pensei que o Irmão Adam quisesse me ouvir gritar enquanto queimo. — Ela tentou usar a lógica, desesperada para evitar ter a boca selada fechada.
— Irmão Adam vai tirar a fita antes de acender a madeira. Não quer você gritando antes que esteja pronto para revelar a sua presença. Todos nós temos que trabalhar juntos para garantir que isso ocorra exatamente do jeito que ele quer.
Zandy se debateu, mas a mulher conseguiu colocar a fita na boca. Mais duas camadas foram adicionados nos lábios e nas bochechas para ter certeza que ficou colocado. O grito saiu abafado quando terror a atormentou. A mulher tímida recuou e fugiu, seu trabalho feito.
Minutos depois, dois homens grandes escalaram a madeira empilhada em cima do trailer para puxar uma lona sobre o telhado. Seu terror intensificou quando o material branco e sujo que arrastaram sobre seu corpo bloqueou o céu. Repousava no seu rosto e não importava que direção ela girasse, era incapaz de se livrar disto. Tinham eficazmente escondido a ela e a cruz.
O motor do trailer vibrou levemente quando o motorista ligou. O movimento a assegurava que estavam na estrada quando os pneus imergiram e fez todo o veiculo balançar debaixo dela. Vento chicoteava a lona depois da estrada suavizada para pavimento e ganhou velocidade. Ela esperou que a lona fosse sair voando, mas eles tinham prendido o material com firmeza.
Zandy fechou os olhos e imaginou Tiger. Ele ficaria bravo e não totalmente desmoronaria se estivesse no lugar dela. Claro que ele poderia ter evitado ser levado em primeiro lugar. Nenhum dos homens do Irmão Adam poderia ganhar contra Tiger em uma briga. Só pensar nisso ajudou a tranquilizar o pânico crescente. Ele a salvou uma vez naquele bar, mas ela sabia que não conseguiria fazê-lo uma segunda vez. Estava em um hospital a horas de distancia.
Eu te amo, Tiger. Só desejo que eu pudesse ter dito a você.

8 comentários:

  1. Adoro esta serie, mas o que me deixa muito chateada e o fato de que todas as mulheres serão sequestradas em algum momento. Ja esta ficando muito batido.

    ResponderExcluir
  2. De todos os sequestros, esse tá sendo o mais bárbaro. Tão querendo queimar a garota viva 😱😫

    ResponderExcluir
  3. Mais isso é de se espera eles são odiados por todos e a mulher de Justice não foi sequestrada

    ResponderExcluir
  4. mano com assim ela ta prestes a morrer e ta pensando ainda bem que o tiger terminou com ela assim ele nao vai sofrer tanto, oi????? é serio que esse é o pensamento dela? essas mulheres dessa serie são muito cadelinhas misericordia

    ResponderExcluir
  5. mano com assim ela ta prestes a morrer e ta pensando ainda bem que o tiger terminou com ela assim ele nao vai sofrer tanto, oi????? é serio que esse é o pensamento dela? essas mulheres dessa serie são muito cadelinhas misericordia

    ResponderExcluir
  6. A que mais sofreu, misericórdia! Eu ía amar se ela mesmo conseguisse se salvar e matar esse cara com as próprias mãos...

    ResponderExcluir