CAPÍTULO 17 Í
— Minha cabeça. — Jessie gemeu.
Breeze riu, fazendo a cabeça doer mais. Engoliu duas aspirinas e orou desesperadamente que funcionassem logo. Era como se alguém estivesse usando uma britadeira atrás de sua testa.
— Nunca devia beber. — Breeze riu.
— Pare de rir. Por favor? Dói.
— Tive que levá-la para a cama.
— Não me lembro de nada além da segunda cerveja. Quantas tomei?
— Muitas mais, mas eu bebi três vezes mais que você. Não desmaiei. Tentei levá-la a tomar vinho depois que a cerveja acabou, mas você disse que havia duas de mim.
— Obrigada por me colocar na cama.
— Trouxe uma coisa.
— O quê? Esperemos que seja um tiro para me derrubar de uma vez.
Breeze saiu do banheiro, onde Jessie estava de molho na banheira e voltou carregando um saco de vestido nos braços.
— É um vestido e tudo que precisa para usar com ele. Ellie me ajudou a encontrar algo bonito para vestir. Você é de seu tamanho, mas seus seios são maiores. Isso vai se encaixar.
— Não uso vestidos, mas obrigada. Estive divagando sobre essas malditas coisas ontem à noite ou algo assim?
— Vai usar esta noite.
Jessie franziu a testa.
— Por quê? O que tem hoje?
—Vai a uma festa comigo. Não se lembra?
Jessie sacudiu a cabeça e se arrependeu imediatamente. Movimento era ruim.
— Que festa?
Breeze sorriu.
— Vai ser realmente bom. Não se lembra que falamos sobre isso. — Sua risada soou novamente. — Vai a uma festa Espécies como minha convidada. Outros humanos estarão lá e vai ser divertido.
— Não acho bom, Breeze. Justice foi muito claro que estou proibida de ir a encontros sociais com Espécies e minha cabeça dói tanto que só quero voltar para a cama até a próxima semana.
— Fiz todos os arranjos e você vai. Assunto encerrado.
— Mencionei que não uso vestidos? Meu pai é um senador e me arrastou para tantos eventos beneficentes enquanto crescia que não posso suportar a visão deles. — Um pouco da dor em seu crânio diminuiu, um sinal que os comprimidos estavam funcionando e ela olhou para Breeze cautelosamente. — Além disso, sabe que alguém vai falar para Justice em algum momento que fui a essa festa. Não quero brigar com ele. Quando falarmos, não quero que seja lá aos gritos. Laurann Dohner Justice
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Breeze sentou no balcão.
— Você vai e usará um vestido. Quero que coloque maquiagem da maneira como suas mulheres fazem e vamos nos divertir. É pacífico e vou uivar se argumentar. Sou uma mistura de canino e tenho praticado. — Sorriu, obviamente orgulhosa disso. — É alto o suficiente para fazer seus ouvidos sangrarem, então cale a boca minha amiga. Agora vou lavar seu cabelo e vai sair da banheira antes de enrugar a pele. Só temos algumas horas para ficar prontas, pois você dormiu o dia todo.
— Que horas são?
— Quatro da tarde.
Jessie gemeu.
— Não pode ser. Tinha que trabalhar hoje.
— Disse a Ellie que não iria hoje. Ela estava na internet, enviou um humano para pegar as coisas que escolheu e entregaram tudo no portão. Ela comprou tudo para esta noite. Tive que vir buscar um de seus sapatos e seu sutiã para obter seus tamanhos. Espero que não se importe, mas pedi a chave da porta da frente. Temos um monte de problemas para discutir, Jessie. Vai à festa nem que eu tenha que carregá-la. Fiz isso ontem à noite e vou fazer isso de novo. Agora, venha para a borda e vamos lavar seu cabelo.
Duas horas mais tarde, Jessie se sentia uma centena de vezes melhor. A aspirina fez efeito totalmente, o banho ajudou e a dor de cabeça era apenas uma memória. Breeze aprontou Jessie para a festa, quase temerosa que fugisse. Admitiu que poderia tentar ser a mulher mais alta se não a mantivesse dentro de seu campo de visão a todos os momentos.
Jessie olhou seu reflexo e tentou esconder o desânimo. Breeze estava orgulhosa ao seu lado, feliz por como parecia. O vestido estava muito apertado, revelava muito o vale dos seios pelo decote e a saia transpassada mostrava demais as pernas.
— Ellie escolheu este vestido? — Olhou para Breeze para confirmação.
— Disse a ela que queria que parecesse muito sexy e bonita. Ela disse que o vestido faria qualquer macho olhar para você. Acho que é perfeito, mas gostaria que prendesse seu cabelo num desses bonitos coques que suas mulheres usam. Eu as vejo fazendo isso na televisão quando vão para festas. — Ela se aproximou. — A maquiagem escondeu as marcas que Justice deixou em você, assim não há nenhuma razão para seu cabelo cair sobre os ombros.
— Gosto dele para baixo. É tão longo que me dá dor de cabeça se eu colocá-lo sobre a minha cabeça por mais que algumas horas.
— Você parece bem. — Breeze deu um sorriso. — Todo mundo vai achar isso.
Ou vão me confundir com uma prostituta. Se absteve de dizer isso em voz alta, não querendo explicar a definição para Breeze ou ferir seus sentimentos. A festa parecia significar muito para sua amiga e só por isso obedeceria e se calaria.
— Espero que não haja dança. — Jessie olhou para o decote exposto. — Este vestido não vai sobreviver a qualquer coisa que não seja uma dança lenta sem me fazer ser presa por exposição Laurann Dohner Justice
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indecente. Estou com medo de puxar uma respiração profunda e meus seios saltarem. Acho que tenho outro sutiã que não é push-up.
— Não vai mudar nada que Ellie escolheu para você usar. Ela sabe o que está fazendo e teve um monte de problemas por isso. Haverá dança, mas ninguém disse que tinha que participar. Tem um grande corpo e está maravilhosa. Não tem nossos músculos e é pálida, mas não tem nada a esconder, Jessie. Como é o ditado? Se você tem, ostente? Você tem, use-o com orgulho.
Jessie de repente franziu o cenho estudando Breeze. Seus alarmes internos avisavam que algo estava acontecendo.
— O que está planejando? Está muito satisfeita consigo mesma e tem esse brilho nos olhos.
— Nada. — Breeze desviou o olhar, olhando para todos os lugares, menos para Jessie e mexendo as mãos.
— Justice vai estar lá? — Era o pior cenário que podia imaginar. — Me disseram que ele está na Reserva e sua secretária também quando me ligou aqui para explicar que nosso encontro foi cancelado. Ele deve ter dito a ela, porque com certeza não teria mencionado que estava vindo aqui para gritar comigo na noite passada.
— Foi adiada por algum problema na Reserva. — Breeze encontrou o olhar dela e o manteve. —Seria interessante se fosse capaz de vir. Todos os machos estarão olhando para você e vão querer te montar.
Jessie suspirou.
— Não quero uma repetição da noite passada nunca mais. Foi embaraçoso ser tratada como alguém com cinco anos de idade e enviada para seu quarto. Ele fez uma cena na pista de dança com Flame quando me impediu de sair com ele.
Aquele brilho malicioso voltou aos olhos escuros de Breeze.
— Isso não vai acontecer hoje à noite. Justice não poderá gritar se os machos dançarem com você e quiserem que você partilhe sexo com eles.
— Breeze, fez Ellie escolher o vestido de propósito só para irritar Justice se os homens derem em cima de mim, não foi? Ele vai ouvir sobre isso e ficar muito irritado.
Breeze não olhava para ela, mas seu sorriso cresceu.
— Breeze!
— Vai ser bom para ele. Ele te fez chorar. Vai fazê-lo ficar com raiva e não será capaz de fazer nada sobre isso hoje à noite. O Conselho e todos do nosso povo, exceto os da segurança que trabalham, vão estar lá e ele não tem nenhuma razão lógica para dizer que não deve ir à festa. Esta é sua noite para se vingar Jessie. Justice terá que manter seu temperamento sob controle, mesmo que isso o mate quando descobrir que você está lá. Pode paquerar e dançar com todos os homens que quiser e ele vai sofrer se perguntando se um deles vai ganhar sua atenção. Vai ser bom para ele descobrir o quanto é atraente para nossos homens. Pense em como se sentiu, sabendo que ele dançou com Kit. Aposto que depois desta noite ele vai aprender a nunca sair com outras mulheres novamente. Só por isso deve fazer Jessie. Laurann Dohner Justice
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Jessie suspirou.
— Não quero que ele fique realmente chateado.
— Nossos homens não ficam chateados. Ficam com raiva, explodem, mas se recuperam rapidamente. O caminho para alcançar um dos nossos homens é irritá-lo e fazê-lo quando não pode retaliar. Ele vai aprender desta forma e lembrar.
— Quer dizer que não poderá retaliar esta noite. E amanhã? Sua secretária disse que estaria de volta pela manhã.
— Vai dormir esta noite no dormitório das mulheres. Não sou estúpida. Pensei nisso. Vamos ter uma festa do pijama na biblioteca do dormitório e você foi convidada. Vai durar dias. Já arrumei seu pijama na mochila. No momento que chegar em casa, ele vai ter esfriado e aprendido uma lição.
Jessie mordeu o lábio inferior, considerando.
— Tem certeza?
Tinha que admitir que era tentador. Justice ia pirar quando recebesse a ligação que ela estava na festa e desobedeceu suas ordens. Merecia um pouco de dor.
Breeze sorriu.
— Não se preocupe com Justice. Prometo que, de uma forma ou de outra, vai ter esfriado pelo tempo que ficar só. Nossos homens não ficam com raiva por muito tempo. Vamos. Não quero me atrasar. — Ela agarrou seu braço e puxou. — Vou dirigir.
Breeze estacionou na rua do bar. Jessie saiu do carrinho de golfe e encontrou Breeze na calçada.
— A festa vai ser no bar?
— É onde todos os nossos encontros sociais são realizados.
— Qual o motivo? Esqueci de perguntar.
— Fazemos isso de vez em quando. É bom para nos misturarmos uns com os outros e com os humanos. É uma das coisas que Ellie acha que vai ajudar a preencher a lacuna entre nossas diferenças e tem ido mais além. Tivemos dois deles no ano passado. São divertidos e apreciados pelos humanos e quem está associado ao nosso povo. — Ela hesitou. — Estou surpresa que nunca esteve numa. Trabalhou com a força-tarefa humana e são convidados.
— Meu chefe nunca me disse. Tim me mimava muito.
— O que significa isso?
— Era protetor e me tratava como se eu fosse sua filha. Provavelmente não me convidou, pensando nos homens dando em cima de mim.
— Ah! Isso é válido. — Breeze andou mais rápido para a porta. — Apresse-se. Alguns Espécies vêm da Reserva também, só para participar. Não têm um grande edifício na Reserva para fazer isso. Temos dormitórios e sempre cabem mais pessoas aqui confortavelmente. Eles podem ficar por dias. Alguns dos homens e mulheres que ajudaram no resgate do Colorado estarão aqui também. Queríamos que eles compartilhassem da alegria da liberdade com a gente. — A parte sobre Espécies libertados da instalação de testes do Colorado encheu Jessie com um pouco de medo, lembrando-se Laurann Dohner Justice
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de seu ataque, mas achou que seria bom. Outros humanos estariam lá, o que significava que estavam preparados para lidar bem com eles. Breeze se agitou para dentro.
A música bombava alto pela grande área e luzes piscando foram ligadas à pista de dança. O lugar estava lotado de pessoas — as mulheres usavam vestidos bonitos e os homens ternos ou calças casuais com camisas.
— O conselho também está aqui. Vou apresentá-la depois. — Breeze teve que gritar sobre os ruídos.
— Eles são amigáveis.
Jessie nunca conheceu os quatro membros machos do conselho. Cada um representava uma das instalações de teste e Espécies que foram detidas dentro de cada um deles. Jessie adivinhou que logo teria um quinto membro do conselho da instalação do Colorado recém-descoberta, se já não tivesse.
Breeze segurou a mão dela.
