quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Capítulo 13

CAPÍTULO TREZE Í
Flame estudou a cabana que parecia sem vida e acenou para a equipe humana na fren-te. Cuidadosamente aproximou-se da cabana, três deles se mantiveram fora da vista nas árvo-res. Um dos humanos, Bobby, bateu na porta da frente. Usava calça jeans e tinha manchas de gra-xa nas mãos. Todos estavam vestidos com roupas casuais para que não parecessem suspeitos e assustarem a mulher se a encontrassem. Tinham uma história para encobrir se alguém abrisse a Laurann Dohner Brawn
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porta. Bobby iria pedir para usar seu telefone para chamar um reboque para seu suposto carro quebrado.
Ninguém respondeu. Bobby olhou pela janela e acenou para todo mundo na frente quando caiu de joelhos. Pegou a fechadura e abriu a porta no tempo em que Flame chegou a seu la-do. Olhou ao redor da pequena sala de estar e Bobby virou-se para Flame.
— Alguém está definitivamente morando aqui. — Flame andou mais para o interior da casa e inalou. — É uma mulher que vive sozinha. Senti o cheiro dela.
Sua frequência cardíaca aumentou com a excitação que este poderia ser o lugar certo quan-do viu um berço em um dos dois quartos.Tudo para a criança cheirava novo e não usados. O se-gundo quarto era o da mulher e puxou as cobertas, inclinou-se e pressionou o nariz contra o lençol. Uma boa bufada e sabia que finalmente localizou a mulher certa. Podia sentir o cheiro dela, o cheiro fraco de gravidez, e Espécie.
Flame puxou o telefone celular enquanto se virava para a equipe humana. — Este é o lugar certo. Ela deve estar voltando em breve, suas coisas estão aqui, então executem o plano. — Bobby pegou seu rádio.
— Cancelem a busca. Nós a encontramos. Retornem à base e fiquem fora de vista.
Flame discou para a Reserva. — A encontramos, mas ela não está aqui. Acredito que deva voltar em breve. Senti o cheiro do que esperávamos encontrar. Vou esperar escondido até ela vol-tar. Tenha o helicóptero de prontidão e abastecido. Quero que o enviem no segundo que eu a ti-ver. — Desligou e olhou para os homens ao redor dele. — Posso lidar com ela. Acho que é melhor se eu fazer contato sozinho. Vá em frente e retorne à base.
Bobby, o líder da equipe da força tarefa olhou para Flame, hesitou. — Você tem certeza? Vou ficar para trás como apoio.
— Não. Esta não é uma situação perigosa. Estamos fazendo um favor para Trisha. Sua prima fugiu de um marido abusivo e estava preocupada. Não iria lutar ou causar danos. Só vou dar-lhe uma mensagem.
— Oh .— Raiva tencionou as feições de Bobby. — Nós fizemos tudo isso para nada? — Girou, afastando-se.
Flame o deixou ir e odiava o deixar com raiva. Gostava do time, mas não tinham comparti-lhado por que estavam procurando pela mulher, não queria lhes dizer porque ela era tão impor-tante e não planejava contar. Quanto menos soubessem melhor, mas precisavam deles para fazer contato, bater nas portas. Qualquer pessoa que abrisse a porta para um Espécies teria se alarmado e palavras poderiam ter se espalhado. Não era algo que não fofocariam ou pior, chamariam a polí-cia. Isso significava que os repórteres iriam receber uma história e tanto. A fêmea poderia ter ouvi-do falar que estavam na área e fugido.
