terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capítulo 010

CAPÍTULO DEZ 
Alli balançou um pouco com o choque de sua declaração.
— Você está dizendo que você só montou outras mulheres por trás? De joelhos? Sempre?
Obsidian balançou sua cabeça. — Eu só tive uma companheira. Eu a pegava desse jeito. É como é feito.
— Oh merda. — Ela engasgou surpresa. Ele deveria ter mais de trinta anos de idade pelos seus cálculos e por seu corpo. Um Espécie era mais difícil de estimar, mas estava certa sobre a correta faixa de idade.
— Qual é o problema? Você precisa descansar?
— Você nunca experimentou durante o sexo? Fazia outras coisas com ela em posições diferentes?
— Eu usava a minha boca nela para conseguir que ela quisesse fazer sexo. Ela gostava de mim a saboreando.
Ele de repente mudou a posição e a ergueu do chão em seus braços. Ela não sabia por que ele a espalhou sobre o colchão até que colocou as cobertas ao redor do seu corpo.
— Eu te darei um tempo para se recuperar.
Sua mão o impediu.
— Nós precisamos conversar. — Ela lutou para se sentar e o arrastou para mais perto. Ele se sentou de má vontade na extremidade do colchão.
— Descanse um pouco. Eu quero você novamente logo.
Ele olhou seu pênis e ela seguiu seu olhar. Ele ainda estava duro. Várias emoções passaram por Alli enquanto seus pensamentos aceleravam para aceitar os detalhes pessoais de sua história sexual. Era muito limitado e se sentiu mais culpada. Ela respirou lentamente para acalmar seu desânimo até que estava pronta para falar. Dado o tamanho e idade de Obsidian, a conversa, não seria fácil como pensava.
— Nem todo mundo faz sexo no estilo cachorrinho. Hã, montar mulheres, fêmeas, só por trás. O que nós fizemos, encarando um ao outro, é normal.
Seu olhar se estreitou.
— Existem muitas posições durante o sexo que são perfeitamente aceitáveis e encorajadoras.
— Que posições?
— Existem muito delas. — Sua mente ficou branca com a expressão horrenda na face dele. — Vaqueira. Vaqueira ao inverso. Sessenta e nove. — Suas bochechas esquentaram.
— Vaqueira? Quem é sessenta e nove? — Sua voz se afundou. — Meu nome é Obsidian.
— Não é quem, mas o que.
Ele se levantou e saiu de seus braços.
— Vou dar um passeio. — Ele foi para a cômoda, abriu uma gaveta e colocou rapidamente uma calça de moletom com movimentos bruscos, furioso. Laurann Dohner Obsidian
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A expressão brava em seu rosto deixou-a muda. Ela conseguiu deixá-lo bravo ou talvez ele estivesse experimentando remorso pelo que aconteceu entre eles. Nenhuma emoção aliviava sua culpa.
— Obsidian?
Ele parou na porta quando sua mão agarrou a maçaneta e sua cabeça se virou em sua direção.
— Nós precisamos conversar. Por favor, volte aqui.
— Não precisamos. — Ele abriu a porta e fechou ruidosamente atrás dele.
Alli estremeceu com o barulho alto e saiu do cobertor. Seu corpo doía em alguns lugares enquanto entrava no banheiro para terminar seu banho. Precisava ir para casa. Foi um engano enorme ficar com Obsidian. Ele estava confuso por ter sido impulsionado em um novo mundo. Sua companheira foi assassinada e ele provavelmente se sentia culpado pelo o que aconteceu entre eles.
— Maldição. — Murmurou, piscando para conter as lágrimas. Ela teve tempo para ficar um pouco obcecada por Obsidian, mas ela era só uma distração para ele e uma liberação física da frustração que ele deveria estar sofrendo.
* * * * *
Obsidian olhou para o novo guarda no fim do corredor. As sobrancelhas escuras do macho se curvaram enquanto se levantava de sua cadeira. — Eu posso ajudar você? Eu sou Jericho.
— Eu quero dar um passeio.
A narina do macho chamejou. — Entendo.
— O que isso quer dizer?
O macho grande balançou sua cabeça para olhar por cima de seu ombro. — Onde está a doutora?
— Eu a deixei na cama.
Um grunhido suave foi a única advertência que ele recebeu antes de ser empurrado para fora do caminho violentamente e seu ombro bater na parede. Ele girou, atordoado, olhando Jericho correr pelo corredor. Entendeu depressa que o outro macho estava indo atrás de Alli. Os instintos protetores explodiram e ele rosnou. Obsidian não queria ninguém perto dela.
A porta bateu na parede com força e o macho uniformizado desapareceu da vista antes dele pegá-lo. Rosnou novamente e saltou, atacando o macho saltando em suas costas. Os dois colidiram no chão em um emaranhado de membros. Obsidian foi lançado quando o macho debaixo dele rolou, empurrando um cotovelo que se cravou dolorosamente em suas costelas. Ele grunhiu e se torceu para chutar com uma perna para atingi-lo.
Seu pé nu fez contato com uma coxa e o macho soltou um som que ele nunca ouviu antes. Era alarmante de um jeito primitivo. Era um rugido surdo, em partes gritos altos. Ele ousou olhar para longe, apenas para ver a cama vazia. O movimento no banheiro chamou sua atenção enquanto Alli entrou na visão, segurando uma toalha na frente de seu corpo. Laurann Dohner Obsidian
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Um corpo pesado o bateu no peito e o fez cair no chão. A onda de dor atravessou suas omoplatas pelo contato severo com o chão e o ar deixou seus pulmões. Mãos grosseiras agarraram seus pulsos em uma tentativa de prendê-lo, mas se recuperou depressa, rolando de lado, e saiu do aperto do macho. Alli estava praticamente nua e o macho estava muito perto dela. Um grunhido saiu dele assim que pode respirar. Não teve tempo de evitar o punho que chocou com seu rosto. O gosto de sangue imediatamente encheu sua boca.
— Pare com isso! — Alli exigiu e mais peso o esmagou.
Seus olhos se abriram quando algo molhado tocou seu nariz e ele percebeu que era o cabelo dela caindo do ombro do macho entre eles. Ela deve ter disparado para cair sobre as costas de Jericho, depois suas mãos se enrolaram ao redor do macho, uma delas cobriu sua boca enquanto a outra agarrava sua garganta.
— Não o morda. — Alli gritou.
O macho recuou seu punho para bater em Obsidian novamente, mas hesitou enquanto girava sua cabeça para olhar lentamente para o rosto de Alli quase tocando o ele. Ela pareceu prender o olhar na pessoa que o atingiu antes de suas mãos o largarem.
— O que você está fazendo, Jericho? Você perdeu seu juízo? — Alli gritou as palavras. — Saia de cima dele agora mesmo.
Pura raiva inundou Obsidian quando o outro macho notou que ela soltou a toalha. Ele estava olhando fixamente para seus seios expostos. Ela permaneceu esparramada por cima das costas de Jericho.
— Isto é constrangedor. — O outro macho limpou sua garganta. — Pensei que ele tivesse machucado você.
— Eu pareço machucada para você?
— Não. — Jericho declarou devagar, ainda olhando fixamente para seus seios. — Você parece muito bem.
O queixo de Alli se abaixou para seguir seu olhar e ofegou. — Merda!
Um pouco do peso diminuiu de Obsidian enquanto ela descia das costas do macho e se curvava, mostrando seu traseiro nu para os dois enquanto tentava esconder seu corpo recuperando a toalha. Obsidian o atingiu rápido e com força com seu punho, atingindo a mandíbula do macho.
— Maldição. — Jericho rosnou, o soco o mandando para a direção oposta. — O que foi isso? — Ele terminou em uma posição abaixada para olhar furioso seu oponente.
Obsidian se sentou e queria que o outro macho mantivesse sua atenção nele em vez de em Alli se endireitando e enrolando a toalha mais apertada ao redor de seu corpo. Mostrou suas presas em advertência. O macho o pegou de surpresa, mas isso não aconteceria uma segunda vez.
— Obsidian? O que você está fazendo? — Alli chegou mais perto. — Não faça isso.
Ele nem olhou para ela. O outro macho estava muito perto e a viu nua. Jericho ousou olhar em seus seios e ele pagaria por isto.
— Entre no banheiro onde você estará protegida da violência.
Ela o desobedeceu quando de propósito chegou mais perto, colocando-se entre ele e o inimigo. — Pare com isto. Não ataque Jericho. Você dois precisam se acalmar agora mesmo. Você Laurann Dohner Obsidian
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acabou de despertar de um coma e não pode lutar. — Virou sua cabeça, jogando água dos fios úmidos de seu cabelo molhado. — E você, o que está fazendo aqui?
