quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Capítulo 10


CAPÍTULO DEZ Í
O celular de Tiger vibrou no bolso e ele o atendeu. — Relatório. — Ouviu e sorriu quando en-controu o olhar curioso de Trey. — Um dos meus homens acharam o cheiro deles dentro de um depósito. Vamos mover nossas equipes para o local. Recuaram para esperar por todas as nossas equipes para invadirem. — Tim ficou de pé em um instante.
— Vamos. — Tiger franziu o cenho. Laurann Dohner Brawn
92

— Você fica aqui no centro de comando. Nós vamos.
Tim quis discutir, mas Trey falou primeiro.
— É o melhor a fazer.Vou entrar lá e encontrar Becca, Tim. Vamos trazê-la para você.
Tim assentiu com a cabeça, sentou-se rigidamente na cadeira e as mãos fechadas em punho em seu colo.
— Posso lidar com qualquer coisa que fizerem com ela, mas apenas a tragam de volta para mim viva.
— Vou fazer o meu melhor. — Trey jurou suavemente. Olhou para Tiger. — Vamos.— Tiger desceu da van de grande porte que usavam como seu centro de comando móvel. Começou a cor-rer com Trey, o humano o acompanhou com facilidade e lembrou-se que a força-tarefa era consti-tuída por homens bons. Eles chegaram ao edifício em poucos quarteirões de distância rapidamente para cumprimentar a equipe de ataque à espera. Vinte homens Espécies e quinze humanos mem-bros da força-tarefa estavam se preparando para o pior. Tiger assumiu a liderança e comandou as equipes.
— Nós o seguiremos. — Reconheceu Trey. — Seu povo é melhor em rastreamento que o meu. — Olhou para seus homens severamente. — Lembrem-se, ninguém machuca o Nova Espécie, não importa o que vocês encontrem. Estamos entendidos? Podem estar pesadamente droga-dos. Apenas contenham-se e o segurem até que a equipe ONE chegue se você encontrar um deles. — Tiger olhou para seus homens.
— Lembrem-se que pode haver drogas de procriação envolvido. Dopem Brawn se não estiver com a cabeça no lugar. Falem com ele primeiro para se certificar que está racional antes de soltá-lo.
As duas equipes se estudaram e a tensão era palpável. Normalmente, nenhuma delas se im-portavam de trabalhar juntos, mas esta era uma circunstância especial . Todos os humanos da for-ça-tarefa conheciam a filha de Tim e Tiger se preocupava com suas reações se a encontrassem ma-chucada ou pior. Um momento de raiva ou tristeza podia fazer um humano agir e matar Brawn ou outro Espécie.
Tiger estava tentado a mandá-los recuar e enviar somente a equipe Espécie, mas sabia que iria causar grandes problemas. A equipe de força-tarefa precisava de sua confiança, lhe deram sua palavra que iriam manter a calma e teve de aceitá-la. É claro que não tinha que confiar cegamente em qualquer um. Uma ideia lhe ocorreu.
— Vamos misturar nossas equipes. — Tiger olhou para Trey. Trey assentiu.
— Claro. — Abordou seus homens. — ONE dita às ordens. Ouçam bem, rapazes. Se misturem entre as equipes e um deles está no comando.
Os machos humanos se separaram em pequenos grupos. Tiger rapidamente atribuiu alguns deles para levar, dividindo o restante para que fossem distribuídos para cada equipe.
— Vamos cercar e entrar .— Propositalmente localizou e olhou para Brass. — Tem certeza que sentiu seus aromas? — Brass verificou sua arma.