Flame viu os homens saírem. A ONE estava apavorada que se vazasse que poderiam ter filhos com humanos, causaria uma série de problemas. Confiavam na força-tarefa, mas os tabloides ofe-reciam muito dinheiro para alguns resistirem. Somente manter essa informação conhecida aos Espécie e seus companheiros era essencial. Todos que conheciam a verdade estavam pessoalmen-te envolvidos para proteger esse segredo. Fechou e trancou a porta da frente, encontrou um bom local para esperar e se encostou na parede interior. Tinha paciência. Laurann Dohner Brawn
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* * * * *
Becca sorriu e esfregou seu estômago quando o bebê chutou suavemente. Tinha certeza de que era o sentimento de vibração que continuou sentindo. Deixava-a feliz toda vez, assegurando-lhe que tudo estava bem dentro de sua barriga.
— Eu sei.— Levantou a mão para segurar o volante com as duas. — Esta estrada de terra é um pouco grosseira e é uma merda. Você sente isso, não sente? — Desacelerou o carro um pouco em seu caminho para a cabana. Conversar com o bebê havia se tornado seu passatempo favori-to. — Nós estamos quase em casa.
Estacionou em frente à porta, desligou o motor e soltou o seu cinto de segurança. Se levan-tou, se estendeu um pouco e balançou seu traseiro. O bater em torno de estrada de terra sempre fazia seu traseiro ficar um pouco dormente. Empurrou a porta, abriu-a por trás e inclinou-se para agarrar os dois sacos de compras.
— Com fome? Estou morrendo de fome! Perdemos o café da manhã quando ficamos sem lei-te e levou mais tempo do que o normal para chegar a cidade, graças ao caminhão tomando conta da estrada. Não estava pretendendo tentar ultrapassá-lo.
Ergueu os sacos pesados, usou seu quadril para fechar a porta e subiu os degraus da varanda, com cuidado para não tropeçar. A cadeira ao lado da porta sustentou um saco enquanto usava as chaves para entrar, virou-se e pegou a sacola de novo. Seu pé empurrou a porta que se fechou atrás dela.
— Eu quero um bife grande. Isso não soa gostoso? E leite. — Entrou na cozinha, despejou os sacos em cima do balcão e chegou perto dos pacotes de carne. — Desculpe o roncar da barriga que você está ouvindo. — Riu. — Aposto que é muito alto aí onde você está já que posso ouvi-lo daqui.
Pegou uma frigideira que havia deixado no fogão, a puxou para a boca da frente e rasgou o plástico. Morrer de fome era um eufemismo. Fome parecia a atormentar constantemente. Deixou o bife na frigideira e jogou a embalagem no lixo ao lado do fogão.
— Cinco minutos, garotinho. Estaremos devorando leite e comendo carne.
Virou-se para arrumar o resto dos mantimentos e um movimento a assustou. Um homem al-to, vestido de jeans e uma camiseta preta entrou em sua cozinha, tendo passado primeiro pela sala de jantar. Terror consumiu-a instantaneamente. Não havia trancado a porta quando entrou na casa e olhou assustada para o homem.
— Oh merda. — Murmurou. Não era apenas um estranho normal vindo roubá-la ou matá-la. Era um Nova Espécie. Seu cabelo vermelho claro balançava com o vento e seus olhos felinos piscaram para ela. Suas mãos subiram lentamente, as palmas afastadas de lado.
— Calma, fêmea. Não estou aqui para machuca-la. Vim para conversar. A doutora Trisha me enviou. Sou Flame. Não se alarme. Laurann Dohner Brawn
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Becca recuou. Alarmar? Um Nova Espécie estava dentro de sua cabana. Suas mãos correram protetoramente sobre seu estômago e o olhar dele desceu, observando sua reação. Olhou para ela, segurou o olhar nela e permaneceu onde estava. Ela recuou mais.
— Cuidado. Há uma panela quente atrás de você. — Ele ficou tenso. — Não se queime.
— Saia. — Sussurrou, o coração batendo forte.
Parou de se mover, mas entrou em pânico por dentro. Cometeu um grande erro confiando naquela médica e, obviamente, rastrearam sua ligação. Tiveram que fazer isso para encontrá-la. A prova estava em sua cozinha, olhando para ela.
