quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Capítulo 14


CAPÍTULO QUATORZE Í
Becca conseguiu ficar em pé, mas seus joelhos estavam trêmulos. Seu segredo foi revelado, pelo menos para as pessoas na sala e piscou para segurar as lágrimas. Estava sem palavras. Só ficou ali tentando não ficar enjoada. Seu estômago se revirava de nervosismo e medo. Slade franziu a testa enquanto estudava Becca severamente.
— Ela não parece estar na Europa.
— Não. — Trisha concordou. — Você deveria ter nos dito imediatamente, Rebecca. Como enviou postais para seu pai?
— Meu falecido marido tem família lá e pedi alguns favores.— Becca piscou para conter as lágrimas. — Apenas me deixe sair. Tenho dinheiro e posso desaparecer novamente. Meu pai ... — Laurann Dohner Brawn
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Fez uma pausa, suplicando para Trisha com os olhos. — Ele não pode descobrir sobre isso. Irá a loucura e não vai deixar isso pra lá. Ele vai estar atrás de sangue e sabemos de quem ele vai que-rer. Vai culpá-lo por ter me tocado, independentemente de ter sido consensual. Nunca é razoável quando se trata de mim. Apenas deixe-me ir e vamos acabar com isso agora, antes que seja um pesadelo completo.
— Não podemos, Rebecca. Esse bebê vai precisar estar aqui onde você está segura. Flame te disse algo sobre o que esperar da gravidez? Um bebê Novas Espécies se desenvolve por completo em cerca de 20 semanas. Você está o que? Ao longo da oitava semana? — Trisha deu um passo mais perto.
— Nona.
— Você está quase na metade da sua gravidez. É por isso que já está aparecendo e pode sen-tir o bebê se mexer. Tenho um filho com Slade. A genética alterada dos Novas Espécies é forte e passa por cima de tudo, então o bebê será do sexo masculino e terá traços Novas Espécies. Você não pode só ter este bebê e escondê-lo. Seu pai vai descobrir em algum momento a menos que você minta e diga que vai ficar na Europa para sempre.
— Eu, às vezes, fantasiava sobre como inventar algo sobre um acidente de carro e, possivel-mente, fingir minha morte.— A sobrancelhas de Trisha se arquearam e Becca encolheu os ombros.
— Eu não tinha tudo planejado. Fui meio que tentando viver dia após dia para evitar o stress. — Sua mão esfregou a barriga inchada. — Penso nisso e sinto stress. Sei que não é bom para o be-bê.
— Temos que informar o pai do bebê, Rebecca.
— Não. — Becca balançou a cabeça. — É o meu bebê.
— Temos que contar. Seu pai vai descobrir em algum momento e você sabe disso. Ele vai atrás dele. Você mesmo disse. Ele precisa ser avisado no mínimo. Gostaria de trazê-lo aqui para lhe dar a oportunidade de dizer a ele pessoalmente? — Becca balançou a cabeça com firmeza nova-mente.
— Não temos nada a dizer um ao outro. Não posso impedi-la de lhe dizer, mas se o fizer, não quero nada dele a não ser que fique longe de mim.
— Você o culpa pelo o que aconteceu? — O rosto de Trisha empalideceu. — Era uma vítima também.
— Eu sei que isso não é o por que não quero vê-lo. Basta dizer-lhe que não quero nada dele, a não ser para ele ficar longe. Não tive escolha de vir aqui ou eu não viria. Por favor, não me force a vê-lo também. Por favor? — Becca odiava as lágrimas que encheram seus olhos. Hormônios e o medo do que aconteceria a deixaram altamente emocional. — Já não tenho o suficiente para lidar? — Trisha hesitou, olhou incerta, mas, em seguida, soltou um suspiro.
— Vamos verificar o bebê e te examinar. Vamos nos preocupar com isso primeiro e o resto mais tarde. Por que você não entra e tira toda a roupa? Estarei lá em um minuto.