— Positivo. Não segui a trilha no interior, no caso, de haver alarmes ou câmeras, mas Brawn esteve lá. Recuei rápido e tomei cuidado para não chamar a atenção deles. Também não senti o cheiro de explosivos. Laurann Dohner Brawn
93

— Vamos. — Tiger ordenou, apontando para a equipe de Trey tomar a iniciativa para invadir a entrada com sua própria equipe, enquanto os outros times cercavam o prédio. No momento em que Tiger pisou na porta do depósito, inalou e acenou para Trey. — Estiveram aqui, mas é muito fraco. Se tivessem deixado a porta aberta ou não houvesse nenhuma janela quebrada seu perfume não teria demorado, mas estou captando Brawn e sua fêmea. — Inalou alguns vezes. — Muitos homens humanos. Acho que menos de dez, mas posso estar errado se não estiveram aqui recen-temente. Cheiro... — Inalou. — Outra fêmea humana. Mal sinto lá, mas é isso que estou pegan-do. O cheiro está muito estagnado aqui.
— Merda. — Um dos humanos suspirou, apontando para a porta da van aberta. — Veja aquela gaiola grande, alguém deixou isso para trás. — Apontou para um rifle. — Artefato militar, das antigas, então estamos lidando com alguém que foi, provavelmente, do Exército ou da Mari-nha.
— Esta pode ser uma instalação de procriação. — Lembrou Tiger severamente. — Espere o pior. Estou preocupado, pois estou pegando duas fragrâncias femininas.
— Maldição.— Trey parecia chocado. — Estão realmente colocando muita pressão sobre seu homem para executar essa tarefa se trouxeram duas mulheres. — Tiger lançou-lhe um olhar seve-ro, não se divertiu com o humor sombrio.
— Não seria agradável para qualquer uma das partes envolvidas. — Trey assentiu brusca-mente.
— Você tem razão.
Tiger assumiu a liderança. Inalou os fracos aromas e seguiu para uma passagem que levava a uma escadaria. Olhou para baixo e segurou um xingamento. Odiava ir para o subsolo e pegou uma lanterna em seu cinto. Seu olhar procurou por câmeras ou sensores, mas não viu nenhum.
— Foi por isso que perdemos o sinal. Estão no subsolo. Há bastante edifício para mascará-lo. — Seus olhos percorreram os homens reunidos. — Preste atenção nas câmeras de vigilância, sen-sores e não se esqueçam de inalar a procura de explosivos. Se um dos meus machos levantar a mão, pare! Vamos em silêncio agora para evitar sermos ouvidos. Ande bem divagar. Melhor raste-jar do que deixá-los saber que estamos aqui antes de sabermos o que vamos enfrentar.
Trey se virou e fez movimentos com a mão a seus homens para se certificarem de que en-tenderam as suas ordens. Tiger não fez sinal para sua equipe. O ouvido dos Espécie era extrema-mente sensível e teriam ouvido cada palavra falada.
Tiger puxou sua arma. As odiava, mas ser baleado sem uma seria pior. Esperou por Trey se vi-rar depois de silenciosamente falar com seus homens antes de dar o primeiro passo para bai-xo. Seu corpo estava tenso, seu olhar constantemente movido e esperava que não estivessem indo para algo horrível. Recuperar cadáveres seria o pior cenário que poderia imaginar, além de estar indo em direção ao inferno.
* * * * * Laurann Dohner Brawn
94

Brawn sabia que Becca caiu no sono enquanto a segurava. Estava cansado, mas não estava pronto para dormir depois de vê-los trazer o 919 de volta para a cela. O macho não dormiu desta vez, ao invés disso passeava pela sua cela e agia insano. O drogaram mais, pois o cheiro vindo dele era muito forte.
Outras preocupações encheram sua mente, o mantendo acordado enquanto observava Bec-ca cochilar. Poderia tê-la engravidado quando a montou. Não se atreveu perguntar se estava to-mando algum tipo de anticoncepcional, porque era super secreto que os machos dos Espécies po-diam engravidar uma fêmea humana saudável que não estava tomando nenhuma medida preven-tiva. Estava certo de que tudo sairia bem. Os espermatozoides dos Espécies não sobreviviam tanto tempo quanto os dos homens humanos. Seu olhar desceu para sua barriga, onde sua mão descan-sava.