— A Doutora Trisha está preocupada. Você está a salvo e ninguém vai machuca-la. Só quero ter certeza de que você e o bebê estão bem. Ela voou para a Reserva há dois dias, quando falou com você pela ultima vez. Ela não rastreou sua ligação. Nós rastreamos, pela torre de celular local que retransmitiu a sua ligação. Não fique com raiva dela. Não quebrou sua promessa, mas não ti-nha controle sobre o que fizemos. — Seu olhar baixou para seu estômago novamente e cheirou. — Seu bebê é Nova Espécie e você precisa de cuidados especiais durante a gravidez.
— Apenas esqueça que você me encontrou e vá embora. — Pediu Becca enquanto piscava para conter as lágrimas. — Apenas me deixe em paz.
Encontrou seu olhar novamente e tristeza encheu seus olhos exóticos. — Não posso fazer is-so. Você e seu bebê precisam ver um médico. Você está a meio caminho em sua gravidez. Se dei-xamos você sozinha, você ficaria em choque quando chegasse o quinto mês. É quando seu bebê ficará completo.
A boca de Becca caiu aberta. Levou um segundo para se recuperar. Imaginou que o bebê se desenvolvia mais rápido, mas nada a preparou para isso. — O quê?
— É um bebê Espécie. Ele vai ser macho, vai se parecer como um Espécie e vai nascer por volta de cinco meses. Nos desenvolvemos mais rápido. Você disse a médica o suficiente para que soubesse que o pai do bebê é como eu. Sou felino. O bebê terá características como o pai. Você não será capaz de dar a luz a essa criança sem ninguém dar uma olhada e saber como ela es-tá. Grupos de ódio virão atrás de você e de seu filho. Vão tentar matar ambos. As Indústrias Merci-le pode vir atrás de você e também de seu filho. — Fez uma pausa. — Alguns dos funcionários ain-da estão lá fora, evitando ser capturados, sendo caçados, e podem tentar usá-lo tanto como poder contra nós, ou pior. Você está colocando você e seu bebê em perigo grave não vindo conos-co. Nunca faríamos mal a você ou a seu filho. Nunca o tiraremos de você. Sua frigideira está quei-mando. Posso desligar o fogo?
Becca virou a cabeça, viu a fumaça e o cheiro de carne queimando finalmente foi registra-do. Estendeu o braço para desligá-lo. Se afastou do fogão, mas manteve a distância dele. Ele conti-nuou parado, não se movendo enquanto a olhava com cautela.
— Ninguém sabe sobre esse bebê. Tive um monte de trabalho para me esconder. Estou bem onde estou e você pode sair. — O Nova Espécie franziu a testa.
— A Reserva fica a vinte quatro quilômetros daqui. Deixe-me levá-la para lá para permitir que a Doutora Trisha cheque você e o bebê. Se você se recusar, vamos apenas colocar um detalhe de segurança em sua casa para mantê-los seguros. Isso não está em debate. Você e a criança preci-Laurann Dohner Brawn
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sam ser vigiados o tempo todo. É mais perigoso para você aqui, mas nunca a forçaríamos ir. Sabemos disso. — Balançou a cabeça.
— Não posso ir com você e você não pode enviar as pessoas aqui para me proteger. Você não entende. Não te conheço, o que é bom, mas não vai custar tanto, se alguém me reconhecer. — Terror tomou conta dela. — Existem humanos ao redor ou é só você?
— É só eu.
— Graças a Deus.— Ela conseguia respirar novamente. — Por favor, esqueça que você me encontrou e vá embora. A pior coisa que poderia fazer é enviar segurança aqui. Jure-me que não vai fazer isso.
— Explique por que isso é perigoso. Iria protegê-la.
O bebê chutou forte. Becca se encolheu e esfregou seu estômago. O macho dos Espécies sor-riu repentinamente quando encontrou seu olhar.
