CAPÍTULO CINCO
— O que você estava pensando?
Alli hesitou, olhando fixamente para Trisha, a médica que não só se tornou sua amiga como era companheira de um Nova Espécie. — Eu só queria salvá-lo e ninguém escutou minhas sugestões de como fazê-lo despertar do coma.
— Você podia ter me ligado ou esperado até que eu voltasse. Eu ficaria apenas seis semanas na Reserva.
— 880 estava ficando pior. Ele perdeu peso demais. Eu não podia continuar vendo-o enfraquecer. Como ele está? Ninguém dirá uma palavra sobre ele. Ele acordou novamente?
Trisha sentou-se em sua cama alguns centímetros afastada e suspirou.
— Ele está acordado.
Lágrimas de alegria encheram os olhos de Alli.
— Sério? Ótimo.
— Ele está se recuperando incrivelmente rápido. Ele já está em pé. Ele exigiu comida, comeu mais do que eles queriam, e deu uma volta pelo corredor antes de quase cair no chão quando suas pernas não aguentaram mais.
— Ele parece melhor?
— Nenhum humano tem permissão para aquele nível, então eu não posso examiná-lo pessoalmente. Justice acha que é melhor agora ele não ser exposto a nenhum humano. Destiny e Field estão vivendo lá para cuidar dele em turnos. Consegui olhar pelas câmeras. Eu insisti e pude notar que sua coloração está muito melhor pelo que eu vi. Você pode imaginar o quão difícil é tentar avaliar um paciente por vídeo.
— Como está seu estado mental? Ele está mostrando alguns sinais de dano cerebral ou depressão? Não temos nenhuma ideia do que fizeram com ele ou o quão traumático seus danos cerebrais estavam antes dele chegar a Homeland.
— Ele parece bem. — Trisha franziu a testa. — Eu estaria preocupada com minha própria pele agora, Alli. Você sequestrou um Espécie e o levou pelos portões. Você sabia o quão perigoso isso seria? E se alguém não associado a ONE achasse você com ele? Você pensou sobre isto?
— Só queria ajudá-lo e eles não me deixariam fazer isso. Pensei que seria seguro e tomei todas as precauções, nas quais pude pensar. Planejei ligar para Homeland no sétimo dia se 880 não mostrasse quaisquer sinais da melhora ou se ele piorasse.
— Você o desprendeu. — Trisha hesitou. — Você pensou sobre o que podia ter acontecido se ele despertasse, achasse que você era seu inimigo, e ele matasse você? Ele estaria lá fora sozinho. Não saberia o que fazer e poderia matar pessoas inocentes, pensando que todo mundo que ele visse trabalhasse para Mercile.
Alli balançou a cabeça.
— Ele estaria muito fraco para causar muito dano a mim e eu estava certa de que podia lidar com ele. Laurann Dohner Obsidian
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— Ele atacou a equipe de Tim Oberto. Ele não apenas saiu do coma, mas colocou dois deles no chão. Pense no que ele poderia ter feito se abrisse os olhos e visse você lá.
O sangue drenou de seu rosto enquanto pensava nisso.
— Ele poderia ter me matado.
— Exatamente.
— Eu sinto muito.
—Eu sei. — Trisha alcançou sua mão. — Você está em sérios problemas e eu não sei o que eles vão fazer com você. Justice nem sequer discuti isso comigo. Slade é meu companheiro, mas ele é Espécie também. Você pôs um de seus machos em risco e nenhum deles pode ignorar isto. Você estava obviamente certa sobre o cheiro de uma fêmea tirar 880 do coma, mas isso não elimina o perigo ao qual o expôs. No mínimo, você está demitida. Você pode passar algum tempo na prisão.
Os olhos de Alli se encheram de lágrimas, mas as piscou de volta.
— Eu sabia disso e estou pronta para qualquer que seja a sentença. 880 valia a pena.