Ela o odiaria. Pior, Becca estava ovulando ao longo das últimas horas. Podia sentir o cheiro fraco, mas tinha acabado de começar. Não estava assim quando a conheceu, ou mesmo quando compartilharam sexo. Jurou não tocá-la de novo, não podia arriscar.
Era uma fêmea humana no final dos seus vinte anos, solteira e estaria tomando anticoncep-cional. Sabia disso em relação às fêmeas humanas uma vez que gostava de ler. Eram inteligentes e cuidavam de seus corpos, mas não se arriscaria. Não importava o quanto quisesse pegá-la nova-mente, invadir seu corpo quente e acolhedor, resistiu.
Só os pensamentos de como era tocar Becca o fez ficar ereto. Cerrou os dentes e forçou o ar através de sua boca para evitar seu cheiro tentador. Uma mulher ovulando afetava fortemente um macho dos Espécies, os faziam fazer coisas selvagens, coisas malucas. Estar ciente do problema era a metade da batalha, pelo menos foi o que ouviu. Tinha certeza que este ditado estava correto.
O 919 resmungou e gemeu, chamando a atenção para sua situação. Brawn virou a cabeça pa-ra o outro lado da sala, viu o macho agachar-se e escavar o chão com as mãos, prova de que não estava são. Provavelmente na tentativa de acalmá-lo, mas não iria funcionar. Tristeza apoderou-se dele enquanto assistia um de sua espécie sofrer.
Um uivo atravessou a sala e Becca pulou acordada em seus braços. A abraçou, encontrou seu olhar assustado e esfregou suas costas. — O trouxeram de volta e está drogado .
Becca levantou a cabeça o suficiente para olhar por cima de seu corpo, que bloqueava sua vi-são. Odiava ver a expressão de dor e lágrimas encheram seus belos olhos quando os levantou para encontrar o olhar dele.
— Ele vai rasgar as mãos.
— Eu sei, mas ele não vai me ouvir. Está irracional até que a droga deixe o seu sistema.
— Odeio esses bastardos.
Ele concordou silenciosamente. — Durma.
— Não consigo.
Pôs a mão em seu peito enquanto se virava na cama estreita, esbarrou nele e esfregou a pele perto de seu mamilo. Endureceu instantaneamente e seu pau também. Estava em um mundo de dor, quando se enrolou nele mais apertado, o encarou e a coxa esfregou entre as pernas dele para dar mais espaço.
— Quero tanto sair daqui. Laurann Dohner Brawn
95

— Também quero. — Ele concordou.
— O que você faria primeiro? — Brawn hesitou.
Levá-la para casa com ele, para sua cama e montá-la até que ambos não pudessem andar foi a primeira coisa que veio em sua lista. Embora não fosse mencionar isso.
— Faria uma grande refeição.
Ela sorriu.
— Quero um banho.
A imagem dela nua e submersa em água só fez com que a quisesse mais, a vontade se tornou tão forte que rapidamente a largou, saiu da cama e se levantou. Não deixou de notar sua expres-são atordoada quando colocou espaço entre eles.
— Banhos são bons. — Olhou para qualquer lugar menos para ela, em vez disso focou no macho.
A cama rangeu quando Becca se ajustou e respirou seu perfume. Seu pau pulsava por ela es-tar no cio e segurou as barras para agarrar algo em vez dela. Piorou quando ela veio por trás dele, estava perto e olhou para o 919 também.
— Por quanto tempo você acha que ele vai estar drogado? Da ultima vez ele dormiu por mui-to tempo.
— Deram-lhe muito. Está provavelmente ganhando uma resistência a ela.
— Poderiam tê-lo matado. — Permaneceu em silêncio concordando.
Ela esfregou o braço, os dedos traçaram seu bíceps e se afastou. Um rosnado rompeu de sua garganta antes que pudesse prendê-lo e ela recuou.
— Não me toque agora. Estou agitado.
