segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Capítulo 020


CAPÍTULO 20 Í
Justice acordou com um barulho estranho, fraco, algo desconhecido e abriu os olhos.
Jessie permanecia encolhida em segurança na frente dele, seus corpos ainda pressionados firmemente juntos e ela respirava lenta e progressivamente, dormindo. O que quer que perturbou seu sono não foi ela. Escutou, colocando os sentidos em alerta e pegou o som de um veículo se aproximando.
Virou a cabeça, olhou para o relógio e percebeu que faltavam algumas horas para o sol nascer. Ninguém deveria estar dirigindo perto de sua casa naquele momento. Seguranças patrulhavam a propriedade, mas ficavam longe de sua casa, como ordenou, depois que bradou por invadirem sua privacidade toda vez que rugia. Cuidadosamente aliviou o aperto sobre sua companheira e deslizou da cama sem acordá-la.
Correu para fora do quarto, pelo corredor e sala de estar. As luzes ainda estavam acesas de quando trouxe Jessie para casa, então correu para o escritório escuro, moveu-se para a janela da frente e puxou um pouco da cortina para espiar fora. Um SUV parou e estacionou no morrinho abaixo, depois da casa de Tiger, no terreno baldio ao lado de velha casa de Jessie, e o motor desligou.
Seu coração disparou. Algo estava errado. Não ligaram os faróis antes de estacionar e não tinham luzes interiores quando as quatro portas abriram. Todos os veículos da ONE eram totalmente funcionais e equipados com essas luzes. Alguém as removeu para se certificar que falhariam. Cinco figuras escuras surgiram e deixaram as portas abertas. A única razão para isso era evitar o ruído.
Seu olhar se estreitou, fixo nos cinco. Percebeu que estavam de preto da cabeça aos pés. Seus rostos cobertos com máscaras escuras ou pintados para disfarçar os traços. Aproximaram-se da porta da casa ao lado, onde Jessie viveu. Ele os estudou tempo suficiente para perceber a forma como se moviam e os sinais com as mãos, muito familiares, para se comunicar. Iam se dividir e cercar algo ou alguém.
Justice saiu do escritório correndo pelo corredor até um dos quartos de hóspedes, onde tinha uma visão melhor depois que eles saíram de vista. Viu um vulto escuro saltar sobre o portão que dava de frente para o quintal da casa ao lado. Estava claro que o alvo era Jessie.
Fúria ardeu através de cada fibra do seu corpo. Deixou cair a cortina, recuou e puxou o telefone da mesinha de cabeceira. Digitou o número de Tiger em casa, sua mente traçando o que fazer. Tocou até que a máquina parou. Desligou e ligou para o celular. Tocou três vezes.
— São quatro e meia da manhã. — Tiger rosnou, um pouco sem fôlego. — É melhor que seja muito bom para me incomodar quando estou ocupado.
— Cinco de nossos homens cercaram a casa de Jessie. Vieram furtivamente, vestidos para ocultar sua presença, o que significa que planejam atacar. — rosnou Justice. — Chame homens de sua confiança e venham à minha casa. Movam-se. Eles obviamente não aprovam minha escolha de companheira. Laurann Dohner Justice
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— Filhos da puta. — rosnou Tigre. — Não estou em casa. Estou no dormitório feminino. Vou pegar alguns dos homens que ainda estão aqui e estamos indo. Não se envolva até chegarmos. Você está em desvantagem.
Justice desligou e ligou para a guarita do portão próximo. Tocou seis vezes, ninguém respondeu e ele cerrou os dentes. Ou o funcionário de plantão estava nisso ou os cinco homens ao lado fizeram algo com ele. Não tinha apoio imediato. Justice correu de volta para o quarto.
Chegou à cama e se jogou sobre Jessie. Uma de suas mãos tampou sua boca enquanto a outra agarrava o quadril. Ele arrastou seu corpo do centro da cama ao lado dela, a levantou do colchão completamente e Jessie ofegou contra sua palma. Ele se inclinou para sussurrar no ouvido dela antes que tivesse tempo de lutar.
— Cinco Espécies estão em sua casa. Fique quieta, se vista e fique ao meu lado. Posso ver no escuro o suficiente para levá-la.
Jessie balançou a cabeça em compreensão. Aliviou a mão de sua boca, a abaixou até que seus pés aguentaram o peso e agarrou seu braço. O armário estava perto. Ele abriu a porta e a puxou para dentro. A porta se fechou e ele acendeu a luz interior, cegando momentaneamente os dois.
Jessie severamente o estudou com seus belos olhos azuis e o orgulho veio à tona que sua companheira parecesse tão calma. Ela não estava perdendo tempo o enchendo com perguntas ou reagindo com histeria pelo que fez. Ele a soltou, pegou uma camisa e a empurrou para ela. Abriu uma gaveta, tirou dois shorts de pugilista e se vestiram no espaço apertado.
— Disse cinco? — Ela sussurrou enquanto rolava a cintura de seus shorts emprestados.
— Sim. Espécies, e presumo que são machos.
— Merda.
Ele não podia concordar mais. Permitiu que sua raiva assumisse o controle e sabia que sangue seria derramado se os machos percebessem que ela não estava em casa e ousassem ir à sua casa para procurar por ela. Seria a morte para eles, sem dúvida. Mataria ou morreria para proteger sua companheira.
Queria fugir com ela, mas podia haver mais deles lá fora esperando, vindo a pé. Dentro da casa, podia pelo menos manter o terreno até Tiger chegar com reforços. Repeliu o choque que seu povo viesse atrás de sua companheira. Era horrível e algo que nunca considerou.
Jessie tentou esconder seu terror quando puxou a camisa que Justice deu a ela. Não se importou se estava do avesso ou ao contrário. A informação que ele compartilhou mal se registrava em seu cérebro velado pelo sono, mas estavam na merda, ele disse que eram Espécies e isso devia ser muito ruim. Eles a queriam.
Observou Justice alcançar a parte de trás do armário, pegar a barra do cabide cheio de seus ternos e arrancar a coisa inteira fora. Ele a puxou, tudo caiu no chão e a empurrou na parede perto do topo, a ponta dos dedos procurando por algo. Houve um clique e o lado se abriu. Ele a agarrou e uma porta escondida no armário abriu. Laurann Dohner Justice
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Seus lábios se separaram, mas ela os apertou juntos, sem dizer uma palavra sobre as duas armas montadas na parede e os cartuchos de reposição ao lado delas. Só viu quando ele pegou um colete à prova de balas. Girou, empurrando para ela.
— Coloque-o.
— Você.
Os olhos se estreitaram.
— Faça-o. Não temos tempo para discutir Jessie. Eu me curo e me movo mais rápido que você. Minha espécie luta com outro Espécie a mão, mas você é humana e não tenho certeza que vão te dar esse respeito. Eles podem ter armas e atirar em você. Use o colete.
Tinha aquele olhar determinado que ela sabia que discutir com ele seria um desperdício de tempo. Aceitou o pesado colete, o colocou e tentou fazer o ajuste do vestuário muito grande. Justice não estava prendendo as armas, mas em vez disso virou, as empurrando para ela. O esconderijo de suas armas era impressionante quando olhou para elas.
— Bom. Presumo que vai ficar com uma arma?
Ele balançou a cabeça.
— Não usamos as armas em si, Jessie. Lutamos com nossos corpos. Você, por outro lado não é Espécie. Perderia para um de nossos homens se chegasse a isso. Não vou perder você. Precisa de ajuda se quiser sobreviver.
— Acha que virão aqui?
— Vão descobrir onde você deve estar, uma vez que não está ao lado. Devem te querer tanto que estão se arriscando e vou assumir que virão aqui.
— Merda. — Jessie verificou as travas, os canhões, fez com que saíssem e colocou os carregadores, se certificando que estavam totalmente carregadas. — Sinto muito. Isto é por minha causa.
Justice foi muito rápido em pegar o queixo, forçar a cabeça para encontrar seu olhar, e suavemente rosnou com raiva.
— Não fez isso. Companheiras são preciosas, devem ser protegidas a todo custo e consideradas Espécies. Esses homens são culpados por nos trair. — Sua mão caiu. — Quero que vá sentar na banheira. Há apenas duas entradas para lá. Mate qualquer um que passe por mim. Isso significa que estou morto.
Sua boca abriu.
— Não se atreveriam a machucá-lo. Você é seu líder.
Ele pegou quatro carregadores para as pistolas e os empurrou na frente de seu colete.
— Acho que querem me demitir. Se mova Jessie. — Seu olhar suavizou. — Tiger e alguns homens estão a caminho. Confie nele. Vai levá-la para a segurança e para seu pai se algo acontecer a mim.
— Você me deu as duas armas. — Ela ofereceu uma, a extremidade primeiro. — Por favor, leve uma. Laurann Dohner Justice
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— Espécies não usam armas para lutar uns contra os outros, mas você precisa delas. Não os combata mano a mano. Basta puxar o gatilho antes que possam te atacar.
Jessie focou nos olhos escuros de Justice.
— Não vou me esconder dentro do banheiro enquanto você enfrenta cinco deles sozinho. Posso atirar e vou ficar ao seu lado. Essas armas e eu podemos nivelar os números muito rápido.
De repente, ele se inclinou para beijar seus lábios.
— Eu te amo. — Seu sorriso morreu e os olhos se estreitaram. — Não temos tempo para votar em meu plano.
Um alarme soou por toda a casa e Justice amaldiçoou.
— Violaram nossa casa. Fique dentro do banheiro. Não vou conseguir me concentrar, se não souber onde você está. Faça isso ou vai nos matar.
Ele apagou a luz, agarrou seu braço e empurrou a porta do armário. Ela foi impulsionada por sua força, levado para o banheiro que ele rapidamente verificou antes de deixá-la lá.
Filho da puta. Ia enfrentar cinco machos Espécies só porque ela tinha seios... ou talvez porque fosse humana. Ela não podia vê-lo dizendo a qualquer das musculosas fêmeas Espécies para se esconder no banheiro enquanto lutava. Eram incríveis e ele teria mantido uma fêmea Espécie ao seu lado para ajudar nas probabilidades.
Jessie resistiu à vontade de segui-lo. Sabia que ia distraí-lo já que ele parecia certo que ela precisava de sua proteção e esperava que ninguém realmente ousasse atacar Justice. Espécies adoravam e apreciavam todos os sacrifícios que ele fazia. Era inconcebível que algum deles quisesse lhe fazer mal.
Mal podia distinguir o interior escuro do banheiro, vendo mais sombras que qualquer coisa. Seu olhar vagou para a melhor localização para se proteger — o canto longe da janela e uma porta aberta para o quarto.
A banheira era do tamanho e modelo exato da sua antiga casa. Era perfeita, proporcionaria cobertura e ela subiu na coisa grande, agachando-se para se fazer um alvo menor. Trocou os carregadores dentro do grande colete para que não cavassem seus seios e apertou as armas em ambas as mãos. Seu olhar ia para trás e para frente, da janela para a porta.
A janela era grande o suficiente para uma pessoa entrar e a porta aberta para o quarto permitia acompanhar o que estava acontecendo no resto da casa. É claro que o alarme gritando ralava seus nervos. Foi silenciado um pouco na parte de trás da casa, mas desejava comunicação com Justice. Fez um mental "comprar no futuro" em sua lista de coisas a fazer.
O alarme parou e só o estranho silêncio permaneceu. Esperava que fosse uma coisa boa.
Talvez os homens fugissem quando percebessem que a segurança iria ouvi-los e vir correndo para ajudar Justice. Isso com certeza aconteceria quando rugissem tantas sirenes que os levaria a fugir.
O tempo passava e estava ficando louca. Ela mordeu o lábio, levantou e passou por cima da borda da banheira. Queria uma visão de fora, uma chance de ver se alguma coisa estava acontecendo e hesitante se aproximou da janela. Empurrou uma arma entre as coxas, ouviu que nada se moveu do Laurann Dohner Justice
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outro lado e sentiu o bloqueio. Ela o empurrou abaixo e deslizou o vidro aberto respirando ar fresco. Segurou a segunda arma novamente, levantou e se sentiu segura com o peso descansando contra as palmas das mãos.