— Droga. — Trisha largou a mão de Alli e se levantou para andar na área pequena. — Isto é uma bagunça. Até agora eles mantiveram você nesta cela reservada, mas não podem manter você aqui indefinidamente. Justice é contra Espécies prendendo humanos. Eles terão que passar você para as pessoas que costumavam administrar Homeland. Eles abriram uma prisão administrada por eles para prender os funcionários da Mercile. — Trisha hesitou e encontrou seu olhar. — É um lugar infernal e as pessoas odiarão você e você as odiará pois são monstros. Você não é um.
— Eu sabia dos riscos.
O olhar de Trisha se estreitou.
— Você acha que eu vou dormir a noite, sabendo para onde você está indo? O NSO não controla isso e eu ouvi histórias horrorosas sobre aquele lugar. Estou tentando convencê-los em apenas te demitir e te escoltar para os portões. Você será proibida de ter qualquer contato com o ONE ou falar sobre os Espécies em público. Só não sei se eles vão fazer isso. Você assinaria uma cláusula de confidencialidade se eles oferecessem para você?
Mais lágrimas encheram seus olhos.
— Eu apenas queria ajudar os Novas Espécies, 880 em particular.
— Eu sei, mas você fez a coisa errada. Foi louco, irracional, e você pôs 880 em severo perigo. Se alguém conseguisse colocar as mãos nele, eles podiam tê-lo matado, pedido o resgate por ele para o ONE de milhões, ou em pior caso, alguém da Mercile podia ter conseguido colocar suas mãos nele novamente. Existem muitos daqueles imbecis lá fora que não foram pegos ainda. Eles estão desesperados.
Os ombros de Alli caíram.
— Eu sinto muito.
Trisha olhou fixamente para ela.
— Aguente firme.
Alli observou-a ir. O oficial a guardando olhou para dentro antes de fechar a porta. O som de trancas sendo viradas a fizeram enrolar-se na cama. Seu quarto era pequeno, composto de uma cama, um punhado de livros foi dado e ela, e nada mais. Tinha passado dois dias desde que ela foi Laurann Dohner Obsidian
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presa. Tiger e agora Trisha eram os únicos que a visitavam além de alguns humanos da força tarefa que vieram para perguntar algumas coisas. Pelo menos ela sabia que 880 recuperou a consciência e ele estava ficando mais forte. — Isso valia a pena. — Ela sussurrou e apertou seus olhos enquanto mais lágrimas escapavam.
* * * * *
Trisha olhou para Justice, depois para seu companheiro. Slade deu um passo mais perto, e ergueu sua mão para acariciá-la, mas ela saiu do seu alcance. Ela estava furiosa.
— Ali está seu criminoso. Uma ameaça tão grande para os Novas Espécies. Poupe-me. Alli fez algo estúpido, mas ela não devia ir para a prisão. — Trisha apontou para a câmera dentro da cela de Allison Baker. — Ela é uma médica. Nós faríamos qualquer coisa para salvar um paciente e ninguém aqui a escutaria. Eu teria levantado o inferno até que alguém cedesse se eu tivesse uma sugestão que eu acreditava, mas ela é diferente. Eu não consigo vê-la gritando ou dando no rosto de alguém. Ela secretamente conspirou para tirar 880 daqui e levá-lo para onde ela poderia tentar fazer o que pudesse para salvá-lo. — Ela pausou. — E funcionou. Eu quero Tiger aqui agora mesmo.
Justice hesitou, mas ergueu seu telefone.
— Envie Tiger, por favor. — Desligou. — Trisha, estamos todos chateados.
— Doutora.
— Cale a boca, Slade. Não venha com doutora para cima de mim. Eu estou furiosa. Eu juro que eu vou com ela se você mandá-la para a Prisão Fuller. Você pode nos prender juntas em uma cela por lá.
Choque arregalou o olhar de seu companheiro e ele lançou a Justice um olhar alarmado. Um grunhido saiu de sua garganta e Trisha retornou imediatamente, com medo dele entrar em uma briga.
— Slade? — Ele olhou para ela. — Apenas fique parado e deixe-me lidar com isto, certo?
Ele franziu a testa, mas seu corpo relaxou.
A porta atrás deles se abriu e Tiger entrou. — Eu fui informado que você precisava de mim?
Trisha se dirigiu a ele.
— Eu exijo que você vá até a Segurança e os faça prender você dentro da cela ao lado da de Alli.
Seu bonito olhar se alargou.
— O que?
— Você me ouviu. Ela te ligou, pedindo permissão para fazer o que achava que era melhor para seu paciente, mas você negou. Ela não o teria sequestrado se você apenas desse a ela uma chance de fazer o que quer que ela achasse que ajudaria 880. Você é da mesma maneira culpado desse crime como ela é. Alguém tem que pagar por isso, de acordo com Justice, merda estou te responsabilizando também. Alli estava certa. 880 está acordado. Ele não poderia estar se ela não tivesse que tomar tais medidas drásticas para salvá-lo. Vá trancar você mesmo e qualquer Laurann Dohner Obsidian
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sentença que ela receba você merece também. — Ela respirou fundo. — Eu exijo que você fique na cela ao lado da dela, assim você dois sofrem juntos.
A boca de Tiger se abriu, mas ele a fechou. Seu olhar deslizou para Justice.
Trisha se virou para ele.
— Isso é justo. Alli pode ter colocado 880 em risco o levando para fora do terreno do ONE, mas Tiger o pôs em risco também por não escutar a médica dele. Ela o despertou. 880 ainda estaria em coma se não fosse por ela. Você quer que alguém pague pelo o que ela fez, mas ela foi guiada a fazer isso por ele. — Apontou para Tiger. — E você podia ter anulado sua proibição, mas você não o fez então você deveria estar em uma terceira cela.
Justice franziu a testa.
— Acalme-se, Trisha.
— Que se dane isso. Ou todos os três cumprem a mesma quantidade de tempo ou eu exijo que você a solte. Eu a quero de volta ao trabalho. Tiger estava no seu escritório no corredor abaixo. Você está no seu. Eu quero Alli de volta no dela. Ela é uma ótima médica.
— Nós não podemos confiar mais nela, Trisha. — A voz suave de Slade a acalmou um pouco.
Ela encontrou seu olhar.
— Então a expulse do ONE e a escolte para os portões, mas a deixe fora da maldita cela. Ela não é uma criminosa. Ela é dedicada a salvar vidas, fez o que sentiu que era necessário para salvar 880. Dê a ela um crédito por isso. Você sabe o quão assustada ela deveria estar para levá-lo? Que tipo de coragem foi preciso não só para ela implementar o plano, mas ir além com ele? Ela pôs sua vida em perigo também, sabia que enfrentaria uma punição, e provavelmente nem achou que isso funcionaria. Isso faz dela mais valente em meu conceito. Ela arriscou isso tudo por um Espécie.
Trisha hesitou.
— Ela teve mais fé em 880 que qualquer um de vocês. — Lágrimas encheram seus olhos. — Eu faria qualquer coisa por você e você é o amor da minha vida, Slade. Você é meu companheiro, meu coração. Alli fez aquilo por 880 e ela nem o conhece. Você devia dar a ela um aumento e ficar muito agradecido por nós termos uma médica com esse tipo de lealdade. Tudo o que ela estava pensando era nele e dar a ele a melhor chance de sobrevivência.
A sala ficou muda e Slade chegou mais perto para puxá-la em seus braços. Ela o deixou abraçá-la. Justice finalmente suspirou.
— Tiger, vá até a Segurança e escolte a Dra. Allison para a casa dela. — Ele desligou. — Eu não sei o que fazer com ela, mas ela não pertence a uma cela. Ela trabalhou para nós e não pode estar segura fora dos nossos portões devido a sua associação. Tenha um oficial colocado em sua porta e a deixe saber que ela está limitada a sua casa. Eu quero que fique muito confortável até decidirmos como lidar com isto.
— Compreendido.
Trisha ergueu sua cabeça e olhou fixamente para Slade.
— Obrigada.
— Eu não consigo ver você sofrendo. — Ele girou a cabeça para olhar para Justice. — Obrigado.
— Trisha tem argumentos válidos. — Justice parou. — Isto é um inferno de uma bagunça. Laurann Dohner Obsidian
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* * * * *
880 olhou fixamente para as fêmeas e suavemente rosnou em advertência, inseguro do que a presença delas significava. Ele não deu boas-vindas a visão delas. Uma delas parecia muito semelhante a sua companheira.
A alta de cabelo escuro rosnou de volta.
— Eu sou Breeze e não é assim que você faz amigos. Apenas fique neutro se você estiver tentando iniciar sexo. Eu não estou interessada, mas eu não quero me preocupar com você me atacando.
Choque o encheu com sua declaração franca e o modo como ela olhava fixamente para ele. 46 evitava falar com ele quando estava de mau humor a menos que quisesse discutir. Esta aqui parecia querer desafiá-lo.
— Você me faz lembrar ela.
O olhar da fêmea suavizou.
— Sua companheira?
— Sim.
— Como ela era chamada?
— 46.
A fêmea sentou-se em seu quarto enquanto as outras duas ficaram na porta. Breeze apontou para sua cama. — Sente-se. Você me deixa nervosa. Eu não sei o quão controlado você é ou como você reagirá ao redor de fêmeas. — Então apontou para as outras duas. — Elas saltarão em seu traseiro se você me atacar. Estamos claros?
Suas sobrancelhas se ergueram enquanto olhava para as duas fêmeas antes de sentar-se na beirada da cama para estudar a chamada Breeze. — Eu não vou atacar você.
— É bom saber isso. — Ela sorriu. — Como você está lidando com a liberdade? Você parece forte e saudável. Eu ouvi que você se aventurou do lado de fora hoje para dar um passeio.
— Eu estou bem.
— Você não fala muito com os outros, não é?
— Estou me ajustando. É estranho. — Ele evitou discutir por que não era um falador, pouco disposto a admitir que ele não se sentia confortável ao redor de tantos depois de sua vida solitária com apenas sua companheira.
Simpatia relampejou nos olhos de Breeze.
— Todos nós entendemos isso, mas confie em mim, você tem isto muito melhor do que nós. Os humanos tiveram que lidar conosco depois que fomos salvos. Eu era grossa com eles. Você está cercado por seu próprio tipo.
— Por que eu sentiria confiança? Eu não conheço você. — Ele quis ser honesto.
Ela sorriu e ele relaxou ligeiramente quando suas características suavizaram.
— Verdade. Nós somos do seu tipo e você é do nosso. Nós temos que nos unir e você pode depender de nós para te proteger. Você sabe o que isso quer dizer?
— Você está me dizendo que eu posso confiar em você. Laurann Dohner Obsidian
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— Está certo. Você pode. — Ela se inclinou para frente um pouco. — Como você realmente está?
— Estou ficando mais forte.
— Eu quero dizer como você está dentro da sua cabeça? Eu sei que você perdeu sua companheira. Você está cheio de raiva?
Ele assentiu.
— Eu quero vingança por sua morte.
— Nós temos os imbecis que a mataram.
Ele ficou tenso.
— Eles estão aqui?
— Nós os capturamos quando você foi salvo. Eles foram enviados para uma jaula própria para eles e pagaram por sua morte. Isso ajuda? Eles nunca ficarão livres novamente.
— Eu quero ser levado até eles.
Ela balançou a cabeça.
— Você deseja fazê-los sangrar, mas não pode. Nós não matamos humanos. Nós prendemos as pessoas que cometeram crimes contra nós. Eles sofrem. Eles estão agora enjaulados e a mercê dos próprios humanos. — Seu sorriso pareceu forçado. — Isso ajuda?
— Eles deveriam morrer. — Raiva fervia dentro dele.
— Eu concordo, mas somos melhores que as pessoas que nos encarceraram. Mostramos clemência.
— Eu não.
O olha dela faiscava com diversão.
— Você tem um senso pesado de justiça dentro de você.
Ele não disse nada não estava certo do que ela queria dizer.
— Você teria feito qualquer coisa para proteger sua companheira, certo? Quebrado alguma regra para mantê-la segura?
— Sim. Eles a mataram sem provocação. Eu não fiz nada para deixá-los com raiva.
— Aqueles funcionários da Mercile eram imbecis malignos. — Respirou fundo e olhou para as fêmeas na porta antes de falar suavemente com elas. — Como está por aí?
A com cabelo vermelho listrado olhou para longe. — Ainda estamos limpos.
Breeze encontrou seu olhar. — Nós não deveríamos estar aqui, mas às vezes somos ruins em seguir ordens. Eu fiz um oficial que me devia um favor desligar as câmeras. — Apontou para o canto. — Elas estão lá para a sua proteção e ter a certeza que você não corra nenhum perigo, mas estão atualmente fora do ar.
Ele ficou alarmado.
— Há uma ameaça a minha vida?
— Não de nós. — levantou sua cabeça. — Você sabe quem está em perigo?
— Quem? — Ele depressa ficou confuso.
Uma das mulheres na porta revelou sua mão, que descansava atrás das costas dela. Segurava uma bolsa clara com material do lado de dentro, a pegou e jogou para ele. Era uma Laurann Dohner Obsidian
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blusa. O cheiro doce que inalou era familiar e um grunhido suave saiu de sua garganta antes dele poder abafar.
— O nome dela é Alli. — Breeze hesitou. — Dra. Allison Baker. Ela é humana, mas nunca trabalhou para Mercile. Ela arriscou a pele dela para salvar a sua. Eu gosto dela. — Empurrou sua cabeça na direção das outras duas mulheres. — Elas gostam dela também. Você quer saber o por quê? Alli é uma boa humana. Ela é doce e nossa amiga.
Agarrou a blusa da fêmea em suas mãos, mas não disse nada. Não estava certo do que elas esperavam dele. Uma parte dele se preocupou por elas estarem tentando conseguir uma reação que trairia suas emoções. Ficou tenso, alerta, e mascarou seu rosto para não revelar qualquer coisa. Ele queria saber mais sobre Alli, mas se recusou a admitir. Ele não deveria se importar. Ela era humana, mas estava curioso.
— Você estava inconsciente e não despertava depois que foi salvo. A verdade é que todos nós pensamos que você morreria. Ninguém aqui te conhece e você foi mantido separado de todas as nossas fêmeas, nas instalações da Mercile. Nenhuma de nós compartilhou sexo com você. Mercile costumava nos levar para os machos para fazer experimentos de procriação, tentando fazer mais de nós. Não sabemos nada sobre você e tememos que você ficasse louco. É o que nós chamamos selvagem. Quer dizer que sua mente estava tão quebrada pelo abuso que sofreu que não podia ser salvo.
— Alli se recusou a desistir de você e o roubou deste lugar para te levar a algum lugar onde ela podia fazer o que nenhum de nós iria. Ela pôs a vida dela em perigo tentando despertar você com seu cheiro. Vocês machos são criaturas excitadas que são guiadas pelos pênis. Talvez ela achasse que você quisesse montá-la o suficiente para despertar. — Breeze encolheu os ombros. — A conhecendo como eu conheço, ela provavelmente não considerou que você poderia querer fazer sexo, mas ao invés disso apenas pensou que ter uma fêmea próxima o traria de volta. Ela é ingênua desse modo. Todos os machos que ela conheceu são bem protetores em relação a nós e eles não a abordam para sexo.