Dor brilhou nos olhos dela e se sentia um bastardo. Abriu a boca para explicar que não queria rejeitá-la dessa maneira, mas não tinha certeza como dizer-lhe como mal conseguia se aguentar e lutou contra o impulso de prendê-la sobre a cama e montá-la novamente. As razões para isso se repetiam. Ela está no cio e os humanos podem aparecer novamente para assistir. Becca o distraía demais para ele ficar em guarda.
— Becca, eu...
Um ligeiro ruído o distraiu e virou-se, ouvindo atentamente. O som era fraco, um guincho do outro lado da sala onde as portas estavam e não era algo que tinha ouvido antes. Levantou seu olhar para as aberturas ao longo das paredes. Viu as teias de aranha e percebeu que era apenas o sistema de ar até que inalou profundamente pelo nariz.
— Temos companhia. — Brawn sussurrou.
Becca ficou tensa, esperando que os capangas saíssem da porta dupla para arrastarem ela e Brawn de volta para o quarto onde teria que tirar mais amostras de esperma. Se perguntou por que toca-lo o deixou com raiva. Sempre lhe enviava sinais contraditórios e esperava que seu humor não piorasse uma vez que estivesse preso à cama. Excitá-lo seria difícil se não queria que o tocas-se.
Tristeza a invadiu com a possibilidade dele começar a odiá-la por ser humana. Os guardas e a médica louca não eram exatamente os melhores exemplos de humanidade. É claro que se estiver Laurann Dohner Brawn
96

começando a culpá-la, poderia repensar seu plano para pelo menos tentar esca-par. Talvez sobrevivesse. Claro, levaria um tiro, mas isso não significa necessariamente a morte.
Brawn olhou em sua direção com um sorriso no rosto, de repente, surpreendendo-a, mais uma vez com a sua mudança de humor repentina enquanto cheirava o ar. — Você pode receber outra oferta de sexo casual do seu amigo a qualquer momento.
Levou um segundo para suas palavras terem significado e os joelhos enfraqueceram. Brawn sentia o cheiro de Trey Roberts, conhecia seu perfume de sua visita à sua casa e confiava em seu nariz. Lágrimas de alívio e felicidade a cegaram. A equipe de seu pai estava chegando para eles.
Brawn moveu-se rápido, agarrou-a pela cintura e a puxou arrastando seus pés. Foi até a ca-ma, utilizou um pé para levantar a cama e a arrancou fortemente. A coisa caiu, e disparou ao redor dele e os levou ao chão. Seu corpo a esmagou contra o concreto frio quando achatou em cima de-la.
— Não se mova. — Ordenou. — Pode haver um tiroteio.
Brawn estava protegendo Becca das balas perdidas com seu corpo e a cama. As mãos abri-ram em seu peito e seu coração disparava com excitação.
— Não posso acreditar que nos encontraram.
—É, nos encontraram. — Respondeu asperamente em seu ouvido. — Os ventiladores estão empurrando o ar e seus aromas estão enchendo a sala. Deve vim da outra sala. Basta ficar abaixa-da e segura. Sinto o cheiro de seu amigo e de outros humanos, juntamente com a minha própria espécie. Muitos deles.
Aliviou um pouco o peso de cima dela. Becca o observou virar a cabeça para espiar ao redor da cama caída e olhar para as portas. Desejava que pudesse ver o que estava acontecendo, mas o grande corpo de Brawn a manteve parada.
— Alguma coisa? — Sussurrou.
— Ainda não, mas o cheiro está mais forte.
Segundos se passaram em pelo menos um minuto e de repente ouviu um barulho como um metal atingindo uma parede. Brawn ficou tenso acima dela, sugando o ar e gritou um aviso.
— Eles estão dentro da porta dupla à sua esquerda. Há uma médica e vários machos huma-nos armados com pistolas de dardos de choque, e têm armas com drogas.