Nada se movia no quintal escuro ou perto do contorno da piscina, onde o brilho ofuscante de luzes na parte inferior da mesma fornecia alguma visão. Ela se afastou. Seu olhar se voltou para a porta de entrada para ter certeza que nada se arrastava em cima dela. Ouviu um baque surdo e seu foco voltou para a janela aberta a tempo de ver uma grande figura correndo por um lado do quintal para ela.
Talvez fosse a segurança, mas e se não? O medo a fez se afastar da janela e correr de volta para a banheira, onde entrou e se agachou. Apontou as armas para o quintal, prendeu a respiração e seu coração disparou.
Uma sombra escureceu um canto da janela. Ele fungou alto e rosnou. Era um ruído suave e malvado e a assegurou que não era um de felicidade por sentir o cheiro dela. Um macho Espécie que sentia o cheiro dela desde que estava lá. Seus dedos apertaram os gatilhos enquanto esperava ele fazer sua jogada.
Justice ouviu o som fraco de passos nas telhas dando a localização de um macho. Estava perto do fim do corredor que levava aos quartos. O intruso se aproximava usando sapatos que guinchavam, novos e duros, evidenciando o fato que esses homens não eram bem treinados. Nenhum de seus oficiais cometeria esse erro. Eram muito hábeis em discrição para fazer barulho.
Perguntou-se se cometeu um erro, julgando-os como Espécies, mas nenhum humano podia se mover do jeito que viu os homens lá fora. Sua graça e fluidez era muito animalesca, enquanto os humanos eram mais duros e pisavam mais forte. Ficou confuso, já que todos os seus homens passavam por treinamento, mas estes não eram qualificados. Encostou-se à parede do quarto ao lado da porta aberta para o corredor. Não queria ir longe de Jessie. A posição permitia proteger as janelas do quarto e a entrada do salão. Olhou para a porta do banheiro para ter certeza que ela estava segura até agora.
Outro som chamou sua atenção, que identificou como uma janela deslizando aberta. Ele rangeu os dentes depois de determinar que vinha do banheiro onde Jessie se escondeu, mas tiros não perturbaram a casa silenciosa. Jessie teria atirado se alguém tentasse entrar na casa através da sala menor. Devia ter sido outra janela e calculou mal a direção.
Ouviu outro som leve, madeira raspando gesso, e percebeu que o intruso se movia para o corredor, perto do quarto. A mesa estava a 2,5m de seu quarto. Ele obviamente esbarrou nela, mais uma vez traindo sua falta de treinamento.
Fúria o encheu enquanto inalava, pegando o distintivo cheiro Espécie. Eram seus homens vindo atrás de sua companheira. Os cinco homens estavam, obviamente, dispostos a matá-lo para alcançar Jessie. Tinham que saber que ele morreria para protegê-la de danos.
Pegou o cheiro de graxa, suor e algo metálico. Seus dedos se arquearam em garras. O macho Espécie havia trazido uma arma ou faca para a luta. Armas usadas contra Jessie. Saltou de seu Laurann Dohner Justice
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esconderijo para o corredor. Um rugido rasgou de sua garganta quando agarrou o homem, o levantou e bateu o corpo pesado na parede.
Gesso cedeu pela força, o macho sibilou de surpresa e dor e a luta começou.
Um soco pegou Justice na mandíbula, com força suficiente para fazê-lo cambalear para trás e perder sua firmeza. O adversário se agachou e pulou, batendo em seu peito. Justice usou os dentes para rasgar a pele. O macho tentou esmagar suas costelas num aperto de urso.
O macho gritou e Justice agarrou o peito do homem, cavou e quebrou ossos.
O corpo estava morto sob ele quando caiu no chão. Justice empurrou o corpo de lado e cuspiu sangue. Ficou tenso vendo movimento no final do corredor. Rugiu novamente e correu atrás da sombra recuando.
Jessie ouviu Justice rugir, e em seguida, um assobio alto e um grande boom. Não havia dúvida dos sons perversos de uma briga e queria sair correndo do banheiro para ir direto até ele. Mas ficou imóvel já que a forma escura permanecia na janela.
A pessoa ainda esperava para atacar e ela mantinha sua atenção sobre ele. Soube que Justice ainda estava vivo quando ele gritou de novo. A luta parecia ter acabado e só podia rezar para que ele ganhasse.
Houve um movimento na borda da janela. Uma mão agarrou o quadro e uma grande forma encheu o espaço num piscar de olhos. Ele se agachou no parapeito da janela. O macho cheirou e sua cabeça pareceu virar para olhar diretamente para ela. A forma ameaçadora da sombra não parecia humana ou Espécie. Parecia assustadora como o inferno e muito grande. Jessie apertou o gatilho de ambas as armas, atirou várias vezes e a sombra caiu atrás depois que ela a acertou com quatro balas.
Se manteve firme, esperou para ter certeza que não se levantava para atacar novamente, mas ele não o fez. Segundos se passaram e o som de outra luta encheu seus ouvidos. Móveis caíram na frente da casa, rosnados animalescos e punhos batendo contra carne a atormentaram.
Ela levantou, passou por cima da banheira e arriscou correr até a janela para se certificar que acabou com a ameaça vindo atrás dela.
Olhou a forma do macho lá fora, e ele não estava se movendo. Ela fechou a janela, a trancou com o polegar e correu na direção do quarto.
Qualquer pessoa que tentasse entrar pela janela do banheiro teria que quebrá-la para entrar e isso iria avisá-la. A necessidade de encontrar e ajudar Justice colocou seu medo para trás e a fez temerária quando acendeu as luzes, mais preocupada em estar cega no escuro que dando sua localização.
Vidro quebrou no corredor quando ela se lançou nessa direção, parando apenas para girar um interruptor para iluminar seu caminho até a sala de estar. A visão que a saudou foi chocante e horripilante. Um homem grande estava deitado de costas, a camisa rasgada sobre aasuas costelas e a sua pele rasgada. Lutou contra o desejo de vomitar quando examinou visualmente o corpo morto. Sangue estava em todo o lugar — pulverizado nas paredes e agrupado no tapete. O homem no chão se Laurann Dohner Justice
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vestia de preto, com o rosto manchado de tinta preta e tinha um boné preto na cabeça para esconder o cabelo.
Não era Justice, então ela se moveu para frente. Teve que passar por cima do corpo, o pé descalço afundando na umidade quente e sabia que era sangue. Continuou. O som da luta ainda estava perto. Manteve suas armas apontadas e prontas para atirar em qualquer um que viesse para ela até que alcançou a grande área aberta e escura da sala de estar.
Tocou o interruptor de luz com o cotovelo para ligar as luzes e ficou boquiaberta com a sala destruída. O sofá estava derrubado, a mesa de centro de vidro quebrada, uma estante deitada de bruços para espalhar uma confusão de livros 1,5m para a esquerda, mas o que prendeu sua atenção foram os dois machos combatendo que surgiam além do centro.
Justice usava shorts, manchas de sangue sobre seu corpo e parecia feroz enquanto rosnava para o homem vestido de preto. Não poupou-lhe um olhar enquanto circulava seu adversário, mas não conseguia parar de olhar para os arranhões nas costas, braços e danos numa bochecha onde foi atingido com força suficiente para mostrar a contusão se formando.
O outro homem sangrava profusamente no rosto, seu nariz quebrado, o lábio dividido, uma maçã do rosto danificada. Sua roupa preta escondia quaisquer outras lesões, mas parecia que um braço estava molhado, provavelmente sangue e um pouco de pele perto de seu lado mostrava onde o tecido foi rasgado.
— Volte, Jessie. — Justice ordenou rispidamente. — Ouvi tiros. Está machucada?
Jessie pegou o movimento com o canto do olho e virou a cabeça a tempo de ver outro atacante correndo da cozinha. Ela não pensou, só viu a roupa preta, o rosto manchado de tinta preta e apontou as armas. Ele se movia mais rápido que um humano, mas suas balas não o perderiam. Ele gritou alto, um gemido agudo de dor e caiu no chão sobre o que costumava ser a mesa de café. Ele não se moveu.
— Estou bem. Cobrindo suas costas, querido. Quer que eu mate o bastardo perto de você? — A voz de Jessie tremeu, mas suas mãos não.
— Fique fora disso e há mais dois.
— Há apenas mais um idiota além desse que está lutando. Matei alguém que tentou entrar pelo banheiro. Isso foi o que me ouviu atirando. Não errei.
Justice rosnou e Jessie soube que estava chateado, mas lidaria com sua raiva depois.
Ela empurrou a arma de sua mão esquerda entre as coxas, usando a parede para manter o equilíbrio e soltou o carregador na mão direita. Pegou um carregador novo do colete e o colocou dentro. Pegou a arma de entre suas coxas.
— Tem uma humana lutando por você? — O homem que atacava Justice cuspiu. — É muito fraco para nos guiar.
— Quem é você? — Justice rosnou. — Nem te conheço e ousa vir atrás da minha companheira?
Justice ficou tenso e um rugido rasgou de sua garganta quando pulou para o outro homem. Ele se agachou rápido e partiu para o ar. Tinha que ter pernas fortes para fazer isso. Vê-lo atordoou Jessie, Laurann Dohner Justice
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mas tinha que admirar a beleza do movimento. Ele voou cerca de 1,5 metro até que seu corpo se chocou com o outro homem.
Desceram juntos embolados e rosnados surgiam de suas gargantas. Lutaram como animais, cortando com garras e mordidas. Justice usava as pernas também. Conseguiu envolvê-las em torno de uma coxa do outro macho e empurrou duro. O cara caiu sob Justice uivando em agonia, com a perna dobrada numa posição desconfortável.
Rolaram novamente até que Justice acabou sob o macho, mas o empurrou com força suficiente para jogar o atacante numa parede. A figura vestida de preto bateu forte e quebrou o gesso. Justice colidiu com seu corpo e acabou agachado. Jogou o corpo contra o homem que estava tentando se separar da parede.
Passaram pela parede e Jessie ficou boquiaberta com o grande buraco que criaram. Odiava deixar a segurança do corredor, mas não podia mais ver Justice. Havia um arco para a outra sala que nunca esteve dentro. Sua casa não tinha o mesmo desenho desse andar. Ela correu para o arco.
Era um escritório doméstico, quase tão grande quanto a sala de estar. Justice e o Espécie estavam separados, os pés circulando entre si, cada um buscando uma fraqueza. Jessie avançou para a sala e se colocou de costas para a parede. Ela não queria ninguém rastejando atrás dela, mas não podia ir mais longe na sala. Um enorme vidro deslizante mostrava escuridão lá fora. Alguém podia vir por ali, então era muito arriscado chegar muito perto.
— Nunca seremos liderados por um amante de humanos. — o outro homem latiu. — Você nos envergonha.
Justice rosnou.
— Você é da Instalação de Testes cinco, não é? Seu bastardo estúpido. Construímos tudo quando fomos libertados para que pudéssemos resgatar você. Trai sua própria espécie por causa de seu ódio pelos humanos? Não ouviu o que disse a você? Será que não entende o que nosso povo tem feito? Encontramos paz aqui.
Instalação de Testes Cinco? Jessie ficou de boca aberta. Essa era a do Colorado que ajudou a invadir. Olhou para o homem ainda circulando Justice e soube que seu palpite estava correto. O intruso era um dos homens que ajudou a libertar.
— Sou o melhor e vou ganhar. — o homem rosnou. — Vou liderar nosso povo quando seu corpo estiver frio e vou agarrar o pescoço de sua mulher humana. Vou mostrar ao nosso povo como lidar com os humanos. Morte a todos pelo que fizeram.
Justice rugiu e atacou. Não pareceu notar quando o macho pegou alguma coisa por trás das costas, mas Jessie sim. Quando alcançou Justice, uma faca brilhou. Ela tentou gritar um aviso, mas já era tarde demais. Jessie gritou quando o homem jogou Justice para longe dele. O homem que amava caiu no chão de costas, gemendo e agarrou o corpo ensanguentado.
— Ei! — Jessie gritou, pura raiva fluindo através dela.
O homem se virou e rosnou. Laurann Dohner Justice
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— Pegue isso, imbecil. — Ela atirou no rosto e esvaziou o carregador no corpo depois que ele atingiu o tapete.
Jessie derrubou o cartucho vazio da arma e correu para Justice. Ele apertou a mão sobre seu quadril, mas o sangue ainda embebia o short. Seu olhar se prendeu ao dela e ela não pôde deixar de notar a surpresa em seu rosto bonito.
— Ele usou uma faca.
Jessie girou sua cabeça, esperando que o quinto macho atacasse. Justice sangrava muito e as lágrimas encheram seus olhos. Ela empurrou a mão dele e viu o corte irregular no short. Deixou cair as armas no colo, agachou de joelhos ao lado dele e rasgou o material. Havia uma ferida irregular ao lado de seu quadril que atraiu um som de angústia dela. Parecia ruim.
Um ruído alto cresceu e madeira estalou na sala de estar. Soou como se alguém chutasse a porta da frente. Ela agarrou a mão de Justice para empurrá-la sobre a lesão.
— Pressione aqui, segure apertado e não se mova. Eu te amo. — Pegou a arma vazia e alcançou o colete. Sua mão suja com o sangue de Justice manchou todo o colete, camisa e seios quando arrancou o carregador. Ela o encaixou na câmara vazia quando se levantou. Agarrou as armas e abriu distância para plantar os pés de ambos os lados dos quadris de Justice.
Era um lugar ruim para ficar, sem muitas vantagens táticas. Janelas estavam ao redor deles, um vidro deslizante enorme e a arcada aberta que levava à sala de estar.
Não havia nenhuma cobertura. Justice era muito pesado e estava muito mal para se mover. O quinto macho chegaria e esperava que viesse do arco já que era onde ela ouviu a casa ser violada.
Seus olhos percorreram a sala freneticamente. Assim que visse movimento planejava matar o filho da puta. Ele não ia alcançar Justice.
— Jessie, saia daqui e encontre algum lugar seguro que possa vê-lo chegando.
— Cale-se. Não vou deixar você.
— Por favor, Jessie. — Sua mão esfregou seu tornozelo. — Salve-se. Estou lutando para ficar aqui.
Jessie olhou para o rosto pálido de seu companheiro. Sua pele naturalmente bronzeada estava mais branca do que já tinha visto. Sangue derramava sobre o tapete perto do quadril e seu short estava ensopado.
Ele sorriu quando seus olhares se encontraram.
— É tão bonita quando está em cima de mim. — Os olhos fecharam e seu sorriso desapareceu quando a cabeça caiu para o lado.
— JUSTICE! — Sofrimento a fez gritar seu nome.
Seu peito subia e descia, assegurando que não morreu, mas ela sabia que ele o faria em breve.
Jessie precisava aplicar pressão sobre a ferida, mas tinha que soltar as armas para fazer, algo que asseguraria suas mortes. Colocou o pé descalço no quadril sangrando de Justice e pressionou para baixo com tanto peso quanto pensou que ajudaria, mas sem agravar o dano.
— Justice! — Um homem gritou da sala de estar. Laurann Dohner Justice
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Jessie apontou uma das armas para a arcada quando viu o movimento. Um rosto familiar de repente entrou na sala e Jessie mal conteve o dedo de puxar o gatilho. Tiger olhou para ela enquanto mais machos enchiam o espaço atrás dele, nove ao todo.
Os reforços chegaram.
— Ele foi esfaqueado. — A voz de Jessie falhou. — Quatro desses idiotas estão mortos, mas está faltando um. Chamem uma ambulância.
O olhar atordoado de Tiger caiu em Justice no chão. Vidro de repente explodiu da direita e Jessie se empurrou naquela direção. Algo grande, com um rosto negro veio através da porta deslizante quebrada, direto para ela e Justice. O instinto salvou sua vida. Atirou com as duas armas. Um corpo pesado bateu no dela e a jogou de costas, longe de Justice.
Jessie ficou ali sofrendo sob pelo menos 115 quilos de macho Espécie flácido e sem vida. Não conseguia respirar — o ar foi tirado de seus pulmões. Pareceu uma eternidade, mas foram realmente apenas alguns segundos. De repente, o corpo foi tirado de cima dela e suspirou por ar quando seu olhar bloqueou com Tiger. Ele se inclinou e ofereceu uma mão.
— Os médicos estão comigo e vão fazer de tudo para salvar Justice — prometeu. — Deixe-me ajudá-la. Laurann Dohner Justice
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