Ele não estava certo de como digerir as informações. Uma parte dele estava contente por saber que nenhum outro macho abordou Alli por sexo. A raiva mexeu nas lembranças dos humanos mascarados a tocando quando ele tropeçou para o lado de fora. Ele queria matá-los por fazê-la gritar de terror. A voz de Breeze o tirou de suas reflexões.
— Funcionou. Você a cheirou e despertou quando ela estava em apuros. Talvez você quisesse montá-la ou talvez a confundiu com sua companheira. Eu não sei. Não é?
Ele lutou para responder.
— 880? Você me ouviu?
Ele decidiu ser direto.
— Eu sabia que ela não era minha companheira. Eu lembrei que 46 foi assassinada. Pensei a princípio que ela poderia ser uma técnica. Ouvia as palavras que ela falava comigo, mas não conseguia mover meu corpo. Eu finalmente decidi que ela era outra fêmea trazida para substituir a companheira que eles tomaram. Eles precisavam dela para me controlar.
— Merda. — Uma das fêmeas na porta suspirou. — É como nós pensamos. Eles deram a ele uma fêmea para deixá-lo complacente. Ela era só uma ferramenta para eles. Laurann Dohner Obsidian
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Um grunhido de ira saiu de 880.
— Ela era minha companheira!
Breeze gesticulou para a outra pedindo silêncio enquanto cautelosamente continuou olhando para ele. — Nós sabemos disso e não significou nenhum insulto. Alli prejudicou você? Ela machucou você?
— Não.
— Ela roubou você para salvar sua vida. Eu quero que você entenda isso. Ela gosta de você e ficou do seu lado. Ela pôs a vida dela em risco para salvar a sua. Você sabe o que aconteceu com ela?
— Não.
— Eles a prenderam. Ela é uma prisioneira dentro da própria casa. Ela não tem mais permissão para ser uma médica e não é mais considerada confiável. — A raiva afundou a voz dela. — Nós não concordamos com isso, mas os machos não nos escutarão. Eles estão com o traseiro ferido por ela poder roubá-lo tão facilmente como o fez. Uma mera e pequena humana te contrabandeou passando todas as medidas de segurança.
— Traseiro ferido? Ela deu injeções para deixá-los inconsciente?
— Não. O orgulho deles está ferido e estão sendo estúpidos. — Uma das mulheres na porta suavemente rosnou. — Você precisa ajudá-la, afinal fez isso por você. É a coisa certa a se fazer.
Raiva o agarrou em receber ordens.
— Os humanos são meus inimigos.
Breeze rosnou de volta para ele enquanto a cor dos seus olhos escurecia.
— Ela não é sua inimiga. Ela é nossa amiga e ela te tirou do coma.
Ele jogou a blusa nela.
— Ela não é minha preocupação. — Odiou o jeito que sua voz soava sem sinceridade. Ele não gostava de dever a ninguém, mas se a fêmea humana salvou sua vida então ele se sentiria honradamente obrigado a retribuir de algum jeito.
Breeze pegou a blusa e se levantou. Ela hesitou. — Um dia você vai ser considerado bom e vai sair do Centro Médico. Você sabe o que você vai querer? — Lançou a blusa para uma das fêmeas e agarrou a frente da sua própria para abaixar o suficiente para revelar os topos dos seus seios. — Nós. Você sentirá a falta de sexo, não é? Você teve uma companheira. Lembra-se do corpo dela? A sensação dela em seus braços?
Seu corpo ficou tenso enquanto seu olha caia na pele que ela revelou. Ele não estava interessado e se sentiu ofendido por ela acreditar que ele estaria tentado a querer. A fêmea puxou sua camisa até cobrir a visão. Seu olhar se ergueu para o dela.