Moveu-se, rolou de cima dela e levantou-se tão rápido que Becca teve de se esforçar para segui-lo. Sentou-se para assistir por cima da cama quando os homens encheram o quarto. Um ho-mem Novas Espécies sorriu, parecia o líder e correu para o outro conjunto de portas duplas com os homens em seu encalço. Trey era uma visão para os olhos quando ele apareceu por entre outros, correndo na direção da gaiola e sorriu quando seus olhares se encontraram.
— Abra a porta. — Brawn exigiu.
Trey estudou as correntes e o cadeado. — Para trás.
Brawn moveu-se para o lado, quando Trey apontou a arma para as fechaduras, disparou duas vezes e jogou as correntes para longe. Brawn empurrou a porta rapidamente, saiu da jaula e correu em direção de onde os homens haviam desaparecido.
— É com eles. — Trey gritou quando entrou na jaula. Laurann Dohner Brawn
97

Becca se levantou e caminhou até ele. No segundo em que ela estava ao alcance, a agarrou com um braço, a puxou contra seu corpo e guardou sua arma no coldre. Beijou o topo da cabeça, abraçou-a apertado com ambos os braços e riu.
— Você estava em apuros. Seu velho esta subindo pelas paredes de preocupação. Você está bem, garota? — Diminuiu seu poder o suficiente para olhar para baixo para estudar seu rosto de perto. Um de seus braços a largou e seus dedos traçaram seu rosto. Ela se encolheu, tinha esque-cido do tapa e viu a raiva no olhar de Trey. — Acho que há uma contusão aqui? Quem foi o filho da puta que bateu em você? — Sacudiu a cabeça para olhar alguma coisa.
Becca se inclinou o suficiente para ver que Brawn estava do lado de fora da gaiola os obser-vando. Olhou para cima, seguiu o caminho da raiva de Trey e agarrou sua camisa para ganhar sua atenção. Encontrou o seu olhar.
— Um dos guardas fez isso. Brawn nunca iria me machucar.
Trey passou os braços em volta dela mais uma vez, puxou-a tirando seus pés do chão e a abraçou com força suficiente para ser considerado um abraço de urso.
— Você está bem, garota? Me diga a verdade.
— Ponha-me no chão.
Se contorceu para se libertar, mais do que ciente que sua camisola subiu perigosamente e não usava mais calcinha. — Estou ótima além de você tentar quebrar minhas costelas.
Riu quando a colocou de volta ao chão. — Estou tão feliz por você estar viva. Estávamos tão preocupados.
— Pare de apertá-la. — Uma voz profunda e severa rosnou. — Temos machos dos Espécies que necessitam de cuidados médicos, enquanto você está flertando com a fêmea.
Becca estava atordoada com a raiva de Brawn. Trey a soltou totalmente e se virou para ele. — Você é Brawn?
— Sou. — Seu peito se estufou quando encheu seus pulmões com ar. — Quero uma arma. — Ergueu sua mão.
Trey marchou até ele, parou alguns centímetros perto dele e levantou o queixo. — Sem que-rer ofender, senhor, mas não. Como você está? Você está drogado?
— Não.
Tiros soaram e Trey girou, se apressou para Becca e a levou ao chão. Ofegou quando dor ex-plodiu em suas costas ao bater no assoalho e seu peso a esmagou. Um rugido soou e sabia sem ser capaz de ver que veio de Brawn.
O peso se afastou e olhou para Brawn, agachando ao lado dela. Arreganhou os dentes, rosnou para Trey que estava esparramado a metros de distância, e percebeu o que tinha aconteci-do. Brawn jogou seu amigo para longe dela e agora parecia prestes a atacá-lo. Sentou-se rapida-mente, ignorando sua cabeça latejante, que bateu no concreto quando foi abordada, e colocou seu corpo entre eles. Seu olhar encontrou Brawn.
— O que há de errado com você?