— Eu vi isso. Ele é forte. Trisha disse que pelo tempo em que estava em sua sexta semana sentia como se seu filho pudesse chutar até sair. — Choque rasgou através de Becca.
— Doutora Trisha? — Flame assentiu.
— Tenho permissão para te contar. Está confirmado que você está grávida de um dos meus. Ela tem um filho chamado Forest, que é Espécies. Trisha é casada com um dos nossos. Teve o seu bebê em vinte semanas. Gostaria de ver o filho dela? Gostaria de ver como seu bebê vai se parecer? Espécies são fofos quando crianças. Ele é uma mistura canina, então suas características são um pouco diferentes, mas acho que você vai ter menos medo de ter um bebê Espécies se vir Forest. Ele alegra os corações de todos.
— Não posso ir. Você precisa sair e não deixe que enviem qualquer outra pessoa. — Franziu o cenho.
— Você precisa ver um médico. Você está com medo. Posso cheirar seu medo. Por favor, pa-re de ter medo. Prefiro me matar do que lhe causar algum dano. Qual é seu nome? Pesquisamos mas não conseguiu encontrar nada com seu nome.
— Nós? — O medo aumentou. Flame franziu o cenho.
— Vocês está apavorada. — De repente, empalideceu. — Um de nós a machucou? — Seu fo-co foi para seu estômago e depois voltou para seu rosto. — O pai te machucou? Te forçou? — Ba-lançou a cabeça. O franzido de Flame se aprofundou —. Mas você tem medo. Por quê? — Encon-trou seus olhos.
— Não quero que o pai do meu bebê saiba. Pelo menos ainda não. Tenho o suficiente para me preocupar sem lidar com a péssima situação com ele. Também não quero que minha família saiba. É ... Complicado.
— Você está apavorada. Diga-me por que. — Becca mordeu o lábio.
— Não posso. Vamos apenas dizer que minha família está em uma situação de ferir o pai e enquanto eu não seja uma fã dele, não quero que nada aconteça com ele. Também não quero que meu bebê cresça sem qualquer família e a minha presa por homicídio. Você só precisa ir embora.
Flame a observava enquanto suas feições suavizavam. — Você não está me dando nenhuma escolha a não ser fazer isso do jeito que eu não pretendia. Não vou reconsiderar deixar você desta forma, sem um detalhe de segurança. Estava certo de que poderia te convencer em ir comigo, mas Laurann Dohner Brawn
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agora vejo que está determinada a ficar. — Olhou para a barriga mais uma vez, respirou fundo, e seu olhar endureceu quando se encontrou com seus olhos. — Eu sinto muito. Não tenha medo, mas você vai comigo. Você vai ver a médica, terá segurança por turno e isso não está em deba-te. Você está em extremo perigo, obviamente, de qualquer maneira e foi uma boa coisa encontrá-la. Por favor, não lute comigo. Pense no seu bebê. — Moveu-se. Becca recuou e seu traseiro bateu no balcão.
— Não.
Em quatro longos passos já a alcançou e as mãos cuidadosamente seguraram seus braços su-avemente.
— O helicóptero vem. Você iria ouvi-lo em algum momento e saberia que planejava levá-la você concordando ou não. Não quero causar-lhe medo e lembre-se ninguém vai te machu-car.Vamos para a Reserva onde Trisha vai olhar você e o bebê. Você não tem escolha. Mantenha a calma para o bebê.
— Deixe-me ir, maldição! — Becca gritou e tentou se contorcer. De repente, a largou e facil-mente a colocou em seus braços. Becca gritou e agarrou sua camisa. — Ponha-me no chão. — Não lutou, com muito medo que a deixasse cair e ele era alto. Seria uma longa queda ao chão.
— Pense no seu bebê. — Rosnou alto. — Relaxe e diminua a respiração. Calma.
Terror atingiu Becca, mas acabou rasgando sua camisa. Seus dedos agarravam o material, se agarrou a ele e tentou encontrar palavras que fariam o grande Nova Espécies colocá-la no chão.