— Isso será o último pedaço de pele que você verá em uma fêmea a menos que você fique motivado a ajudar Alli. Eu falo por mim mesma e todas as nossas fêmeas quando eu disse que nenhuma de nós compartilhará sexo com um macho que permite que alguma de nós permaneça em cativeiro. Nós discutimos isto e você será um macho solitário, sexualmente frustrado a menos que aprenda a se importar com o destino de Alli. Você me entende? Laurann Dohner Obsidian
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— Ela é humana e eu não quero fazer sexo com você. — Ele poderia ferir o orgulho de Breeze declarando que ele não queria montá-la, mas ela fez ameaças. Ele não se importou por ofendê-la.
— Alli é Espécie até onde nós sabemos. Ela não é sua inimiga ou nossa. — Ela recuou. — Diga-lhe que você quer vê-la ainda que não queira. Você podia até dizer que se sente deprimido por estar sentindo a falta de seu cheiro. Apenas seja legal com ela. Diga-lhe que você confia nela ainda que tenha que aprender a confiar. Ela arriscou a vida dela pela sua. Lembre-se disso em vez do que os outros humanos fizeram com você no passado.
Ele rosnou, se ressentiu por estar recebendo ordens sobre o que fazer e dizer. As fêmeas pareciam não se incomodar com sua raiva enquanto calmamente o olhavam. A ideia de ver Alli novamente era muito tentadora. Ele queria saber por que ela entrou em encrenca por sua conta. Mas seu orgulho se recusou permitir que admitisse.
— Não a assuste ou a machuque. — Breeze recuou mais. — Lembre-se, ela acreditou que você poderia ser salvo quando os outros desistiram da esperança. Você a ajudará se tiver algum orgulho. Você tem uma dívida com ela.
Ele considerou suas opções enquanto as fêmeas silenciosamente o olhavam. Seria um engano mostrar fraqueza, assim como o interesse em falar com a humana. Eles podiam usar isto e ela contra ele para tentar controlá-lo. Mercile fazia isto frequentemente com 46. Claro que Alli não era sua companheira. Eles não ameaçariam matá-la se ele recusasse fazer como eles exigiram.
— Eu a verei para pagar a dívida. — Assentiu cuidadosamente. — Essa é a única razão.
As fêmeas se retiraram, mas uma delas jogou a blusa para ele novamente. Ele a pegou e o cheiro doce de Alli encheu seu nariz. Confusão o encheu pelo fato do outros de seu tipo se importarem tanto com um humano. Eles todos sobreviveram as Indústrias Mercile e deveriam odiar os humanos também.
Ele agarrou a camisa em suas mãos e ergueu para seu nariz. Uma inalação profunda do cheiro de Alli ativou as lembranças que tinha a seu lado enquanto dormia. Sua mão em seu peito tinha uma sensação boa quando o acariciou. Seus olhos se fecharam e ele lembrou-se de vê-la no chão com os machos de pé em cima dela.
Ela era menor do que ele imaginava e tinha uma massa de cabelo loiro. A maior parte do seu foco estava em protegê-la, mas depois ela ergueu sua cabeça. A lembrança estava fraca, mas ele estava certo de que ela tinha grandes olhos azuis e pele pálida.
Mais uma respiração profunda ajudou a clarear a confusão de despertar com o grito dela. Sabia lá no fundo que era ela em perigo. Os sons apavorados o fizeram querer alcançá-la. Era um borrão quando chegou do lado de fora e o que ele teve que passar para fazer isto. Ele apenas a buscava.
Um retrato claro do seu rosto emergiu em sua mente. Ela tinha lábios cheios, características delicadas, e definitivamente seria humana. A ponta arredondada do seu nariz e seu tamanho diminutivo o assegurou disto. Sua companheira era muito maior com estrutura óssea facial lisonjeada semelhante ao seu próprio rosto. A camisa agarrada em sua mão se abaixou para descansar em cima do seu colo enquanto abria seus olhos. Um grunhido saiu dele. Laurann Dohner Obsidian
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Alli o levou de seu povo porque queria salvá-lo. As fêmeas admitiram que eles desistiram da esperança de que ele despertaria. O deixou com raiva que ele devesse sua vida a um humano. Seu cheiro permaneceu enquanto respirava, mas ele tomou a decisão de fazer o que as fêmeas pediram.