Raiva brilhou em seus olhos quando olhou de volta, rosnou para ela e se levantou. — Não to-que nela. — Alertou, virou-se de costas e ficou ali. Laurann Dohner Brawn
98

Trey lançou um olhar de “que-merda-foi-isso” e ela encolheu os ombros, não tinha certeza do por que Brawn o atacou, mas não foram ouvidos mais tiros. Outra equipe correu para a sala de cima e alguns correram através das portas duplas, a primeira equipe desapareceu por enquanto e o resto se aproximou das gaiolas.
Brawn falou baixinho com alguns dos machos dos Espécie. Becca deixou a gaiola e Trey a se-guia de perto, quase como se não quisesse deixá-la mais do que alguns metros de distância. Olhou para o 919 e o encontrou encolhido em um canto da gaiola, observando os estranhos com pa-vor. Pena brotou. Foi drogado e estava sem o juízo perfeito,e provavelmente, pensava que mais pessoas vieram prejudicá-lo.
A curiosidade a fez virar em direção ao fundo da sala onde colocaram outro Nova Espé-cie. Queria ver como ele estava, já que ninguém parecia consciente de sua existência. Passou do muro que dividia o quarto e encontrou outra gaiola. Aquela visão trouxe lágrimas a seus olhos.
O homem estava amarrado a uma maca, seus cabelos negros tão emaranhados que era cho-cante e estava ligado a tubos e máquinas. Caminhou até as barras e as agarrou. O macho não se mexia de jeito nenhum. Podia ver um monitor cardíaco e ler os números de onde esta-va. Trey parou ao lado dela.
— Puta merda. — Trey sussurrou.
— Abra a porta.
Ele hesitou.
— Não. Vamos chamar uma equipe médica aqui.
— Abra a porta. — Exigiu novamente. — Ele não está se movendo e sua frequência cardíaca está muito baixa. Está inconsciente.
— Provavelmente vai ser perigoso se acordá-lo. Sinto muito, mas a porta não vai ser aberta, até termos a certeza que é seguro. — Ela virou-se para encontrar o seu olhar.
— Chame ajuda.
Balançou a cabeça, pegou o rádio, mas percebeu rapidamente que não poderia ter sinal para a área de cima.
— Vamos. Vou mandar um dos homens retransmitir que precisamos de médicos rapidamen-te.
Becca odiava deixar o macho sozinho, então se ofereceu para ficar. Trey empacou de primei-ra, mas ressaltou que ninguém estava lá para machucá-la e o Espécie estava preso e amarrado. Se afastou e ela voltou sua atenção completa para a pobre vítima.
Os humanos eram terríveis ás vezes, vendo no que ele foi reduzido quase partiu seu cora-ção. Seu coração batia, mas se perguntou se sobreviveria. Era grande, mas a cor da sua pele estava muito pálida, parecia faminto, a julgar pela maneira como suas costelas apareciam.
Não demorou muito para Trey retornar com os médicos e a porta da gaiola se abriu. Ficou tempo suficiente para ouvi-los dizer que ele estava em estado crítico. Planejaram chamar ajuda aérea. Depressão bateu e só queria encontrar Brawn. Trey agarrou a mão dela enquanto tentava facilmente passar por ele.
— Pegamos todos os bastardos e a área está segura. Estão indo transportar os Novas Espé-cies para Homeland. Você quer que um paramédico te examine? Laurann Dohner Brawn
99

— Estou bem.
— Seu pai está sendo mantido lá fora. Você realmente deveria ir vê-lo. Está bastante frenéti-co e acho que sua paciência está se esgotando.
— Só quero conversar com Brawn e então vou encontrá-lo.
— Seja rápida. Ele está nervoso.
Becca foi até onde estava enjaulada para ver dois homens Novas Espécies destrancarem o 919 da gaiola. Ainda estava encolhido no canto, rosnando para as equipes de resgate e os mem-bros humanos da equipe no fundo. Brawn ficou assistindo e moveu-se para ficar a seu lado.
— Acha que ele vai ficar bem?— Não o tocou desta vez, no caso de estar distraído e não tê-la ouvido se aproximar.