— Isso é sequestro! Sim. É ilegal e você não está na propriedade ONE. Sou uma cidadã ameri-cana e me recuso a ir com você. Você não pode fazer isso. É contra lei. — Olhou para ela e arqueou uma sobrancelha, enquanto a carregava pela casa.
— Estou ciente de algumas de suas leis. — Segurou-a mais apertado contra seu peito volu-moso. — Você está segura.
Sabia que não conseguiria se livrar dele e ele não iria mudar de ideia. Estudou o rosto bonito, não viu a raiva lá, mas pura determinação era fácil de ler. Flame a estava levando para a Reserva não importasse o que acontecesse. Ouviu o helicóptero se aproximando enquanto chegava à porta da frente. Foi aberta, algo que ele deveria ter feito antes a assustou na cozinha, fazendo-a descon-fiar de que planejava levá-la em primeiro lugar.
Por favor, não seja o piloto do meu pai, orou em silêncio, vendo o helicóptero pousar entre a as árvores e sua cabana. Conheceu o piloto do seu pai, mas não conseguia lembrar seu no-me. Embora se lembraria dela, com certeza. Seu pai ostentava fotos dela em seu escritório no trabalho. O piloto poderia ter esquecido dela por causa da breve reunião que tiveram na casa de seu pai, mas olhando para as fotos dela em um escritório quase todos os dia podia fazer alguém gravar um rosto.
Alívio a varreu quando viu o piloto do helicóptero. Era muito mais velho do que o piloto do seu pai, e não era ninguém que já havia visto antes. A porta traseira se abriu. Ficou tensa nova-mente, rezando para nenhum membro da equipe da força-tarefa estar lá dentro. Dois machos dos Espécies saltaram para fora. Ninguém mais estava dentro do helicóptero e relaxou. Ainda estava segura e desconhecida até o momento. Seu pai não estava recebendo nenhuma ligação que provo-caria um tumulto. Laurann Dohner Brawn
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Flame levou-a para baixo dos degraus da varanda e dirigiu-se aos dois oficiais ONE que esta-vam ao lado do helicóptero a espera. — Peguem suas coisas e tranquem a cabana. Tem comida no balcão que precisa ser jogada fora. O helicóptero voltará para vocês em meia hora. — Gritou.
Os homens concordaram. Becca olhou para os rostos novos, nenhum familiar, e engasgou quando de repente a agarraram dos braços de Flame. A levantaram, com ela ainda descansando em seus braços fortes, para o helicóptero. Flame abaixou a cabeça, levou-a para um banco e se sentou. As portas se fecharam.
Ajeitou-a para colocar o cinto, mas teve cuidado de manter um braço ao redor de suas cos-telas todas às vezes no caso dela fugir. Considerou, mas o helicóptero decolou. Era tarde demais e desejava que não estivesse tão alto lá dentro. Adoraria tentar convencê-lo a levá-la de volta, mes-mo que fosse sem sentido. O homem era teimoso e conhecia bem o tipo. A imagem de seu pai pas-sou pela sua mente. Assassinaria Brawn, enlouqueceria e talvez até mesmo atiraria em outro Espé-cie. De jeito nenhum iria acreditar que não foi forçada a ter relações sexuais com Brawn. Mesmo que aceitasse que sentiu-se atraída por ele, aos olhos de seu pai, as circunstâncias teriam feito o seu consentimento inválido.
Lembranças de dois dias após ter sido resgatada emergiram. Seu pai repentinamente entrou na casa dela, abraçou-a e a puxou de voltar para estudar seu rosto. Suas palavras ainda a assom-bravam.
— Fiquei em uma situação infernal quando você foi sequestrada, querida. Jurei protegê-los, mas merda, teria matado um Nova Espécie se tivesse sido algum tipo de pesquisa de procriação para onde a levaram. Não teria me importado se estivessem drogados ou fossem vítimas. Você é minha menina e cada um que tivesse tocado em você teria que morrer. Não conseguia dormir à noite sabendo que estava indefesa lá, com medo. Não podia suportar o pensamento de alguém ter tocado em você.
Mentiu e assegurou-lhe que nada aconteceu, mas ele se recusou a parar de falar sobre o que teria feito. Ficou lá e o deixou abraçá-la outra vez, sabia que iria para a prisão para mostrar sua versão de amor e ficou aterrorizada com o que ele faria se descobrisse que teve relações sexuais com Brawn.
O helicóptero sacudiu um pouco com a turbulência, puxando-a de seus pensamentos e pâni-co a golpeou. A doutora Trisha iria reconhecê-la no segundo que se encontrassem. Foi a médica que a examinou depois que foi resgatada do deposito. Virou a cabeça para olhar para Flame.
— Você não pode fazer isso comigo. Deixe-me ir, maldição. Você não entende. — Gritou para ser ouvida, sabia que ele entendeu suas palavra e isso a encorajou. — Por favor?
Parecia um olhar de desculpas, mas balançou a cabeça. Seu poder sobre ela apertou como se temesse que tentasse se levantar e correr para a porta. Não era estúpida ou suicida. Mais turbu-lência os sacudiu e Becca sentiu-se de repente enjoada. Colocou a mão na boca para cobri-la.
Flame xingou e a levantou de seu colo, a segurando centímetros acima para diminuir o mo-vimento do voou. — Feche os olhos e respire pelo nariz. — Ordenou em voz alta. Ajustou o seu domínio suficiente para envolver seu pulso com o polegar.
Isso distraiu Becca o suficiente para diminuir a náusea, mas não aliviou muito. Seu abraço so-bre ela era muito gentil, quase a fez lembrar de Brawn. Fechou os olhos e escondeu o rosto contra Laurann Dohner Brawn
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seu pescoço. Sua pele era quente, os braços fortes e o corpo grande pareciam assustadoramente semelhantes aos de Brawn também.
— Estamos quase lá. — Disse Flame alto o suficiente para ser ouvido. — Estou com você e es-tá quase acabando.
Os pensamentos de Becca correram desenfreados. Brawn estava prestes a descobrir sobre o bebê. Seu pai lhe disse que ele era um membro do conselho. Seria informado que ela estava na Reserva, assim que a doutora Trisha a reconhecesse. Lágrimas encheram os olhos e odiou quando algumas delas se derramaram contra o pescoço de Flame. Ele acariciou-a com a cabeça, provavel-mente tentando confortá-la o que piorou a situação.
Não queria ver Brawn. Não tinha ligado e ainda estava magoada e com raiva por ter significa-do tão pouco para ele quando acreditavam que tinham compartilhado algo especial. Ficaria choca-do ao saber que estava grávida, provavelmente tão surpreso quanto ela ficou, mas estava com medo que estivesse furioso também.
Na pior das hipóteses, Brawn talvez quisesse tirar o bebê dela. Flame disse que não fariam is-so, mas sabia o suficiente sobre os Novas Espécies para saber que a maioria das leis não se aplica-vam a eles. Poderiam simplesmente jogá-la para fora dos muros da ONE depois que desse à luz e mantê-la longe para nunca ver seu filho de novo? Quem poderia impedi-los? Sua propriedade era considerada território soberano. Não respondiam a ninguém, tinham suas próprias leis.
Obviamente Brawn não dava a mínima para ela, mas poderia querer o bebê. Mais lágrimas se derramaram e a ideia de seu pai o matando já não parecia tão horrível. Forçou sua mente a parar com essa linha de pensamentos. Não confiava nos homens, mentiam e fingiam ser o que não eram. Aprendeu essa lição dolorosa, horrível com seu primeiro casamento.
Ela nunca havia tomado o grande e destemido Espécie por um babaca, mas estava errada. Ele teve um motivo para voltar a sua casa, coletar seus pertences, para que pudessem conversar pes-soalmente depois que foram libertados, mas evitou todo o assunto tendo seu pai arrumando suas coisas. Queria esquecer tudo sobre Becca e o que aconteceu entre eles. A mensagem foi alta e cla-ra, e bem dolorosa para ela.
O helicóptero pousou, bateu no chão duro e sacudiu a tirando de seus pensamentos sobre Brawn. Flame levantou-se, inclinou a cabeça e caminhou até a porta que se abriu do lado de fora antes de chegar lá. Becca levantou a cabeça, olhou em seus olhos e jurou que viu pena lá.
Virou a cabeça para olhar para o lado de fora, preocupada que alguém que a conhecia esti-vesse esperando. Uma mulher Nova Espécie estava parada ali, e sorriu. Era alta, musculosa e usava um uniforme ONE. Seu olhar fixo na barriga de Becca e não teve dúvida que a Nova Espécie sa-bia ela estava grávida. Preocupou-se que essa palavra poderia estar se espalhando para longe o suficiente para chegar a seu pai, mas até agora não achava que sabiam seu nome. Era só uma questão de tempo.
Dois homens Novas Espécies a assustaram quando saíram um de cada lado das portas aber-tas e se aproximaram. Becca não sabia que estavam ali. Mais uma vez Flame foi levantado e os machos o colocaram suavemente no chão. O Espécie uivou deu-lhes um olhar agradecido. Laurann Dohner Brawn
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Seu captor caminhou em direção a um SUV preto que os esperava e olhou por cima do om-bro para ver a mulher segui-los. Quando estavam seguros, o helicóptero decolou novamen-te. Becca sacudiu a cabeça ao redor para evitar a corrente de ar das lâminas grandes.
— Prazer conhecer você. — A mulher Espécie gritou, correndo para alcançá-los. — Me chamo Pink.
Becca encontrou os olhos da mulher. Tinha visto apenas algumas das mulheres Novas Espé-cies, eram muito atraentes , pelo menos todas que viu até agora. Os machos já foram fotografados algumas vezes, mas nunca as fêmeas. Havia rumores de que pareciam muito feias para serem es-condidas das câmeras. Isso só provou o quão errado rumores podiam estar.
— Qual é seu nome? — Becca abriu a boca, mas depois fechou.
— Apenas me chame de Ferrada. — A mulher piscou, seu sorriso desapareceu e seu olhar abaixou para o estômago redondo de Becca.
— O que certamente você está, já que está nessa condição.
Becca riu de repente, incapaz de evitar e gostou da mulher instantaneamente.
— É. De tantas maneiras diferentes. Sinto muito. Isso foi rude da minha parte. Estou apenas em um mundo de problemas e venho tendo um dia realmente ruim. — Você está segura aqui. — Pink sorriu novamente. — Ninguém vai te machucar. Você e seu bebê são bem-vindos a ONE e são considerados da família. Seu bebê é Nova Espécie e você é considerada como tal, já que é a mãe.
— Obrigada. De verdade. — Emocionou-se com o fato de estranhos estarem tentando ser tão gentis. Realmente desejava que a deixassem ir. Isso seria o melhor de tudo, mas não iria acon-tecer. — Para onde vamos?
— Para o Centro Médico. — Flame respondeu enquanto esperava Pink abrir a porta traseira para que pudesse colocar Becca no banco. — A Doutora Trisha está esperando por você.
Becca virou a cabeça para olhar para o terreno aberto com toneladas de grama e um monte de árvores à distância. Nunca foi à Reserva. Fotos dela nunca foram liberadas e todos os helicópte-ros e aviões foram proibidos de voar sobre ela. A ONE guardava seus territórios com cuidado.
