Justice leu a nota que Jessie deixou sobre a cama. Ficou preso com a imprensa pelos jornalistas, mas correu de volta para seu quarto ansioso para ficar com ela.
Leu a nota novamente e entendeu que recebeu uma chamada de emergência da força-tarefa depois de localizarem uma fêmea Nova Espécie e ela teve que sair. Tim Oberto enviou alguém para buscá-la. Ele rosnou e amassou a nota em seu punho.
Justice pegou o celular e congelou. O que faria? Chamar o chefe da força-tarefa e se queixar que ele ordenou a Jessie que trabalhasse quando Justice queria voltar para a cama com ela? Xingou e baixou o celular. Jessie nunca o perdoaria se fizesse isso. Mulheres humanas eram discretas sobre suas vidas sexuais e independentes. Duvidava que ela gostasse que a força-tarefa e as pessoas que trabalhava soubessem que esteve em sua cama. Possivelmente também ia se ressentir por ele interferir com seu trabalho.
O que o irritou mais foram as palavras escritas. Ela se divertiu e agradeceu. Pior, disse para relaxar mais e tentar trabalhar menos. Um grunhido de frustração irrompeu novamente, seus instintos em desacordo com o raciocínio. Ela deveria prometer voltar ou dar a ele seu número com um convite para ligar. Não o fez.
Agradeceu-me por um bom momento. Ele cerrou os dentes. Disse que foi divertido. DIVERTIDO! Outro rosnado rasgou de sua garganta enquanto sua raiva crescia. Foi mais que divertido!
Justice olhou para a cama e seu temperamento finalmente explodiu. Jessie deveria estar lá esperando que a tocasse e abraçasse enquanto dormiam. Ela o fez rir, o sexo foi incrível e estava feliz pela primeira vez. A raiva pela perda o agarrou e ele saltou, seus instintos se recusando a serem negados.
Atacou o colchão com gosto. Suas unhas cavaram o material e o rasgaram. Quando isso não o fez se sentir melhor, levantou todo o colchão e o jogou longe. Atacou em seguida as molas, tirando a madeira com os pés e quebrando a armação. A cabeceira sucumbiu à sua birra, enquanto a destruía. Ficou no meio de seu quarto, ofegante, com a confusão em torno dele.
Avaliou os danos e amaldiçoou, meio constrangido com a destruição que criou. Não permitiu que seu temperamento levasse a melhor desde que foi libertado, apesar das muitas vezes que realmente ficou irritado. Perdeu-se agora, com certeza. Estudou os danos severamente antes de sair do quarto. Jogou-se no sofá respirando fundo, mas o leve aroma dela encheu seu nariz. Virou-se, enterrou o rosto contra as almofadas e inalou profundamente. Isso o ajudou a lembrar de cada detalhe deles se tocando, seu cheiro profundamente ligado às suas memórias e ele gemeu. Queria a coisa real, não apenas farejar o que teve.
O que estou fazendo? Levantou a cabeça com desgosto. Estava cheirando o sofá só para sentir o cheiro de Jessie Dupree. Proferiu uma maldição terrível e começou a passear em sua frustração. Finalmente se acalmou o suficiente para fazer uma chamada ao térreo. Em minutos mandariam uma Laurann Dohner Justice
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nova cama e roupa para ser trocada. Ele desligou e fechou os olhos. Jessie Dupree o deixou louco. Era Justice North. Não tinha tempo para perder a cabeça ou o raciocínio por uma fêmea, nem mesmo uma tão quente e sexy que o deixou tão feliz quanto furioso por ela tê-lo deixado.
Os dois machos Espécies que subiram a cama nova franziram o cenho para Justice enquanto tiravam a cama destruída e a cabeceira. Ele olhou para eles, os desafiando a dizer uma palavra sobre o cheiro floral em sua suíte. Encontrou no banheiro uma lata de purificador de ar sob a pia para mascarar o cheiro de Jessie antes que chegassem. Ninguém saberia que ela esteve em sua cama e seu orgulho feminino ficaria intacto, já que era tão reservada.
Os homens saíram e Justice abriu seu telefone. Sempre tinha trabalho para distraí-lo e o acolheu, de repente. Ligou para a equipe da noite, sabia que estavam acordados em suas suítes no corredor abaixo e pediu um café. Gostava da bebida doce e quente. Evitou o sofá, em vez disso, acomodou seu computador no bar. Meia hora depois estava ligado à sua equipe através da interface e imerso no trabalho. Tinha café na sua frente e sua equipe estava ocupada o atualizando sobre projetos em andamento.
A campainha tocou e a esperança o agarrou por um segundo que pudesse ser Jessie, mas Tiger estava lá quando abriu a porta. Silenciosamente o convidou para entrar, ao sair do caminho.
— Está bem? — Tiger franziu a testa. — Como chefe de segurança sou informado de tudo. Recebi uma chamada informando que destruiu seu quarto. Isso é contrário a você, Justice. Disseram que tudo, desde a roupa de cama até a cabeceira, teve que ser substituído.
Justice estudou Tiger cuidadosamente. Era um amigo de confiança e queria falar com alguém.
— Foi por causa de uma fêmea.
— Ah! — Tiger sorriu. — Espero que ela esteja melhor que as coisas dentro do quarto?
— Ela está bem. — Justice rosnou. — Sabe que nunca machucaria uma mulher.
— Foi uma tentativa ruim de piada. Quer falar sobre isso? — Tiger sentou no braço do sofá.
— Queria que ela ficasse essa noite, mas saiu enquanto eu estava na conferência de imprensa. Perdi o controle. Não tenho orgulho disso, mas estava ansioso para passar mais tempo com ela. Os repórteres foram brutais e queriam todos os detalhes sobre o ataque. Não gostaram que eu dissesse que algumas coisas eram confidenciais e que me recusasse a dar números. Estamos lidando com vítimas depois de tudo e eles não se importam com nossa privacidade. Também não parecem compreender que cada vez que mais de nós somos resgatados, isso agita o pote das pessoas que nos odeiam. Deixaram-me de mau humor, em seguida voltei para descobrir que ela foi embora.
— Então, destruiu a cama? Entendo. Realmente. — Tiger parecia simpático. — Talvez ela mude de ideia e bata em sua porta mais tarde.
— Ela não vai.
Tiger inclinou a cabeça.
— Conhece nossas mulheres, Justice. Todos esses anos de cativeiro as deixaram incapazes de ficar conosco por mais que algumas horas e ficam nervosas se sugerir algo mais que sexo. Não querem se comprometer, porque não querem que alguém tente dizer-lhes o que fazer. Está em nossa natureza Laurann Dohner Justice
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dominar e temos pouco controle. Elas conhecem nossos defeitos assim como conhecemos os delas e é por isso que evitam qualquer coisa além de algumas horas de prazer físico com a gente.
Justice não corrigiu a suposição de Tiger que esteve com uma fêmea Espécie.
— Não estava pedindo que morasse comigo. Só queria que passasse a noite.
Tiger sorriu.
— Sempre pode ter outra mulher. Você é Justice North. Nossas fêmeas são todas um pouco apaixonadas por você. Poderia entrar numa sala, abrir os braços e uma delas saltaria para eles. É o macho forte por quem são atraídas. Não só tem a força física, mas é visto como vontade de ferro por causa do seu trabalho.
— Estão atraídas por mim por razões erradas. É porque acham que me devem por tudo que faço. Não quero uma mulher que sente gratidão.
O sorriso de Tiger desapareceu.
— Você quer uma que goste de você por quem é.
— Sim.
— Está solitário, não é?
Justice suspirou.
— Acho que estou. Seria bom ter uma pessoa para compartilhar tudo. Gostaria de ter a mesma fêmea indo para a cama à noite e abraçá-la.
— Entendo a solidão. Sinto-me assim às vezes. — De repente, ele sorriu. — Então apenas encontro alguém para vir para minha cama e me sinto muito melhor depois.
Justice riu divertido pela simplicidade da solução de seu amigo para o que o afligia chegando perto do cômico.
— Você é tão fácil.
— Funciona para mim.
— Espere até encontrar uma que queira manter mais que algumas horas.
O sorriso de Tiger morreu.
— Encontrou uma em especial que deseja passar mais tempo?
— Sim. Infelizmente. Deveria ter cancelado a coletiva de imprensa, quebrado todos os telefones e a mantido na cama comigo por tanto tempo quanto possível.
— Mantido? A tinha em sua cama?
Justice suspirou.
— Sim.
— Que bom, hein? Tenho certeza que ela vai voltar eventualmente, e passar mais tempo em sua cama. É bem querido e respeitado.
— Não acho que ficou impressionada comigo.
— Todas as nossas mulheres são.
Justice só balançou a cabeça. Não estava disposto a admitir que ela não era uma de suas fêmeas, mas seria um inferno muito mais fácil se fosse. Ele pelo menos teria acesso a ela para tentá-la a voltar Laurann Dohner Justice
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para sua cama, se vivesse na Reserva ou Homeland. Não tinha acesso a Jessie já que vivia no mundo exterior.
— Fique comigo por um tempo. — Justice odiava pedir qualquer coisa a alguém, mas desprezou a ideia de ficar sozinho ainda mais. A mulher sexy o assombraria de outra forma. — Vamos assistir alguns filmes que Ellie me sugeriu recentemente e vou pedir um pouco de comida.
Tiger levantou e segurou seu ombro.
— Parece divertido. Não sou sexy, não vou transar com você, mas vou passar a noite. — Ele riu.
Justice riu.
— Por isso, pode pedir a comida.
*****
Jessie amarrou a arma em sua coxa e apertou seu colete à prova de balas, enquanto estudava os homens ao seu redor. Pareciam tensos, mas não os culpava. Ouviu o comandante da equipe sobre as medidas de segurança que estavam prestes a enfrentar. O velho dono da mansão era paranoico e tinha algo sobre contratar mercenários para proteger a propriedade.
Tim Oberto caminhou para Jessie, parecendo triste.
— Você fica atrás, está me ouvindo? Só porque seu pai te conseguiu uma licença de porte de arma, isso não faz de você um membro da equipe real. Está aqui para segurar a mão da mulher e impedir que os meninos grandes a apavorem. Isto vai ser perigoso, Jessie. Eu, pessoalmente, a colocarei sobre meus joelhos na frente de toda a equipe e baterei em sua bunda, se tentar algo semelhante ao que fez no México há cinco meses. Faz-me lembrar da minha filha e faria o mesmo com ela.
Jessie franziu a testa.
— O México não foi minha culpa.
Ele bufou.
— Mentira. Ouviu a mulher gritar e não esperou a equipe limpar a área. Voou lá e a única coisa que salvou sua bunda foi ser baixa. Aquela bala raspou sua cabeça por uma polegada, porque ele visava alguém maior, esperando um homem quando você chutou a porta. Espere até a área estar limpa e a mulher garantida. E só então, pode pegá-la pela mão.
— A única razão da fêmea no México estar viva é porque entrei. Ele planejava incendiar o local com ela amarrada numa cama para destruir a prova que ela era. Mais alguns minutos e teria terminado o trabalho.
— Sua vida é mais importante.
Ela balançou a cabeça.
— Você e seus homens arriscam suas vidas. Por que não posso fazer o mesmo pelas Espécies?
— Porque estou no comando e disse isso. — Ele sorriu. — Outro truque como no México e juro que vou te pegar na frente dos homens e chicotear seu traseiro como se fosse minha filha. Então vou Laurann Dohner Justice
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chamar seu pai. Aposto que vai puxar sua corrente tão forte que teria você assando biscoitos caseiros para ele em cinco minutos. Isso é o que eu faria.
— Você não conhece meu pai. — Jessie olhou para ele. — Ele me criou e eu o conheço muito melhor que você. Me ensinou a ser forte e que por algumas coisas valem a pena se arriscar. Está comigo nisso. Por estas Espécies que salvamos vale a pena arriscar nossas vidas e ele sabe disso, tanto quanto eu. Se alguém vai ter sua corrente puxada será você, então pare de bater em seu peito e me dizer para agir como sua versão do que uma mulher deve ser.
Ele se afastou. O observou caminhar para o veículo de assalto que estabeleceu como posto de comando.
— Cadela. — ele resmungou.
Jessie olhou para o relógio, se recusando a morder a isca. Tim era um idiota, mas se preocupava com sua equipe, incluindo ela. Eram duas e meia da manhã e o ataque seria em breve. Pensou em Justice e percebeu que estaria definitivamente dormindo numa hora tão tardia. Ela suspirou, desejando estar ao lado dele na cama, enrolada ao seu lado. É claro, desejava uma coisa tendo dois Estados entre eles.
Jimmy Torres apontou para o relógio, levantou um dedo e apontou o polegar em direção a um dos veículos pretos. Ela puxou o cabelo para trás para prendê-lo firmemente na base do pescoço num rabo de cavalo. Claramente queria ser identificada como mulher e seu longo cabelo ajudava. Sua roupa toda preta e volumosa com certeza não parecia feminina e o colete à prova de balas escondia os seios.
Aproximou-se de sua equipe. Cinco homens esperaram dentro do SUV preto estacionado a uma quadra do alvo. Ela sentou no banco de trás. Estava apertado para fechar a porta e olhou para os dois caras que compartilhavam o assento com ela. A força-tarefa era toda constituída por homens com pelo menos 1,80m de altura e musculosos. Só contratavam homens grandes e fortes, pois às vezes não queriam que os machos Espécies visivelmente se destacassem dos humanos que trabalhavam. Os fazia alvos mais fáceis se houvesse um tiroteio.
Jessie estremeceu pensando nisso. Até agora, teve sorte. O mais próximo que esteve de ser baleada foi na missão do México. Tiros foram trocados, mas Jessie ficou longe da luta até que furou as fileiras.
Os homens estavam abaixados, mas foi capaz de deslizar ao redor e entrar pela porta dos fundos daquela casa e ir atrás da pobre fêmea-presente. Hoje à noite iam todos de uma vez. Era uma grande propriedade com três edifícios no local. A fêmea Espécie podia estar mantida em qualquer uma das três posições. Se o babaca rico ainda a tivesse. Se ainda estava viva e se o idiota que pagou a Mercile ganhou uma das mulheres. As chances são boas. Sabe disso. Pense positivo. Não nos chamariam a menos que honestamente acreditassem que podemos recuperar uma delas.
— O que foi dito sobre isso? — Jessie olhou para Jimmy, sentado ao lado dela.
— Recebemos uma dica numa ligação anônima que este idiota está mantendo uma mulher de aparência estranha em sua propriedade e que ela está sendo acorrentada. Quando a polícia investigou o idiota, parece que ele tem uma forte associação com Mercile. Nos chamaram. Um relatório como Laurann Dohner Justice
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esse imediatamente foi sinalizado. O informante também implicou que este babaca rico está prestes a mover a mulher. Sabíamos que tínhamos de vir esta noite. Estamos torcendo para que não a tenha movido ainda, pois quem chamou disse que sairia amanhã de manhã.
Jessie sentiu esperança.
— Parece uma dica quente.
— Isso é o que os chefes dizem. — Jimmy sorriu. — Então, quando vai se refugiar num motel comigo para que eu possa ter meu tempo sujo com seu corpo?
Ela sorriu pela conversa que sempre compartilhavam antes de um ataque. Tinha certeza que o ex-fuzileiro naval não estava seriamente dando em cima dela, que estava apenas tentando fazê-la rir, a distraindo para não ficar muito nervosa. Era bom em fazer isso.
— Quando estiver com 92 anos. Acha que ainda vai me querer então?
Ele riu.
— Claro. Vou deixar você subir no meu colo na minha cadeira de rodas. Vou tomar algumas pílulas azuis e vamos falar sobre a primeira coisa que vier à tona. — O riso suave flutuava ao redor do SUV. Jessie sorriu, relaxando um pouco. Gostava da maioria dos homens na força-tarefa. Eles brincavam com ela, mas nenhum deles jamais a assediou.
— Parece meio difícil. — Jessie piscou.
Mais risadas encheram o veículo. O motorista e líder da equipe, Trey, de repente, limpou a garganta.
— Bloquear e carregar, meninos e menina. Coloquem seus fones. Estamos prestes a travar uma festa.
Jessie empurrou o fone e o prendeu firmemente em seu ouvido. Esperou. Seis segundos depois, uma voz no comunicador disse “Checando”. Jessie ergueu um polegar. Os outros homens também o fizeram. Trey assentiu.
— Estamos todos bem e podemos ouvi-lo.
— Tudo bem. — disse Tim no dispositivo auricular de Jessie. — Vamos seguir o plano. No meu “vão” vamos atingir este mausoléu e ver se podemos acordar os mortos. — Jessie respirou fundo e soltou. Segurou o braço da porta, as botas achatadas no chão e engoliu enquanto baixava um pouco o queixo. Esteve em suficientes incursões para saber o que esperar.
— Vão! — Tim rugiu. — Todos!
O veículo disparou para frente e para trás, Jessie bateu no banco pela força repentina, mas estava preparada. Não tinha colocado o cinto de segurança. Nenhum deles o fez, uma vez que precisavam sair dos veículos rapidamente quando parassem. O SUV pegou velocidade. O portão ao lado da estrada era a única coisa no escuro que podia ver até que chegaram ao local bem iluminado, onde os portões se assentavam para admitir visitantes na propriedade.
Trey virou o volante bruscamente para deixar a estrada até a entrada de automóveis. Uma explosão na frente, luzes piscaram e as fechaduras dos portões de ferro explodiram. Sua equipe determinou que explodir as fechaduras do portão seria o mais rápido para entrar e um atirador Laurann Dohner Justice
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acertou a carga explosiva do outro lado da rua. As paredes tinham sensores de movimento, assim ir a pé não teria funcionado. O cara rico também tinha sensores de movimento em todo o terreno. Velocidade importava e não tinha tempo de desacelerar pelas aborrecidas fechaduras.
Jessie percebeu que era o carro da frente quando Trey acelerou o veículo diretamente para os portões de ferro. Não estavam arrombados, mas os danos às fechaduras eram claros, mesmo à distância. Bateram com força, faíscas voando e os portões se abriram com um barulho enorme. Jessie sabia que alarmes deviam estar soando dentro da mansão. Virou a cabeça e viu seis pares de faróis diretos na sua bunda, se dirigindo em pares.
Trey puxou o volante com força, saiu da calçada e saltou sobre ela. Foram atribuídos para vistoriar a casa de hóspedes. Um veículo seguiu, ainda perto da sua bunda. O atalho mais fácil para esse local era através do campo de golfe pessoal.
— Evite a areia. — Bob, o membro da equipe no banco do passageiro, disse e riu. — É uma armadilha.
Jessie sorriu. Realmente gostava dos rapazes e suas observações espertinhas. Ajudava a manter o terror longe o maior tempo possível. O veículo ganhou velocidade.
— Se segurem aí. Vamos voar, criancinhas. — Trey advertiu.
Jessie viu a pequena colina chegar muito rápido e cerrou os dentes. O nariz do SUV subiu e estavam voando. O veículo bateu com força quando pousou. Trey perdeu um pouco de controle, mas se manteve. O impacto a teria jogado para frente, pois não pesava tanto quanto os caras, mas Jimmy jogou o braço em seu colo quando as rodas deixaram o chão. Ele a impediu de se mover muito.
— Lá se foi nosso estômago, mas vamos pegá-lo no caminho de volta. — Bob gemeu.
—Lembre-me de pagar para todos uma rodada de donuts da próxima vez que tentarmos. — Jessie viu uma bem iluminada estrutura de dois andares chegando rápido. Estendeu a mão e desatou a correia que segurava a arma dentro do coldre em sua coxa. Seu coração batia forte. Sabia que podia ficar realmente ruim, mas ainda esperava o melhor. O medo a manteria pronta e alerta. Terror era uma coisa boa numa situação perigosa.
Chegaram na frente da pousada e Trey pisou forte nos freios, derrapando a traseira alguns metros e desligou o motor. Jessie abriu a porta e saltou, se movendo rapidamente na direção das portas da frente. Trey e Bob já estavam na sua frente. Jimmy, Mike e Shane permaneciam atrás dela.
Trey trazia um aríete de metal com cerca de 1 metro de comprimento que bateu com toda a força nas portas duplas trancadas no centro. A madeira estilhaçou sob o ataque, estalou e abriu. Trey soltou o aríete o jogando de lado, e pegou suas duas armas. Ele e Bob entram primeiro, lançando-se para os lados da porta. Jessie encostou-se à parede do lado da entrada, puxou a arma e esperou.
— Limpo. — Bob chamou.
Jessie deslizou em torno da porta quebrada. Olhou ao redor da grande entrada, para a escadaria curva, o pé direito alto e o longo corredor que levava para outras partes da casa. Trey e Bob se moviam de porta em porta, limpando quartos, enquanto ela ficava colocada com sua arma apontada para o topo das escadas para cobrir Jimmy e Shane enquanto corriam até eles. Laurann Dohner Justice
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Mike tomou posição na frente de Jessie para guardar a porta. Qualquer entrada ou saída seria enfrentar contra um homem fortemente armado. Assim que os dois homens revistaram o andar acima, ela abaixou a arma e se virou para mirar nas portas quebradas.
A espera era o pior enquanto Jessie estava lá. Ouviu tiros irrompendo subitamente acima. Merda. Seu olhar voou para Mike, encontrou sua expressão sombria e tensa enquanto esperava a equipe terminar o tiroteio. Ele sacudiu a cabeça na direção da porta da frente. Ela se moveu, seguiu sua ordem silenciosa e saiu. Suas costas pressionavam contra a casa quando mais tiros vieram do segundo andar. Um tiroteio começou.
— Tiros dentro da pousada! — A voz de Tim gritou em seu ouvido. — Quatro homens armados. Segundo andar.
— Vamos pegá-los. — a voz de Jimmy resmungou. — Um abaixo. Faltam três. — O olhar de Jessie se manteve vasculhando o quintal procurando qualquer movimento. A voz de Tim em seu ouvido a mantinha informada do que acontecia com sua equipe e com os outros.
— Temos oito assinaturas de calor em dois carros em alta velocidade na direção da casa de hóspedes do sul.
Jessie empurrou a cabeça nessa direção, mas não viu nada. Em menos de dez segundos isso mudou. Faróis apareceram na distância e se aproximavam rapidamente.
Ela se moveu, deslizou dentro da casa e acenou para Mike.
— Cubro suas costas se puder lidar com os carros. — Ela olhou para suas armas. — Você tem os melhores brinquedos.
Ele sorriu.
— Mantenha sua cabeça baixa.
— Isso não é problema. Sou pequena, lembra?
— Parem o falatório. — Tim ordenou. — Seus microfones estão abertos desde que estão sob ataque equipe cinco.
Grande. Jessie revirou os olhos para Mike. Ele sorriu e se lançou ao lado de Jessie, mais perto das portas abertas. O som de pneus freando o levou a abrir fogo. Jessie ergueu a mão para cobrir a orelha mais próxima da arma. Mirou sua arma na direção das escadas para ter certeza que ninguém tentasse descer por elas. Trey e Bob desceram ao piso inferior e correram de volta.
— Jessie, mova sua bunda daí. — Trey ordenou. — Bob, suba as escadas para apoiar Jimmy e Shane. Vou atrás de você para guardar a porta Mike. Não atire em mim.
— Vou tentar. — Mike resmungou.
Os tiros eram ensurdecedores. Jessie se viu empurrada mais para dentro da casa. A queriam fora da linha de fogo, mas era difícil fazer isso com armas disparando acima e fora. Tiros entravam pela frente da casa e balas cavavam na parede, perto da escada.
— Apenas três deles correram dos carros para dar a volta. — Mike assobiou. — Encontre um buraco, Jessie. Vão tentar nos alcançar pela parte de trás da casa. Estamos ferrados!
— Porra! — Trey rosnou. — Estamos presos! Repito, estamos presos! Laurann Dohner Justice
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Merda. Havia janelas por todo o corredor onde uma grande sala se abria. Se três homens com armas entrassem, então ela seria um alvo, não importava onde estivesse. Contornariam aquele canto e matariam seus amigos, tirando qualquer esconderijo ao longo do caminho. Ela olhou ao redor e se lançou na direção de uma porta de entrada para uma lavanderia. Era o único lugar que não podia ver uma janela. Ouviu vidro quebrando não muito longe dela e ouviu atentamente.
— Estão vindo pela sala de estar. — Jessie advertiu suavemente. — Vou cobrir suas costas, pessoal.
— Droga, Jessie, — Trey assobiou. — Fique abaixada e encontre um buraco. Vou tentar cobrir as costas deste lugar.
Ele queria que ela se escondesse. Se os três homens chegassem por trás de Trey e Mike, ficariam presos e sem cobertura na longa entrada, apesar do blefe do seu líder de equipe. Ele sabia, assim como ela, que estavam presos. Já admitiu para todos.
— Tenho suas costas. — ela repetiu com mais firmeza.
Ouviu os passos de alguém no vidro, uma vez que rangia alto. Respirou fundo e se empurrou ao redor da porta, entrando no corredor e se arrastando até o fim do mesmo. Parou ali, agarrou a arma com força e olhou em torno do canto para a sala de estar. Ergueu o braço da arma, viu um homem sair pela janela quebrada, apontou e disparou. Ele gritou, caindo. As balas de seus dois companheiros rasgaram a parede perto dela. Jessie se empurrou de volta e abaixou. Os outros dois já estavam dentro.
— Um a menos. — disse ela suavemente.
— Jessie — Trey sibilou —, encontre um buraco.
Ignorou a ordem. Respirou fundo e olhou pelo canto, de joelhos. Um dos homens se aproximava mais dela ao longo da parede da sala. Seus olhos se arregalaram quando ele baixou o queixo e olhou para ela com surpresa. Ela abriu fogo e duas balas atingiram seu alvo. Uma encontrou seu peito e a outra o atingiu no rosto. Ela se empurrou de volta para a direita quando viu o terceiro homem se atirar atrás do sofá para atirar nela.
— Dois abaixo. — Jessie sussurrou para sua equipe. — Falta um. — Jessie teve uma ideia. —Realmente não estou baleada. Vou fingir para que ele venha até mim. Abrace as paredes e se faça menor, cara. Tenho certeza que não pode ver se estiver no closet atrás da porta. O gabinete deve bloquear a visão de você.
— Jessie! — Trey assobiou. — Não faça isso.
— Cale-se e abrace a parede. — Sussurrou de volta. Ela fez um som alto soluçando. — Fui baleada. Oh Meu Deus! Fui baleada. Estou morrendo. Não posso me mover. Alguém me ajude.
Ela ficou de novo em pé, caminhando tão longe quanto podia atrás da secadora. Era apertado enquanto esperava. O cara obviamente acreditava que era um alvo melhor do que realmente era. De repente, ele saltou para a porta e apontou a arma para o chão, onde Jessie deveria estar. Jessie não hesitou quando a arma do homem explodiu atirando nos seus pés. Ela atirou três vezes no peito.
Seu olhar se arregalou, a boca abriu e sangue derramou antes dele apenas cair para trás. Laurann Dohner Justice
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— Três abaixo. — Jessie disse com voz trêmula. — Estou verificando sinais vitais.
— Não se mova, Jessie! — Tim rugiu. — Espere por apoio. — Oh, ele está chateado e estou num mar de merda. Mas não tinha realmente uma escolha. Trey e Mike estavam de mãos atadas, presos e ambos eram necessários para conter os empurrões fora. Precisavam que da porta da sala até a porta da entrada estivesse seguro. Significava que alguém tinha que cuidar de suas costas. O que deixava Jessie disponível para vigiar a sala e ela o fez.
A voz de Jimmy soou.
— Quatro abaixo. Repito, quatro abaixo. O segundo andar está garantido. Nenhuma mulher aqui.
Trey e Mike ainda estavam trocando tiros na porta da frente até que outra equipe de força-tarefa chegou para lidar com os atacantes que estavam presos sem cobertura. Dois dos guardas da propriedade de segurança foram mortos, mas outros três se entregaram nesse ponto. Jessie saiu da lavanderia para o corredor uma vez que um "tudo limpo" foi dito.
Trey chegou primeiro. A estudou severamente antes de se inclinar para beijar sua bochecha.
— Bom trabalho.
— Dois estão abaixo na sala de estar, mas não chequei para ver se ainda estão respirando. — Evitou olhar para o cara morto na frente da porta da lavanderia.
— Está definitivamente morto. Enquadrei seu rosto. — Trey olhou abaixo. — Sim, é um assassino. Vou verificar os sinais vitais dos outros. — Ele se afastou para fazer isso.
— Alguém vai ter problemas — Mike gritou quando passou pelo corredor segurando a arma em seus braços. — Estávamos presos e fez bem, garota. Obrigado.
Jessie assentiu.
Trey retornou da sala de estar.
— Acertou os três assassinos. Um no pescoço e outro no rosto e peito. Acho que seu treino de prática de alvo está se pagando, Jessie. A má notícia é que não há nenhuma mulher aqui. A mansão apenas foi eliminada por nossas equipes. Os alojamentos da garagem e funcionários foram apurados por nossas equipes. Devem tê-la movido antes de chegarmos.
Jessie franziu a testa.
— Estavam guardando o edifício por uma razão. — Ela girou, quase correu e procurou no andar inferior. Olhou para as escadas e se dirigiu para lá, mas Trey agarrou seu braço. — Foi revistado, Jessie. Sinto muito. Se esteve aqui, não está agora. Sei que é difícil de aceitar, mas a perdemos.
— Achou algum quarto em que ela seria mantida?
— Não. Ninguém da equipe relatou. O fariam.
— Estavam protegendo alguma coisa. É uma casa de hóspedes, mas está vazia. Todos os corpos são de seguranças. Os caras mortos têm emblemas. Por que quatro homens neste local, sem qualquer razão e, em seguida, enviar mais oito para cá? — Ela se recusava a desistir da esperança.
Trey encolheu os ombros.
—Talvez os quatro vivessem aqui.
Jessie puxou o braço do seu domínio. Laurann Dohner Justice
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— Vou dar outra olhada. Não me importo se tivermos que derrubá-la, mas estavam protegendo algo que não encontramos ainda.
Trey hesitou.
— Depressa. Tim está a caminho e está realmente chateado com você. — Ela subiu correndo as escadas. Os homens estavam guardando alguma coisa. Seu intestino gritava para ela. O cara a quem pertencia esta casa estava associado às Indústrias Mercile. Era, obviamente, um bastardo rico e provavelmente não era um cara legal, se contratava mercenários para proteger sua propriedade.
Ela alcançou o primeiro quarto, não encontrou nenhum móvel e procurou o armário aberto.
Usou a lanterna para procurar em cada centímetro de espaço, chutou as paredes e as encontrou sólidas. Saltou um pouco sobre o piso dentro do armário e da sala, mas nada indicava quaisquer tábuas soltas.
A próxima sala tinha uma mesa posta e dois homens mortos estavam deitados no chão. As quatro cadeiras e a mesa eram a única mobília da sala. Ela foi para o armário primeiro, não olhando em frente para não ter que rolar os corpos dos mortos para testar o chão sob eles. Procurou com a lanterna, mas não viu nada. Chutou um lado e ouviu um som sólido. Chutou a parede de trás, mas não soava bem. Franziu o cenho e chutou novamente. Oca.
Jessie agachou e usou sua lanterna para estudar o chão com cuidado. Viu arranhões leves a poucos metros da moldura. Seus dedos roçaram sobre eles.
— Porra, Jessie! Eu avisei. — gritou Tim atrás dela. — Vou te colocar sobre meu joelho.
— Cale-se! Encontrei algo. — Não se preocupou em olhar para seu chefe, muito focada na parede na frente dela.
Houve silêncio atrás dela. Jessie mordeu o lábio e empurrou a parede, mas ela não se mexeu. Ficou de pé, apoiada e estudou a parede de um novo ângulo. Olhou para sua equipe para ver que Tim esperava na porta, olhando para ela. Trey e alguns dos outros caras a tinham seguido para cima.
Jessie girou, chutando a parede. Seu pé fez contato e furou um pouco o gesso. O gesso tinha uma polegada de espessura, mas só escuridão aparecia no pequeno buraco que fez, em vez de vigas de madeira ou o isolamento que devia estar por trás dele. Ela agachou e apontou a lanterna para o buraco.
— O que é isso? — Trey estava ao seu lado.
— Derrube. — Jessie ordenou suavemente. — É uma parede falsa. — Ela recuou para fora do seu caminho.
Trey arrancou a lanterna da mão dela e agachou para apontar a luz no pequeno buraco, balançando a cabeça.
— Está certa. — Trey levantou. Empurrou a lanterna para ela quando deu um passo atrás. Chutou a parede de gesso.
— Apoie mais. — Jessie deu-lhe espaço para fazer a coisa. Trey era um cara grande, forte, e tinha botas militares de combate. Em minutos destruiu gesso suficiente para fazer um buraco grande para Laurann Dohner Justice
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um homem rastejar por ele. Ele pegou sua lanterna presa ao cinto, caiu de joelhos e sua outra mão arrancou a arma.
— É mais um quarto. — confirmou, se aproximando.
O coração de Jessie palpitou quando Trey desapareceu no buraco em suas mãos e joelhos.
Os segundos passaram tão lentamente como se fossem minutos. Trey de repente gritou.
— Jessie, entre aqui. Ela está viva. Laurann Dohner Justice
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É a patroa bb 💅💖💖
ResponderExcluirSalvaram a Bela 🥰🥰🥰🥰🥰
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