— Venha. Vamos dançar!
Viu Trey, seu antigo chefe de equipe e alguns membros da força-tarefa no bar.
— Espere aí. Vejo alguns amigos. Quer conhecer os caras com quem trabalhei?
— Agora não. — Breeze a puxou de novo. — Vamos dançar. Diga olá a eles mais tarde, quando estivermos com sede e quisermos uma bebida. Vamos sentar e conversar.
Jessie tinha certeza que não queria beber depois da ressaca infernal. A equipe ficaria lá por horas, a noite ainda estava iniciando e a festa acabava de começar. Não era como se tivesse escolha com o aperto de sua amiga Breeze a arrastando para a pista de dança num mar de corpos em movimento.
Jessie era baixa, mas viu algumas mulheres mais baixas na pista de dança. Tiny e Bela eram Espécies dançando juntas. Bela sorria, estava na pista de dança enquanto Tiny dançava ao seu redor e via todo mundo dançar. Jessie riu, feliz por não ver medo no rosto da outra mulher enquanto estava no meio de uma multidão tão grande.
Algumas coisas se tornaram evidentes para Jessie sobre Espécies enquanto dançava num grupo deles. Dançavam juntos, mas não como casais na maior parte, apenas agrupados. Ela relaxou mais e só se deixou levar pela música. Breeze se inclinou.
— Ensine-me alguma coisa sexy.
Jessie parou de balançar com a batida.
— Como o quê?
— Essa coisa que estava fazendo quando dançava com Flame na outra noite. — Breeze se apoiou e ergueu os braços para mexer os quadris. — Este movimento.
Jessie deslizou seus braços acima e mostrou a ela. Ela fez uma curva e balançou os quadris, algo que aprendeu numa aula de dança do ventre, anos antes. Breeze a imitou e assim o fizeram algumas das outras mulheres por perto. Ela mostrou o que sabia, o prazer de ensinar. Breeze se aproximou.
— Faça isso. — Breeze mostrou alguns movimentos. Laurann Dohner Justice
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Jessie estava tendo o momento de sua vida. Dançava com um macho e outro, coisa que todos faziam, enquanto as canções mudavam. Outra canção veio e um homem agarrou sua cintura por trás. Jessie girou longe do Espécie que dançava para dançar com o outro, grata por sair da casa de Justice. Sair parecia ser a solução perfeita para começar a esquecer o homem que amava.
Justice não confirmou participar da festa, mas era esperado. Kit pediu para ser seu encontro, mas ele recusou. Ela deu a entender que consideraria ser sua companheira na noite passada quando a levou para jantar. Ela deixou claro que podia compartilhar sexo com ela e lamentou concordar em levá-la. Acabava de fazer isso, porque achava que estar com alguém com quem falar pela noite, o distrairia dos pensamentos obsessivos sobre Jessie e da preocupação de todos, se parecesse feliz. Em vez de ser uma amiga, Kit tentou seduzi-lo.
Os quatro membros do conselho sentaram numa mesa com ele e ele os estudou. Queriam mais controle e que entregasse alguns de seus deveres para eles. Ele prontamente concordou com uma reunião pela manhã para discutir o assunto, ansioso para passar algumas de suas responsabilidades. O ajudaria, permitindo que trabalhasse menos horas e o fazendo sentir como se estivesse fazendo mais por sua espécie.
Seus pensamentos foram para Jessie novamente. Na noite passada, mal dormiu e, quando o fez, teve sonhos onde ela estava em sua cama com ele. Acordar sozinho com um furioso tesão não tornou a manhã agradável. Tomou banho e foi para o escritório apenas para entrar numa discussão com Miles.
Miles trouxe a mulher que tingia o cabelo de Justice e sua assistente chata, Tonya, que atacou Justice anteriormente. Era uma mulher agressiva que tentava atrair machos Espécies para sua cama. Ele sempre se sentia caçado quando tinha que lidar com ela. Tinha pena do tolo que a tomasse. Ela tinha um coração mau, olhos frios e calculava suas ações como se tudo fosse um jogo.
— O que é essa expressão irritada em seu rosto? — A voz profunda pertencia a Jaded.
Ele ergueu o olhar para os brilhantes olhos verdes do membro do conselho.
— Vê meu cabelo?
— Está mais claro. Esse tom de marrom não é sua cor. — O outro cara sorriu e tocou seus próprios fios negros. — Isso parece muito melhor em você.
— Pare de provocá-lo. — Cedar, outro membro do conselho pediu suavemente, com a voz enganosamente fria. — Ele faz muito por nós e tenho certeza que o fedor de tudo que usaram o está incomodando mais do que a nós. Posso sentir o cheiro do outro lado da mesa.
Alguém se aproximou e distraiu Justice de sua provocação. Sabia que era para melhorar seu humor, mas duvidava que pudesse. Tim Oberto sorriu quando parou ao lado da mesa.
— Obrigado por nos convidar Justice. — Ele olhou para os membros do conselho antes de voltar sua atenção mais uma vez ao líder da ONE. — Ainda não me deu o nome do substituto que preciso. Temos algumas pistas que estamos estudando e quero uma Nova Espécie a bordo antes de termos uma meta de recuperação a localizar.
Brawn se inclinou para frente. Laurann Dohner Justice
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— Substituto?
— Sinto muito Tim. — Justice tinha muita coisa na sua mente. — Tim quer um de nossos homens para se juntar à equipe que faz o primeiro contato quando uma fêmea-Presente é encontrada. — Ele encontrou o olhar do humano. — Prometo que amanhã vou passar os arquivos, encontrar alguém que seja bom com interação humana e que se voluntarie para viver no exterior. Suponho que tem um plano para mantê-lo seguro enquanto viver lá?
— Tenho.
— Vou escolher alguém e ele vai contatá-lo até o final do expediente de amanhã.
— Bom. — Tim olhou para os membros do conselho. — Senhores. — Ele fugiu.
Brawn riu.
— Não nos conhece ou nunca usaria esse termo ao se referir a qualquer um nesta mesa, exceto Justice.
Os pensamentos de Justice deslizaram para Jessie novamente. Depois da festa planejava pular seu muro, falar com ela para permitir que entrasse em sua casa e iam conversar. Ela não ia partilhar sexo com ninguém, exceto ele. Isso era apenas como ia ser, ou mataria o macho. Tinha um plano. Jurariam nunca ter encontros com outros. O impediria de cometer um assassinato e ele nunca teria que ver a mágoa que viu em seus olhos quando ela percebeu que saiu com Kit.
— Falando de não ser senhores, amo as mulheres humanas. — Jaded riu. — Há algo que me deixa tão duro quando as vejo. Não sei se é porque são tão diferentes das nossas fêmeas ou se é porque são tão diferentes de nós.
Cedar riu.
— Estou duro até agora, assistindo uma humana dançar antes de vir para a mesa. Ainda estou tendo fantasias sobre suas pequenas mãos passando sobre meu corpo. Sei que vão parecer ótimas me tocando. Sua pele era tão cremosa e embora seus rostos sejam estranhos, o dela me fez a achar bonita.
— Eu a vi. — disse Bestial e assentiu. — Gostaria de tirar aquele vestido dela e ver se a cor cremosa está em toda parte. — Rosnou. — Quem é ela? — Bestial incisivamente encarou Justice. —Quem é a humana lá fora? Quero o nome, pois quando for atrás dela terei uma vantagem. Acho que suas coxas se encaixam perfeitamente sobre meus ombros.
Os homens riram enquanto Justice balançava a cabeça para Bestial, em diversão.
— É provavelmente de Ellie que está falando. Estão aqui esta noite uma vez que ela não está se mostrando o suficiente para perceber estranhos ainda. Deve parar. Está acoplada com Fury e ele colocaria suas próprias coxas em torno de seus ombros antes de enfiá-lo num saco para te enviar à Reserva por olhar sua fêmea. A única outra fêmea humana que está aqui é a nova médica contratada. É atraente e única, mas não acho que está preparada para você. É um pouco tímida.
Bestial apontou.
— Qual o nome dela? Vai me fazer quebrar o zíper da minha calça, se continuar balançando a doce bundinha por muito mais tempo. Laurann Dohner Justice
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Justice sorriu e se virou em sua cadeira o suficiente para seguir na direção do dedo do membro do conselho. Conheceu a nova médica, Allison Baker, uma semana antes. Era doce, um pouco tímida e de fala mansa. Alguém tão rude como Bestial tentando seduzi-la a fazer sexo seria completamente engraçado. Só esperava que a pobre não deixasse seu novo trabalho por medo, não percebendo que não estava em perigo.
A humana foi fácil de detectar, com o corpo menor e mais baixo, e o choque rasgou quando percebeu a fonte da ereção de Bestial. O vestido preto apenas reforçava o brilho do cabelo que caia em sua bunda. A pele pálida quase brilhava em comparação com as Espécies bronzeadas ao lado dela. Jessie estava lá e era sobre seu doce traseiro que Bestial fantasiava. Raiva o rasgou instantaneamente, e não conseguia respirar.
Ela dançava entre dois machos Espécies, não muito perto para evitar roçar contra eles, e enquanto ele olhava, ela colocou as mãos sobre o peito de um na frente dela. Justice puxou ar para seus pulmões famintos, uma névoa de vermelho quase o cegando, e permaneceu congelado. Os humanos estavam presentes, a equipe de trabalho inteira, alguns funcionários que vivam em Homeland e o pessoal médico, incluindo a nova médica.
Forçou seu corpo a relaxar. Custou cada grama de seu controle não pular da cadeira, mas tentou ser racional. Ela estava dançando com homens, não compartilhando sexo com eles.
Era uma festa. Não estava em perigo de ir para casa com um e com certeza não ia. Precisava pensar numa maneira de levá-la para casa sem fazer uma cena. Seu olhar correu ao redor, procurando Breeze. Teria uma palavra com ela em particular, dizer que Jessie estava em perigo e pedir a ela para acompanhá-la em casa.
— Viu o que quero dizer? — Cedar riu. — Dancei com ela. Tem as mãos menores e mais delicadas. Gostaria que as passasse por cima de mim. As mãos humanas são suaves. Não têm rugosidades de calos. Aposto que é melhor ser acariciado com mãos macias.
— Gosto da maneira como ela se move. — Bestial rosnou novamente. — Imagine embaixo de você.
Justice não tinha que imaginar. Sabia o que era ter Jessie presa sob ele. Raiva o inundou novamente e dirigiu um olhar aos quatro membros do conselho.
Eles ignoraram e continuaram a olhar para Jessie, como se fosse um coelho que queriam caçar e comer. Cerrou os dentes.
— Está comprometida. Esqueça isso. — Justice conseguiu manter seu tom de voz humano.
Bestial olhou para ele.
— Com um dos nossos?
Justice não disse nada, muito ocupado lutando contra a raiva.
Bestial deu de ombros, olhando para Jessie novamente.
— Vou mostrar o quanto sou melhor que seu amante humano. Ele é estúpido por permitir que vá a qualquer lugar sem ele. Estaria dançando com ela em meus braços, me certificando que ninguém mais a tocasse. Seu amante humano é burro demais para mantê-la. Laurann Dohner Justice
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Cedar riu.
— E se for casada?
— Eles têm divórcio. Machos humanos são fracos demais para manter uma fêmea. — Bestial apontou.
— Essa é uma mulher que gostaria de manter.
— Acasalaria com ela? — Cedar olhou para a mulher. — É. Se eu fosse acasalar uma humana essa seria a única. Poderia passar o resto da minha vida a montando.
Jaded falou baixo.
— Imagine ela inchada com uma criança. Agora estou realmente duro.
Brawn, o membro mais velho do conselho, rugiu:
— Eu gostaria de possuir uma mulher totalmente. Quero provar o leite de seu seio. Agora que a apontou, Bestial, obrigado. Acho que eu vou ver se ela acha gatos sexy. — Brawn levantou.
Justice teve que manter rédea curta sobre sua raiva.
— Ela trabalha e mora aqui. Sente-se.
— Bom. — Brawn sorriu. — Não vai custar muito movê-la quando eu a levar para minha cama. Ela é uma guardiã.
— Você não a conhece. Ela pode ser irritante. — Justice sentiu seu controle escorregar.
— Não me importo. Olhe para ela. — Brawn encontrou o olhar de Justice. — Vou reclamá-la até o final da noite. — Ele mostrou suas presas. — Vou levá-la para casa, montar nela, transar com ela até que grite meu nome e continuar fazendo isso até que inche com o que é meu.
Justice rosnou alto e lentamente se levantou. Seus olhos se estreitaram e cada músculo de seu corpo ficou tenso. Brawn continuou a sorrir, aparentemente inconsciente do perigo, mas os outros três membros do conselho se levantaram para pôr distância entre eles e a mesa.
— Algum problema, Justice? — Brawn arqueou uma sobrancelha. — Está chateado.
— Não chegue perto dela. — rosnou Justice.
Brawn ergueu a cabeça, ainda sorrindo.
— Há uma razão por que não posso?
— Ela trabalha aqui.
Brawn deu de ombros.
— Não pertence a qualquer Espécie e isso torna o jogo justo. Não que esteja pensando em jogar com ela. Conhece seu pai, certo?
— Sim, e jurei protegê-la.
— Vou reclamá-la, então não há nada de protegê-la. Vou fazê-la minha, enchê-la com minha semente e ela vai plantar lá. Será uma excelente companheira e mãe do meu garoto.
Um rugido rasgou da garganta de Justice, e ele virou a mesa para que não ficasse mais entre ele e Brawn. As pessoas ao redor deles levantaram, pararam de falar e rapidamente se afastaram dos dois homens tensos. Justice estava com as mãos em punhos de seus lados, a respiração aumentou para um Laurann Dohner Justice
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arfar e suas presas foram reveladas quando zombou do membro do conselho que queria sua mulher. Brawn deu um passo atrás, cauteloso.
— Brawn — Cedar disse suavemente — você foi longe demais.
Brawn observou Justice, deu mais um passo atrás para colocar mais espaço entre eles e desviou o olhar para a mesa virada.
— Se não for hoje, talvez outro dia. — Baixou o queixo no peito, manteve seu olhar abaixo e se retirou mais longe até que girou sobre os calcanhares e desapareceu no grupo perto do bar.
Justice estudou seu povo depois que lutou contra a vontade de seguir Brawn e bater nele. A afirmação verbal que tentou fazer por Jessie era justificativa suficiente para socar aquele rosto presunçoso. Espécies o encaravam com olhares nervosos, confusos enquanto o observavam em silêncio, se recusando a fazer contato visual direto. Era aparente que ele quase brigou com um membro do conselho. Ninguém se aproximou dele, a raiva ainda evidente e os membros restantes do conselho se afastaram mais.
Seu olhar voltou para a pista de dança. Jessie e as outras pessoas lá fora eram alheios à situação tensa, a música abafando os sons da briga.
A visão de seu corpo esfregando contra um homem disparou sua fúria. Ele lutou contra outro rugido ofegante e ficou ali até que amarrou sua fera interior. Caso contrário, alguém ia morrer. Sabia como era perigoso nessa condição, não só para sua mulher, mas para seu povo.
Respirações lentas e profundas ajudaram. Seus dedos se abriram e selou os lábios sobre suas presas. Jessie precisava sair, parar de permitir outros machos tão perto dela ou ia fazer uma cena pior que a anterior.
Será um milagre se puder tirá-la daqui antes que sangue seja derramado. Essa possibilidade ajudou a acalmá-lo mais. Laurann Dohner Justice
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Isso é só o começo fofo💋🤭
ResponderExcluirTo achando graça ksksksks
ResponderExcluirEle tentando acha o um motivo pros outros não chega nela KKKKKKKKKKKKKKKJ
ResponderExcluirQue ódio de Justice, ele querendo manter Jessie como um segredinho sujo, propondo que eles não tenham mais encontros com ninguém! Eu chorei na cena da piscina e as que se seguiram, ela dizendo que ele tava machucando ela. Foi triste, e odiei ele mais um pouco por ter saído com Kit.
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