Suas pernas seguraram seu peso facilmente quando se levantou. Empurrou a blusa sob seu travesseiro e caminhou para a porta. Os dois machos que o olhavam nunca ficavam longe. Ele cheirou o corredor e facilmente localizou seus cheiros. Eles estavam há três portas abaixo sentados numa mesa, assistindo televisão. Ambos os machos viraram em sua direção quando ele entrou no quarto, que era muito parecido com o seu.
— Você precisa de algo? — Destiny se levantou. — Você gostaria de dar outro passeio lá fora?
— Eu quero a fêmea. — Ele exigiu.
O outro Espécie empalideceu ligeiramente.
— Que fêmea?
— Alli. — Dizer seu nome parecia estranho.
—Não. — A raiva apertou as características de Destiny. — Ela não é sua inimiga.
—Destiny. — O outro sibilou.
Ele não parece bravo. O segundo se levantou também.
— Por que você deseja ver a Dra. Allison?
— Não Field. — Destiny murmurou. — Não importa. Ela não chegar perto dele. Eu não vou permitir que ela venha aqui.
— Eu a quero. — 880 estudou o macho de perto e notou o modo como seu corpo ficou tenso, pronto para lutar. Ele conhecia bem o comportamento e ele mesmo tomou a posição rígida muitas vezes com machos humanos quando chegavam perto de sua companheira. Raiva subiu firmemente dentro dele e explodiu. Rosnou. — Ela não é sua.
— Merda. — Field silvou. — Acalme-se. A Dra. Allison não pertence a ninguém.
— Eu a quero. — 880 enrolou seu lábio superior para trás o suficiente para advertir os outros machos mostrando seus caninos afiados, não deixando nenhuma dúvida de que ele lutaria se eles recusassem. — Traga-a para mim.
— Fácil. — Field chegou mais perto da porta. — Deixe-me fazer um telefonema e eu verei o que posso fazer. — Ele hesitou. — Por que você quer vê-la? Eles irão querer uma resposta antes de permitirem isso. Eu tenho que conseguir permissão de Justice para trazê-la para cá.
Ele facilmente lembrou o que Breeze disse já que ele não se esqueceria da conversa por muito tempo. Decidiu usar a desculpa que ela mencionou. — Estou me sentindo deprimido. — Falsamente declarou. — Me ajustei ao cheiro dela e sinto falta.
Field sorriu e olhou para o outro macho.
— Está certo. Ela está familiarizada com ele. Só isso.
Destiny não parecia seguro.
— Ela não é de compartilhar sexo. Você entende? Não tente montá-la. Ela é humana e com limites. Laurann Dohner Obsidian
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880 teve que conter outro rosnado. O macho era muito protetor com a fêmea humana. Ele chegou mais perto do macho estressado e o cheirou. Nenhum rastro de Alli estava nele e ele recuou. Ele não gostava do interesse do outro macho na fêmea que dormiu a seu lado. Girou e caminhou de volta para seu quarto. Laurann Dohner Obsidian
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Breeze como sempre salvando a patria 👏👏❤ ... amuuh !!!
ResponderExcluirParabéns Breeze 😘
ResponderExcluirQuando escreverem um livro só para a Breeze acho que compro até o livro físico 💙
ResponderExcluirRainha sensata
ResponderExcluir,😍👏👏😍😍❤️
ResponderExcluirAmo a Breeze também!
ResponderExcluirUiuiuiiiii,oh rapaz chegaaaaaa bebezão 🥰🤣🤣
ResponderExcluirBreeze a verdadeira fada sensata
ResponderExcluirQuero muitooooo um livro para a Breeze. Ela merece
ResponderExcluirBreze é foda vei, botou moral <3
ResponderExcluirQuero um livro da Breeze!! Por favorzinho 😪🙏
ResponderExcluirVdd
ResponderExcluirEu amo a breeze linda e sensata 😍😍
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