Jericho graciosamente se endireitou para a sua altura completa e inchou o peito. — Ele disse que deixou você na cama e eu podia cheirar você por toda parte. Achei que ele a tinha forçado a fazer sexo. Eu vim para ajudá-la.
Obsidian notou a forma como Alli empalideceu, mas não falou por um momento.
— Oh, merda. Eu esqueci sobre sua sensação de cheiro. — Suas bochechas ficaram vermelhas. — Hã, não foi isso que aconteceu. Pode sair agora.
O olhar do outro macho se estreitou.
— Está certo.
Não tinha acabado para Obsidian. Ele ficou de pé, deu um passo em volta de Alli e se jogou para o macho. Um suspiro suave saiu de Alli e ficou atordoado quando ela largou a toalha para agarrar-se a seu peito. Seu corpo colidiu com o dele com o movimento para frente que ele deu, tentando castigar o outro macho e pisou em um pedaço da sua toalha. Bateu no chão, descobrindo sua forma nua novamente.
Seus braços se envolveram ao redor dela e ele girou, bloqueando a visão do macho a protegendo com seu corpo. Ele torceu sua cabeça e rosnou.
— Saia.
As mãos de Jericho lentamente se ergueram, abertas.
— Certo. Calma.
O coração de Obsidian martelava e queria atacar, mas não podia sem soltar Alli. Suas mãos agarraram seus ombros e ela agarrou-se a ele, achatada contra seu peito. Sua pele molhada estava gelada e seus mamilos eriçados eram uma distração, empurrados contra seu peito onde ele firmemente a segurava.
— Você tem certeza de que quer que eu deixe você com ele?
— Vá embora! — A voz de Alli tremia. — Saia, Jericho. Você obviamente o está agitando.
— Ele quer me matar. — Ele corrigiu chegando mais perto da porta. — Acalme-se, Obsidian. Eu estava apenas a checando. Eu não estou aqui para machucá-la de forma alguma.
Ele rosnou novamente, se perguntando se Alli ficaria machucada se ele a jogasse em direção à cama para cair sobre o colchão suave para livrar seus braços assim ele poderia bater no outro macho Espécie. Suas unhas se cravaram em sua pele como se pudesse ler suas intenções.
— Sem brigas. — Sussurrou. — Olhe para mim, Obsidian. Por favor?
Ele recusou a parar de encarar o macho até que ele desapareceu pela porta. Seus braços em Alli se abaixaram e ele virou a cabeça para olhar para ela. Ela se recusou a soltá-lo, mantendo seu corpo apertado contra o dele.
— Solte-me.
— Não. Parece que você quer ir atrás dele.
— Eu quero. Solte-me.
Ela o surpreendeu enrolando uma perna ao redor dele, enganchando atrás de sua coxa. — De jeito nenhum! Você pode se machucar. Um baque na cabeça e você pode morrer ou entrar em coma novamente. O que está de errado com você? Por que você começaria uma briga? Laurann Dohner Obsidian
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— Ele veio atrás de você.
— Ele estava me checando. — Ela discutiu. — Jericho nunca me machucaria. Eu o conheço bem.
Raiva o percorrer.
— O quão bem? Você o tentou com seu cheiro de comida, esperando que ele se acasalasse com você? O que é ele? Ele tem olhos estranhos e faz barulhos ruins. — A ideia dela querendo outro macho o deixava louco.
— Ele é primata e seus olhos não são estranhos. Eles são únicos e bonitos.
Ele rosnou antes de evitar, perdendo sua batalha com seu temperamento explosivo. — Você o quer como um companheiro.
— Eu não quero!
— Você disse que os olhos dele são bonitos.
— Eles são. Como é a cor azul ou o pôr do sol. Eu não quero me envolver fisicamente com ele.
Ele ficou surpreso com sua declaração estranha.
Seu aperto se aliviou ligeiramente, mas não largou seus ombros.
— Respire fundo. Inspire. — Sugou ar para seus pulmões o suficiente para apertar seus seios firmemente contra seu peito. Ela exalou. — Expire. Respire comigo.
— Não. — Ele olhou para cama enquanto julgava a distância e se esticou para ouvir Jericho, tentando localizar os passos do macho. Seus braços ficaram tensos para jogar Alli no colchão macio, mas as pernas dela pareciam presas ao redor dele e o impedia. — Solte-me.
— De jeito nenhum. — Balançou a cabeça, o cabelo molhado gotejando entre eles. — Você não vai lutar com ele novamente. Eu proíbo.
Isso o fez olhar para ela.
— O que?
Ela não recuou enquanto ele olhava fixamente em seus olhos azuis, embora parecesse claro que ela percebeu que ele não receberia ordens dela ou de ninguém. Ele podia sentir sua frequência cardíaca acelerar quando sua mão livre agarrou sua garganta. Não apertou, mas ao invés disso suavemente manteve a mão para imobilizá-la.
— Você podia morrer. — Ela sussurrou. — Por favor, acalme-se. Eu prefiro que você lute comigo do que com ele. Eu não posso machucar você do jeito que ele pode.
— Você não acha que eu poderia ganhar? — Feriu seu orgulho. A fêmea deveria achá-lo fraco.
— Eu acho que você poderia morrer. — Sua respiração era trêmula. — Eu não quero isso. Eu não conseguiria aquentar. Você entende?
Ela o confundiu enquanto seu temperamento finalmente abaixou. Suas palavras acalmaram seu orgulho ferido, mas não estava prestes a esquecer que o outro macho a viu nua. Isso o deixou irado. Alli parecia querer um companheiro e a ideia de outra pessoa a tocando fez um grunhido sair de sua garganta.
Seu olhar foi para sua mão e ele soltou seu pescoço esbelto. Precisava se lembrar que ela não era 46. Sua companheira teria lutado com ele até que não tivesse nenhuma escolha a não ser Laurann Dohner Obsidian
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subjugá-la para evitar que os guardas entrassem em sua cela com seus dardos de droga. Nenhum perigo havia ali para Alli.
Ela continuou olhando fixamente em seus olhos enquanto lentamente movias suas pernas para soltá-lo. Suas mãos estavam apertadas contra seu peito e tremiam. De repente se sentiu realmente mal por lidar com ela muito grosseiramente. Ela é apenas uma humana. Precisava se lembrar disso.
— É ruim me atacar. — Esperou que essa advertência fosse entendida por ela. — Recue quando eu estiver bravo.
— Isso é chamado saber se controlar e você precisa trabalhar nisto.
Ele murmurou e a soltou totalmente. Ela ficou firmemente apertada contra sua frente e olhou para baixo. Ele podia ver uma parte de seu mamilo esquerdo e levou seus pensamentos para o sexo.
— Nunca fique entre mim e outro macho. Você poderia ser morta. Você fará como eu disser.
— Ou o que? — Seus olhos se estreitaram e ele facilmente leu desafio em sua expressão enquanto a estudava.
— Você está me desafiando?
— Não. Apenas não recebo ordens. Essa é uma página que tirei diretamente do seu livro.
— O que isso quer dizer? Que página?
— É um ditado que significa que se você não me escuta por que eu deveria escutar você?
— Eu sou maior e mais forte.
— Você está sendo um tirano novamente e não é atraente.
— O que isso quer dizer?
Ela recuou o suficiente para romper seu leve aperto nela e recuperou a toalha caída, escondendo todos seus seios de sua visão enquanto a enrolava ao redor.
— Eu deveria ir para casa.
— Você vai ficar comigo.
Ela balançou a cabeça.
— Eu não acho que isto seja uma boa ideia. Você precisa de algum tempo sozinho para se ajustar a liberdade. Você não pode fazer isso comigo aqui.
— Você não vai deixar este quarto. — Ele cruzou seus braços em cima do peito. Ela era pequena e ele era mais rápido. Ela nunca conseguiria chegar a porta antes dele a impedir. Seu olhar foi para o grande colchão. Ele poderia jogá-la lá. Ele poderia ter a certeza que outros machos não chegariam perto dela se ela estivesse com ele.
— Não venha com essa de ‘eu falei e está dito’ para mim, Obsidian.
O imitou em posição e diversão faiscou quando ele a deu atenção novamente. Alli era atraente quando estava brava. As linhas pequenas que se formavam ao redor da sua boca quando ela franzia a testa e dobrava sua testa.
— É a verdade.
Suas bochechas ficaram um pouco rosa e sua boca se apertou em uma linha. Também notou que suas mãos se fecharam onde estavam cruzadas em cima de seu peito. — Você me enfurece.
Ombros largos encolheram. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu entendo.
— Isso é tudo que você tem a dizer? Por que eu não posso ir para casa? Eu poderia gritar por ajuda.
— Você poderia, mas então o macho e eu lutaríamos novamente. — Sabia que ela não queria isso e não estava querendo usar as informações em sua vantagem. — Você deveria estar descansando. — Seu olhar desceu para suas pernas nuas e seu pênis endureceu. — Eu quero você novamente.
Sua mão relaxou, caindo de lado, e levantou o dedo mediano para ele. — Você sabe o que isto quer dizer?
— Não.
— Exatamente. É isso que significa. — Ela girou e caminhou em direção ao banheiro.
— Onde você está indo?
— Para longe de você!
Ela o enfrentou só dentro da porta do banheiro e olhou para ele enquanto a fechava entre eles. Um clique fraco o assegurou que ela trancou a porta. Ele deu um passo para arrombá-la, mas parou. A janela era muito alta para ela subir e nada lá a ajudaria a escapar. Alli não iria a lugar nenhum.
Ele começou a andar, tentando descobrir como acalmá-la. Ela não era sua companheira e não reagia como 46 reagia quando estava brava. Os humanos não faziam grunhidos ou mordiam. Ele precisava se lembrar disso e nunca agarrar sua garganta novamente. Ela o bateu uma vez, mas nem saiu sangue. Precisava repensar como lidar com ela.
Alli fumegava enquanto derramava água em seu rosto só para se acalmar um pouco. Obsidian era impossível de se lidar. Ele era controlador e pior, ele atacou outro Nova Espécie sem provocação.
Sua agressividade podia ser o resultado de um dano cerebral ou talvez ele estivesse sofrendo de fadiga mental, afinal de contas ele sobreviveu. Aquele pensamento fez seu peito doer. Ela não viu nada na radiografia do cérebro que mandou fazer que indicasse uma falha, mas isso não significava que não estava lá. Ele também perdeu sua companheira e foi libertado de uma vida infernal. Imaginava que qualquer um teria problemas para lidar com tanto em tão pouco tempo.
Culpa a percorria por causa da relação íntima deles. Praticamente jogou fora todo seu conhecimento da faculdade de medicina pela janela quando se tratava de seu ex - paciente porque ele era sexy e se apegou muito a ele. Sua cabeça pendeu enquanto suavemente xingava. Apaixonou-se fortemente por Obsidian antes dele sequer abrir os olhos e a realidade dele acordado não era o que ela esperava.
Havia momentos nos quais ela queria estrangulá-lo, depois ele fazia algo amável, totalmente deixando-a desequilibrada. Ele era uma contradição e a deixava perplexa. A relação sexual que começaram não foi a decisão mais inteligente que já tomou. A última coisa que ele precisava era mais complicações em sua vida. Laurann Dohner Obsidian
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— Maldição. — Sussurrou, agarrando uma toalha seca para secar levemente seu rosto. Ergueu o olhar até que olhou fixamente em seus próprios olhos refletidos no espelho. — Você é realmente desequilibrada.
Um som na porta a fez pular e ela girou, vendo-a ser aberta. Obsidian bloqueava a entrada com um franzido em seu rosto.
— Eu a tranquei.
— Eu abri. — Olhou na maçaneta antes de retornar a atenção a ela. — Não tente me manter afastado de você novamente.
— Eu queria privacidade.
Sua boca se apertou em uma linha sombria.
— Se ajuste a não ter isso. Eu não gosto de você fora da minha visão.
Ficou tentada em dizer a ele que não se importava com o que ele queria, mas o brilho rígido refletido em seus olhos escuros a fez ficar calada.
— Minha companheira estava sempre ao meu lado a menos que eles a tirassem para machucá-la.
O coração de Alli acelerou um pouco com a menção de 46.
— Você não está mais à mercê daqueles bastardos sádicos. Estou segura e você não precisa me observar o tempo todo. — Sua preocupação suavizou sua raiva.
O silêncio se prolongou entre eles enquanto faziam uma competição de encarar. Alli perdeu e levou seu olhar para o peito dele.
— Eu realmente deveria ir para casa. Você está se recuperando bem o suficiente para brigar e eu preciso entender o que vai acontecer com minha vida.
— O que isso quer dizer?
Ela respirou fundo, notando algumas marcas em seu corpo que poderiam se transformar em contusões por sua luta com Jericho. Embora não visse nada alarmante que não se curaria depressa. Novas Espécies tinham surpreendentes habilidades de recuperação.
— Eu sequestrei você do ONE. Eles estão ainda discutindo como me castigar. Estou certa de que irei embora logo. Isso significa que eu preciso arrumar as minhas coisas.
— Ninguém castigará você. — Ele rosnou.
Seu olhar subiu e viu linhas severas de raiva em eu rosto. — Eles não me machucarão. Eu violei suas leis e entendo que eles não possam permitir que eu faça isso sem algum tipo de repreensão. Eu esperava isso. Acho que apenas serei despedida e escoltada da propriedade. A casa que eu vivo veio com o trabalho. Eles precisarão contratar outro médico assim que possível já que estão com falta de mão de obra.
Ele entrou no banheiro e se aproximou até que ela teve que se arquear sobre o balcão para evitar que seu corpo tocasse no dela. Seu queixo subiu até manter seus olhares bloqueados.
— Você viverá aqui comigo.
— Eu não posso.
— Você viverá.
Seu coração acelerou. Laurann Dohner Obsidian
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— Eu não sou sua companheira, Obsidian. — A lembrança gentil saiu como um sussurro e estava focada nos dois. — Eu não posso ficar aqui indefinidamente e eles devem querer minha casa desocupada para minha substituição.
Seus braços se moveram e suas mãos agarraram a borda do balcão ao lado de seus quadris, eficazmente a prendendo. Ele abaixou a cabeça até que sua respiração morna roçou seu rosto.
— Para trás. — Ela ordenou.
Ele balançou a cabeça, se recusando a mover.
Ela não tinha medo, sabia que ele não era uma ameaça para sua segurança, mas estava alarmada. Estava agindo agressivamente novamente.
— Você não vai embora. — Ele parou e sua respiração saiu um pouco rápida. — Você quer me bater? Bata-me.
Lembranças vieram à tona de quando bateu em seu rosto.
— Só quero que você saia do meu caminho.
— Não. — Ele invadiu a quantidade restante de espaço entre eles até que seu peito se apertou contra ela e o comprimento duro de seu sexo cutucou sua barriga quando ele se inclinou para frente. — Você. Fica. Aqui.
— Você tem uma ereção. — Revelou incapaz de evitar olhar até verificar a fonte. Não há como não notar sua condição física excitada.
Sua resposta foi um grunhido suave.
— Bata-me.
— Não!
Seus olhos escuros se estreitaram enquanto olhava fixamente neles e um grunhido maligno saiu de seus lábios separados. Suas presas afiadas relampejaram.
Alli lutou para acalmar o pânico. Ele deve ter um dano na cabeça. Ele não estava fazendo sentido e parecia almejar a violência. Seu comportamento era irracional e ela estava presa dentro do banheiro com ele.
— Acalme-se, Obsidian. — Sua voz tremeu. — Eu preciso ligar para o Centro Médico para informá-los que deveriam fazer algumas radiografias de você. Eu acho que algo está errado dentro da sua cabeça. Você pode ter hemorragia ou inchaço. Você...
— Eu estou bem. — Rosnou. Seu nariz se alargou enquanto a cheirava e inclinou sua cabeça apenas o suficiente para ganhar acesso a sua garganta. — Sem testes.
Não ficou surpresa por sua recusa. Ele podia ser teimoso e cabeça dura. Tentou usar a lógica com ele.
— Você está agindo de forma agressiva e atacou outro macho.
Ele cheirou novamente e abaixou seu rosto até que sua boca esfregou a parte inferior de seu lóbulo da orelha. — Ele me provocou. Você precisa parar de cheirar a comida para chamar a atenção de outros machos. Eu matarei um se eles tentarem montar você.
Ela ofegou.
— Jericho não me quer e pare de me acusar de tentar atrair homens. Laurann Dohner Obsidian
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Ela contorceu o suficiente para fugir de seus lábios e colocou as palmas em sua pele quente. O empurrão que deu em seu peito nem pareceu intimidá-lo desde que ele não balançou com a força. Olhou fixamente para seu rosto, mas ele parecia fascinado com sua garganta.
— Obsidian? O que você está fazendo?
Seu olhar finalmente encontrou o dela.
— Procurando por um lugar para morder que não machuque muito. Você é muito frágil e não dispõe de muita perda de sangue.
Alli permitiu que suas palavras se absorvessem e entrou em pânico.
— Socorro! Laurann Dohner Obsidian
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14 comentários:

  1. Caralho que macho chato 🙄🙄🙄🙄🙄
    Tô odiando mas vou continuar pq as histórias se ligam de certa maneira

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  2. Eu não acho ele chato ele é mandão,cru e até sem paciência para conversa porém ele foi codificado a viver assim ele ta aprendendo aos pouco

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    1. Povo não entende isso, o cara passou a vida toda a mercê de pessoas ruins, aí ele é resgatado em cima, fica meses apagado, quando acorda tudo mudou, ninguém pode querer que o coitado se acostume a tudo rápido dms

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  3. Me divirto com a relação deles kkkkkkkkkk

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  4. Eu entendo que o lado dominador dele é um charme e que ele tá todo fudido da cabeça, mas as vezes é chato demais

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  5. Gente kkkkkkkkkkkk
    Morri com essa agora! Sério já li a história umas 3 vezes e sempre caio na risada nessa parte

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  6. Ainda bem que não sou eu no lugar dela
    Ia dar um chute no saco dele fácil fácil

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  7. Eu não teria paciência com ele não,eu odeio quando as pessoas ficam mandando em mim .

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  8. Ah eu tbm não teria paciência com ele, mais ela é médica, acho q a paciência vem com a profissão, acontece que ela que ta com problemas por não ouvir o que os outros falam, ela não devia ter concordado em ficar no quarto dele, todo mundo falou q ele seria perigoso, agr!

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    1. Pensei nisso tbm. Tem horas que acho ela super chata. Pq ela não escuta os outros?!

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  9. Não to curtindo a historia dos dois não, so to lendo prq as histórias tem ligação uma com a outra...

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  10. Ele não é chato! Só não entende ainda como tudo funciona, ele nao saiu do quarto ainda, e sua cabeça está uma confusão só, ele não quer ficar longe dela, só quer morde- lá para ninguém levar ela dele, sendo sua companheira e assim também protege ela.

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