Pink andou ao redor da SUV para dirigir enquanto Flame subiu no banco de trás com Becca, como se estivesse preocupado que tentasse fugir. Não teria feito qualquer bem. Sabia que as pa-redes de segurança totalmente fechavam a vasta propriedade da Reserva e que nunca fugiria. Diri-giram lentamente, em direção aos edifícios que estavam à vista.
Becca estudou o prédio de dois andares que Pink estacionou em frente. Não tinha uma pare-de de vidro na frente como a do Centro Medico de Homeland. Este edifício tinha pequenas, janelas escurecidas que foram elevadas acima do solo. Flame abriu a porta do carro e deslizou para fora, segurando a mão para ajudá-la. Seus olhos de gato olhou para ela com seriedade.
— Devo carregá-la ou vai caminhar por conta própria? — Hesitou.
— Você tem uma arma? — Ele piscou.
— Está no coldre no meu tornozelo, mas você não será capaz de pegá-la de mim.
— Você poderia simplesmente atirar em mim? Confie em mim. Todos nós estaríamos numa situação melhor.
Pink riu quando se virou para a frente da SUV.
— Ela está Ferrada. Laurann Dohner Brawn
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— Isso é exatamente o que eu estou. ― Becca concordou
Flame não se divertiu quando suspirou e estendeu a mão para Becca. Deu um tapa em suas mãos. — Eu vou. Posso andar por conta própria.
Flame se manteve perto de Becca quando deslizou para fora do assento e se levantou. Pink se manteve a poucos metros de distância, mas os Novas Espécies permaneceram em cada lado, provavelmente preocupados dela fugir. Tinham razão para se preocupar, Becca admitia, e estava tentada a experimentar, embora a realidade a impedisse e ergueu o queixo. Não havia outra ma-neira de evitar enfrentar o que a esperava lá dentro. Deu um passo hesitante e depois outro, sen-tindo-se como uma pessoa condenada.
Flame abriu a porta e a conduziu para dentro. Becca saiu do sol para o ar condicionado, a sala de espera era grande. Estava totalmente em silêncio, o vazio a cumprimentou e parecia um pouco assustador.
— Trisha tirou todos daqui. — Pink informou-lhe em voz baixa. — Tirou os funcionários dos Novas Espécies e humanos. Queria que se sentisse segura. Estamos levando-a para uma sala de exames, onde ela pode ter certeza que você está bem e tem planos de olhar o bebê com suas má-quinas. Disse que isso será bom você ver seu filho no monitor.
As pernas de Becca pareciam como se estivessem cheias de areia enquanto dava cada passo através da recepção e por um corredor. Teve um vislumbre da médica. Trisha estava de costas para Becca, seu cabelo loiro em um rabo de cavalo e falava com um homem Nova Espécie alto com ca-belo listrado. Estava sorrindo para Trisha e se inclinou para dar um beijo na médica que foi muito mais do que amigável.
Flame limpou a garganta. — Desculpe interromper os pombinhos, mas aqui está ela. Se re-cusou dar o nome e resistiu a vir. — O macho dos Nova Espécie deixou Trisha e se virou lentamen-te. Becca encontrou seu olhar e a viu registrar o reconhecimento quando os olhos da médica se arregalaram. Imediatamente se virou para o macho que a beijou.
— É melhor chamar Justice e diga a para vir até aqui agora. Tranque o Centro Médico e diga-lhe que a merda atingiu o ventilador. Ninguém entra ou sai, Slade. Nenhum humano perto dela e ponto final. Nenhum. E especialmente a equipe de força-tarefa.
Ele franziu a testa e olhou para Becca. — Por quê?
Trisha olhou para Becca.
— Este é meu marido, Slade. Slade, conheça Rebecca Oberto. Ela é filha única de Tim Oberto, a de quem ele se gaba. Aquela que está na Europa. Ele me mostrou o cartão postal que recebeu a duas semanas atrás. Chame Justice, maldição. Temos um problema maior do que nós pensamos. Laurann Dohner Brawn
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