Becca acenou com a cabeça tristemente e entrou na sala de exame. Fechou a porta no se-gundo que ficou sozinha, encostou-se e fechou os olhos. Iam dizer a Brawn e seu pai a verdade. A única coisa que ela tinha trabalhado tão duro para evitar foi um fracasso total. Fui pega. Droga. Laurann Dohner Brawn
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Droga. Droga. Colocou as mãos sobre sua barriga e esfregou. O bebê se mexeu e sabia, pelo me-nos, que uma coisa estava certa em seu mundo.
Flame franziu a testa.
— Você sabe quem é o pai do filho dela? — Olhou para Trisha, à espera de uma resposta. Ela balançou a cabeça.
— Não diga a ninguém quem é o pai até que seja informado primeiro. Merda, esta informa-ção é considerada completamente secreta, então ele será o único que você contará. Você a ouviu falar. Ela não vai dizer a ele. Preciso de você para fazer isso, Flame. — Olhou para Pink. — Nem uma palavra com ninguém sobre isso. Somos os únicos que sabem além de Justice, quando Slade o chamar. — Pink assentiu.
Flame hesitou, olhando severo.
— Para quem vou dar a notícia feliz e chocante? — Trisha olhou para o marido antes de abordar o macho Espécie.
— Encontre Brawn. Ele foi forçado a dividir uma gaiola com ela quando foram sequestrados e fizeram sexo. Isto vai ser... — Trisha suspirou e perdeu as palavras. Slade colocou seu braço ao re-dor dela.
— Difícil para todos.
— Filho da mãe. — Flame xingou. — Acho que sei onde ele está. Ouvi algumas das mulheres conversando algo esta manhã no café da manhã, antes de eu sair para o meu turno. Vou agora. — Girou, notou a expressão chocada de Pink e totalmente entendeu a emoção. Correu em direção às portas.
* * * * *
Brawn dançava perto de uma das fêmeas, feliz por estar distraído. Passou outra noite sem dormir, um dia com muita papelada e esperava usar seu corpo o suficiente para descansar. Breeze sorriu para ele, bateu seu quadril contra o dele e sua mão enrolou ao redor de seu braço.
— Obrigada.
— Pelo quê? — A girou, mergulhou seu corpo até que seu cabelo quase atingiu o chão e a puxou na vertical.
— Por aceitar vir comigo. Isso não é divertido? — Tinha de admitir, dançava olhando para as paredes. — Sim.
— Você vai me levar para jantar mais tarde.
Ele hesitou.
— Você vai. Aprendi um ditado novo. Sempre trabalhar sem diversão deixa um homem cha-to. — Ela riu. — Ou maçante. De qualquer maneira você precisa se divertir. Você está mal-humorado e rosna para todos. — Inclinou-se em seu peito e olhou em seus olhos. Todo o humor desapareceu. — Me preocupo com você. Somos amigos. Você faria o mesmo por mim.
Não pode refutar suas palavras. Balançou a cabeça.
— Estou ciente disso . Laurann Dohner Brawn
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— Você tem pesadelos? — Forçou o seu olhar com o dela.
Sonhava mas não queria admitir sobre o que. Recuou para surgir espaço entre seus corpos.
— Você não está dormindo bem. — Deu um tapinha no peito através da camisa. — Vou aju-dá-lo esta noite. — Ficou tenso.
— Eu não acho que isso seja uma boa ideia.
— Você tem evitado todos desde que foi resgatado.— Seu queixo levantou e seus olhos es-curos estreitaram com determinação. — Eu lhe devo.
— Não isso.
Ela inclinou a cabeça.
— Apenas me leve para jantar fora e me permita cuidar de você. Você precisa de um amigo e eu sou uma boa amiga.
— Você é.
— Pare de falar e dance.
Empurrou seus pensamentos para trás e agarrou a mão dela, virou-a e sorriu com o jeito que ela riu. Ver a sua alegria por tão pouco iluminou seu dia. Era um dos seus, de seu local de teste, e era seu trabalho mantê-la feliz.
Um movimento chamou sua atenção quando Flame acenou com os braços do outro lado da sala. Estava junto ao bar, olhando diretamente para Brawn. O macho tinha um olhar severo no rosto e soube imediatamente que algo estava errado. Parou de dançar e liberou Breeze. Flame caminhou em sua direção, parou a três metros e deixou todas as dúvidas que o homem tinha algo a dizer a ele. Brawn olhou para Breeze.
— Estarei de volta.
— Duvido. — Flame murmurou. Brawn o ouviu e lançou-lhe um olhar confuso.
— Algo de ruim aconteceu? Tem alguma reunião do conselho?
— Não. — Flame recuou para o bar e acenou para Hound. — Dê-me mais dois por favor. — Breeze segurou sua camisa.
— Você vai me pegar às seis, Brawn. Não me faça caçar você.
Forçou um sorriso e concordou. O soltou e andava em volta dos dançarinos para alcançar o macho. Flame levantou duas taças pequenas que continha um líquido escuro do bar onde Hound as deixou. Encontrou o olhar de Brawn e sacudiu a cabeça em direção à porta.
O que quer que aconteceu foi ruim o suficiente para necessitar privacidade. Os ombros de Brawn se endireitaram e esperava que nenhum Espécie tenha ficado ferido. Seguiu Flame para fora do bar. O macho continuou, levou-o através do lobby do hotel e ficou muito à frente dele até che-garem ao exterior. Confusão no comportamento estranho de Flame o manteve à direita atrás dele até andarem uns bons metros do hotel até a área gramada na frente. Flame girou e estendeu um dos copos.
— Beba isso. — Brawn tentou cheirar para determinar o que era, mas estava contra o ven-to. Olhou para a bebida escura, levantou o olhar e franziu a testa.
— O que é isso?
— Whisky. Já tomei dois goles grandes antes de você me ver tentando chamar sua atenção.
— Não bebo essas coisas. Laurann Dohner Brawn
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— Normalmente também não, mas hoje é uma exceção. Confie em mim. Engula. Você vai precisar disso. — Flame bebeu rápido, rosnou baixinho e agarrou o vidro vazio.
— Apenas me diga a má notícia. Suponho que algo horrível aconteceu.
— Você quer as notícias? — Flame empurrou a bebida para ele novamente. — Beba primeiro e depois lhe direi.
Irritação durou um segundo antes de pavor total. Alguém tinha morrido. Devia ser alguém que ele conhecia. Aceitou a bebida. Deu-lhe um olhar feio, mas levantou-o a seus lábios entreaber-tos, forçou a mão levantar e o gosto horrível passou pela boca quando engoliu em seco.
— Eca. Isso é terrível. — Limpou a boca para olhar para Flame. — Diga-me.— O macho hesi-tou. — Desembuche. Não me torture com o desconhecido.
— Você deveria sentar-se naquele banco à sua direita. — Brawn rosnou para ele.
— Não me dê ordens e pare de enrolar.
— Por favor, sente-se. Temos uma situação séria acontecendo no Centro Médico. — Brawn sentou-se, apenas para evitar que o macho o enrolasse mais e não queria tirar as informações dele a força. Embora estivesse tentado.
— O que está acontecendo?
Flame avançou para trás para colocar mais alguns metros entre eles. — Temos uma fêmea humana no médico que está grávida de um bebê Espécie. Tive de persegui-la e trazê-la contra sua vontade. Se recusou a vir por conta própria.
— Ouvi algo sobre isso. Me foi dito que alguma fêmea humana tinha conectado com Home-land dizendo que tinha engravidado por um dos nossos homens mas recusou a nossa prote-ção. Estou feliz que foi localizada. Encontrou o pai?
— Esse é o problema. — Flame olhou para Brawn. — A mulher se recusou a contar e droga, disse que não quer vê-lo. — Brawn não gostou da notícia.
— Você quer que o conselho realize uma reunião e tente determinar quem é o pai, pergun-tando a nosso povo? Você tem uma foto dela? Iria ajudar. Vamos mostrar aos machos e encontrar o pai se ela não revelar o seu nome.
— Trisha reconheceu a mulher e sabe quem é o pai. A fêmea grávida solicitou que seja man-tido longe dela.
— Qual é o problema? O mantenha longe. O bem-estar dela e do bebê vem em primeiro lu-gar. Você me incomodou por isso? Soa como se tudo já estivesse sob controle.
— Estou feliz que você disse isso. Fará com que as coisas fiquem mais fáceis. — Brawn incli-nou a cabeça, mais do que um pouco confuso e irritado. Flame estava falando em enigmas, não fazendo sentido.
— Não entendo.
— A mulher é Rebecca Oberto. — Flame olhou para ele com simpatia. — Toque os sinos, pa-pai?
O copo nos dedos de Brawn escorregou para o chão. Estava feliz por ter se sentado quando choque atravessou o seu corpo. Olhou para Flame, incapaz até mesmo de formar palavras, quando seu cérebro tentou assimilar a informação. Becca era a fêmea? Grávida? Seu coração explodiu em um estrondoso batimento e sangue correu para seus ouvidos. Laurann Dohner Brawn
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Flame assentiu. — Ela tentou correr e se esconder. Contou a seu pai que estava na Euro-pa. Está definitivamente grávida e é Espécie. Eu mesmo senti o cheiro dela.
Brawn de repente inalou. Fechou os olhos e um rugido feroz saiu de sua garganta. Pulou e agarrou Flame.
Não podia acreditar. Tinha que ser uma mentira. Becca não poderia estar grávida. A médica havia lhe dado comprimidos. Certamente tinha de estar tomando anticoncepcional. Teria dito a ele se tivessem criado uma vida. O macho tropeçou ao sair do seu caminho, mas foi mais rápi-do. Punhos agarraram os ombros de Flame, com o rosto abaixado e respirou fundo. Os aromas agrediram seus sentidos enquanto tentava inalar tudo
— Você a tocou! O cheiro dela está em você e eu cheiro seu medo. — Brawn rosnou, total-mente perdendo todo o controle.
O corpo de Flame voou no ar antes que ele pudesse liberar sua raiva. O macho gritou quando bateu a grama de costas uns bons um metro de distância, rolou um pouco quando foi golpeado e subiu de quatro, quando parou. O corpo de Brawn ficou tenso, pronto para atacar e se agachou. Outro rugido rasgou de seu garganta.
— Calma, maldição! — Flame ofegou. — Não a machuquei, Brawn. Ela se recusou a vir. Esta-va vivendo em uma cabana a vinte quatro quilômetros daqui e tive que levá-la para o helicópte-ro. Deveria tê-la deixado lá sozinha e desprotegida? Ela está com a médica e está segura! — As palavras penetraram sua névoa de raiva, mas fracamente. Rosnou.
— O que está errado? — Dois oficiais correram para a área, colocando-se entre os ma-chos. Quem falou se dirigia a Brawn. Flame lentamente se pôs de pé.
— Nada. Estamos bem. Este é um assunto privado. Tive que dar a Brawn algumas notícias perturbadoras. Por favor, deixe-nos. Não vamos lutar.
Brawn moveu a cabeça bruscamente, endireitou-se da posição de combate e cerrou os den-tes. Os oficiais olharam para eles antes de partirem. Brawn viu o outro macho tirar a grama de sua roupa e finalmente encontrou o olhar de Flame.
— Como você está agora? Mais calmo? Sei que deve ter sido um choque. Droga, especial-mente para você. Sei como se sente em relação as fêmeas humanas. A boa notícia, acho, que ela não quer nada com você. Não está exigindo que você se acasale e se case com ela. Realmente soli-citou que fique longe. Vai ter que morar com a gente assim você será capaz de ver seu filho quan-do quiser. Tenho certeza que vai permitir isso.
Brawn teve que forçar a sua respiração ficar lenta e ter o controle de suas emoções instá-veis. Becca está grávida. Becca está aqui. Lentamente foi em direção a Flame. — Não vou atacá-lo. Quero um cheiro mais profundo. — Flame não parecia feliz, mas manteve sua posição.
— Por quê?
Brawn se aproximou mais dele e inalou. Não foi suficiente, até que abaixou a cabeça e fechou os olhos. Seu nariz esfregou a camisa de Flame e cheirou. Becca. O cheiro dela era algo que nunca esqueceria e traçou mais dela, odiava o cheiro doce de seu medo que sentiu.
— Homem —, Flame sussurrou suavemente. — Você vai parar com isso? Alguém vai ver e fi-car com a ideia errada de nós. Estamos trazendo uma multidão de espectadores depois de ter me jogado no chão. — Brawn rosnou e levantou a cabeça quando recuou. Laurann Dohner Brawn
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— Ela está no médico?
— Sim. Não se esqueça da parte que ela não quer vê-lo. Disse que não queria nada de você, a não ser ficar longe.
Brawn rosnou, sua raiva voltou e assim a confusão. Por que se recusar a vê-lo? Não fazia sen-tido. Eles haviam criado uma vida juntos. — Estou indo vê-la ela querendo ou não.— Flame suave-mente amaldiçoado.
— Estava com medo que dissesse isso. Bloquearam o Centro Medico.
— Por quê?
— O pai dela. Você. Ela acha que seu pai vai tentar matá-lo, Brawn. Você se encontrou com o homem. Será que ele vai tentar? — Brawn deu de ombros.
— Provavelmente. — Virou-se. — Vou até ela.
— Ela não quer vê-lo.
— Não me importo. Quero vê-la. — Brawn partiu.
Seus ouvidos pegaram o feroz xingamento de Flame e então sua voz quando avisou alguém que Brawn estava indo para lá. Pegou o ritmo e suas longas pernas começaram a correr. Becca es-tava carregando seu filho, estava perto, e iria obter respostas.
Correu, permitindo que suas perguntas não respondidas o empurrassem para uma explosão de velocidade e atingiu o Centro Medico rapidamente. Teve que diminuir quando Tiger e Slade pararam na frente da porta e bloqueando sua entrada. Parou, sem fôlego, e olhou para ambos os machos.
— Movam-se.
Slade olhou Brawn cautelosamente.
— Ela não quer vê-lo, Brawn. Dê-lhe algum tempo. Já está chateada porque a obrigamos a vir. Trisha está com ela tentando fazê-la ver a razão. Minha companheira irá acalmá-la.
— Movam-se. — Brawn ordenou novamente. Seu corpo ficou tenso quando uma explosão rosnou de sua garganta sobre sua interferência.
Tiger suavemente xingou.
— Não vamos lutar, rapazes. Brawn, você está chateado agora e com razão. Você precisa ter controle sobre suas emoções. Você parece selvagem, meu homem. A fêmea está grávida. Você não acha que quando finalmente chegar a vê-la você deveria estar calmo? Acho que essa é uma boa ideia. Vamos votar. Quem é a favor de que? — Levantou a mão. Slade lançou a seu amigo um olhar feio, mas levantou a mão.
— Isso não está em debate.
— Humor. — Tiger murmurou. — Você se lembra disso, não é? Estou esperando que sim. Vamos lá, Brawn. Você parece assustador.
— Não estou rindo —. As mãos de Brawn se fecharam em punho e olhou para Slade. — O que você faria se alguém lhe dissesse que não poderia ver Trisha? Afaste-se da porta e deixe-me passar.
— Isso é diferente. Estou apaixonado por Trisha e ela é minha companheira. Você e Rebecca não tem essa ligação. — Slade não se moveu. — Vamos caminhar e falar sobre isso. Laurann Dohner Brawn
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* * * * *
Becca vestiu-se e sorriu para Trisha. — Ele parece perfeito, não parece? — Trisha sorriu de volta.
— Sim. Seu bebê está saudável e bem. Disse-lhe que seria um menino. Parece ótimo, Rebec-ca.
— Por favor, me chame de Becca. Ninguém, a não ser meu pai me chama assim.
— Estamos arranjando um quarto para você. Você precisa ficar aqui por causa do seu fi-lho. Há muitos ex-funcionários da Mercile lá fora, tentando evitar serem presos. A maioria das ins-talações de teste foram pegas durante a noite, pois estávamos com medo do pessoal tentar matar Espécies, uma vez que tentaram isso na primeiro vez. Posso compartilhar essas informações com você, porque você precisa saber. Essas malditas notícias foram estampadas em cada estação, e tivemos que assistir seus locais de trabalho serem invadidas ao vivo na TV. Apenas cerca de vinte por cento do pessoal foram presos e, talvez, mais trinta por cento se entregaram ou foram captu-rados. Isso deixa um monte de desesperados, loucos idiotas lá fora como o grupo que sequestrou você. Alguns deles podem pensar que se tiverem reféns, poderiam forçar a ONE dar-lhes imunida-de. Essa é a versão legal. Você sabia que o grupo que pegou você planejava vender os Espécies que tinham quando não o precisassem mais. Você vai ter um bebê. Você pode imaginar isso?
— Chi-ching. — Becca estremeceu. — Muito dinheiro dos imbecis. Entendo. — Horror correu através dela. — Você acha que não tive pesadelos sobre isso? Eu tive.
— Eu sei —. Trisha parecia sombria. — Há também os imbecis que odeiam os Espécies e acreditam que são nada mais do que animais raivosos e tem de serem abatidos. É por isso que não contei ao mundo que podem ter filhos. É uma situação horrível. Meu filho é a segunda geração dos bebê Espécies nascida até agora, mas temos mais duas mulheres que estão grávidas. Talvez em um futuro próximo será mais seguro para que o mundo saiba, mas agora temos de protegê-los. Esse bebê se parecerá como Espécie e não haverá dúvida quando alguém vê-lo. A única coisa que você pode fazer é ficar aqui ou em Homeland, onde estará a salvo de descoberta. Vamos restringir quaisquer humanos, além de mim e os outros companheiros. Você não estará sozinha. Você vai ter nós quatro para apoiá-la emocionalmente.
— Quatro?
— Eu, Ellie, Tammy e acredito que saiba quem é Jessie Dupree. Ela trabalhou com seu pai. — Choque atravessou o corpo de Becca.
— Ela está grávida? Ela é uh, companheira, de um Novas Espécies?
— Casou-se secretamente com Justice North, mas decidiram esperar um pouco antes de ten-tarem ter um bebê. Ninguém sabe sobre o seu casamento e não vazou para a imprensa ainda, mas isso pode mudar a qualquer momento. Tammy vive na Reserva por tempo integral e Ellie se mudou para cá uma vez que temos a melhor instalação médica e estão mais seguras de olhos curio-sos. Preferimos prevenir do que remediar. Até agora todas as gestações estão saudáveis e estamos Laurann Dohner Brawn
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esperando que continue dessa maneira. Ellie está para ter seu bebê em breve e Tammy está ape-nas um pouco mais adiante do que você.
— Isso é muito bom saber, pensei que estivesse sozinha.
— Você não está. Você e seu bebê tem uma família muito grande, Becca. Novas Espécies irá considerar isso.
— Mas não sou um deles.
— Seu bebê é e você é sua mãe. Tratam companheiras como se fosse um deles.
— Não sou uma companheira.
— Você aindaassim é da família. — Fez uma pausa. — Por que você não quer ver Brawn?
Becca hesitou, não tinha certeza se sua dor no abdômen era o suficiente para justificar, mas tinha uma lista de motivos que iam além disso. — Ele foi claro desde o momento que o conheci que não queria nada a ver com mulheres como nós. Nunca teria me tocado se não tivéssemos sido sequestrados. Fomos forçados a ficar juntos e pensamos que não iríamos ser resgatados. Ele seria vendido em algum momento e provavelmente teriam me deixado lá para morrer quando abando-nassem o deposito ou colocariam uma bala na minha cabeça.
— Deveria ter sido muito estressante.
— Foi e foi por isso que Brawn e eu acabamos ficando próximos. — Trisha hesitou.
— Estou curiosa. Dei-lhe antibióticos. Você os tomou?
— Não. Eram comprimidos para cavalo e os joguei fora. Por que você quer saber? — Esten-deu a mão e tocou-lhe a testa. — Não estou com febre, estou? Teria notado se tivesse algum tipo de infecção no sangue pelas agulhas que usaram. — A médica hesitou.
— Não eram para combater uma infecção. Os comprimidos eram para impedi-la de engravi-dar. — Seu olhar caiu para a barriga de Becca arredondada. — Me perguntei se você não os tinha tomado ou simplesmente não foram eficazes. Tenho a resposta agora. — A raiva subiu instantane-amente dentro de Becca.
— O quê?
— Eu sei. Foi muito errado não dar-lhe uma escolha, mas deve perceber o quanto precisáva-mos proteger esse segredo. Como você disse, você não é uma companheira e não poderíamos dei-xá-la sair se houvesse uma chance de você estar grávida. — Trisha encontrou seu olhar. — Tente entender a nossa posição. Você preferiria que mantivéssemos você aqui contra a sua vontade até descobrirmos com certeza se você estava grávida ou não? Essa era a única outra opção. Não é apenas sobre você e seu bebê. É sobre meu filho, o de Ellie e o de Tammy. Todos os futuros bebês Espécies.
Demorou muito para Becca lutar contra sua raiva e o sentimento de traição. Tentaram abor-tar a gravidez dela. Cerrou os dentes. — Sinto muito. Honestamente. Você estava traumatizada o suficiente e estávamos tentando protegê-la contra danos adicionais. Diga-me honestamente que esta gravidez não dificultou sua vida.
— Eu quero este bebê.
— Eu sei. — As características de Trisha se suavizaram. — Acredite em mim, posso adivinhar o quanto você já passou para tentar esconder e proteger seu filho. Teria feito o mesmo. — Mordeu Laurann Dohner Brawn
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o lábio inferior. — Por que você não nos disse? Você é uma mulher inteligente e não consigo ima-ginar como você pensou que poderia fazer isso sozinha. — Becca calçou os sapatos.
— Teria que admitir que estava trancada dentro de uma gaiola com Brawn e contado a meu pai o que aconteceu entre nós. Você não viu como ele agiu por semanas depois disso. Ele ... — Suspirou. — Estava realmente irritado e irracional. Quase louco, para ser honesta. Tive que jurar que ninguém me tocou. Teria matado Brawn e ainda matará quando descobrir. — Lágrimas enche-ram seus olhos. — Ponha-se no meu lugar agora. Meu pai ama seu trabalho, ama os Novas Espé-cies, mas jurou matar qualquer um deles se tivesse me tocado. Está disposto a ir para a prisão e Brawn é o pai do meu bebê. Só queria proteger ambos.
Um rugido atravessou o edifício. Becca e a médica se assustaram. Becca agarrou Trisha. — O que foi isso?
— Meu melhor palpite? Brawn está lá fora. Ele está vivendo na Reserva. Ele e outro membro do conselho foram designados para cá e foi informado sobre o bebê.
— Não quero vê-lo.
Algo caiu no corredor, vidro se quebrou e alguém reclamou. Trisha xingou, uma expressão de pânico em seu rosto. — Parece que você não vai ter uma escolha. Oh merda. Preciso chegar até lá. — Soltou-se de Becca. Um rugido encheu o ar e outra coisa caiu.
— Slade! — Trisha gritou seu nome enquanto empurrava a porta e corria para o corredor.
Becca olhou pela porta. Trisha correu e quase colidiu com um corpo grande que, de repente encheu o final do corredor. Duas mãos fortes agarraram a médica, a impediu de cair e Brawn a colocou de lado para tirá-la de seu caminho.
— O que você fez com meu marido? — Trisha gritou para Brawn.
Ele rosnou alto o suficiente para Becca ouvir, levantou o olhar até que não tinha dúvida de que focou nela e deu um passo mais para perto, depois outro e continuava a se aproximar. A ex-pressão furiosa mascarava seu rosto bonito e normalmente não podia deixar de ver um monte de pele desde que a sua camisa havia sido rasgada revelando um lado inteiro do seu peito.
Terror a agarrou enquanto cambaleava para trás e disparou um olhar para longe da ameaça à procura de uma fuga, mas não havia nenhuma. A pequena sala tinha uma janela, mas não viu um puxador nela para abri-la e tudo o que podia fazer era colocar a mesa de exames entre eles.

3 comentários:

  1. Que mulher infantil. Encara teus problemas minha filha

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    1. Infantil?? Ela foi sequestrada, o pai dela mentiu sobre o braw , ela ta grávida e passou um longo tempo sozinha. Não fique criticando antes de ler o resto.

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    2. E sem contar que pelo mentira que as pessoas contaram falando que ele não queria ver ela e vice-versa ela pensou que ele rejeitará ela e ainda tiraria o bebê dela

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