— Espero que sim. É o seu estado mental que me preocupa. — Virou-se para encontrar o olhar dela. — Becca, Eu...
Um uivo soou e alguém gritou. Becca virou a cabeça a tempo de ver o 919 enfrentar um dos Novas Espécies, jogá-lo para fora do caminho e dar um murro no segundo. Correu para fora da gaiola, uma expressão selvagem em seu rosto e seu olhar a localizou. Pura raiva torceu suas feições e correu para a frente.
— Não! — Brawn gritou e jogou seu corpo entre eles, quase como um chumbo quando 919 atacou.
Becca se esforçou para sair do caminho, mas foi tarde demais. Um enfurecido, drogado Nova Espécie atingiu Brawn. Brawn cambaleou e o 919 uivou novamente quando veio em seu cami-nho. Nem sequer conseguiu gritar antes de mãos brutais a agarrarem. Uma mão envolveu sua gar-ganta, cortou-lhe o ar e a outra segurava seu braço com tanta força que tinha certeza que iria que-brá-lo.
Um rugido foi o único aviso antes de Brawn atacar. Todos os três caíram em um emaranhado de corpos, a mão foi arrancada de sua garganta e 919 gritou de dor. Becca tentou rolar, mas suas pernas estavam presas sob os seus pesos combinados enquanto trocavam golpes.
Alguém agarrou seu braço, olhou para cima para ver o rosto pálido de Trey e a puxou com força suficiente para fazê-la gritar quando a arrastou. Continuou arrastando-a pelo chão até que ficou uns bons três metros afastados de Brawn. O olhou para vê-lo lutando com 919. Era brutal e os sons que faziam eram completamente terríveis.
— Tirem essa humana daqui — Rosnou Brawn. — Ele está fora de controle.
Trey xingou, se curvou e escoltou Becca em seus braços. Ela se torcia quando a levantou e correu para a porta. Assistia com horror Brawn e o macho continuarem a lutar enquanto ninguém parecia ajudá-lo. Sua boca se abriu para gritar que alguém precisava separá-los, mas então Trey a tirou da sala e subiu as escadas.
— Ponha-me no chão.
Trey ofegava, se manteve em movimento e ignorou a ordem. Diminuiu à medida que se aproximava do topo e estava grata por isso, porque todos aqueles empurrões não foram fáceis para seu estômago ou seus ossos.
— Rebecca! Laurann Dohner Brawn
100

Conhecia aquele grito em qualquer lugar, virou a cabeça, procurou pelo depósito lotado cheio de membros de equipes, Novas Espécies e alguns dos médicos das equipes. Trey parou e a colocou no chão suavemente.
Tim quase se chocou contra ela, mas derrapou até parar antes de colidirem, passou os braços em volta dela e a cobriu com um abraço.
— Querida. — Sua voz quebrou. — Graças a Deus você está viva. — Balançou em seus bra-ços. — Você está bem?
Lágrimas encheram seus olhos e não tentou detê-las quando seu rosto estava esmagado con-tra a camisa de seu pai. — Vou ficar bem.
— Arranje um médico. — Gritou, fazendo-a estremecer.
— Estou bem.
— Senhor — Um homem falou. — Solte-a e deixe-me checar seus ferimentos.
Seu pai enfraqueceu seu abraço e ela olhou para Bucky, um dos médicos da equipe, feliz por ver um outro rosto familiar. O ruivo se aproximou, pegou em sua mandíbula e olhou para seu ros-to. — Vamos levá-la para o caminhão.
— Estou bem. — Se afastou do seu toque.
Seu olhar baixou para baixo seu corpo, parecendo tomar nota de tudo. — Você tem certeza?
Se afastou de seu pai, olhou para ele e sorriu. — Estou muito bem, pai. Alguns empurrões e contusões, mas vou sobreviver. — Seu ombro doía e sua cabeça latejava um pouco por causa da queda, mas não iria reclamar disso.
