terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 011

CAPÍTULO ONZE 
Obsidian rosnou.
— Pare.
Ela lutou com ele e ele se preocupou que ela ficasse contundida enquanto seu corpo se debatia entre ele e o balcão. Suas mãos agarraram seus quadris enquanto girava, a erguendo em um movimento fluido, a tirou fora do caminho do dano. Ele a prendeu em seus braços enquanto seus braços mexiam-se para mantê-la alto o suficiente para prevenir seus pés de chutaram e atingir o chão de azulejo ou a parede.
— Já chega! Calma.
Ele ouviu passos batendo apressados pelo corredor e sabia que eles estavam prestes a ter companhia. Ele uivou com raiva pensando em Jericho retornando depois de brigarem. O macho devia saber melhor antes de desafiá-lo pela fêmea. Seu rival chegou ao quarto puxando a porta abrindo-a forte o suficiente para forçar a maçaneta, quebrando o batente da porta.
— Coloque-a no chão. — Jericho falou profundamente, sua voz animalesca. Ele chegou mais perto com suas mãos abertas como armas de garras.
— Ela é minha. — Obsidian não podia olhar para longe do seu oponente, mas ele suavemente soltou Alli. — Entre no chuveiro onde ele não possa alcançar você sem passar por mim.
— Pare com isto! — Alli o desobedeceu andando entre ele e o macho avançando. Suas mãos dispararam e esticou para ambos os lados, fazendo a expansão de seus braços tão largos quanto possível para mantê-los separados. — Sem luta!
— Você está bem? — Jericho parou, mas ainda apresentava uma ameaça.
— Ele iria me morder. Eu quero ir embora. — Ela pareceu assustada enquanto olhava para Obsidian. — Por que você queria fazer isso?
Ele foi ao alcance dela, mas ela puxou seu pulso antes dele poder agarrá-lo. Ele congelou, entendendo o quão apavorada ela parecia estar.
— Para marcar você. — Ele engoliu com dificuldade, inalando seu cheiro e verificando seu terror. — Eu não iria machucar muito.
— Você queria me morder. — Deu uma respiração trêmula. — Com seus dentes afiados. Há algo de errado com você e eu insisto que você vá para o Centro Médico.
— Merda. — Jericho sussurrou.
Alli virou sua cabeça para olhar fixamente para ele. Ele franzia a testa, soltou suas mãos para os lados, e recuou.
— Jericho? O que é?
Ele soltou uma respiração funda.
— Ele está exibindo características territoriais. Acontecia ocasionalmente nas instalações onde estávamos presos. Ele não quer que outros machos cheguem perto de você e está tentando destacar sua reivindicação com um marcador físico, hã, mordida. — Intencionalmente olhou fixamente para Obsidian. — Não há necessidade para isso. Ela não será levada para outros machos Laurann Dohner Obsidian
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para testes de procriação e seu cheiro já está nela. Isto já é advertência o suficiente para outros não tentarem fazer sexo com ela.
— Você a quer. — Obsidian severamente acusou.
Jericho recuou mais, tenso.
— Eu não quero. Ela é muito atraente, mas eu não tenho nenhum interesse nela. Ela é só uma amiga e era uma funcionária valiosa em Homeland.
Obsidian não acreditou nele.
— O cheiro dela é muito bom e se recusa a parar de cheirar a comida para atrair outros machos.
— Maldição. — Jericho recuou outro passo. — Os humanos gostam de comida. É apenas o jeito que eles são. Eles acham que cheirar como jantar é higiene. Você aprenderá isto com o tempo. Não é só ela. A maior parte deles faz isto. Elas não estão tentando nos provocar para montá-las.
— Seus olhos estão vermelhos de luxúria. — Obsidian avançou, tentando levar Alli para trás dele assim ela não ficaria na vista do outro macho.
— Eu sou primata e eles não estão vermelhos. Eles são mais castanhos avermelhados com muito marrom. Há uma diferença. — Suas características ficaram cruéis. — Eu não a quero e ela com certeza não me quer. Até nossas fêmeas tem medo de minhas diferenças. Você realmente acha que uma humana tímida vai me querer?
— Você a viu nua. — Ele não acreditava em Jericho. Alli era muito atraente para acreditar que um macho não a quereria.
O outro macho prolongou sua retirada.
— Eu sinto muito se olhei. — Ele fez um barulho suave do fundo de sua garganta. — Aqueles foram o primeiro par de seios verdadeiros que eu vi em algum tempo. — Ele abaixou seu olhar para o chão e sua cabeça mergulhou em submissão. — Não vamos lutar. Ela está protegida do interesse de outro macho e eu há muito já desisti de encontrar uma fêmea para mim. Eu nem quero uma agora.
Obsidian não acreditava nele, mas sua raiva esfriou.
— Por quê?
Jericho revelou a cor estranha de seus olhos quando encontraram o olhar dele. — Eu me recuso a sentir mais dor.
Obsidian o estudou e parou próximo de Alli quando ela agarrou seu braço para pará-lo de chegar mais perto do outro macho. Ele não a olhou, muito focado em compreender seu oponente.
— Machuca ser rejeitado. — A voz de Jericho se afundou e a emoção forte relampejou em seus olhos. — Eu não as quero mais. Já chega. Sua médica está protegida de mim. Eu me transferi daqui para a Reserva para trabalhar com a força tarefa de humanos que trabalham conosco. Nós caçamos e localizamos os funcionários da Mercile. Isso me afasta das nossas fêmeas. Eu só me voluntariei para ser babá porque as fêmeas são proibidas de entrar no Centro Médico com você aqui. A força tarefa está de licença por duas semanas depois eu volto com eles. Você entende?
Mais perguntas encheram sua mente, mas Obsidian acreditou que o outro macho não queria sua Alli. Laurann Dohner Obsidian
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— Os humanos trabalham para você?
— Nós. — Jericho corrigiu, sua linguagem corporal relaxando. — Os tempos mudaram. Nem todos os humanos são ruins e nos odeiam. Os homens com quem trabalho são bons.
— Homens?
— Eles são humanos. Homens. Nós somos machos. — Ombros largos encolheram. — Não tente mordê-la. Você a apavorou. Ela é humana. Não está familiarizada com todos os nossos instintos quando se trata de sexo. Você entende?
Ele não entendeu, mas estava aprendendo. Seu olhar deslizou para Alli. Ainda estava pálida, cheirava a medo, e o olhava com olhos cautelosos. A decisão de marcá-la foi ruim. Seus impulsos tomaram a vantagem por causa de sua proteção com a fêmea. Ele olhou de volta para o macho.
— Nos deixe a sós. Por favor. Eu não a machucarei.
— Bom. Eu estarei no final do corredor se você precisar de qualquer coisa.
Alli protestou quando Jericho e virou para partir.
— Não vá!
O guarda xingou, girou de volta para enfrentá-la. Ele pareceu irritado enquanto olhavam fixamente um para o outro. — Dê a ele um tempo. Ele é recém-libertado e está aprendendo como lidar com isso tudo. Você é humana e tão diferente quanto podia ser do que ele conhecia sobre as fêmeas.
— Eu quero ir embora. — É melhor deste jeito. Não ousou olhar para Obsidian quando ele rosnou, seu protesto foi notado, mas rejeitado. — Eu quero ser escoltada de volta para minha casa.
Uma grande mão firmemente envolveu a mão que ela usou para impedir Obsidian de atacar Jericho. Prendeu seus dedos. Então teve que olhar fixamente para ele. A raiva marcava sua boca em uma linha severa e seus olhos marrons escuros estavam quase pretos com emoção.
— Você fica comigo.
— Eu não sou sua companheira. — As palavras foram difíceis de dizer, mas não eram menos verdadeiras. Ela não estava fazendo qualquer favor a ele ficando. Ele precisava de tempo para se curar, enfrentar as condições da sua vida mudada e lamentar sua companheira assassinada. O sexo era uma distração que só o machucaria no final. Ficaria devastada também quando percebesse isto e tudo o que ela significou para ele. Era melhor ir embora antes de se vincular muito mais a ele e se apaixonar mais.
— Você fica comigo. — Ele repetiu, sua voz alcançou um tom profundo que enviou calafrios por sua espinha.
Ela não tinha mais medo. Ele passou quando Jericho chegou para salvá-la. O fato de Obsidian querer mordê-la para prevenir que outro Espécie a quisesse foi um tanto quanto doce, de um modo distorcido. Era um exagero acreditar que ele queria rasgar severamente sua garganta com suas presas afiadas. Achou que ele queria castigá-la por enfrentá-lo por ser um imbecil arrogante.
O ar congelou em seus pulmões por longos segundos enquanto cuidadosamente escolhia as palavras. Ela exalou e inalou.
— Você poderia nos deixar a sós, Jericho?
— Sim. — O macho fugiu, alívio evidente em seu tom. Laurann Dohner Obsidian
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A porta foi arrancada de onde ele bateu na parede fazendo pedaços de gesso se espalhar pelo chão do quarto quando fechou firmemente enquanto o guarda saia. Alli olhou para Obsidian, notando mais uma vez o quão alto e grande ele era. E sexy. Seu coração doía em olhar fixamente em seus olhos e saber que tinha de dizer adeus. Ele podia ser arrogante e controlador às vezes, mas não iria se enganar em acreditar que ela não se sentia atraída por ele como uma mariposa para a chama. Infelizmente, um deles seria queimado, talvez ambos.
— Eu quero me vestir e então conversaremos.
Ele não soltou sua mão.
— Eu quero você.
Tudo é sobre sexo para ele. Mais dor apertou seu peito. — Tudo bem. Conversaremos aqui mesmo. Você teve muitas mudanças em sua vida recentemente.
— Eu não quero conversar.
Ela o ignorou como se ele não falasse.
— Sua companheira foi morta na sua frente e você...
— Eu não quero conversar. — Ele repetiu mais firmemente.
— Deve estar profundamente machucado por causa de sua perda.
— Alli, pare.
— Estou familiarizada com você porque você se acostumou a meu cheiro. Eles me advertiram que não era uma boa ideia tentar isso. — Ela parou, esperando ele interromper, mas ele apenas a observava com olhos estreitos. Ele permaneceu mudo, então ela continuou.
— Eu não lamento o que fiz, mas você irá quando vir a enfrentar tudo o que aconteceu. Está livre agora e seu mundo inteiro está diferente. Você é forte, Obsidian. Não precisa de mim como um suporte para passar por isso. Sua raiva irá passar, o pesar vai aparecer, entretanto a cura começará. Você vai ficar bom no final. Eu acredito nisso com todo o meu coração. — Respirou fundo. — Estou só dificultando esse processo ficando aqui e eu preciso retornar para minha casa. Nós dois temos coisas com que lidar.
Seu aperto aliviou e ele a soltou. Ela o soltou também e recuou para colocar um pouco de espaço entre eles.
— Isto é realmente para o melhor. — Sussurrou, esperando que ela acreditasse nisto e ele também. — Apenas viva um dia de cada vez. Eu sei como é quando alguém que você ama morre, mas você sobreviverá à perda de sua companheira. Realmente dói, mas eu prometo que melhorará. Um dia você acordará e seu coração não estará mais partido.
Ele não disse nada, seu rosto congelado naquela expressão severa. Ela lentamente se virou e fugiu para o banheiro. Sua bolsa acenava para ela e se curvou para abri-la, planejando se vestir. Ao invés disso um braço a agarrou em volta de sua cintura e ela foi erguida. Um soluço foi tudo o que ela soltou antes de experimentar a sensação de enjoo de ser transportada pelo ar.
Saltou quando caiu sobre a cama macia, chocada quando Obsidian a lançou pelo menos um metro através do quarto. Não machucou, mas o fator chocante a segurou no lugar até que seu cérebro conseguiu acompanhar. O colchão se afundou, se moveu, e então um peso pressionou em cima de suas costas onde ela se deitou esparramada em seu estômago para baixo. A enjaulou com seu corpo. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu me recuso a deixar você ir.
Uma onda de medo a percorreu enquanto sua respiração quente roçava sua orelha. A toalha deslizou para sua cintura e seu peito pressionava as costas dela.
— Obsidian, saia de cima de mim. — Sua voz se agitou.
Ele mudou se posição em cima dela e uma grande mão agarrou seu traseiro, esfregando. — Eu quero você.
— Pare com isso! — Sua cabeça se virou em sua direção e ela olhou fixamente para ele. — Você está me assustando. Você entende isso?
— Eu não machucarei você, Alli.
O som de seu nome em seus lábios naquele tom áspero fez um pouco do seu medo diminuir. Ele estava engajado na conversa e pessoalmente se endereçou a ela, algo que imaginou que ele não faria se não pudesse ser sensato ou ter perdido o controle. — Você acabou de me jogar através do quarto. Esse não é um comportamento aceitável!
— A cama não machucará você. Eu não teria feito isso se achasse que erraria.
— Você está fugindo da questão. Eu quero ir embora e você não pode me forçar a ficar aqui contra minha vontade.
— Eu poderia, mas farei você mudar de ideia ao invés disso. — A grande mão em seu traseiro a massageou. — Você irá querer também. Acalme-se e vire. Eu quero saborear você.
Ela não se mexeu quando ele se ergueu para dar a ela espaço suficiente para se reposicionar. Ele se sentou em suas pernas curvadas, esperando e a assistindo com bonitos olhos escuros. Sua língua molhos os lábios e tinha que admitir que parte dela estava tentada. A lembrança do quão talentoso ele era com sexo oral fez sua libido faiscar com algum interesse.
— Não. — Arrastou a toalha, levantou mais alto e enrolando sobre seu lado para ter uma visão melhor dele. — Eu não estou aqui para você transar à vontade e assim evitar a realidade de sua situação.
Ele franziu a testa.
— O que isso quer dizer?
— Que você quer usar o sexo como um modo de evitar enfrentar a dor de perder sua companheira.
Seu olhar desceu para demorar na curva de seu traseiro.
— Eu quero você porque você me deixa duro e você faz coisas comigo que são boas. 46 não tem nada a ver com isto.
— Ela tem tudo a ver com isso. Você precisa ficar de luto em vez de tentar me fazer ser sua substituta. Você não pode trocar de pessoas como troca de camiseta. Eu sou a Dra. Allison Ann Baker. Eu tenho trinta e dois anos de idade e minha cor favorita é azul. — As lágrimas ameaçaram, mas as piscou de volta.
— Eu mereço alguém que me queira.
Obsidian muito lentamente se inclinou e suas palmas se acomodaram na cama ao lado dela. Ele rastejou para frente, mas não a tocou enquanto levava seu rosto mais perto até que seu intenso olhar pairou centímetros acima do dela. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu entendo o que você disse. — Seu peito se expandia à medida que ele respirava fundo. — Não existe nada em você que me lembre ela. — Sua voz ficou rouca enquanto ele olhava em seu cabelo. — Você é clara e ela era escura. Macia e tão estranha. — Ele segurou seu olhar. — Você é pequena, fraca, e se assusta facilmente. Ela teria me arranhado, mordido e sangue já teria sido tirado. Você se amontoa para parecer menor, tentando escapar da minha atenção ou talvez ganhar minha condolência. Ela era uma lutadora feroz, mas você não sabe como bater. Coloque as suas mãos em forma de garra e use suas unhas para infligir dor da próxima vez que você desejar me atingir. Dentes lisos ainda machucariam se você mordesse forte o suficiente.
Alli não estava certa se deveria se sentir insultada ou assustada, mas de uma coisa estava certa. Suas palavras feriram. Perguntou-se se ele não só a usaria para sexo, mas como um caminho para achar retribuição contra os idiotas que o manteve preso por toda sua vida. Os monstros que mataram sua companheira estavam fora de seu alcance, mas ela de boa vontade concordou em ficar em seu quarto.
Ele olhou para ela, talvez esperando por uma resposta, mas não iria receber uma. Ela não sabia o que dizer.
— Minha companheira não gostava de mim. — A emoção semelhante a dor relampejou em seus olhos. — Ela não me tocava a menos que estivesse no cio e mesmo assim ela nunca acariciou minha pele ou dormiu do meu lado a menos que estivesse muito frio ou muito drogada para se mover quando eles a levavam para mim doente. Eu a abraçava para dar conforto. — Respirou fundo. — Ela me suportava e aprendemos a fazer coisas um para o outro em necessidade mútua. Ela era minha e eu era dela, mas ela não queria ficar comigo. Havia um macho que ela queria. Eles a forçaram a mim. — Ele se afastou e desceu da cama. — Eu sei que nunca tive sentimentos profundos por ela também. Não éramos companheiros de verdade, mas ao invés disso nos forçaram juntos.
A imagem que ele criou na mente dela era de partir o coração. Ela se sentou, olhando fixamente enquanto ele andava para trás em direção ao banheiro. Mil perguntas batalhavam em sua mente atordoada enquanto tentava determinar o que perguntar primeiro. A única coisa que ela conseguiu apreender era que sua companheira conheceu alguém antes de Obsidian e ela deveria tê-lo amado para rejeitar qualquer vinculo sentimental com o homem atraente em frente a ela. Isso deixou a relação fria e insensível.
— Eu fiz algo para causar sua morte, mas não sei o que. Eu devo viver com a culpa de como eu falhei com ela. Você não é a substituta de 46. Estou estranhamente atraído por você, mas estou livre. — Ele rosnou, mostrando os dentes afiados enquanto suas mãos se fechavam de lado. — Eu não vou segurar outra fêmea ao meu lado que não me quer. Não há nenhuma fechadura nestas portas. Vá, Alli. Fuja.
A última coisa que ela queria fazer naquele momento era deixá-lo. Ele estava claramente chateado e não conseguia imaginar como seria ser forçado a viver com alguém que obviamente o tratava mal. Ele mencionou violência quando disse que sua companheira o batia. Outro conjunto de perguntas surgiu, imaginando exatamente o quão desequilibrada sua relação era.
— Você não causou sua morte.
— Eles a mataram na minha frente como castigo. Laurann Dohner Obsidian
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— Eles eram uns imbecis, Obsidian. Eles roubaram você, sua companheira e os outros dois Novas Espécies de Mercile para tentar ganhar dinheiro com você. Eles...
— Você queria ir embora. Vá!
Ela se mexeu o suficiente para alcançar a extremidade da cama e agarrou a toalha para continuar cobrindo-se e se levantou com as pernas trêmulas. Entretanto ele ficava cada vez mais irritado, ela não podia deixá-lo naquele estado.
— Algumas pessoas apenas são cruéis e aqueles trabalhando para Mercile não tinham moral, Obsidian. Eles não mataram 46 por causa de alguma coisa que você fez ou não fez. Provavelmente apenas não queriam mais pagar a alimentação dela. Eles sabiam que tinham um mandado de prisão e não podiam ir para casa. Isso significava que estavam desesperados e com pouco dinheiro. Talvez a mataram para ficarem quites com tudo que sentiram que perderam jogando a culpa nos Novas Espécies, mas era culpa deles mesmos. Nunca sua. Você foi uma vítima e ela também.
Ele olhava para ela enquanto seus punhos permaneciam fechados de lado.
Perguntou-se se ele entendia o que ela estava tentando dizer e decidiu clarificar. — O que Mercile fez com você era ilegal, contra a lei, e eles estão sendo procurados para serem castigados por isto. Um mandado de prisão significa que todo o dinheiro deles foi congelado e a polícia os estava caçando. Eles eram...
— Eu não quero ouvir. Você não me quer. Isto é tudo que importa. Vá.
Se ele soubesse. Ela deu um passo tímido chegando mais perto. — Vamos sentar e conversar. Por favor?
— Por que você quer se sentar? Você acha que eu posso ouvir você melhor se minhas orelhas estiverem mais perto da sua altura? — Ele estava furioso.
— Não. Apenas pensei que seria mais confortável.
Seu braço se levantou e apontou para a porta.
— Vá!
— Eu não vou deixar você até conversarmos.
Sua vida passou diante de seus olhos, momentos de pânico quando ele se jogou nela com uma expressão enfurecida. Ele era um Nova Espécie e suas características animais estavam mais próximas da superfície que suas características humanas. Suas mãos agarraram seus braços superiores, mas não esmagou nem doeu. Olhou fixamente para ele, muda, respirando rapidamente enquanto seu coração martelava.
— Saia ou me diga que você quer que eu monte você. Minhas opções são apenas estas?
— Ou você me quer ou você não quer.
— Acalme-se, por favor. — Sussurrou. — Estou tentando fazer você se sentir melhor.
— Tire a toalha e curve-se em suas mãos e joelhos na minha frente. Isso mudará meu humor.
— É sempre sobre sexo com você?
Ele abaixou sua cabeça o suficiente para olhar fixamente em seus olhos. — Eu não quero conversar. Eu quero montar você. Ou saia ou lutaremos. Você é fraca. Não seria justo já que você não tem nenhuma força ou habilidade de defender a si mesma. — Suas mãos em seus braços Laurann Dohner Obsidian
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deslizaram mais baixo para seus cotovelos, os dedos com calos dos polegares acariciando a pele sensível no lado de dentro, também tocando os lados dos seus seios. — Eu não machucaria você, mas manipularei seu humor até que você queira ser montada. Eu fiz isso antes. Vá ou aceite seu destino.
Obsidian sempre teve um modo de mantê-la fora de equilíbrio. Ele não esperou por ela responder.
— Você não é uma substituição de 46. — Ele sussurrou. — Não insulte a você mesma ou a mim. Eu não estou cego pela lembrança dela. Você é muito atraente, mas acredita em que eu estou tão confuso do meu longo sono que eu não sei a diferença? Eu não sou uma vítima. Eu sou um sobrevivente e eu me adapto. É o que eu faço melhor. — Seus polegares continuaram provocando sua pele, deixando-a muito ciente do seu toque. — Eu quero você apesar das suas falhas. Você me atraiu para você e faz meu sangue ferver com necessidade.
Ela se inclinou mais perto dele, afetada pela confissão rouca. Obviamente não era fácil para ele admitir. Teve bastantes homens dando em cima dela antes, suas palavras eram muito mais polidas e suaves. A franqueza de Obsidian a excitou. Ele não tinha nenhuma razão para mentir ou a enganar. Foi um elogio desajeitado, mas sincero.
— Eu peguei você de frente porque eu não conseguia me afastar e queria ver seus olhos enquanto eu estava dentro de você. — Uma mão deslizou mais alto para seu ombro nu, traçou a linha dele até a garganta, onde seus dedos exploraram. — Você me fascina.
Alli esqueceu como respirar por segundos enquanto balançava para mais perto dele até que se apertou contra seu peito, olhando para cima em seus olhos escuros. Ele era sexy quando estava dormindo, impossível quando acordado, mas estava inegavelmente irresistível quando abaixava sua guarda o suficiente para soltar o exterior forte que ele projetava.
— Você me assusta às vezes. — Suavemente admitiu. — Mas agora tudo o que eu quero fazer é beijar você.
A cabeça dele balançou ligeiramente e abaixou um pouquinho mais. Alli largou sua toalha e estendeu suas mãos para cima agarrando seu rosto enquanto sua atenção se fixava em sua mandíbula. Ficou nas pontas dos pés e hesitou antes de fechar os olhos. Ela o induziu a chegar mais perto até que sua boca se esfregou na dele. Ele tinha lábios cheios, generosos que eram incrivelmente macios para alguém tão perigoso, um fato que não podia ignorar.
Ele não aprofundou o beijo, ao invés disso apenas ficou lá imóvel, respirando. Ela virou seu rosto ligeiramente para alinhar suas bocas perfeitamente e separou seus lábios o suficiente para conseguir um gosto dele quando correu a ponta da língua ao longo boca dele. Um gemido profundo saiu dele que ela sentiu contra seu peito e ele então se moveu, ambas as mãos agarraram seu traseiro. Ele a ergueu imediatamente e mais apertado contra sua ereção alta. Abriu suas coxas e envolveu suas pernas ao redor da sua cintura.
A toalha acabou amassada entre suas barrigas, mas ignorou, esperando por ele responder a seu beijo. Ele não respondeu, ao invés disso hesitava. Ela se afastou e abriu seus olhos, olhando para ele com os olhos nivelados aos deles já que ele os deixou na mesma altura.
— Qual é o problema? Eu pensei que você me quisesse. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu quero. — Suas mãos apertaram o suficiente para firmemente esmagar cada nádega e ele moveu seus quadris contra seu ventre para ela sentir sua ereção, com força enquanto esfregou contra ela pela sua calça de moletom. Ele deu alguns passos e parou na cama. — Eu colocarei você no chão. Fique de joelhos e mão no chão.
— Você quer transar comigo sem me beijar primeiro? — Não estava certo se deveria sentir-se insultada ou não. — Eu tenho mau hálito? Eu escovei meus dentes.
Ele respirou fundo, seus seios nus esmagados contra seu peito, deixando-o intensamente cientes. Ele admirou a visão.
— Eu não sei como. — Sussurrou tão suavemente que ela quase não o ouviu.
Estava agradecida por ele segurá-la em seus braços fortes. As ramificações de sua confissão a lembrou de outros indícios que ele disse sobre ser limitado em seu conhecimento sexual. Ele só pegou sua companheira no estilo cachorrinho e agora ficou sabendo que ele também nunca a beijou.
As perguntas surgiram novamente, tantas, mas principalmente se perguntou por quanto tempo ele ficou com 46. Meses? Anos? Ela usou seu domínio para que olhasse para ela. A raiva refletida nas profundidades escuras quando segurou o olhar dela.
— Você nunca beijou alguém antes? — Foi difícil fazer a pergunta. Avaliou seu rosto áspero, parecia que ele estava perto de seus trinta anos.
— Não. — Sua voz saiu áspera, seus olhos enrugados nos cantos, mas não de humor.
Notou a cor em suas bochechas. Sua pele era naturalmente bronzeada, mas não perdeu os sinais de constrangimento. Isso explicava sua falta de humor. Não precisava ser psicóloga para imaginar como irritaria um homem tão orgulhoso como Obsidian admitir que não era um mestre em algo.
— Tudo bem. Eu poderia ensinar se você quiser. — A probabilidade a deixou ávida para fazer isto. Talvez ele tivesse algo contra intimidade de boca ou algo do tipo. Ela lidou com muitas pessoas que tinham fobias de gérmen. Algumas delas lavavam as mãos cem vezes ou evitavam contato humano. Tratá-los quando odiavam serem tocados fazia seu trabalho difícil às vezes, mas sempre se acalmavam quando colocava luvas e uma máscara. — Posso perguntar por quê? Eu quero dizer, você não gosta?
Ele a soltou. Ela saltou, surpresa com a queda na cama onde caiu de traseiro. Ele se agachou diante dela e olhou.
— Minha companheira não queria meu toque a menos que estivesse com necessidade.
— Necessidade?
— No cio. — Levantou-se e virou. — Você diz que é médica, mas não sabe nada. — Aquela declaração a fez parar por tempo suficiente para bufar para ele com um olhar repugnado. — Ela precisava de mim às vezes. Ficava excitada e permitia que eu a montasse por trás. — Começou a andar novamente.
A descrição de sua vida partiu seu coração. Ele foi forçado a viver com uma mulher que amava e queria outra pessoa. Ela só permitia que Obsidian a tocasse quando desejava sexo. Alli estava familiarizada com o fato de que algumas das fêmeas Novas Espécies sofriam sintomas de seu DNA alterado. Elas entravam em cio moderado, o desejo impregnado de procriar se instilava Laurann Dohner Obsidian
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em sua genética que se manifestava com sintomas físicos. Exibiam sensibilidade em seus seios, constante excitação e consciência aguda de seus colegas.
— Ela ficava no cio. — Resmungou. Ele parou. — É assim que os técnicos chamavam.
— Eu entendi. — Era uma compreensão dura da realidade. — Essa era a única vez que vocês dois faziam sexo?
Ele assentiu bruscamente.
— Ela só permitia que eu a saboreasse ou a montasse por trás. Caso contrário não queria meu toque. — Ele olhou. — Vá, Alli. Eu não quero mais você aqui.
Ela olhou para frente de sua calça de moletom. O contorno duro de seu pênis dizia o contrário. Ela olhou para cima.
— Nós deveríamos conversar mais sobre isso.
Ele jogou sua cabeça para trás e rugiu. O som a fez se esquivar e soltou a toalha e cobriu suas orelhas. Ele se virou e seu punho atingiu a parede. Aliviou as mãos de seus ouvidos e ouviu o som de botas batendo descendo o corredor em uma corrida. Mal recuperou a toalha para esconder seus seios nus antes de Jericho estourar de volta no quarto.
— Tire ela daqui. — Obsidian rosnou. — Eu quero ela fora daqui. — Recusou-se a olhar para ela enquanto entrava no banheiro e batia a porta.
Jericho limpou a garganta.
— Você conseguiu seu desejo. Está livre para ir, Dra. Allison.
Lágrimas quentes queimaram atrás de suas pálpebras quando ela fechou os olhos.
— Dra. Allison? Vamos. Minhas costas estão viradas. Coloque algo, pegue suas coisas e você vai embora daqui. De jeito nenhum vai ficar. Você está em perigo.
Ela não acreditava nisto. Obsidian poderia tê-la batido em vez da parede. Laurann Dohner Obsidian
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12 comentários:

  1. Meu deus alguém arruma uma fêmea/mulher leal para o Jericho

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  2. Nao e Chata,,ele nao conhece nada so achou q Ela nao devia ter ficafo tanto tempo com ele sem conversar e exclarecer coisas antes ,bom mas quem resiste ne,,,,,

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    1. Concordo! Ela é uma médica e não entende nada dele. Ele só tá seguindo o instinto dele, ela é muito lenta pra entender isso.

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  3. Jericho é e sempre será meu amorzinho a coisa mais linda que Deus pôs na terra, por dentro e por fora
    Eu tô é agoniada com o Obsidian pq NADA q ele faz é coerente ksksksks

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    1. claro que nada é coerentenele.ele acabou de sair de um coma e de um lugar onde ficou anos preso.tudo ta diferente nada vida dele.ainda tem que lidar com uma mulher que é totalmente diferente da femea que conhecia.o povo aqui nao esta levando em consideraçao que ele é o primeiro que se envolve com uma humana logo depois de saír da vida q tinha antes.

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    2. tem muito poucos dias que ele acordou.ele ainda nao sabe de muita coisa da nova vida dele

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  4. Acho que jerico tinha que ganhar um companheira. Tadinho, eu amo você jerico.

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  5. Qual o significado do nome do Jericho?

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