— Merda! — Bucky agarrou a parte de trás da cabeça. — Você está sangrando.— Congelou quando as mãos enluvadas do homem roçou em algo que fez a dor atravessar seu couro cabeludo.
— Ai!
— Temos helicópteros prestes a pousar. — Um homem do Novas Espécies se aproximou de seu pai.
— Vamos levar a sua filha para Homeland. Nossos médicos estão de prontidão por lá para tratar dos feridos. — Tim balançou a cabeça.
— Vou levá-la a um hospital, Brass. — O macho alto franziu a testa, olhou para Becca e se di-rigiu para seu pai. — Isso vai envolver as suas leis. Preferimos manter este problema entre os Espé-cies.
— Não dou a mínima ao que você quer. — O temperamento de seu pai apareceu. Brass se encolheu.
— Vão querer que a gente entregue esses que prendemos aqui hoje. Você realmente deseja que enfrentem as acusações nos seus tribunais? Não serão tão duros com os infratores, sua filha poderá ir ao tribunal para testemunhar e vamos ter de explicar por que invadimos este edifí-cio sem consultá-los primeiro.
A ideia de qualquer um desses monstros responsáveis por tudo o que passou receberem uma sentença mais leve ou ser retirados de julgamento fez o temperamento de Becca aflorar. Olhou para o homem alto dos Espécies até que encontrou o seu olhar.
— Seus advogados são mais duros? Laurann Dohner Brawn
101

— Eles trabalharam para Mercile pelo que entendemos e torturaram Novas Espécies. Não vão se safar dessa. — Isso já era bom o suficiente para ela.
— Vou com você.
— Não. — Tim agarrou o braço dela.
— Vou levá-la a um hospital.
Becca estendeu a mão e agarrou os dedos do pai.
— Não quero que se safem do que fizeram. Vou com eles para ver médicos dele. Os dei-xem lidar com isso, pai. Por favor?
O som alto de um helicóptero veio de fora e pareceu pousar na rua ou em algum lugar pró-ximo. Puxou os dedos de seu pai o fazendo soltá-la.
— Vai dar tudo certo. — Abriu a boca mas, Brass estendeu a mão.
— Eu mesmo irei acompanhá-la e protegê-la. Você estará perfeitamente seguro, Sr. Oberto.
— Vou também. — Tim exigiu. Brass pegou a mão dela.
— Você não prefere transferir os prisioneiros para Homeland? Sua filha vai estar lá quando você chegar.
A indecisão no seu rosto assegurou Becca que ele estava confuso.
— Faça isso, pai. Certifique-se que cheguem lá e fiquem presos.
— Vou estar lá dentro de quatro horas.
— Estarei esperando.
Brass a segurava levemente enquanto a levava para fora do deposito. Estava ensolarado lá fora, a cegou um pouco depois de ter sido mantida lá dentro. O vento cortava seu cabelo ao se aproximarem do helicóptero.
— Você vai ficar bem!
Brass gritou para ser ouvido por causa dos motores do helicóptero. A colocou para dentro e a ajudou a se enfivelar em uma cadeira e sentou-se ao seu lado. Observou colocarem o Nova Espé-cie ferido que estava ligado a máquinas. Ainda estava inconsciente. Não sabia o nome do médico, era um dos novos membros da equipe de força-tarefa que ainda não havia conhecido. Seu olhar procurou por Brawn, mas não se juntou a eles quando a porta fechou e o helicóptero decolou.
Onde está ele? Esperava que estivesse bem, ele seria levado para Homeland se precisasse de atendimento médico. O som dentro do helicóptero estava muito alto para tentar interrogar Brass. Teria que esperar até que pousassem.
O grande Nova Espécie ao seu lado abriu um cobertor e se virou em seu assento, lhe ofere-cendo. Deu-lhe um sorriso agradecido, envolveu o material macio em seu corpo e recostou-se con-tra o assento. Foram salvos. Escondeu o rosto nele e deixou as lágrimas caírem. Foi uma experiên-cia infernal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário